domingo, 12 de janeiro de 2014

Frarernidade e tráfico humano.

Fraternidade e tráfico humano.
O sinônimo mais usual de fraternidade é irmandade. A palavra nos fala do sentimento de pertença, irmãos pertencem à mesma família, a mesma irmandade, ao mesmo grupo ideológico, a grande família humana. Pertencer significa fazer parte, assumir parte das mesmas responsabilidades e deveres. Tráfico, é no sentido jurídico positivo, o comercio em si, no sentido negativo é o transporte ilícito de substancias, objetos (armas, por exemplo), plantas, animais e pessoas. Essa palavra fala de mobilidade. Bem, irmandade e mobilidade dizem respeito à liberdade de pertencer e de transportar ou transportar-se. Liberdade nos fala de ato voluntário, desejo, liberdade de escolha, respeito a si e a própria vida e ao próximo seus bem e sua vida.
O oposto de liberdade é a licenciosidade. A licença no sentido jurídico, nos fala da exorbitação do desejo de alguém sobre o direito do próximo, é por esse motivo que quando lemos a expressão “Tráfico Humano” imediatamente nos  lembramos de escravidão, que é a ação de um opressor sobre um oprimido, ação contra a vontade do oprimido. Todavia nos dias de hoje, e também no passado, duas são as maiores escravidões, a escravidão do pecado e a escravidão do vício, com ou sem pecado. Neste sentido muito particular e preciso nós temos a componente da vontade, assim as pessoas livremente se apegam a escravidão do pecado e ou do vicio. Então a observação dos fatos nos diz que também a escravidão gera um estado de dependência voluntaria, um sentido de pertença, e uma licença entendida como liberdade, ou seja, existe tanto uma fraternidade para o Mal como para o Bem, e existe uma mobilidade voluntaria para o Mal como para o Bem. Se você não entendeu dou-te esse simples exemplo: podemos traficar pessoas para livrá-las do cativeiro imerecido ( O resgate dos santos, por exemplo) ou de um regime de exceção, como também podemos traficar pessoas para a prostituição, adoção ilegal, experiência cientifica ou trabalho escravo. Existem outras possibilidades bastante sutis. Por exemplo, numa sociedade onde não há mobilidade social, isto é, onde as pessoas que nascem em uma classe social, não podem galgar outra condição social, existe claramente um sistema de inibição da mobilidade o que caracteriza escravidão.
O Papa Francisco fala que Jesus Cristo, veio para nos libertar, na verdade para nos redimir. Assim quem liberta deve ser livre, o que nos leva a perguntar: Que tipo de liberdade tinha Jesus Cristo? A resposta é clara nos Evangelhos, a liberdade de Cristo consiste em fazer a vontade do Pai, e realizá-la ate a morte. Claro está que a Liberdade do Senhor é um serviço a Deus Pai, em favor dos homens. Penso que aqui já podemos concluir: ou servimos a Deus fazendo o Bem, ou servimos ao Mal. Ou vivemos a fraternidade e sentimento de pertença fazendo o Bem, ou somos fraternais na pratica do mal. 
Observamos as escravidões mais explicitas e próxima aos nossos tempos  e notou-se que raramente houve ações individuais de libertação, na verdade, ou foram ações coletivas, ou foram resultados do afrouxamento dos opressores por razões políticas e econômicas.

Assim, aqueles que se julgam oprimidos precisam desejar não o serem, e desejar coletivamente; e àqueles que não se julgam, mas são opressores, só nos resta dizer: Na opressão não haverá justiça, e sem justiça não viveremos coletivamente o Reino de Deus. 

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