domingo, 16 de fevereiro de 2014

Os primeiros passos em direção ao quarto século.

Os séculos IV (quarto) e V (quinto).
Hebreus 11: “A fé consiste em realizar o que se espera, é uma certeza a respeito do que não se vê”
Finalmente damos os primeiros passos em direção a esses séculos difíceis.
Para começar, voltamos um pouco, aos inícios, ao caso dos judaizantes.. Voltamos apenas para dizer que isso comprova insofismavelmente que os primeiros cristãos eram massivamente judeus, (por exemplo: em epistola a Tito, leremos: ” há em toda a parte, sobretudo entre os circuncisos (judeus) uma quantidade de insubmissos”), .... E isso dizia respeito a Creta; e assim continuou pelos primeiros trezentos anos, sempre encontraremos maior numero de cristãos na comunidade de judeus dispersas pelo mundo, do que nas comunidades pagãs. Foi uma longa caminhada do cristianismo ate tornar-se religião de Estado em mais ou menos 380, período que corresponde a ¾ de toda a história do Brasil. O engano que temos de interpretação vem do fato de estudarmos mais a questão pela história universal do que pela história Bíblica. Resolvido o caso se o cristão devia ou não ser circuncidados, surge as duas primeiras heresias. A primeira deriva dos judaizantes que se chamava a heresia Ebionistas de Ebionim (pobreza em Hebraico). Esses judeus cristãos tiveram dificuldade de abandonar as conseqüências (interpretações e deformações da Lei) da lei de Moisés, professando que segui-las (os rituais Judeus) era necessário para a salvação, mesmo depois do Concilio de Jerusalém em 49 presidido pelo apóstolo Pedro. Quando morreu o apostolo Tiago, os Ebionistas negaram o seu sucessor Simeão, como bispo da Igreja de Jerusalém, e elegeram um bispo próprio, sendo esse o primeiro cisma da Igreja, nos diz o cronista. Tornaram-se cruéis adversários do cristianismo, em particular de São Paulo, que consideravam um renegado do “ povo Escolhido”.
Os Milenaristas: A esperança de restauração temporal do “Império Israelita Universal”, cujo reino seria exercido pelo “Messias”, esperança ate hoje alimentada pelos judeus, máxime o sionista tomou uma nova forma entre os judeus cristãos. Os Milenaristas. A tese, professadas por muitos judeus cristãos vinha de uma ma interpretação do texto de João (Ap.
20,1(-7) que o demônio havia sido aprisionado por mil anos, e que, portanto os cristãos reinariam, por mil anos em fartura e depois seria a vida eterna. Mas não foram só os hereges, nos diz Negromonte, que adotaram essa tese, também os Ebionistas, os Montanistas, e homens Santos como São Justino, Santo Irineu e Lactâncio o aceitaram. O próprio Santo Agostinho chegou a professá-lo por uns tempos ate tornar-se seu ferrenho opositor. Terminada as perseguições ( centro das esperanças Milenaristas) a heresia extinguiu-se, e já não existia no século IV. Estranho apenas que não tenha havido uma condenação formal (que talvez tenha escapado as minhas pesquisas).
O gnosticismo: Enquanto o Imperador Trajano, perseguia duramente os cristãos, como já vimos, martirizando o Papa Clemente em Roma; o Bispo Simeão sucessor do apostolo Tiago em Jerusalém; Santo Ignácio em Antioquia surgiam e imiscuíam na Igreja os erros gnósticos. Tinha raízes antigas, oriundas de Simão o Mago e era professado pelos Nicolaitas (contemporâneos dos apóstolos) que negavam os mandamentos. Mais tarde com Valentim em Roma, esses erros tomaram corpo (140-160) Combatido por Santo Irineu de Lião, foi condenado pela Igreja.
O Marcionismo: o nome de vem de Marcion, que veio a Roma à época de Antonio Pio. Marcion fora excomungado pelo Bispo de Sínope. Em Roma foi recebido na Igreja, mas logo foi expulso. Abusando da “livre interpretação” do texto de São Paulo, entre a lei e a Fé, ou seja, liberdade diante da lei chegou a estabelecer uma ruptura total entre a tradição judaica e a tradição cristã - caindo no dualismo gnóstico. Fundou uma seita cristã, seguida pó clérigos e bispos perturbando a Igreja em Roma, sempre combatido, por Justino; Tertuliano e Irineu. Foi condenado pela Igreja. ( vejam a importância do magistério Infalível da Igreja em fé e moral).
Montanismo: Na metade do segundo século surge na Frigia um carismático, que se dizia bispo e enviado por Deus para aperfeiçoar a Igreja. Essa corrente gnóstica professava que através de estases os cristãos espirituais (em contraposição aos cristãos psíquicos) dispensavam a autoridade eclesial, pois se colocavam em contacto como deus sem o ministério dos homens, consideravam a existência de uma terceira revelação (como aconteceu posteriormente com Maomé) superior as duas primeiras (existiria assim uma Novíssima Aliança). Condenava o matrimonio e obrigava a procurar o martírio. Tornou-se com o tempo mais “brando” professando o rigorismo moral, mas sempre pregando a desobediência no seguimento do magistério dos apóstolos. Esse rigorismo conquistou o grande Tertuliano, que se tornou um montanista. Todavia desde o começo vários concílios (veja a importância dos colégios dos Bispos reunidos diante da autoridade Papal) condenaram os erros dos Montanistas. No Oriente foram condenados por Zeferino, depois de terem sido denunciados por Praxéias.
Maniqueísmo: mais tarde, bem mais tarde, o gnosticismo aparece numa nova forma, à forma de Mani, um persa, que apresentava o dualismo, Bem e mal, sob a forma dos deuses persas Ormuz deus da Luz, e Ahrimã, deus das trevas (origem da Suástica, cruz rotativa invertida) com aparência de cristianismo. Organizou sua Igreja, nos moldes cristãos, como 12 Magistri (juízes) Episcopis (72 vigilantes) e Presbyteri (sacerdotes). Era uma seita imoral, praticava a abstenção da geração, mas não do ato sexual; as comidas impuras; e os trabalhos serviçais. O Grande Santo Agostinho, filho de mãe cristã e pai pagão, foi “maniqueu” antes de se converter. Depois foi seu principal denunciador e opositor. O maniqueísmo, foi condenado pela Igreja, mas difundiu-se tanto no Oriente como no Ocidente.