segunda-feira, 27 de abril de 2009

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A religião do Islam.

A religião do Islam.
O curso de história da Igreja, que me serve por base das pesquisas que faço nos diz que a fonte doutrinaria é o Al- Korão (Corão) que em árabe traduz-se por recitação ou declamação, pois o texto deve ser recitado no culto, e também na tradição oral, segunda fonte doutrinária, dita Sunna. A recitação obedece a uma mnemotécnica de um tal modo a facilitar a memorização e a recitação. Como já vimos Islam é palavra árabe que se traduz por “Submissão”, abandono à vontade de Deus.
O Islam é monoteísta, crê em Allah (Alá), o Deus Criador.
Estudiosos das religiões árabes nos dizem que o monoteísmo não era encontrado nas religiões árabe anteriores a Maomé. Concluem (temerariamente) que o monoteísmo árabe não tem origem árabe e é influencia do judeu-cristianismo. A teologia que ele professou, como sendo um profeta de antiga religião derivada do Pai Abraão, deriva claramente de três blocos religiosos anteriormente existentes. A antiga religião árabe; a religião israelita; a religião dos cristãos.
1) A antiga religião árabe era politeísta. Cultuava pedras divinas, consideradas como mansões de seres espirituais superiores cujas graças os homens procuravam atrair a si. Um resquício muito claro desse antigo culto é a veneração da Pedra Negra, situada na Caába em Meca.
2) Da religião israelita, professadas por judeus residentes na Arábia. Foi desse patrimônio judaico que Maomé derivou as grandes linhas da sua orientação religiosa: Existe um só Deus, que se foi revelando aos profetas da humanidade: Adão, Abraão, Moises, Jesus Cristo e consumou sua revelação em Maomé, que será o maior de todos os Profetas (em 610 DC.). A inserção de Moisés no uso do judaísmo explica o uso do Torá no ensinamento islâmico assim como também confirmam esse fato certos costumes judaicos praticados pelos muçulmanos (as purificações legais, a observância do talião, a poligamia). Maomé porém, não se identificou como o pensamento do velho Testamento, e não conheceu os Evangelhos ( documentos Cristãos) porque via em Jesus Cristo não o Filho de Deus, mas um profeta eminente, ao gosto dos Judeus, que não aceitavam Jesus como o Messias Prometido.
3) A Religião dos cristãos: Maomé a conheceu principalmente em suas viagens. Tais cristãos eram nestorianos e monofisistas (ambos heréticos quanto à pessoa de Jesus Cristo) que lhe apresentavam um cristianismo condenado. Nunca chegou a ler os Evangelhos.
4) Sem se comprometer nem como o cristianismo nem com o judaísmo, Maomé se definiu como continuador da religião de Abraão e de seu filho imediato Ismael, personagens muito mais antigos que Moisés e Cristo, na historia Sagrada. Na Verdade Ismael é o primogênito do “Povo” árabe, Ismael filho de Abraão com Agar, a escrava de Sara. Para justificar sua independência religiosa, e a não sujeição ao filho de Sara, Maomé atribui aos judeus e cristãos “o grande erro de terem falsificado os livros sagrados e o monoteísmo de Ismael e Abraão”. Nesse contexto deve-se pesquisar a origem de Kadija e de seu primo Varaka (ela esposa de Maomé e ele primo de Khadija que são tidos por muitos autores como Judeus). Eu não posso confirmar isso.
5) A moral árabe maometana prescreve basicamente cinco grandes deveres, tidos como pilastras da religião: a) professar a fé (praticamente o maior pecado para o muçulmano, não só para eles, é a apostasia da fé, ou a adesão a idolatria e ao paganismo)
b) orar cinco vezes ao dia cumprindo-se a cada vez as abluções rituais prescritas.
c) jejuar durante o mês inteiro do Ramadã, desde o nascer ate o por do sol (a noite é livre).
d) dar esmola aos pobres (o que é comum em todas as culturas e religiões) e dar hospedagem momentânea seja a quem for e a qualquer hora. Esse preceito se prende as velhas tradições do deserto, onde a hospedagem e a água podem significar a vida. Velásquez, no livro Tuareg, descreve maravilhosamente estes costumes árabes.
e) peregrinar a Meca uma vez na vida.
6) o Corão autoriza todo homem a ter oficialmente quatro mulheres legitimas e tantas concubinas escravas quantas os seus recursos financeiros lhes permitam. O conceito de guerra santa é central no islamismo e foi responsável pela rápida expansão árabe no século VII e VIII; morrer em batalha torna o maometano mártir, ou seja, herói religioso, sobrando ainda a noção de predestinação (algo diferente da de Santo Agostinho) que assinala a cada individuo à hora de sua morte ( onde não há escolha) o que concorria para precipitar destemidamente o guerreiro muçulmano na aventura destemida de fazer a guerra.
A tradição nos conta que entre 610-11 Maomé efetuou sua conversão. Na “Noite do Destino”, Maomé teve um sonho, onde o Arcanjo Gabriel lhe entrega um rolo de linho com inscrições. Ao acordar Maomé estava convencido de que estava dotado de um conhecimento especial e uma vocação para liderar e unir o povo árabe bem dividido. Percebia uma voz na consciência que lhe falava em nome de Deus, e relatava isso a Khadija sua esposa e prima, que redigiu os textos do Al Korão. Com ajuda de Varaka, homem sensato e culto, ficou decidido que Deus escolhia Maomé para ser profeta da nova fé (que incluía a libertação de Jerusalém, dizem).
Doravante o iluminado pôs-se a pregar a nova forma de religião, ou Islam, ou seja, a Submissão, a Dedicação à Vontade de Deus. Todavia suas pregações e vaticínios granjearam entre os ricos e poderosos de seu povo muitos inimigos, Assim na noite 16/7/de 622, Maomé transfere-se de Meca para Medina. Tal acontecimento fica conhecido como fuga, ou em árabe, Hidjira (Hegira), parecida com a história hebraica da fuga do Egito. Esse fato assinala, o inicio da era muçulmana, como a Fuga do Egito o inicio da tradição mosaica.
Em Medina Maomé revela-se chefe habilidoso, militar competente e chefe político carismático. Arregimentam suficientes braços armados, para voltar a Meca e a tomar pelas Armas. Em 629 Maomé entra militarmente em Meca e a toma. E toma posse da Caába.
Finalmente em 8/6/632 vem a falecer.

domingo, 26 de abril de 2009

O islamismo.

O Islamismo.
Na verdade Muhammad-ibn-Abdallag-Mottalib (Maomé) não teve ou tinha a pretensão de criar uma nova religião, ele se apresentava como profeta de uma religião antiga ligada a Abraão que o cristianismo e o judaísmo haviam falsificado. Um profeta é um homem capaz de profetizar, ou seja, prever o futuro, e Maomé previa uma catástrofe iminente que nunca aconteceu.
Como eu gostaria de escrever como um Leon Tolstoi, para ser claro e resoluto no que tenho a vos dizer. Não tendo aquele dom, ofereço o que tenho.
Se formos atentos ao texto precedente a esse, vemos já uma diferença fundamental entre o Islamismo e o cristianismo. O cristianismo era uma religião de mártires, a começar pelo Martírio de Jesus Cristo, seguido pelo de Santo Estevão, martirizados pelos judeus, Pedro e Paulo, martirizado pelos Romanos, e um rosário infindável de mártires que eram lançados aos leões, cozidos em tachos de azeite, decapitados, presos e mortos. A mensagem era absolutamente contraria a proposição do Islam. Maomé se propunha a uma ação, mais ao tipo de Barrabás, o guerrilheiro judeu escolhido pela nação hebraica em detrimento de Cristo. Para Maomé, a espada era a chave do céu, e sua plêiade de seguidores acima de tudo guerreiros. Alguém poderá dizer esses cristãos eram uns fracos, o que não é verdade, é preciso muita coragem para morrer em nome da paz, do que matar em nome dela. Porém essa atitude, não desobrigava ao cristão a lutar seja para defender a própria vida, seja para defender seus ideais, como veremos a posterior ao estudarmos as Cruzadas. Se Maomé tivesse tido a oportunidade de ler os Evangelhos, outras seriam as suas conclusões, outras seriam as suas atitudes, e Jesus Cristo, para ele não seria um profeta menor, a serviço da falsificação das antigas tradições... Imaginem se Maomé tivesse lido o que vou transcrever: Lucas 24,35-48. “Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse:” A paz esteja convosco!”
Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. Mas Jesus disse: Porque estais preocupados e porque tendes duvidas no coração?
Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho. E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. (...) Então Jesus disse: Tendes aqui alguma coisa para comer? Deram- lhe um pedaço de peixe assado.
Ele o tomou e comeu diante deles.
Depois disse-lhes: Foi dessas coisas que lhes falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprissem tudo o que esta escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, e lhes disse: Assim esta escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia.
A Ressurreição e a segurança da existência da vida espiritual, único caminho para a paz diante das flagrantes injustiças humanas, fruto dos pecados dos homens, que tem gerado na história da humanidade tantas Guerras, sendo elas também grandes injustiças que exterminam vidas inocentes aos milhares.
O Islam. propunha a submissão pelas armas.
Depois da morte de Maomé, os sucessores (califas= lugar tenente) chefiaram expedições conquistadoras e predatórias a países vizinhos em primeiro lugar (coisa que Maomé não fizera) e depois a países distantes da Arábia.
Esse avanço bélico (vejam que o Cristianismo não se armou nos oito primeiros séculos, os Romanos, belicistas e militaristas é que vieram ao encontro do cristianismo, e a conversão de alguns imperadores, e através dele a conversão de seus povos, fez o nome de cristãos estarem ligados a missões militares imperiais agora ditas cristãs, mas não foi essa a mensagem do Senhor Jesus, por exemplo: Ao prenderem Jesus Cristo, Pedro saca da espada e corta a orelha a Malcolm, Jesus milagrosamente restituiu a orelha a Malcolm, e manda Pedro guardar a espada, nos deixando nas entrelinhas a seguinte e clara mensagem: não converteremos pela espada, mas pela palavra, Malcolm precisaria ouvir, ler as Sagradas Palavras do Mestre da Paz.
Mas os seguidores dos califas, já não pensavam assim: O Califa Abu Bekr (632 -34) e Omar (634-44) conquistaram a Palestina, a Siria, o Egito e a Pérsia. Assim os patriarcados de Antioquia (637), Jerusalém (638) e Alexandria Ficaram sob a dominação muçulmana. Tornou-se instável e impraticável a condição de cristãos e judeus que habitavam aquelas terras, e tal situação prolongada nos tempos explicará o surto das cruzadas na Idade Média. Deve-se assinalar que as divisões heréticas do cristianismo colaboraram conscientemente com a invasão muçulmana, pois no Egito, por exemplo, os monofisistas chegaram a saudar a chegada doas tropas islâmicas que os livrariam da autoridade de Bizâncio, e quiçá tenham algo a ver com o incêndio da Biblioteca de Alexandria queimada pelos muçulmanos. Já o califa Othman (644- 56) mandou invadir também a Armênia, o Chipre e também Cartago no Norte da África. Cartago grande centro cristão caiu nas mãos muçulmanas em 698 e assim as tropas foram avançando para o ocidente africano ate Marrocos, e dali invadiram atravessando este estreito do Mediterrâneo a Espanha de Sul a Norte chegando a Pointers na França; Por outro lado, no outro lado do Mediterrâneo, Constantinopla sofria intenso cerco nos anos 717-18, mas resistiu. Então em 750 ate 1258, o califado muçulmano estabeleceu sua sede do Império Califado em Bagdá.
Um autor nos diz: “O ideal de uma teocracia muçulmana (como também acontece no Sionismo) ate hoje é muito viva; preconizam um Império terrestre regido pelo poder religioso, tenha se em vista o que ocorre hoje no Irã e Paquistão. Este império terrestre para expandir-se ou defender-se conta com cidadãos belicosos, pois a Ben aventurança terrestre é prometida não aos pacíficos, mas aqueles que morrem na Guerra Santa. No passado como hoje, em tais condições torna-se instável a sobrevivência dos cristãos e, mais ainda, a expansão missionária dos cristãos.
Nos próximos textos, falaremos no mundo analfabeto: cristãos, judeus, muçulmanos e demais povos. Falaremos do Império do Islam.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Islam e a Igreja.

O islamismo e a Igreja.
Estamos ainda na idade antiga da História da Igreja que termina em 692. Se hoje, como os cabelos brancos eu ainda titubeio na fé em que fui criado, e ainda me espanto com tantas coisas desconhecidas para mim, não seria diferente, e digo mais, será possivelmente muito mais difícil descrever a fé alheia.
Todavia não posso me fazer um democrata em termos de fé, pois estou convencido da Divindade de Jesus Cristo, filho único de Deus, portanto, quer eu queira quer não, parto dessa verdade, e dessa verdade, vejo as outras religiões como menores.
Todavia devo admitir que não conheça suficiente as fés (sim fés, pois são muitas) alheias, ao ponto de sentir-me seguro numa descrição perfeita, por isso vou ater- me aos autores que a estudaram, sempre em relação ao cristianismo. Não me interessa as outras fés, naquilo que não diga respeito às semelhanças e contradições com a Verdade Cristã.
Posto isso, quero ressaltar algo mais. Embora o cristianismo tenha origem no seio do povo judeu, os judeus jamais deixaram de combatê-lo, caluniá-lo ou difamá-lo. E o fizeram em alguns momentos no seio da própria Igreja. Eu intuo uma tese, que no futuro certamente será revelada, e que deveria ser estudada pelo islamismo, que é a mão judaica por detrás do fenômeno do Islam. Minoritários os judeus, astutos como são, precisavam dos primos semitas árabes da descendência de Ismael, para a libertação de Jerusalém. Como sempre a providência, conforme o texto Bíblico impediu que os planos judeus se realizassem, e o Islamismo lhes fugiu do controle, a ponto de Omar construir a celebre mesquita sobre o intocável templo destruído de Salomon. Mas eu não tenho dados seguros para desenvolver a tese, embora muitos autores afirmem que a esposa mais velha de Maomé (Khadija), e sua prima, fossem judias, e a quem atribuem à redação do Al-Korão, o livro por excelência do Islam.
Negromonte em sua história da Igreja afirma que Maomé era analfabeto, isso não me espanta, pois Jesus também, por nada ter deixado escrito, foi caluniado como analfabeto, embora saibamos pelos Evangelhos que ele lia nas sinagogas e escrevia no chão, como podemos ler no caso da lapidação da mulher adultera. Quanto a Maomé, desconheço sua historia a ponto de acusá-lo ou defende-lo.
Sabe-se, todavia que ele jamais leu o Evangelho, e tendo nascido em 571, a Igreja como vimos já havia andado um bocado, sofrido com os bárbaros, coma as Heresias, e com a divisão do Império, e o Cesaropapismo, que via geral fazia do Cristianismo no Oriente uma teocracia tão forte ou igual ao Islamismo que é uma religião de Estado. Muitos autores (só li três) procuram abrandar as perseguições islâmicas ou muçulmanas (como também é correto dizer) aos cristãos, mas o ataque ao Império Bizantino era como já pudemos ver ataque ao cristianismo, embora não fosse um ataque direto a Igreja de Roma. O exemplo claro da tomada da Sé Oriental, a catedral de Santa Sofia em Constantinopla para ter se tornado, desde então, uma mesquita ate os nossos dias, é uma comprovação flagrante de que a intenção era ocupar e acabar como o Cristianismo, seus templos, e escrituras. Do mesmo modo o incêndio criminoso da Biblioteca de Alexandria, nos mostra claramente e sem possibilidade de argumentação favorável, a intenção clara e insofismável de destruir a memória da cultura cristã. Lá estavam guardados preciosos manuscritos dos tempos iniciais da Igreja, sobremodo os documentos da escola de Alexandria. Esses fatos, e a revelação do Arcanjo Gabriel, é que me fazem intuir a mão judia por detrás dos fatos religiosos, a fim de obter numerosos braços armados, para a libertação de Jerusalém. Mas isso é apenas uma hipótese.
Para começar, dizem os estudiosos que Maomé em companhia de seu tio, viajava nas caravanas comerciais, tornado-se comerciante e digamos militar (guerreiro). Teria tido contacto como cristão monofisistas (heréticos como já estudamos) e judeus. Ao principio, educado no Sabaísmo, religião árabe bem antiga, ligada a astrologia, a adoração de pedras e ao culto aos astros, evoluiu para idéias próprias professando o monoteísmo, ao modo judeu, jamais concebeu a possibilidade da encarnação do Verbo. Suas idéias monoteístas levaram os Koreischitas, que ganhavam muito "dinheiro" com os ídolos do Sabaísmo, a persegui-lo duramente, forçando-o a fugir para a cidade de Yatreb, que desde então passou a chamar-se Medina-el-Nabi (cidade do profeta). Os historiadores do Islam. chamam essa fuga de “Hegira”, (Hidjra) e desse evento, como nós contamos a partir do nascimento de Cristo, passam a contar os anos da era muçulmana (622). Com seus seguidores começam a atacar as caravanas de mercadores cujas rotas tão bem conheciam e enriquecem e se armam, depois atacam Meca (629), para acabar como os infiéis que lá viviam, e assim, dizem os estudiosos, começa em embrião a doutrina da Guerra Santa (contra irmãos de sangue), e obrigação do muçulmano. Lá tomou a Caába donde removeu os ídolos, mas permaneceu a grande pedra do Sabaísmo. Em apenas dois anos domina toda a Arábia. Por meio de guerras dilata o seu poder, num flagrante contraste a doutrina de Cristo. Todavia morre em 632. Como vemos o campo de ação de Maomé foi restrita a Arábia. Sua obra ao morrer já despertara o nacionalismo religioso Árabe, submissos, desde sua origem por serem filhos de Agar (escrava) e Abraão. Os sucessores de Maomé, chamados califas já podiam se lançar á conquista de numerosas nações estrangeiras. Aparentemente começam pela Siria ao Norte e ao Sul pela Pérsia. (vou confirmar se assim foi). Devemos lembra que vivíamos num mundo de analfabetos, assim o Corão (Al Korão) ou recitação, era lido, como no mais acontecia também com judeus e cristãos, onde as escrituras eram lidas pelos acólitos e ouvidas pelas assembléias. Assim havia também a Sunna, ou seja, a tradição oral, recitada pelos iletrados, enfim por todos. Apalavra Islam. quer dizer abandono à vontade de Deus, nisso se assemelha ao Cristianismo, porém faltando-lhes a Graça, essa vontade é dos califas. Continuaremos o assunto em outros textos nesse Blog.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Carta aos meus leitores.

Para que não fique uma falsa idéia.
É possível que você imagine que minha cabeça seja um computador de ultima geração, e que tenho os textos dos oito diferentes blogs que mantenho na ponta da língua. Vou dizer algo a meu respeito para que você não faça uma falsa idéia sobre a minha pessoa.
Nunca fui aluno dos mais aplicados, sou formado em Psicologia com especialização clínica, licenciado em Filosofia, e estudei em Curitiba com os Padres Claretianos no Curso Superior de Teologia, ligado a Universidade Católica onde cursei apenas um ano.
Os textos que disponibilizo no Blog são fruto de uma longa vivência, muita pesquisa, e muito trabalho. Alguns levaram dias para ser concluído na pesquisa e na solidificação da idéia, outro são amadurecidos nas gavetas longos anos, outros, eu fundamento superficialmente em pesquisas na Internet ou os faço de afogadilho. Todavia o que eu tenho de real é uma ótima biblioteca, onde posso me suportar em documentos antigos, o mais antigo que possuo é de 1730. E disponho de excelentes bibliotecas publicas em minha cidade. Nem sempre tenho cuidado na redação. Vejam a vantagem das tradições familiares, possuo livros dos meus bisavós, e alguns são verdadeiramente raros, o que significa que não vivemos apenas para nós mesmos, como se quer hoje, mas deixamos os nosso registros e experiência para nossos filhos e netos.
Tudo o que escrevo é pensado em meus herdeiros.
Tenho trabalhado duro para colher alguns frutos pessoais e compartilho com vocês aquilo que vou achando interessante. Meu esforço é legitimo e sincero, tenho dificuldades e lacunas graves na minha formação pessoal, mas como as cãs (cabelos brancos) já tomaram a minha cabeça, não me cabe lamentar, mas apenas trabalhar, fazendo o melhor que posso com o que tenho, e ofertando o que tenho para você que se dignou a ler o fruto de meu trabalho. Claro que tenho aprendido muito, e muito ainda haverei de apreender, mas não é isso que importa, pois o conhecimento humano, diante do desconhecido humano é ínfimo, portanto o que importa é que faço esses textos quase sempre com amor, amor a Deus e ao próximo, amor aos meus pais, avós, bisavós, trisavós e todos os que sofreram a vida e a viabilizaram ao ponto de eu estar aqui escrevendo para vocês. No inicio de tudo Deus, meu criador.
Sinceramente não sei se vocês gostam ou não. Continuo escrevendo, e me surpreendo cada vez que um leitor estrangeiro me manda um comentário ou critica. Hoje já temos leitores em 129 cidades brasileiras 34 países. Isso me encanta, nunca esperei tanto.
Atenciosamente, o meu muito obrigado, aos que voltaram, e aos que não voltaram aos meus Blogs. Sei que é difícil competir diante de tanta coisa interessante que há na Internet, mas a minha simplicidade tem tido alguma aceitação, afinal o trabalho humano é isso: cooperação.
Não apenas cooperação com o próximo, mas cooperação com a Providência Divina, num esforço moral para cumprir os Mandamentos do Amor.
O meu respeito aos meus leitores.
Os votos sinceros de uma Internet mais séria e mais moral.

Monaquismo III.

Monaquismo III (Últimas palavras).
Não podíamos deixar de dizer alguma coisa sobre essas três personalidades fundadoras de cenóbios no Ocidente Cristão.
São Martinho nasceu em 316 na Panômia, hoje Hungria, foi batizado aos 18 anos e tornou-se eremita em Ligugé (França). Carismático e severo foi ordenado bispo em 371 empenhou-se na difusão do monaquismo, ficando ele próprio, ainda que investido das funções de bispo fiel ao seu ideal monárquico. Tornou-se após sua morte o santo preferido dos francos e seu tumulo em tours foi o maior atrativo de peregrinos na Idade Media. Era tradição dos reis francos a conservação de seu manto. Pode-se se ler (eu nunca li) a vida de são Martinho na obra de Sulpicio Severo escrita por volta do ano 400. Essa obra e a vida exemplar do Santo serviram para fomentar o ideal monacal em gerações que os sucederam.
Santo Agostinho, o africano, todos já conhecem. Dizem que mesmo antes de se converter ele já havia se proposto a viver uma vida cenobítica afastada das preocupações materiais, e uma vez convertido em Milão Itália, volta à África para formar um monastério em Tagaste. Da carta 121 de santo Agostinho se originou a regra Agostiniana. Conta-se que certos monges de Hadrumentum ( no norte da África) não queriam trabalhar para dedicar-se totalmente a oração, então o Santo escreveu um opúsculo “ De opere monachorum” que se apoiava nos dizeres de São Paulo 2Ts 3,10: “quem não quer trabalhar também não coma”.
São Bento de Núrsia.
Conhecido como o patriarca dos monges ocidentais (por alguns autores), nasceu em 480 na cidade de Núrsia na Itália. Culto embora de família nobre, retirou-se para os montes Sabinos (Subiaco) onde levou vida eremítica. Aos poucos, descoberto por discípulos, fundou com eles doze mosteiros na região de Vicevaro. Deixou essa obra para residir em Monte Cassino em 529 onde fundou o mosteiro berço da Ordem Beneditina. Foi ai que escreveu sua Regra.
São Columbano.
Monge irlandês que em 590 emigrou para o mosteiro Bangor na Irlanda do Norte, e como seus companheiros exerceu suas missões no território da Gália. A regra de São Columbano prescrevia rigorosos exercícios de mortificação, cujas faltas eram punidas com pernas corporais. Tal Regra teve grande prestígio entre os francos.
wallacereq@gmail.com
OBS: texto retirado do Curso de História da Igreja da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Embrião das escolas formais.

O Monaquismo II.
Como já vimos, o monaquismo é um estilo de vida cristã austera e afastada do mundo. A Igreja, e não se pode esconder, e quem quiser pesquisar, haverá de debruçar-se sobre essa verdade: O Monaquismo foi um fecundo foco de vida espiritual, de estudo da teologia e de cultura geral, e por influencia da Igreja em todo o mundo. Mesmo hoje quando o mundo mais uma vez convulsiona os Mosteiros, são como que resistências, que não se dobram, ou não deveriam se dobrar aos modismos do mundo.
Como vimos, o modelo monaquista, veio de comunidades pré cristãs, do budismo, do hinduísmo, de comunidades semitas e egípcias. Mas foi com o cristianismo, que essa modalidade de vida expandiu e influenciou gerações.
No Oriente Cristão, berço do monaquismo, essa modalidade de vida se expandiu nos desertos do Egito, da Palestina, da Siria, da Mesopotâmia. Concomitantemente surgiam os mosteiros femininos que tinham sua raiz especial na pratica de consagrar a virgindade ao Senhor mediante votos públicos ou privados de castidade como podemos conferir em primeira Coríntios 7,37s. Escritores dos séculos III e IV atestam essa pratica antiga no seio das comunidades cristãs. Testemunhos disso nos dão Tertuliano (220), São Cipriano (258), Metódio de Olimpio (311) e Santo Ambrosio (397). São Pacômio, já estudado no texto anterior, chegou a fundar dois mosteiros femininos. Em alguns casos, contam alguns autores, os mosteiros eram masculinos e femininos, separados, ou melhor, ligados pela Igreja, ou capela conventual. O Concilio de Agde (Gália) em 508 proibiu esse tipo de monastério, e o concilio de Nicéia II(782) proibiu a fundação de novos mosteiros nessa configuração. Os séculos mostraram à prudência cristã, que esse convívio estreito minava o fundamento da virgindade consagrada, muito provavelmente.
O Texto base nos diz que o grande legislador do monaquismo no Oriente Cristão, foi São Basílio Magno, que tendo visitado os monges da Siria, Palestina, Egito e Mesopotâmia, entregou-se a vida monacal na Ásia Menor. Nesse retiro escreveu duas regras cenobíticas. São Basílio procurou fundir o ideal dos antigos monges de entregarem-se a providência, e com ela dialogar, com o gênio da cultura helenista e romana. Hoje no Paraná Brasil existe a Ordem dos monges basilianos.
Todavia em certas regiões desenvolveu-se uma forma mista de monaquismo eremítica mesclado ao cenobitico (como já foi explicado no texto anterior), onde os monges viviam em colônias chamadas “lauras” sob o comando de um Abade, mas ocupando habitações distintas um dos outros.
A historia registra a presença de eremitas no Ocidente Cristão nas ilhas do Mediterrâneo, na Itália e na Gália. Os autores de modo geral atribuem ao surto de vida monacal no Ocidente Cristão ao livro de Santo Atanásio que divulgou a vida heróica de Santo Antão. Porém outros acham que o senso pratico e agitado dos ocidentais os fizeram optar pela vida cenobítica. Grandes mestres da espiritualidade como Santo Ambrósio (397); São Jerônimo (420); Santo Agostinho (430) e São Paulino de Nola (431) (anos de suas mortes) fizeram a apologética da vida monacal contra inimigos dessa modalidade de vida cristã, como Elvidio, Joviniano e Vigilâncio, por exemplo: Joviano fora rigoroso monge no Oriente Cristão, mas ao final do século IV veio a Roma, pregar uma novidade tão ao gosto dos modernos cristãos, ou seja, uma vez batizado o homem já não pode pecar, portanto não precisa de ascese (controle moral), mas podem satisfazer todos os seus apetites e impulsos naturais: levando a ele e seus discípulos a uma conduta licenciosa. Em Joviano renascia algo do gnosticismo do segundo século, porém o Papa São Cirilo o excomungou.
Quem queira aprofundar o entendimento sobre a vida monacal do Ocidente Cristão deve recorrer a São Martinho de Tours; Santo Agostinho (o africano), São Bento de Nurcia (O italiano) e Santo Columbano.
A atividade dos eremitas perdurou até a Idade Média no Ocidente e ate os nossos dias no Oriente nos diz Humberto Porto. Os mosteiros com o tempo tornaram-se escolas de saber para o povo (escolas monacais) e também colégios de preparação para o sacerdócio. O modelo Beneditino ganhou destaque. Nos séculos mosteiros femininos e masculinos são criados em grande numero em todas as partes. À par dos beneditinos, com regras mais severas e organização hierárquica surgiram através dos tempos os cluniacenses (910), os cônegos regulares agostinianos (1060); os cartuxos (1084), os cistercienses (1098), os premonstratenses (1120) e os gilbertinos em 1149. As cruzadas dariam origem às ordens de Cavalaria. Seguiram-se as ordens franciscanas mendicantes (1208), os dominicanos em (1215), os carmelitas (1210) e os ermitões agostinianos (1256). Mais recentes são as ordens dos capuchinhos, carmelitas descalços, trapistas e maurinos. Depois vieram as ordens de clérigos (padres) regulares com votos de monge. Os teatinos em 1524; os banabistas em 1530; os jesuítas em 1540; os passionistas em 1741 e os redentoristas em 1732. Com a revolução francesa os mosteiros foram destruídos na França e em suas colônias e reconstruídos após a Concordata. Também no México eles foram destruídos (1857) e novamente na França em 1903. A América do Sul propiciou um novo surto de mosteiros (monacais), mas também aqui foram perseguidos e expulsos ( Jesuitas).
Resta-nos dizer que sob a regra do Ora et labora ( ora e trabalha) os beneditinos aos poucos foram se firmando como co-responsáveis em grande parte pela conversão dos anglo-saxões e outros povos germânicos ( Inglaterra, Bélgica,Holanda, Norte da Alemanha... ensinado aos povos bárbaros que viviam em torno dos mosteiros os princípios da cultura cristã). Com as escolas “monasteriais” ensinavam os jovens e adolescentes as ciências e a formação moral cristã. Foram também eles os ”copistas” que salvaram da ruína a cultura clássica que passaram às nossas gerações vindouras. Pode-se também dizer que essa foi a grande obra cultural dos Monges, sem a qual o mundo que conhecemos não seria como é, teríamos perdido praticamente todo o conhecimento anterior ao século VI. A atividade intelectual dos mosteiros de São Bento era dita “ lecto divina”, a leitura diária e meditada do Santo Evangelho.
Resta ainda São Columbano (irlandês) que na Gália fundou Luxeuil mosteiro “penitencial” preferido dos francos.

Que são mosteiros?

O monaquismo Cristão. (não confundir com monarquismo, governo de).
Monachós é palavra de origem grega que se traduz por: aquele que esta só. Assim monaquismo designa a forma cristã de vida totalmente consagrada a Deus, no retiro, no silencio, na oração, na penitencia expiatória e no trabalho. Cenobita, é palavra que se origina de Koinobios, ou seja, koinos (comum) e bio (vida) , portanto vida em comum, donde um cenobita era quem vivia em comum, esse tipo de vida religiosa, em uma casa comum, em grego chamou-se Monastérion de onde vem a palavra portuguesa monastério. A modalidade de vida em comum por motivo religioso não é uma invenção do cristianismo, e houve no registro da história muitas comunidades monásticas pré-cristãs. Na Índia, na China, na Palestina entre hebreus os essênios, no Egito os terapeutas e os neoplatônicos. Ainda não pesquisei mais a fundo esses cenóbios não cristãos. Todavia o texto da MC nos diz que o monaquismo cristão tem fundamentos imediatos nos evangelhos, onde o Senhor Jesus aconselha a deixar tudo e segui-lo incondicionalmente; ver Lc 9,57-62;Mt 19,16-22; 1º Cor7-8s; pode-se deduzir em São Paulo em 1º Cor 7 que já nas primeiras décadas do Cristianismo havia homens e mulheres que se abstinham do casamento para poder consagrar-se plenamente ao reino de Deus (todos leigos). O mesmo texto nos diz que ao chegarmos ao século III essa modalidade de vida cenobítica e ascética ( penitencial) tomou preferencialmente a forma eremítica; os cristãos retiravam-se para o deserto, inspirados pelo modelo e fama de Santo Antão ( 251-356).A diferença é radical e assinalável. Eremitério vem do grego éramos= deserto (ermo), ou seja, lugar desabitado e por conseqüência de vida solitária. Muitos autores chamam os eremitas de anacoretas, cuja palavra deriva de aná do grego ( para traz) e choréo, também do grego ( correr, caminhar) cujo significado é andar para traz, ou retira-se da vida social.
Santo Antão é por muitos considerado o Patriarca da vida monáquica, ou seja, da vida isolada, afastada, solitária. Retirou-se para o deserto do Egito, e lá desenvolveu sua mística. A vida desse eremita foi escrita no século IV por Santo Atanásio, influenciando as gerações de eremitas posteriores. Deve-se lembrar que os eremitas e os cenobitas eram leigos que viviam em silêncio e trabalhavam duro pela sua sobrevivência em lugares desertos, ou isolados. Alguns eremitas fizeram história pelas suas atitudes radicais, como São Simão (459) que passou 30 anos sobre uma rocha. Havia com o passar dos anos os “reclusos” que ficavam fechados em uma cela estreita por muitos anos, ou para sempre. Os "pascolantes" que vagueavam pelos campos comendo ervas; os giróvagos que passavam de mosteiros a mosteiros lá ficando uns poucos dias e os “sarabaitas” que viviam em dois ou três em uma cela sem superior ou regra. Essas vidas desenvolveram uma mística de relacionamento direto com a vida espiritual.
Como vimos paralelamente a essas incomuns atitudes de homens e mulheres, desenvolviam-se os cenóbios, ou vidas de leigos em comunidades, onde células sociais controladas exercitavam a doutrina cristã em comunidades enfrentando todas as agruras do convívio social intimo. São Pacômio morto em 346, foi o primeiro organizador da vida cenobítica que ele percebeu ser de necessária realidade uma regra e uma liderança, ao qual deu o nome de Abade ( aba= homem) pai. Assim a partir de São Pacômio os monges leigos tinham uma regra sobre a alimentação, a oração, o vestir-se, o trabalho, e no estudo do Evangelho. Foi a casa dos cenobitas cristãos que tomou o nome monastério, do grego monastérion. O primeiro mosteiro sob regra data de 320, e foi fundado por São Pacômio ao sul do Cairo em Tabenesi. Ate o inicio da Idade Media os monges eram leigos, assistidos por sacerdotes conforma as necessidades. Na Idade Média, nos diz o texto M. Ecclesiae se difundiu o costume de conferir o presbiteráto aos monges, pois para o fundador do primeiro Cenóbio sob regras, se proibia a ordenação para não suscitar o desejo de honra ou projeção.
Dos “padres dos desertos”, também leigos, guardam-se ate hoje seus escritos e dizeres chamados “Apoftemas”, cuja leitura (que eu nunca fiz), dizem, nos revela a sabedoria incomum, o conhecimento da alma humana e o heroísmo desses homens que se isolaram nos desertos por amor a Cristo e ao cristianismo espiritualizado.
wallacereq@gmail.com.

domingo, 19 de abril de 2009

Pelagianismo e semipelagianismo, texto II.

Semipelagianismo. ( Texto II, continuação de heresias XI)
Com esse texto difícil estamos quase encerrando o capitulo da história antiga da Igreja que diz respeito às grandes heresias. Aconselho a quem se interessar, antes de qualquer juízo, consultar os textos de Santo Agostinho, disponíveis em varias coleções editadas antes dos anos 1950. Pois muita interpretação se fez e se faz sobre os mesmos, o que dificulta saber o que Santo Agostinho queria dizer com predestinação. Devemos nos lembrar, no entanto, que a Igreja o declara Santo, ou homem que viveu as virtudes em grau heróico, depois, é claro, de examinar seus escritos e declará-los sem erro doutrinário. Portanto, ao analisarmos os textos do Santo Mestre, haveremos de partir desse pressuposto, e não o da desconfiança.
Santo Agostinho em suma, declarava o seguinte: 1) todos aqueles que se salvam, salvam-se porque Deus quer; 2) Deus quer salvar homens de todas as categorias (reis, nobres, plebeus, iletrados, etc.); 3) Deus nos leva a querer que todos os homens se salvem.
Ao Sul da Gália (Marselha e Lerins) o abade João Cassiano de São Vitor, resistiu à tese da predestinação de Santo Agostinho, e procurou um caminho mais flexível. A interpretação de João Cassiano acusava a predestinação de Santo Agostinho de fatalismo, propondo que Deus salva apenas aqueles que possuem méritos para isso. Essa doutrina, do mérito, redundou em outro erro condenado pela Igreja, o Molinismo, assim chamada porque o Monge Luis de Molina, no século XVI a reavivou.
Mas foi em Marselha que o Semipelagianismo começou e findou. O erro teológico, ou como se diz a heresia dos Massilenses ( marselheses), consistia no seguinte: o initium fidei, ou o primeiro passo para a salvação do homem vem do homem só; a graça de Deus o levará adiante, todavia ousavam ainda mais... ; não haveria a necessidade do dom da perseverança final para conseguir a salvação eterna. Esse em síntese a doutrina que no século XVI foi chamada de Semipelagianismo (prestem atenção o fato ocorreu no século IV e V, e o nome e classificação da Heresia ocorreu no século XVI). Ao tempo o semipelagianismo era chamado apenas doutrina dos Massilienses ( Marselheses, ou monges de Marselha).
Do lado de Santo Agostinho, alguns leigos e seus seguidores, tentaram amenizar os escritos do Mestre, que na luta contra os Marselheses , desenvolveram doutrinas próprias, caso de Prospero de Aquitânea e Hilário. O mais célebre caso foi o do presbítero Lúcido, que tomando a defesa de Santo Agostinho, negou o livre arbítrio, e desenvolveu a predestinação a condenação, doutrina que não se confunde com a agostiniana e foi condenada pelos sínodos de Arles e Lião em 473.
O debate entre “ agostinianos”, ou que assim se diziam, e os massilienses, ou seguidores dos monges de Marselha, durou ainda um século, e foi derrubada por obra do Grande bispo de Arles Santo Cesário ( 543) que houvera sido monge de Lerins, mas afastou-se dos erros teológicos de seus irmãos de habito. Em junho de 529 reuniu o célebre sínodo de Orange, e se baseado em documentos vindos de Roma, condenou pelagianismo, e o massiliense (semipelagiansimo) e propôs o agostianismo, ou seja:
Afirmou a incapacidade natural do homem para realizar o bem sobrenatural ou conseguir a salvação eterna; a absoluta gratuidade da Graça (que por ninguém pode ser merecida); a necessidade da Graça para o inicio da salvação e para a perseverança final.
Santo Cesário pediu a Santa Sé à confirmação dos Cânones de Orange obtendo-a da parte do Papa Bonifacio II (530-32). Um dos manuscritos dos Cânones de Orange termina assim: “Eis por que todo aquele que, a respeito da graça e do livre arbítrio, acreditar diversamente daquilo que a autoridade papal e este sínodo estabeleceram, saiba que se coloca em contradição com a Sé Romana e como toda a igreja no mundo inteiro”.
Como vimos no texto anterior, Santo Agostinho combatendo as idéias de Pelágio, desenvolveu a doutrina da Graça e o primado da Graça e da ação de Deus na salvação do Homem. Isto lhe valeu na Igreja Universal o titulo de Doutor da Graça.
A teoria da “massa perditionis”: Após o pecado original, dos primeiros pais, todo o gênero humano vem a ser uma massa condenada. Ninguém pode por si escapar da condenação acarretada por Adão sobre o gênero Humano. (hoje massivamente se nega a existência histórica de Adão, pelo evolucionismo, não apenas para reescrever a história bíblica da origem do homem, mas para negar a culpa de um homem, posto que não existisse, e assim negar a transmissão dessa culpa aos demais homens. Não tendo culpa original o homem, ele é destinado à salvação pela sua inocência). Acontece, porém, que Deus, em sua insondável Misericórdia e prescindindo do mérito dos homens querem retirar alguns (muitos serão chamados e poucos os escolhidos) do estado de condenação, levando-os a gloria final; os restantes são deixados na perdição que lhes é devida por justiça. A esses escolhidos, Deus confere a graça eficaz e o dom da perseverança final para que se salvem realmente.
“Algum se opõe com um trecho de São Paulo em Timóteo: Deus quer que todos os homens se salvem”, mas igualmente podereis encontrar outro trecho que diz: “Muitos serão os chamados (dentre esses homens que Deus quer salvar), mas poucos serão os escolhidos”, de modo que não há contradição entre a doutrina da predestinação de Santo Agostinho, com a doutrina oficial da Igreja no século XXI.
“Que ninguém se glorie do que ele parece ter, como se não fosse um dom recebido; O homem não cumpre nenhum bem que Deus não lhe dê os meios de cumprir; O homem só tem de seu, mentira e pecado, se o homem tem uma parte de verdade e justiça, ela provém da fonte que devemos beber nesse árido deserto; Os homens executam sua vontade própria quando fazem o que Deus não quer; mas, quando cumprem a vontade de Deus, embora aja voluntariamente, isto se deve ao querer daquele que prepara e dispõe a vontade dos homens”
Sugiro que o leitor recorra aos escritos.

sábado, 11 de abril de 2009

Estas coisas que se quer esconder... é preciso mostrar.

Estas coisas não poderão esconder, nem as negar.
O Papado à frente da Europa.
Qualquer líder religioso seja ele um pastor evangélico, um sacerdote católico, um brâmane, saberá reconhecer o papel da hierarquia. Assim a sociedade como um todo, e os exércitos, também se organizam em hierarquias, como um reflexo da hierarquia intrínseca do corpo e mentes humanas.
Assim posto, eu poderia fazer um esforço para recapitular, não pela ótica religiosa cristã, mas pela ótica dos historiadores leigos esse largo período que já estudamos. Todavia não será necessário, todos já compreenderam que Roma teria se extinguido não fosse o fato de a Cátedra de Pedro lá estar bem fundeada e estabelecida. No mundo antigo, não podemos falar em racismo, mas apenas em uso da força. Muitas eram as línguas, muitos os costumes, muitas as crenças, e se nós cristãos tiráramos os óculos da inveja, as lentes da calunia, veremos que já na antiguidade cristã, a autoridade do apostolo Pedro, instituído cabeça, ou príncipe dos apóstolos pelo próprio Cristo, se espalhava pelo mundo cristão segundo a hierarquia sucessória e administrativa do reino de Deus na Terra. Já naquele tempo, não se pode negar, os Papas eram árbitros entre reinos, povos e principalmente nas questões religiosas. No inicio da Idade Media, Roma de Pedro, aparece como embrião de uma ONU, pois estava e se firmava como arbitro do mundo dito civilizado. Assim Negromonte, em sua história da Igreja nos deixa esse texto: “ Se o primado do Papa o colocava como a primeira autoridade espiritual da Europa, os acontecimentos sócio políticos fizeram dele o árbitro do mundo na Idade Média.
Pois essa verdade deve ser bem considerada pelos inimigos da unidade da Igreja. Na degradação do Império Ocidental, como risco para o cristianismo foi a Igreja a única força que ficou de pé. Em Roma foi o Papa que salvou a Cidade, na invasão dos bárbaros. Com a transferência de poder imperial para Bizâncio, Roma ficou como que abandonada. Foi o Papado que recuperou seus monumentos, que alimentou o povo em dias difíceis, que pagou resgates pela tranqüilidade dos romanos, que administrou a Cidade quando os imperadores a abandonaram. Diz Negromonte: O titulo de “Defensor Civitatis”, como seus poderes jurídicos e administrativos só lhe veio quando o papado já exercia de fato essas funções, por força das duras circunstancias.
Ao Papa recorrem os oprimidos e injustiçados de toda a Europa. Sua força moral registra a história universal, detém os despotismos e faz reconhecer o direito de povos fracos. Torna invioláveis os templos, onde se abrigam intocáveis os perseguidos. Cria a chamada “Trégua de Deus” para a tranqüilidade de enormes populações que as guerras flagelavam. Atrai a confiança universal. Ainda que desarmado, o papado restaura a ordem jurídica e moral violada pela força.
Não só os indivíduos, mas também os povos apelavam ao papado, que resolvia e mediava questões políticas nacionais e internacionais, como uma autoridade que jamais gozou qualquer outra organização internacional, nem mesmo a ONU teve ou terá tamanha autoridade e capilaridade histriônica. Estando a sociedade profundamente vinculada ao cristianismo pela sua formação cristã, era muito estreita a vinculação entre o poder civil e religioso no seu aspecto moral, assim as leis da Igreja eram respeitadas no foro jurídico da sociedade civil, não raras vezes os decretos eclesiais eram considerados leis civis de alcance universal. Assim não podemos negar que nos momentos mais furiosos da história, como na invasão dos bárbaros, na invasão muçulmana ou no furor dos albigenses, é o papado que salva a civilização cristã.
No terreno social, podemos dizer que o papado amenizou os costumes bárbaros. Protege os escravos (povos submetidos pela força) eliminando o direito que se atribuíam os senhores de vida e morte sobre seus escravos (e não eram escravos negros, mas oriundos de todos os rincões do mundo conhecido. O Papado declarava legitimo o casamento dos escravos impedia que marido e mulher e seus filhos fossem separados pela venda nos leilões, e lhes pagava o resgate quando se convertiam como nos ensina o evangelho em Paulo no caso de Dídimo. È sobre a suprema autoridade do papado que os mosteiros e igrejas são obrigados a manter uma escola formal (as primeiras existentes no mundo), as chamadas escolas Catedralicias ou monacais para atender os filhos do povo. È pelo Papado que se erguem as primeiras instituições ou obras de assistência social na Europa, e as primeiras universidades do Mundo (século XI). É o papado que como mecenas, dá desenvolvimento as artes, a literatura a arquitetura, e que se fundam as associações de trabalhadores, que destruídas pela revolução Francesa, ainda inspiram cooperativas e sindicatos pelo mundo moderno e hodierno.
Na verdade, meus caros amigos e leitores, a Idade Media que nós iremos estudar de aqui para frente, foi a Idade de Ouro da Humanidade, como defeitos tão graves como os de nossos dias hoje, e que o futuro nos apontará e condenará. Uma idade caluniada, não por que atrasou a humanidade, o que é falso, mas porque realizou as bases de uma sociedade cristã e católica (universal). O cristianismo era base e fundamento para todas as relações internacionais, e a Igreja mostrava-se como árbitro do mundo. Foi preciso caluniá-la ao extremo para poder se criar a Liga das Nações, e posteriormente a ONU, que jamais a substituiu, pois carece de proteção divina e alcance moral e teológico. Daí tamanha carga de ataques, ataques sobre fatos, que se minimizam diante das atrocidades cometidas pelo mundo pagão contemporâneo, onde a violência se pratica com a força de guerras mundiais e da bomba atômica. Hoje vemos a ausência de ideais claros, de metas para a juventude, de sentido para a vida, de ilusões de um sistema comercial perverso, que tem produzido escravos como nunca em tempo algum houve em toda a História da humanidade, são os escravos ditos “livres” acorrentados pelas necessidades invisíveis do mercado, do vicio e das drogas, do sofrimento intrínseco de pertencer a um mundo sem futuro, sem dignidade pessoal ou coletiva, sem fé e Deus.
Wallacereq@gmail.com.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Recado.

Quero pedir desculpas aos leitores, pois na pressa de uma viagem de última hora, diponibilizei três textos que nada tinham como o nosso Blog de História da Igreja. Deixarei disponibilizados ate o final da semana e os apagarei. ( 6/4/2009)
Wallacereq@gmail.com

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Antigos astrônomos.

Astrônomos pré-colombianos.


Tudo é curioso quando examinamos com alguma atenção. Escrevo sobre essa curiosidade sem aprofundar, pois a ciência astronômica é tão vasta quanto o número de corpos celestes espalhados pelo universo, e eu não sou especialista.
Todavia ouso.
Pré- colombiano se diz do período histórico ou pré-histórico anterior a chegada de Colombo à América. Astronomia a ciência que estuda os fenômenos celestes ou siderais, e difere da Astrologia que pretende estabelecer relações entre os fenômenos siderais com a vida e o comportamento individual. Pinturas rupestres são aqueles desenhos encontrados em rochas e cavernas, quase todos de origem muito antiga.
Folheava, desse modo, um livro sobre Cuba titulado “Into Cuba” by Barry Lewis, editora Zena, pagina 172, quando encontrei uma curiosa foto de um desenho rupestre, feito em data pré colombiana, pelos antigos e primitivos habitantes de Cuba antes da chegada dos europeus. Isso significa que tais desenhos podem ter sido feitos na sua data limite mais recente, 1492 quando Colombo chegou à América, ate datas muito primitivas nem sempre fidedignamente avaliadas .A Arqueologia é ciência dificílima.
Encontrados na ilha de Youth, localidade de Punta del Este eles representam o Sistema Solar com oito de seus planetas. Representam oito planetas, dos nove planetas conhecidos hoje;... Atentaram para o detalhe? Nosso Sistema Solar, conforme é conhecido depois de serem inventados os telescópios, possui nove planetas. Embora saibamos que os romanos e gregos conhecessem em datas muito remotas alguns destes planetas, e povos muito antigos conhecessem e elaborassem calendários segundo observações estelares, sobretudo lunares e solares, e nomeassem alguns planetas como os Incas, Maias e Astecas o fizeram na América, eu não posso deixar de dizer, e lembrar, que os modernos livros de astronomia atribuem paternidade (descoberta), e afirmam que Netuno, Urano e Plutão só foram descobertos muito depois de Colombo ter estado na América. Essa a curiosidade astronômica.
Assim, Clayde Tombaugh descobriu Plutão em 1912. Sir William Harschel que viveu entre 1738 e 1822 foi quem descobriu Urano. Joham Gottfriend que viveu entre 1812 e 1910 foi o descobridor de Netuno. Como então podiam esses primitivos astrônomos pré-colombianos conhecer oito dos nove planetas do sistema, quando ate 1750 só se conheciam seis dos nove planetas?
Boa pergunta.
Se não houver falsificação dos desenhos rupestres encontrados nas grutas cubanas temos aí mais uma curiosidade arqueológica e um novo questionamento sobre o grau de conhecimento que tinham sobre o espaço sideral os povos americanos nas suas mais antigas e primitivas idades.
Curiosidade que um especialista poderia, certamente, melhor explicar ou estudar. Além dos desenhos encontrados na ilha de Youth semelhantes esquemas solares foram encontrados em grutas de Santa Clara no mesmo arquipélago cubano.


Wallace Requião de Mello e Silva.

Segurança Publica, Cidadãos fora de controle.

Segurança pública.

Cidadãos fora de controle.

O longo processo de aprendizado pelo qual passam todos os homens, e mulheres, ao qual chamamos educação , seja a educação formal, seja a informal, é sem duvida o instrumento de controle da pessoa sobre si mesma. Coordenamos os movimentos para poder andar, mover os membros e falar. Controlamos a respiração e sutis movimentos para poder comunicar idéias , falando, gesticulando ou escrevendo. Controlamos as fezes e urina para garantir a higiene pessoal e a convivência social. Controlamos a agressividade para a cooperação, e controlamos a sexualidade para viver com responsabilidade o amor. Enfim tudo, em ordem do que é verdadeiramente humano passa pela educação (educar a ação) e, portanto, por um escopo de valores que dão um norte à vida humana. Retirados esses valores somos animais, por vezes ferozes, como muitos outros seres movidos apenas pelos instintos. Violentos, sem culpa, os animais por não terem opção. Criminosos os homens por terem opção e liberdade de escolha.
Concluímos, portanto que esses valores transmitidos, sejam pelos exemplos comportamentais, sejam pela ideologia transmitida via oral ou racional, são como podemos verificar experimentalmente, os freios e os controles da pessoa humana. São como se foram controles internos, rédias, que fazem com que o homem opte em agir ou não agir desse ou daquele modo.
Se os homens estão perdendo o controle sobre si ou o controle solidário uns sobre os outros, que entendemos como coerção social positiva, o que estamos assistindo é uma crise de valores. Não que os valores morais tenham perdido a eficácia, mas eles vêm sendo sistematicamente demolidos, negados, e refutados sempre e a partir de uma elite detentora dos meios “econômicos” e de comunicação (trocas humanas) e da educação formal (preparo e explicação da socialização racional). Com perseverança doentia esses meios e métodos corrompem demolindo os valores iniciais e fundamentais formadores da pessoa humana. Ser humano é ser socialmente adequado. É tão grave a intervenção inter-meios que os homens já temem gerar a vida por egoísmo e falsa liberdade, disfarçados em preocupação pela “felicidade” dos filhos que não devem ser gerados para não “sofrerem” a violência de suas “covardia educadora”.
Entendo aqui, que os meios de comunicação (trocas humanas) não são apenas entendidos como um conjunto de instrumentos de ampliação de expressão humana, eles são manipuladores frutos da expressão do egoísmo humano uma vez que podem educar ou deseducar as pessoas no seu convívio social. A violência se produz na comunicação em primeiro lugar. Hoje (os meios de troca) são instrumentos de uma revolução pela violência do homem contra si mesmo e contra o próximo, uma violência contra a idéia que o homem faz do certo e do errado. Na verdade uma violência contra Deus numa negação sistemática de que Deus possa ter inteligência e vontade expressa e revelável ao homem amorosamente. A mentira de que o homem é o autor de si mesmo, é a base fundamental da violência, violência contra Deus em primeiro lugar e violência contra o próximo causada pela simples retirada do certo e errado moral onde o homem pela luta (violência da vida) se impõe e vence aos outros.
Onde quero chegar com o argumento, você estará pensando. Estou dizendo francamente, que a violência é uma das conseqüências da destruição dos valores morais e da imposição das técnicas educacionais que corrompem o autocontrole das pessoas ( entregando a pessoa aos seus impulsos) diminuindo a educação sobre os seus instintos, seus impulsos e, portanto diminuindo a sua capacidade de convivência social. O combate ao controle social (o controle de uns sobre os outros) é um erro, porque é um combate à educação na sua essência. Em nome de uma rebeldia aos controles sociais, entendidos em dado momento como excessivos, rígidos ou doentios e até patogênicos, atacaram e atacam irresponsavelmente os fundamentos da própria sociedade, que começa, como consequência a se decompor em violência pela violência, (vencer o outro ainda que pela sua morte) e já não aparece como defesa, mas como um fim em si mesmo, uma libertação, uma violência gradativamente crescente e incontrolável, pois em primeiro lugar ela atinge os valores de controle social, pois ela, para ser coibida ou reeducada na sua manifestação mais radical, precisaria dos mesmos valores morais que destruiu bem solidificado na consciência dos homens para o seu adequado controle pessoal e social e reintegração. Não há, haverá, ou houve outra forma de convívio em sociedade. E não houve na história da humanidade de ontologia que não se fundamente em alguma idéia de Deus. Como eles (os valores morais) têm sidos afastados sistematicamente da vida social, esperam as pessoas que a força, (imposição violenta), ou seja, a vara simbólica da autoridade paterna transferida para o Estado Armado, hoje militarizada e armada nas policias (o braço forte contra o povo), contenha o descontrole da vida social. Ora, se pensarmos bem não podemos culpar a economia, pois a injustiça econômica também é conseqüência dessa perda de valores de justiça e responsabilidade social. A injustiça econômica também é um valor moral corrompido.
Se a Sociedade quer recuperar alguma paz social deverá em primeiro lugar cessar esse constante ataque aos valores morais feitos, principalmente, através dos meios de comunicação (cinema, novelas, video-games, desenhos) e também pelos educadores despreparados que se nomeiam revolucionários da moral humana. A violência é ensinada sempre que propomos a “vivência” irrestrita das paixões humanas, pois a paixão como é entendida em nossos dias, é a mais radical expressão do egoísmo, do individualismo, do desrespeito ao próximo, portanto é a fonte de toda a violência, pois a violência nada mais é do que desrespeito ao direito alheio, máxime e melhor percebida como lesão ao direito a integridade física e à vida do outro. Um ato desesperado da “self revolution”... da licença de si mesmo contra o próximo e contra tudo que lhe é externo. Como bem diz em outras palavras e símbolos Sylvie Groxi em seu livro “Valores Humanos uma Viagem do Eu ao Nós”.
Do eu? (da Dor) Dos nós apertados... Da malha social.

Wallace Requião de Mello e Silva.

Para pensar.

O Brasil do Futuro.

O governador da Califórnia, recém eleito, usou em sua campanha um dito muito popular nos EUA: “The Best way to predite the future is to help create it." Numa tradução livre pode-se dizer: "a melhor maneira de predizer o futuro é ajudar a construi-lo" É uma maneira positiva de ver os fatos, embora, desconsidere o imponderável e atribua ao homem quase uma onipotência na construção do amanhã. Deus fica de fora.
Corre por ai um "interessante" livro prefaciado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, titulado "Relatório da CIA" subtítulo: "Como será o mundo em 2020". O comentário chamativo da capa diz o seguinte: O Brasil será uma potência mundial.
Engraçado parece que só o brasileiro não percebe que somos uma potência mundial. E que essa potência nos pertence. Uma potência territorial, uma potência alimentar, uma potência energética, uma potência hídrica, e humana, em vias de se tornar uma potência moral. O Brasil é um país que cresceu como um menino de rua, sendo explorado e desprezado, ou seja, explorado nas suas riquezas e no seu povo, embora tenha crescido à margem, sem explorar outros países, como fizeram todos os ditos países ricos, algo como se fora os meninos da Casa Grande (exploradores de todos os tempos\0 desprezando a senzala (o Brasil). O Brasil cresceu sem explorar ninguém, cresceu servindo, na senzala dos tempos preservou seus valores. Mas há um segredo no Brasil de 500 anos, o nosso país, o Brasil, serviu a Deus, praticou o Bem, tornou-se cristão e, sobretudo tornou-se solidário nas suas mazelas internas. É esse espírito solidário que se quer destruir, estão construindo a idéia de que o brasileiro é inimigo do brasileiro, e que tal insegurança entre irmãos necessita de um braço forte, estrangeiro, para garantir a paz, e o desenvolvimento, a mesma coisa que se fez na África. Nosso desenvolvimento, não é nem será o mesmo dos países exploradores, as bases não são as mesmas, nosso desenvolvimento, pelo contrario, será moral sobre tudo.
Quando o presidente Busch declarou: "Há muito tempo decidimos ser os primeiros", e "A hegemonia se faz pelo poder, e nesse sentido, quer os países gostem ou não, a América tem muito poder”... Ele se utilizou do conceito dito acima, o homem constrói seu futuro com a própria competência; quando for possível, comercialmente, e quando não, pela força.
Heródoto Barbeiro chama a atenção para que o "Irmão do Norte" poderá, nos próximos anos, moldar o mercado e a historia mundial criando situações que lhe convenham, pelas armas ou pela diplomacia, senão pelo controle da mídia. Nessa ultima frase, fica desmascarado o relatório da CIA, pois ele, claramente faz parte dessa estratégia de moldar os fatos econômicos e sociais, induzindo a opinião de lideranças em favor de seus objetivos globais. Nesse sentido poderemos ler nas entrelinhas, o como e o porquê eles esperam encaminhar as coisas, fazendo da China o inimigo comum do ocidente, e em nome da defesa bélica e comercial contra esse inimigo comum, controlar as forças contraditórias que ameacem sua hegemonia nos próximos anos, garantindo e justificando a sua hegemonia bélica e comercial sobre o resto dos mortais. É também nesse sentido que propõem os "passos" que o Brasil deve seguir para se tornar uma "potência mundial a serviço da economia global".
Demétrio Magnoli, colunista da Folha de São Paulo diz na contra capa do livro em questão, comentando: "É, portanto, (o texto) uma plataforma intelectual destinada a orientar as palavras e ações do Estado (qual?) que, muito mais do que os outros, tem o poder de moldar o futuro". Quem imitá-lo terá sucesso. É obvio que se refere aos Estados Unidos, nas faz alusão velada, aos cominhos que deve trilhar o Brasil para servi-lo. Ora, um relatório publico da CIA é um engodo. Nada se pode esperar dele, apenas, podemos fazer dessa plataforma o tabuleiro do xadrez para o jogo da Mídia, mas chego a pensar que nós brasileiros podemos ate dispensá-lo, o xadrez não é o nosso jogo principal.
A potência do Brasil não esta na boca dos canhões, nem na capacidade de "fazer mercado e dinheiro", a nossa força esta em servir a Deus na unidade nacional e no território brasileiro. Nossa frase lema difere da dos Irmãos do Norte, a nossa diz: "A melhor maneira de construir o futuro é ajudar moralmente a Deus criá-lo e inspira-lo, pois o futuro pertence a Deus". Fazei a vontade de Deus (cumprir seus mandamentos) e tudo vos será acrescentado diz a Sagrada Escritura. Fazer moralmente a sua vontade é construir o futuro da humanidade inteira. E o Brasil já é uma potência cristã. Não se deixem enganar. Muito menos pelo Relatório (Literário) da CIA, editora Ediouro, 2006. É simples. Deixem Deus escrever a nossa história.

Wallace Requião de Mello e Silva