sábado, 11 de abril de 2009

Estas coisas que se quer esconder... é preciso mostrar.

Estas coisas não poderão esconder, nem as negar.
O Papado à frente da Europa.
Qualquer líder religioso seja ele um pastor evangélico, um sacerdote católico, um brâmane, saberá reconhecer o papel da hierarquia. Assim a sociedade como um todo, e os exércitos, também se organizam em hierarquias, como um reflexo da hierarquia intrínseca do corpo e mentes humanas.
Assim posto, eu poderia fazer um esforço para recapitular, não pela ótica religiosa cristã, mas pela ótica dos historiadores leigos esse largo período que já estudamos. Todavia não será necessário, todos já compreenderam que Roma teria se extinguido não fosse o fato de a Cátedra de Pedro lá estar bem fundeada e estabelecida. No mundo antigo, não podemos falar em racismo, mas apenas em uso da força. Muitas eram as línguas, muitos os costumes, muitas as crenças, e se nós cristãos tiráramos os óculos da inveja, as lentes da calunia, veremos que já na antiguidade cristã, a autoridade do apostolo Pedro, instituído cabeça, ou príncipe dos apóstolos pelo próprio Cristo, se espalhava pelo mundo cristão segundo a hierarquia sucessória e administrativa do reino de Deus na Terra. Já naquele tempo, não se pode negar, os Papas eram árbitros entre reinos, povos e principalmente nas questões religiosas. No inicio da Idade Media, Roma de Pedro, aparece como embrião de uma ONU, pois estava e se firmava como arbitro do mundo dito civilizado. Assim Negromonte, em sua história da Igreja nos deixa esse texto: “ Se o primado do Papa o colocava como a primeira autoridade espiritual da Europa, os acontecimentos sócio políticos fizeram dele o árbitro do mundo na Idade Média.
Pois essa verdade deve ser bem considerada pelos inimigos da unidade da Igreja. Na degradação do Império Ocidental, como risco para o cristianismo foi a Igreja a única força que ficou de pé. Em Roma foi o Papa que salvou a Cidade, na invasão dos bárbaros. Com a transferência de poder imperial para Bizâncio, Roma ficou como que abandonada. Foi o Papado que recuperou seus monumentos, que alimentou o povo em dias difíceis, que pagou resgates pela tranqüilidade dos romanos, que administrou a Cidade quando os imperadores a abandonaram. Diz Negromonte: O titulo de “Defensor Civitatis”, como seus poderes jurídicos e administrativos só lhe veio quando o papado já exercia de fato essas funções, por força das duras circunstancias.
Ao Papa recorrem os oprimidos e injustiçados de toda a Europa. Sua força moral registra a história universal, detém os despotismos e faz reconhecer o direito de povos fracos. Torna invioláveis os templos, onde se abrigam intocáveis os perseguidos. Cria a chamada “Trégua de Deus” para a tranqüilidade de enormes populações que as guerras flagelavam. Atrai a confiança universal. Ainda que desarmado, o papado restaura a ordem jurídica e moral violada pela força.
Não só os indivíduos, mas também os povos apelavam ao papado, que resolvia e mediava questões políticas nacionais e internacionais, como uma autoridade que jamais gozou qualquer outra organização internacional, nem mesmo a ONU teve ou terá tamanha autoridade e capilaridade histriônica. Estando a sociedade profundamente vinculada ao cristianismo pela sua formação cristã, era muito estreita a vinculação entre o poder civil e religioso no seu aspecto moral, assim as leis da Igreja eram respeitadas no foro jurídico da sociedade civil, não raras vezes os decretos eclesiais eram considerados leis civis de alcance universal. Assim não podemos negar que nos momentos mais furiosos da história, como na invasão dos bárbaros, na invasão muçulmana ou no furor dos albigenses, é o papado que salva a civilização cristã.
No terreno social, podemos dizer que o papado amenizou os costumes bárbaros. Protege os escravos (povos submetidos pela força) eliminando o direito que se atribuíam os senhores de vida e morte sobre seus escravos (e não eram escravos negros, mas oriundos de todos os rincões do mundo conhecido. O Papado declarava legitimo o casamento dos escravos impedia que marido e mulher e seus filhos fossem separados pela venda nos leilões, e lhes pagava o resgate quando se convertiam como nos ensina o evangelho em Paulo no caso de Dídimo. È sobre a suprema autoridade do papado que os mosteiros e igrejas são obrigados a manter uma escola formal (as primeiras existentes no mundo), as chamadas escolas Catedralicias ou monacais para atender os filhos do povo. È pelo Papado que se erguem as primeiras instituições ou obras de assistência social na Europa, e as primeiras universidades do Mundo (século XI). É o papado que como mecenas, dá desenvolvimento as artes, a literatura a arquitetura, e que se fundam as associações de trabalhadores, que destruídas pela revolução Francesa, ainda inspiram cooperativas e sindicatos pelo mundo moderno e hodierno.
Na verdade, meus caros amigos e leitores, a Idade Media que nós iremos estudar de aqui para frente, foi a Idade de Ouro da Humanidade, como defeitos tão graves como os de nossos dias hoje, e que o futuro nos apontará e condenará. Uma idade caluniada, não por que atrasou a humanidade, o que é falso, mas porque realizou as bases de uma sociedade cristã e católica (universal). O cristianismo era base e fundamento para todas as relações internacionais, e a Igreja mostrava-se como árbitro do mundo. Foi preciso caluniá-la ao extremo para poder se criar a Liga das Nações, e posteriormente a ONU, que jamais a substituiu, pois carece de proteção divina e alcance moral e teológico. Daí tamanha carga de ataques, ataques sobre fatos, que se minimizam diante das atrocidades cometidas pelo mundo pagão contemporâneo, onde a violência se pratica com a força de guerras mundiais e da bomba atômica. Hoje vemos a ausência de ideais claros, de metas para a juventude, de sentido para a vida, de ilusões de um sistema comercial perverso, que tem produzido escravos como nunca em tempo algum houve em toda a História da humanidade, são os escravos ditos “livres” acorrentados pelas necessidades invisíveis do mercado, do vicio e das drogas, do sofrimento intrínseco de pertencer a um mundo sem futuro, sem dignidade pessoal ou coletiva, sem fé e Deus.
Wallacereq@gmail.com.