Monaquismo III (Últimas palavras).
Não podíamos deixar de dizer alguma coisa sobre essas três personalidades fundadoras de cenóbios no Ocidente Cristão.
São Martinho nasceu em 316 na Panômia, hoje Hungria, foi batizado aos 18 anos e tornou-se eremita em Ligugé (França). Carismático e severo foi ordenado bispo em 371 empenhou-se na difusão do monaquismo, ficando ele próprio, ainda que investido das funções de bispo fiel ao seu ideal monárquico. Tornou-se após sua morte o santo preferido dos francos e seu tumulo em tours foi o maior atrativo de peregrinos na Idade Media. Era tradição dos reis francos a conservação de seu manto. Pode-se se ler (eu nunca li) a vida de são Martinho na obra de Sulpicio Severo escrita por volta do ano 400. Essa obra e a vida exemplar do Santo serviram para fomentar o ideal monacal em gerações que os sucederam.
Santo Agostinho, o africano, todos já conhecem. Dizem que mesmo antes de se converter ele já havia se proposto a viver uma vida cenobítica afastada das preocupações materiais, e uma vez convertido em Milão Itália, volta à África para formar um monastério em Tagaste. Da carta 121 de santo Agostinho se originou a regra Agostiniana. Conta-se que certos monges de Hadrumentum ( no norte da África) não queriam trabalhar para dedicar-se totalmente a oração, então o Santo escreveu um opúsculo “ De opere monachorum” que se apoiava nos dizeres de São Paulo 2Ts 3,10: “quem não quer trabalhar também não coma”.
São Bento de Núrsia.
Conhecido como o patriarca dos monges ocidentais (por alguns autores), nasceu em 480 na cidade de Núrsia na Itália. Culto embora de família nobre, retirou-se para os montes Sabinos (Subiaco) onde levou vida eremítica. Aos poucos, descoberto por discípulos, fundou com eles doze mosteiros na região de Vicevaro. Deixou essa obra para residir em Monte Cassino em 529 onde fundou o mosteiro berço da Ordem Beneditina. Foi ai que escreveu sua Regra.
São Columbano.
Monge irlandês que em 590 emigrou para o mosteiro Bangor na Irlanda do Norte, e como seus companheiros exerceu suas missões no território da Gália. A regra de São Columbano prescrevia rigorosos exercícios de mortificação, cujas faltas eram punidas com pernas corporais. Tal Regra teve grande prestígio entre os francos.
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OBS: texto retirado do Curso de História da Igreja da Arquidiocese do Rio de Janeiro.