Umas últimas palavrinhas para encerrar os dois textos antecedentes.
B . Ostrogorskij em LÁrt Bysantin chez lês Slaves, Paris 1030, pagina 399, diz: “Ao passo que no Ocidente a imagem santa serve para provocar certo impulso religioso e um piedoso estado de alma, mediante a descrição pictórica, a interpretação e a vocação do personagem representado, o ícone ortodoxo é um meio de comunhão entre aquele que ora a Deus, a Virgem e aos Santos; é um meio de aproximação em demanda da Divindade transcendente”.
Essa afirmação, diz Pergunte e Responderemos numero 308 de 1988 fazem eco com outra afirmação do Concílio de Nicéia II.
Ou seja, “A Igreja Católica, embora represente com pintura o Cristo em forma humana, não separa a sua carne da Divindade que se lhe uniu... Fazendo a imagem do Senhor, professamos a sua carne deificada e no ícone reconhecemos uma imagem representativa de seu protótipo. Por isto a imagem recebe o nome do protótipo na medida em que esta em comunhão com ele; por isso ela também é venerável e santa”.
Essas concepções ainda são corroboradas por outra observação do Concílio de Nicéia II: vimos atrás que este propõe a comparação entre o culto prestado às imagens e aquele prestado ao Evangelho. Assim se explanaria a mente do texto conciliar: a única revelação de Deus exprime-se por dois canais distintos- a Palavra no Evangelho e a imagem na pintura. Um é inseparável do outro: As imagens explicam o Evangelho, e os Evangelhos explicam as imagens; Aquilo que a Palavra comunica mediante o ouvido, a imagem o mostra silenciosamente através do olhar; ambos são instrumentos da revelação divina, que nutrem a fé; por isto são dignos de veneração e culto... Culto que propicia a comunhão do homem com Deus. Pode-se mesmo dizer que, segundo os teólogos do Niceno II, a imagem não deve ser considerada primeiramente como um artefato que ilustra o evangelho, mas sim como uma linguagem que corresponde ao Evangelho e AA pregação viva do mesmo; a imagem esta ao nível do anúncio, tem significado litúrgico; é um sacramental assim como os textos da liturgia e a pregação não é mera repetição d a Sagrada Escritura, mas fazem que essa se torne viva e atual, assim a imagem, representando a história sagrada, transmite vivamente a realidade que esta contém”.
Observa L. Ouspensky: “ A unidade da imagem e da palavra litúrgica tem importância capital, pois estes dois modos de expressão exercem um controle recíproco: vivem a mesma vida e têm no culto uma eficácia construtiva comum. A renúncia a um desses dois modos de expressão leva a decadência do outro” ( La theologie de lìcone dans l`Eglise Ortodoxe, Paris, 1982, pagina 122).
OBS: No ante- penúltimo texto minha desatenção criou um erro de interpretação bastante grave. Eu não vou corrigi-lo, ele ficará, como um testemunho de que nós os leigos , por diversos motivos cometemos erros de interpretação, ou lógica, que induz aos outros cristão a erro grosseiros. Mas isso prova apenas, que em questões serias devemos recorrer ao Magistério Infalível da Igreja em Fé e Moral. Assim, minhas opiniões tem sempre um valor relativo, superadas sempre pelas definições precisas da Igreja, pelo Colégio Apostólico e o Papa em Vigor, inspiradas pelo Espírito Paráclito, conforme a promessa de Nosso Senhor, definindo para todo o Urbe et Orbi. ( para a cidade e o mundo).