domingo, 24 de maio de 2009

Aviso aos leitores.

Por motivo de saúde deixarei o blog temporariamente.

Esse blog tem 94 textos, ou postagens. Leia as postagens mais antigas.

sábado, 23 de maio de 2009

Abrindo um parêntesis na nossa história.

O massacre dos cristãos. (segundo Septimio)
Estes trechos da carta de Septimio, romano, endereçada a Flavio, romano, são tidos como verdadeiros, embora o texto que reproduzo aqui tenha algo de adaptação para facilitar a compreensão de alguns conceitos. A seqüência de imperadores romanos: Julio César, Otavio, Péricles e Augusto, que morreu em 14 depois de Cristo; Tibério, Calígula, Claudio e Nero. Claudio iniciou a conquista da Britânica, depois chamada Inglaterra, e Nero o mais perverso dos Imperadores: Mandou matar a própria mãe e a esposa, envenenou seu irmão Britânico, e culpou os cristãos pelo incêndio de Roma mandando perseguir violentamente os adeptos dessa nova doutrina[1]. Vejamos então:
“Uma espécie de gente, muito característica, Flavio, apareceu no Estado. Encontram-se as ocultas e recusam-se a queimar incenso diante dos deuses oficiais. Não saúdam César quando ele passa. Diz-se que essas pessoas adoram divindades estranhas e praticam estranhos ritos.”
“O imperador Claudio mandou prender milhares delas para pasto dos leões. Nero Mandou atá-las em postes e cobri-las com um traje untado de breu e piche. E depois certa noite, ateou-lhes fogo e fê-las desfilar pela cidade como tochas ardentes. E aquela gente sofria silenciosamente, ao que parece. Nossos imperadores experimentaram prazer em torturar homens, mulheres e crianças, que morrem sem nenhuma palavra de protesto”.
“Meu amigo Petrônio me disse que têm suspeitas de que esses indivíduos são confortados por poderoso espírito que paira sobre eles. Na ultima semana quando Petrônio foi ver uma moça que ia ser queimada numa estaca. Ficou bem perto dela, no momento que a amarraram e pôde ouvi-la murmurar:” Virgem mãe”. Petrônio imagina que são palavras mágicas, de tal poder que tornam os seguidores de “Crestos” capazes de morrer tão bravamente. Essa gente diz ele deve ser encantada. Suportam os maiores suplícios com rosto impassível. Muitos deles retiram-se para os desertos, a viver sozinhos em furnas, flagelando-se e rezando. Cada vez aumenta mais o numero de romanos que procuram esse cristãos, que lhes prometem salvá-los das orgias dos Césares e mostrar-lhes um reino muito maior do que o Império. Eles negariam a divindade de César, esses rebeldes que partem o pão e oferecem vinho e cochicham estranhas palavras quando se encontram.”
“Ainda ontem, nova turma foi lançada aos leões, no Coliseu. O odor de sangue e das entranhas dilaceradas dominou o perfume dos árabes com que o Coliseu havia sido banhado. O espetáculo era repugnante. Contudo exerceu mágico efeito sobre os espectadores. Muitos deles desceram para a arena, junto aos cristãos.”
“Que poder humano, ou divino, Flavio, sustenta esse homens? E que conta mágica é esse que conserva seu numero sempre em aumento, a despeito de serem milhares deles queimados nas estacas e devorados pelas bestas selvagens?
“Ontem assisti a uma função noturna, no circo. Nero arranjou novo sistema de iluminação para o espetáculo. Em lugar das costumeiras tochas, o circo foi iluminado pelo clarão dos cristãos em chamas... vi com os meus próprios olhos e uma estranha luz brilhou em mim. Sinto... não diga isso a ninguém... que me estou tornado cristão!”
[1] Tirado do Livro: Esplendores da Grécia e de Roma, citando: “The Conquest of Civilization” de James Breasted.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pedido de desculpas.

Sempre me esqueço de que fiz um link com o Radar Maringá, que divulga automaticamente meu G 23 HI. Assim textos primários, sem correção, são divulgados, desmaralizando-me. Sinto muito. Geralmente escrevo tarde da noite, e publico nas primeiras horas da manhã. Peço a todos, que não leiam os textos fora do Blog G 23 HI, pois nele tomo um pouco mais de cuidado com a redação. Não é perfeito, mas é melhor, mais claro, mais digno.
Wallacereq@gmail.com

Levantando o véu.


Levantando a ponta do véu.

Dizia Hamlet: “Que obra prima é o homem. Quão nobre de inteligência! Quão versátil em poderes! Na ação é um anjo, na compreensão como um deus! Revestido, porém, de breve e diminuta autoridade (ascendência sobre seus semelhantes), homem, ó soberbo homem, ignorante ao Maximo daquilo que te gabas de saber melhor, a tua essência vítrea, ó macaco zangado, pratica diante do céu, atrocidades tamanhas que fazem os anjos chorar!”

Já disse alguém que o mito se exprime mais profundamente do que a ciência; e que a poesia conta melhor do que a história. Ou talvez a Ciência seja o mito do homem atual e a História a tentativa de poetizar a realidade ().
A fé é superior à Filosofia.

Existe realmente grande diferença entre a filosofia cristã e a sabedoria desse mundo. Guiada só pela luz da razão, pode essa desenvolver-se aos poucos, pelo conhecimento dos efeitos e pela experiência dos sentidos. Mas só depois de longos esforços é que chega afinal a contemplar, com dificuldade “As coisas invisíveis de Deus”; a reconhecer e compreender a Deus como causa primeira de todas as coisas.
A fé pelo contrario, aumenta de tal maneira a penetração natural do espírito, que este pode sem esforço elevar-se ate o céu, e, inundado de luz divina, contemplar primeiro o próprio foco de toda a luz, e de lá todas as coisas colocadas de baixo de seu clarão. Num transporte de jubilo, sentimos então que “das trevas, como diz o Príncipe dos apóstolos, fomos chamados para uma luz admirável” (1Petrus 2,9); e nessa fé exultamos de inefável alegria.
É, pois, com razão que os fiéis professam em primeiro lugar sua fé em Deus, cuja Majestade, numa expressão de Jeremias, dizemos ser incompreensível. Deus habita numa luz inacessível, como diz o apostolo, e nunca foi nem pode ser visto por homem algum (1Tm 6,16). Ele mesmo disse a Moisés: Não pode o homem ver-me e continuar com vida.
Com efeito, para chegar até Deus, o mais transcendente de todos os seres, é preciso que nossa alma se desfaça totalmente das faculdades sensitivas. Isto, porém, não nos é possível por lei da natureza, enquanto durar a vida presente.
Ainda assim, como diz o apóstolo (Act. 14,16) Deus não deixou de dar testemunho sobre Si mesmo, dispensando benefícios, mandando chuvas do céu, dando alimento, e enchendo de alegria o coração dos homens.
Assim o mais importante sucessor de Clóvis na dinastia dos Merovíngios foi Dagoberto, depois dele vieram uma sucessão de reis chamados indolentes, os indolentes reis francos ( francos povo germânico).
O poder nessa época era exercido pelo prefeito do Palácio, também chamado mordomos (mor= maior+ domo=cúpula) que eram os intendentes da casa real. Um prefeito do palácio real chamado Carlos Martel, venceu na batalha de Pointiers, em 732, os árabes que ocupavam a Espanha e haviam invadido a Gália. Seu filho Pepino o Breve, tornou-se tão poderoso que com a aprovação do sucessor do apóstolo Pedro, destronou Childerico III, rei merovíngio dos francos. (pelo menos é o que dizem os livros). Assim coroado rei dos francos, Pepino o Breve inaugurou a segunda dinastia dos francos, a dinastia Carolíngia.

Sob o ponto de vista da Igreja o acontecimento mais importante do governo de Pepino o Breve foi a doação da Lombardia ao sucessor de Pedro. Esses domínios tornaram-se o Patrimônio de São Pedro, e os sucessores de Pedro que já possuíam grande poder moral e espiritual junto ao povo, tornavam-se também chefes de Estado (poder temporal).

Carlos Magno, filho de Pepino, foi o maior soberano da Idade Média. Empreendeu guerra com quatro povos distintos: Sarracenos (árabes que invadiram a Espanha), os Lombardos, os saxões e os ávaros, povo do mesmo tronco racial dos hunos. Os Lombardos que tiveram suas terras, perdidas em guerra com Pepino e doadas aos Papas, ameaçavam tomá-las invadindo Roma. O Papa pede socorro a Carlos Magno, que desceu à Itália, venceu aos inimigos e apoderou-se da coroa de Ferro dos Lombardos (povo germano cristão) apoderando-se da famosa Coroa de Ferro, que dizem ter sido feita com um prego da cruz de Jesus.

Os saxões habitavam o norte da Germânia, região entre os rios Elba e Reno. Foram necessárias dezoito batalhas para vencê-los. Vencidos ,Carlos Magno mandou construir estradas, fortalezas, escolas e igrejas.

Na luta contra os sarracenos (árabes da Espanha), tiveram que recuar com a morte de Rolando. Para fechar a porta aos sarracenos fundou o Reino Cristão de Aquitânia. Que impediu os muçulmanos de tomarem toda a Europa.

Na guerra com os ávaros que moravam no território que seria hoje a Hungria, Carlos Magno apoderou-se do seu “ring” anel fortificado onde encontrou grandes riquezas, no domínio dos ávaros Carlos Magno criou um domínio militar chamado Marca de Este, que deu origem a Áustria. ( Borges Hermida). O militar que comandava a Marca era chamado marquês.
Carlos Magno administrava seu reino através de Condados, administrado pelos condes, e pela Marcas Militares, administradas pelos marqueses, certo numero de marcas e condados eram administrados por um Duque. Freqüentemente Carlos Magno enviava um mínimo de dois emissários de sua confiança para fiscalizar essas regiões, muitas bem afastadas.

Convencido e inspirado pelo seu tutor de que as Sagradas Escrituras não poderiam ser bem lidas e entendidas por analfabetos, Carlos Magno ordenou que fosse fundada em cada Convento de seu vasto Império uma escola onde o povo aprendesse religião, gramática e cálculo. Iniciou fundando em seu próprio palácio uma escola, que por isso chamou-se Escola Palatina. (= Palaciana).
Em 800, o sucessor de Pedro, lhe corou com a coroa Romana, desse modo era recriado o Sacro Império Romano dos Francos que houvera desaparecido em 476, quando Odoacro destronou o Imperador romano Rômulo Augústulo.

O sucessor de Carlos Magno, Luiz o Pio, morreu combatendo seus próprios filhos, com os quais havia dividido seus domínios. No tratado de Verdum em 843, foi feita a divisão definitiva do SacroImpério: França; Germânia (Alemanha) e a Lotaríngia, essa constituída pela Itália, Borgonha e um território do Vale do Reno. A França foi invadida pelos normandos escandinavos vindos de uma península onde hoje fica a Sécia e a Noruega. Posteriormente o rei Franco da dinastia dos Carolingios, sedeu a Rolão, chefe dos normandos um território que ainda hoje se chama Normandia.
O último rei carolíngio da França, foi Luis V.
Na Germânia, depois dos carolíngios, reinou Oto I, que como Carlos Magno foi coroado Imperador em Roma, fundando-se mais uma vez o ( Sacro) Império Romano do Ocidente, dessa vez constituido apenas pela Itália e Germânia (Alemanha) com o nome de Sacro Império Romano Germânico.

wallacereq@gmail.com.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quem pensa que não há censura ideológica na Internet está por fora.

Aqui deveria estar um filme que a " Polícia" ( exagero meu) ideologica eletrônica não permitiu inserir (por questões técnicas, óbvio).

Avançando aos pouquinhos.


A história, enquanto fatos vividos numa cadeia de fatos sucessivos é obra da Divina Providência. A história enquanto narrativa dos homens, infelizmente é uma construção, quase sempre tendenciosa, e muitas vezes falsa. Se você enquanto individuo, percebesse de imediato os fatos de sua vida, e os narrasse por escrito de imediato, esta seria a história de sua vida, porém, se o fizer depois de longo tempo de vividos os fatos, você construirá a sua história, conforme a ótica do momento em que você escreva. Ora mas a sua história, vivida ou construída não é a história dos indivíduos que contigo viveram os fatos. Os antigos, mais habituados que eu às longas narrativas, num período muito anterior ao uso massivo da escrita, sabiam, disso, muito melhor do que nós. Por isso, o dogma da revelação, vem em socorro dessas deformações individuais dos fatos, pois é Deus contando a sua história aos homens, e como Deus não muda, através de suas revelações, sabemos distinguir a verdade do falso.

Certamente alguém haverá de discordar, mas a Revelação é um ato de Fé.

Quando analisamos a História Universal com isenção, percebemos que tomamos de empréstimo o ponto de vista do narrador, no seu tempo, e segundo os seus valores, o que nos mostra que acabamos fazendo uma falsa idéia dos fatos. Essa intuição levou os homens a negar a história, ou ao menos, atribuir-lhe um valor relativo, e os homens criaram em seu lugar o pragmatismo, a vivência utilitarista do presente, sem o empréstimo de valores do passado. Isso criou a Ética consuetudinária, afastando o homem, da história Divina, e dos valores inscritos no coração do homem. O pensamento, a Razão, para o homem cristão é um Dom gratuito, que pode ser revelado em etapas, ou no caso de manifestações geniais, na mais tenra infância, porém em ambos os casos tem origem Divina. É a tal Imagem e Semelhança de Deus que nos fala a Sagrada Escritura.

Atila, de fato, como seus homens invadiu a Gália destruindo muitas cidades, mas evitou Paris. Visigodos e Francos se uniram em torno do general Écio, romano, que era responsável pelos domínios romanos da Gália e derrotaram Atila na Batalha dos Campos Mauricios. Em 451.
No ano seguinte, nos contam, invadiu a Itália e destruiu a cidade de Aquiléia, cujos habitantes em fuga retiraram-se para uma região pantanosa do Adriático (veja no Mapa) e fundaram Veneza. Sem saquear Roma, Atila depois de um encontro com o Papa São Leão Magno, retira-se da Itália com seus guerreiros em destino da Pamônia, liberando assim os ostrogodos que estavam sob seu domínio, estes liberados se dirigem para a Itália. Assim no ano de 476, Odoacro, dos Hérulos, toma Roma do Imperador Rômulo Augústulo, tornando-se Odoacro Rei Germânico da Itália. Porém, pouco depois os Ostrogodos, chefiados por Teodorico, chegam e expulsaram os hérulos em 489, tornando-se Teodorico rei Germano Ostrogodo da Itália. Depois da morte de Teodorico, Justiniano Imperador do Oriente reconquista a Itália. Os últimos germanos a ocupar a Itália foram os Lombardos, deixando seu nome ligado ao Norte do país, ou seja, a Lombardia. Tendo o rei lombardo Desidério ameaçado tomar Roma, o Papa apelou ao Rei Franco Carlos Magno (muita coisa havia acontecido na Gália dos Francos desde Meroveu, passando por Clovis, ate chegar a Carlos Magno) que atacou os lombardos vencendo o lombardo Desidério e lhe tomando o Reino. Começava a delinear-se o Sacro Império Romano dos Francos. Como você vê o Império Romano do Ocidente já não existia, Roma era governada moralmente pela Igreja, que lhe dava a unidade e importância.
No meio disso tudo, clérigos, monges leigos, e missionários sobreviviam.

Ao norte a ilha da Bretanha, ou depois chamada terra dos Anglos (Angla terra = Inglaterra) era povoada por um povo muito antigo, os Bretões, da mesma raça que os Gauleses. “(que haviam resistido aos Romanos e ao Cristianismo). Como fossem atacados pelos Escotos (habitantes da Escócia de hoje) que viviam ao norte da ilha da Bretanha (Hoje Escócia) os bretões pediram auxilio aos germanos Anglos e Saxões, que habitavam o continente Europeu. Todavia os Anglos e Saxões venceram os Escotos, mas tornaram-se senhores da Ilha da Bretanha. Os Bretões que não quiseram submeter-se passaram assim, para o continente, onde ocuparam a Armória (Norte da Gália, hoje França) que passou a chamar-se Bretanha. Os territórios eram enormes, e os historiadores nunca nos contam o numero dos guerreiros, e os limites das terras ocupadas, justamente porque o conceito de fronteiras era diferente dos nossos.
Os Francos.
Ate o aparecimento de Clóvis, os francos se dividiam em varias pequenas tribos que ocupavam uma região da Gália ao sul da Bélgica de hoje. No resto da Gália (cujos limites não eram claros) viviam quatro povos: Os romanos, ao sul dos francos. Os visigodos nas proximidades dos Pirineus na célebre Aquitânia de tantas guerras. Os Burgúndios viviam no vale do Ródano (reino da Borgonha, e finalmente ao norte da Borgonha os alamanos. Clovis submetendo todos esses povos os unificou em um único reino sob domínio dos francos. Clovis era da dinastia dos Merovíngios, nome derivado do rei Franco Meroveu, rei Franco que combateu Atila ao lado do romano Écio. A segunda dinastia dos francos foi a Carolíngia, porque seu maior soberano foi Carlos Magno. Clovis e os Francos ainda eram pagãos quando venceceram os romanos na Gália. Conta-se que na luta contra os alamanos, Clovis que era franco e, portanto germano, apelou para os deuses do politeísmo germano, não sendo atendido, então em desespero apelou para o Deus de sua mulher Clotilde (cristã) prometendo converter-se ao cristianismo. Vitorioso ele e seus três mil guerreiros se apresentaram em Reims onde foram batizados por São Remígio, bispo. Batizado passou a contar com o apoio dos clérigos e da maior parte da população cristã de origem romana na Gália. Isso facilitou a vitória sobre os visigodos e os burgúndios.
A história Eclesial se interpreta sobre uma infinidade de relatos momentâneos, como se fora um diário.

domingo, 17 de maio de 2009

Comparando aos pouquinhos.


Comparando, esclarecendo, compreendendo.
É possível que você tenha estranhado as datas que delimitam a Idade Media Eclesial. Você esta certo, e em um dos primeiros textos do Blog, tivemos a oportunidade de falar sobre isso. Antonio Borges Hermida, que todos conhecem, assinala o inicio da Idade Média na História Universal em 395, com a divisão do Império Romano em Império Romano do Ocidente e do Oriente. O Império do Ocidente vai cair em 476, e o do Oriente em 1453 tomado pelos turcos muçulmanos sob o sultão Maomé II.
Todavia a Idade Media Eclesial, começa como já vimos em 692 com o Concilio Regional de Trulano, e termina em 1450. Começa mais tarde do que as datas da História Universal, e termina mais cedo de que a Tomada de Constantinopla em 1453.
Outro detalhe que me confundiu muito, e poderá te confundir, é que povos Bárbaros, eram indiscriminadamente chamados todos os povos que estivessem fora do Império Romano, do Oriente e do Ocidente. Assim, persas, árabes , turcos, e hunos era povos bárbaros do Oriente. Se mais íntimos da cultura romana, hindus e chineses também seriam chamados assim. Igualmente os negros das nascentes do Nilo. Judeus, para os romanos eram bárbaros, deixando de sê-lo, depois da conquista daquelas terras pelos Romanos. Na Europa os povos bárbaros de diversas denominações pertenciam a três grandes ramos: Germanos Eslavos e Tártaros. Por exemplo, os germanos formavam os Francos, os Anglos e Saxões. Todavia também eram germanos os Godos divididos em visigodos e ostrogodos; os Lombardos; e os Burgúndios.
O texto que apresento agora ficará incompleto, pois tentarei fazer uma ordenação dos fatos históricos, desde 395 ate 692, e desde 692 ate 1450, e finalmente os fatos históricos de 1450 a 1453, separando os que dizem respeito diretamente à Igreja.
Como aparecerão em cada texto dados significativos, deixarei em aberto o texto, para que nós possamos ir acrescentando os dados em cada oportunidade, e segundo cada assunto estudado. É possível que eu não consiga terminar essa difícil tarefa com precisão, porém seguramente ela, ainda que incompleta, nos auxiliará a muito melhor entender as inúmeras lutas do Cristianismo para sobreviver no Mundo.
395: Sob Teodósio, o Império Romano se divide. (convencionou-se ser essa data o Inicio da Idade Média)
476: Cai, sob Odoacro (bárbaro) o Ultimo Imperador Ocidental do Império Romano Rômulo Augusto, e nas terras desse Império surgirão os Estados Bárbaros germanos, por exemplo: Francos na Gália; os Anglos e Saxões, na Bretanha (também chamada In (angla) terra, ou terra dos Anglos). Nós precisaremos datar esses eventos, pois os eslavos formam a partir do século V a Rússia e a Polônia; os tártaros formam os búlgaros e húngaros, os visigodos a Espanha, os Lombardos a Lombardia no norte da Itália, os Burgúndios a Burgúndia na Gália depois conquistada pelos Francos. Do mesmo modo, o Império do Oriente será conquistado, pelos persas, pelos árabes, e pelos turcos, porém como sua capital Constantinopla não cai, ele dura até 1453, quando cai na mão dos turcos muçulmanos.
No Ocidente, com relação à Igreja os germanos são os mais importantes, pois serão os primeiros a se converterem, viviam na Germânia, atual Alemanha, separados do Império pelos rios Danúbio e Reno. Os estudiosos dizem que os Germanos são povos indo europeus, que viviam em território da Europa de hoje em torno da península da Jutlândia, e que no século IV e V, pressionados pelos hunos (também bárbaros segundo o critério dos Historiadores) invadiram o Império Romano. E como veremos formarão dez das atuais nações européias. Aparentemente os primeiros contactos dos germanos com o império foi pacífico, pois Estilicão por exemplo foi general do Imperador Romano Honório. Esse imperador teve uma irmã casada com o chefe Visigodo Ataulfo, sucessor de Alarico, contraditoriamente foi Alarico o primeiro visigodo a tomar e saquear Roma. Alguns autores dizem que a invasão pacífica dos germanos contribuiu para enfraquecer o Império, foi quando a pressão dos hunos vindos da Ásia, faz com que os germanos, invadam definitivamente a Itália. Alarico morreu em 410 na Calábria, ao sul da Itália, e foi sucedido por Ataulfo. Ataulfo casou-se com Placídia, irmã do Imperador Honório, nos Pirineus a Aquitânia onde iniciou um povo visigodo (nos diz Borges Hermida) seus sucessores avançaram os Pirineus e tomaram a Espanha. Quando Clovis unificou a Gália (França) os visigodos entregaram Aquitânia, mas ficaram na Espanha. Ate que em 711, os muçulmanos vindos do Norte da África, invadiram a Espanha. Este reino será posteriormente o reino de Aquitânia (fundado pelo rei Franco Carlos Magno, na Fronteira da França como a Espanha, para defender a Europa dos muçulmanos). Assim durante toda a Idade Média, os “Espanhóis” visigodos, suevos, alanos e outros povos cristãos, lutaram para expulsar os muçulmanos, mas somente conseguiram expulsa-los no inicio da idade moderna em 1492, quando já governavam a Espanha os reis Católicos Isabel e Fernando.
Pouco antes disso, os alanos, os suevos (da região ao Norte de Portugal de Hoje) os vândalos e os Burgúndios, todos os povos germanos como os Francos, invadiram a região romana da Gália (hoje França) e fundaram o reino de Borgonha, depois conquistado por Clovis o Rei dos Francos, os outros, os suevos, alanos e vândalos invadiram a região romana da Espanha onde sustentaram guerra com os visigodos.
Quando estamos falando em Espanha, não havia ainda Portugal, os suevos se fixam em território do norte da Espanha e alanos se mesclam. Os vândalos ocupam uma região da Espanha que ficou chamada Vandaluzia (hoje Andaluzia), e por mar passam para o Norte da África, onde fundam um reino. No tempo de Genserico, os vândalos re-atravessam o Mediterrâneo e invadem a Itália, tomam e saqueiam Roma. Mas o Reino dos vândalos na África é conquistado pelo Imperador Justiniano, que é considerado o maior Imperador do Império Romano Cristão do Oriente.
De fato, os Hunos, sob o comando de Átila, parte da Pamônia ( hoje Hungria) com seu povo de pele amarela, e invade territórios romanos da Gália ( França). Mas é derrotado pelo general romano Écio.

sábado, 16 de maio de 2009

Imagens de Universidades Medievais.











Algumas citações de estudiosos sobre o tema:“A universidade medieval, a mais característica instituição do período, é algo novo na História. Não pode ser comparada nem às escolas gregas, nem às romanas ou alexandrinas, nem às árabes.” (BONI, Luis Alberto de. O surgimento da universidade, in: Uma História da Filosofia, volume 2, UFRJ, 1988, p. 89).* Luis de Boni é professor de Filosofia Medieval da UFRGS. Doutor em Filosofia Medieval pela Universidade de Muenster."Estas universidades são criações eclesiásticas, o prolongamento, de algum modo, das escolas episcopais, das quais diferem no fato de dependerem diretamente do papa e não do bispo do lugar. A bula Parens scientiarum de Gregório IX pode ser considerada como a carta de fundação da Universidade medieval." (PERNOUD, Regine. Luz sobre a Idade Média. Publicações Europa-América, 1997, p. 98.)* Regine Pernoud, Historiadora e medievalista francesa (1909-1998). Doutora em Letras e diplomada pela École des Chartes e pela École du Louvre, foi diretora do Museu de Reims, do Museu de História da França, dos Arquivos Nacionais e do Centro Jeanne d´Arc d´Orléans (que fundou em 1974).
Cambridge King's College
“Graças a essas intervenções pontifícias o ensino superior foi capaz de expandir-se. A Igreja foi sem dúvida a matriz de onde saiu a Universidade, o ninho de onde ela levantou vôo”. (Henri Daniel-Rops)* Henri Daniel-Rops, professor de História e diretor da revista Ecclesia (Paris), e tornou-se mundialmente famoso sobretudo pelas obras de historiografia que publicou: a coleção História Sagrada, que abrange os volumes O povo bíblico (1943), Jesus no seu tempo (1945) e os onze tomos desta História da Igreja de Cristo (1948-65). Também foi autor de diversos ensaios, obras de literatura infantil e romances históricos, entre os quais destacamos Morte, onde está a tua vitória? (1934) e A espada de fogo (1938). Foi eleito para a Academia Francesa em 1955."A criação da Universidade, o compromisso com a razão e com a argumentação racional e o abrangente espírito de pesquisa que caracterizou a vida intelectual medieval representaram “um dom da Idade Média latina ao mundo moderno [...], ainda que nunca se venha a reconhecê-lo. Talvez esse dom conserve para sempre a condição de segredo mais bem guardado que a civilização ocidental teve durante os quatro séculos passados”. (WOODS Jr., Thomas E. Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental. Quadrante: São Paulo, 2008, 222 pp., p. 60-62).Foi um dom da civilização cujo centro era a Igreja Católica".* Thomas E. Woods Jr., recebeu o bacharelado pela Universidade de Harvard e o doutorado pela Uni­ver­sidade de Columbia, além de outros títulos. Já publicou o best-seller The Politicaly Incorrect Guide to American History, bem como The Church Confronts Mo­der­ni­ty: Catholic Intellectuals and the Pro­gres­sive Era . É membro do Ludwig von Mises Institute.


Fonte das Imagens Google Imagens.

Como estudar a Idade Média Eclesial?


Na foto: Vila Medieval, com carateristicas, de tempos posteriores.( Relógio, vidros planos claros, luz e agua encanada).
Como estudar a Idade Média Eclesial?

Para que não fiquemos com uma falsa impressão do nível de cultura popular no conjunto dos povos no período da idade média eclesial (o que é diferente no seio da Igreja), é preciso chamar a atenção para alguns fatos. Primeiro o período que vai de 692 a 1450 corresponde a 758 anos, ora, isso significa que cabe toda a história do Brasil e ainda sobram 250 anos. Obvio que os diversos povos do Ocidente e Oriente nesse longo período se desenvolveram de muitas maneiras, com níveis diferentes, e seria ingênuo nivelá-los, mas o que nos importa é o desenvolvimento da Igreja enquanto instituição e sua influência na Idade Média.
Em segundo lugar, pode-se estudar a Idade Media pelos arquivos e documentos Papais, ordenados positivamente, de modo a verificar como a Igreja se posicionava diante dos fatos morais e religiosos, como também políticos, no tempo.
Terceiro, é preciso lembrar que por convenção costuma-se dividir a idade média em três períodos com características históricas diferenciadas: 1) Idade Media Ascendente (692-1054); Idade Média Alta (1054-1294); Idade Media Decadente (1293-1450), curioso, todavia é que se chama de Idade Media decadente, justamente o período onde se criam as Universidades, e isso se justifica, pois essa convenção foi criada por autores liberais do inicio do período que por eles próprios ficou sendo conhecido como Renascimento, ou seja, era preciso postular uma decadência, para haver um Renascimento liberal, racionalista e naturalista fundado em tradições pré-cristãs.
Respeitadas essas convenções que desde muito a Igreja deveria ter abandonado, pode-se dizer, em linhas gerais que:
Na idade media ascendente (vejam que a imensa maioria dos autores esquece o mundo Oriental) temos o período de formação da cultura medieval Ocidental, quando a Igreja vai penetrando aos poucos no âmago dos povos germânicos e constituindo com eles o chamado Estado Medieval. Um único e grande Império que unia germânicos e romanos em duas fases sucessivas: 1) O Império Carolíngio dos Francos e 2) o Império Otônico dos Germanos. O Estado assume uma consagração eclesiástica (lembre-se que os Imperadores de todos os povos se diziam, ou divinos, ou divinizados, ate mesmo Jesus Cristo, chamado na Cruz Rei dos Judeus, era Deus e Homem). O cristianismo, diante do Senhor Divino, dá uma unção aos Imperadores, em Nome de Jesus Cristo, chamada Unção eclesiástica seguida assistência moral aos Imperadores do período. A partir dos anos 800 no Ocidente procura realizar o ideal de uma Santa Sociedade, chamada Santo Império, o da Civita Dei (Cidade de Deus), sob Carlos Magno. Por outro lado a Igreja, por motivos óbvios, facilmente identificáveis no estudo do período, assume oficialmente uma missão estatal: é criado em 756 o Estado Pontifício na Itália, e muitos dos Bispos são então designados (como servidores públicos, ou do Estado) assumindo funções sociais e políticas junto aos Senhores de seu Tempo (a Igreja tem agora território e serviço diplomático, se assim podemos dizer). Todavia os autores eclesiais mais prudentes, vão nos narrar o que ocorre, num mundo ambicioso e cercado de invasões (também no campo ideológico e da fé) um suplantação dos interesses do Estado Eclesiástico pressionados pelas necessidades do seu tempo, sobre a Igreja enquanto Corpo Místico de Cristo, e sua missão evangelizadora (que não se interrompe, no entanto). Esta estreita convivência com os poderes do Tempo vai gerar as simonias e investiduras, onde Leigos assumem em destaque o comando às vezes doutrinário do Corpo Místico.
Na Alta Idade Media, a Igreja tendo-se verdadeiramente arraigado como líder Moral na vida do Ocidente e Oriente, graças ao Primado dos sucessores do apostolo Pedro cujo tumulo esta em Roma, luta para liberar-se do braço secular, submetido agora pelo interesse secular de vários Imperadores, e consegue com sucesso sob a reforma religiosa dos monges de Cluny e sob o Comando do Papa Gregório VII (1073 Canossa). Esse Papa alcança um prestigio que a Igreja Mística, nunca tivera diante da vida interna da Igreja e nas relações com os soberanos do tempo. Neste período considera-se o auge da Escolástica.
A Idade Media decadente. Eu não sou historiador, mas ao olhar os textos que tenho, vejo que há uma omissão no estudo desse período, omissão grave que desconsidera as pressões sofridas na Europa, tanto pelo judaísmo, como pelo islamismo, como pela maçonaria filosófica, braço do judaísmo, assim como não se fala nos acontecimentos que influenciavam a Igreja nos demais rincões da Igreja espalhada já desde muitos séculos no Oriente. Os autores parecem esquecer que a Igreja vem do Oriente Próximo e Médio para o Ocidente, e não o contrario. È a promessa de Cristo a Pedro: “Pedro sobre ti erguerei a minha Igreja” que dará prestigio a sede episcopal de Roma, darão ascendência mística às demais comunidades cristãs do mundo todo. Assim nessa ausência de analises se diz que o Império Cristão do Ocidente dará lugar aos pequenos reinos, pequenos “Estados Nacionais”, que dará origem ao nacionalismo religioso. Os autores costumam dizer que esse “individualismo religioso” das nações, anteriormente, disciplinadas, educadas e formadas pela Igreja voltam-se aos poucos contra Ela com progressiva violência, sendo que os principais eventos assinalados foi o exílio papal em Avinhão ( 1305-38) que significou a sujeição do Papado ao poder francês e o Grande Cisma Ocidental que ( 1378- 1417) que, segundo esse autores, quer confundir, contrariando a longa tradição, contrariando o primado da Sé Romana e suscitando uma serie de “teorias eclesiológicas” condenadas pelo papado e aberrantes da Tradição. Essa perda de obediência à cabeça ( Pedro, sobre ti erguerei a minha Igreja) resultou num relaxamento da disciplina eclesiástica ( principalmente nas Nobrezas) e uma resistência ao papado instrumentalizada pelo poder político dividido em nações com interesses múltiplos que prepararam, cada qual ao seu modo a dita cisão protestante, que para os autores liberais, vai encerrar o período da Idade Media e começar o período convencionado como Idade Moderna. Assim estes autores assinalam como origem dos tempos modernos a desobediência Papal, ou seja, a desobediência ao primado de Pedro e a promessa de Cristo: Pedro tu és a pedra.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

As Universidades na Idade Média


Universidades na Idade Média
Texto base, muito interessante de Orlando F. levemente adaptado útil e didático para a propagação precisa da idéia do G23HI.

É incrível que professores universitários não saibam o que vou dizer:Se não fosse a Idade Média eles não seriam professores, e professores de Universidades!Pois quem fundou as Universidades foi a Igreja exatamente na Idade Média.Na Antiguidade nunca houve universidades, nem educação para todos. Foi Cristo que ordenou aos Apóstolos: "Ide e ensinai". E, por isso, a Igreja desde os primórdios, sempre ensinou a todos. Foi a Igreja que fundou as Universidades e guardou os livros ( Bíblia quer dizer coleção de Livros, no caso as Sagradas Escrituras).Em Salerno, no sul da Itália, surgiu a primeira faculdade de Medicina.Depois, surgiu a Universidade de Bolonha na qual se estudava inicialmente o Direito.Em Paris nasceu a Sorbonne, na qual ensinaram Santo Alberto, o Grande, São Tomás de Aquino e São Boaventura, entre outros. A Sorbonne ficou famosa como a principal Universidade em teologia e Filosofia. Em Orleans, a Faculdade se notabilizou no Direito Civil, enquanto em Toulouse se destacaram os estudos médicos. Em Montpellier os estudos de Medicina alcançaram alto nível, rivalizando com Salerno. Havia ainda, na França, Faculdades em Angers, Cahors, Gray e Avignon.No século XIII as universidades se espalharam por toda a Europa.Na Inglaterra, Oxford e Cambridge. Na Itália, fundaram-se universidades em Vicenza, Reggio, Arezzo, Padua, Nápoles, Treviso, Pavia, Piacenza, além de Bologna e Salerno, que já citei antes.Em Roma, Siena, e Piacenza tiveram as suas Faculdades. Peruggia se orgulhava de ter uma universidade com muitas Faculdades no século XIV.Havia universidades em Praga, em Colonia, Na Espanha, fundaram-se universidades em Lérida, Huesca, Salamanca, Palencia, Valladolid. Em Portugal, tivemos a nossa famosa Coimbra.No século XIV fundaram-se universidades em Heidelberg, Viena, Leipzig, Koppenhagen, Rostock, Crakow e Erfurt. Na Hungria nasceram as Universidades de Budapest e Pecz. Na Escócia, surgiram universidades em Glaskow e Aberdeen.Por toda a parte havia Universidades, e o número de estudantes era imenso, e, proporcionalmente maior do que em muitos países, hoje.Consta que em Oxford, no século XII, já havia por volta de 20.000 estudantes. Na Sorbonne, o número de estudantes no século XIII era maior do que no século XIX. (Cfr. James J. Walsh, The Thirteenth, Greates of Centuries, Catholic School Press, NewYork, 1929, p.59).E o nível dos estudos, naqueles tempos, era bem maior do que hoje. Na Idade Média, havia debates entre filósofos. Quando São Bernardo foi debater com o famoso Abelardo em Sens, multidões de estudantes se deslocaram para assistir a discussão.Assim como não surge um Everest numa planície amazônica, assim só pode nascer um gênio como Dante em um ambiente cultural elevado, onde haja muitos homens capazes de entendê-lo. Dante é a ponta de um iceberg de cultura. E no tempo de Dante até mesmo os carregadores de barcos no rio Arno, em Florença, repetiam de cor os seus versos.Quantos estudantes universitários de hoje são capazes de ler ( ter interesse) e entender Dante?Desde tempos imemoriais, nas Abadias e nas igrejas paroquiais, havia escolas para os monges e para o povo.( escolas monacais) Ainda no século XIII, em 1215, o IV Concílio de Latrão estabeleceu que em cada Catedral houvesse uma escola de gramática.( escolas Catedralicias) O Papa Honório III, sucessor de Inocêncio III determinou que o Bispo que não tivesse estudado a Gramática de Donato devia ser deposto (Cfr. James J. Walsh, The Thirteenth, Greates of Centuries, Catholic School Press, NewYork, 1929, p.30).É bem conhecido o impulso que Carlos Magno deu às escolas e aos estudos, desde o século VIII e IX. (primeira sistematização publica de ensino para todos).Nas Abadias, foram os monges que preservaram toda a cultura greco-romana, copiando página a página, linha a linha os autores clássicos. Se a cultura clássica chegou até nós, isso se deve à Igreja Católica através dos monges beneditinos. Além disso, os monges copiaram as obras patrísticas, acumulando um tesouro inestimável de cultura.Evidentemente, livros copiados à mão eram caros e raros. Não se conhecia o papel e a imprensa. Mas todas as Abadias, Mosteiros e conventos tinham as suas bibliotecas. Livros eram caros, e muitos eram copiados em letras de ouro e com ricas iluminuras.Estes livros mais caros eram, por vezes acorrentados nas estantes para evitar roubos. Daí a lenda das Bíblias acorrentadas que deviam ser lidas no local das bibliotecas sem poderem ser retirados delas. Mas havia um sistema de empréstimo de livros para consultas. Houve uma determinação de um Concílio de Paris, em 1212, sobre o empréstimo de livros como obra de caridade (cfr. Joan Evans, The Fowering of the Middle Ages, Thames and Hudson, London,1966 pp. 193-195). É falsa a alegação da ignorância da Idade Média. (como também é falso o domínio das letras na Antiguidade Clássica) Para esses (os que pensam assim) a cultura nasceu de repente, no Renascimento, (que era simplesmente uma volta aos textos da cultura Greco Romana, guardadas e traduzida pela Igreja). O Renascimento fugindo dos elevados ideais do Cristianismo,foi o responsável pela morte de muitas coisas boas, pois foi ele que trouxe de volta o paganismo com seus vícios e com a escravidão.. (principalmente a escravidão ao pecado)
Texto retirado de Blog Católico.
Em 1996, em Brasília, eu, Wallacereq@gmail.com, publiquei um texto titulado: “A Igreja e a Educação no Brasil". Logo que o reencontrar em nosso arquivo digital, o disponibilizarei. Haverei de retirar, no entanto, o capítulo que fala da Igreja e a Educação no Brasil, pois é assunto que diz respeito à Idade Moderna. Todavia, o histórico da Idade Média, base do que aconteceria no Brasil, ali contido, é preciso e esclarecedor aos detalhes no rico texto do original. O texto base daquela pesquisa, foi a História da Humanidade de F. Laurent,professor da Universidade de Gand, constituindo-se em ( O papado e o Império) ( O Oriente e O Ocidente) obra de 1869, em 18 volumes, publicada na França em Paris, por A. Lacroix Éditeurs.

Introdução à Idade Média Eclesial.

Introdução à Idade Média da História da Igreja.




A foto mostra uma Universidade Medieval.
Embora ao descrevermos algumas coisas sobre o islamismo, tenhamos ultrapassado os limites convencionais correspondentes à idade dita Antiga, e penetrado os tempos ditos da Idade Média, somente agora, faremos uma introdução, ao que convencionalmente se chamou Idade Média da História Eclesial.
Foi em 1675 que Christophorus Cellarius escreveu a obra Historiae Antiquae, Mediae Novae Nucleus (núcleo da História Antiga, Média e Nova) de modo que tal expressão se tornou comum nas escolas.
Estudaremos o período que vai de 692 ate 1450. Convencionou-se que o início da Idade Média corresponde ao Concilio regional ( não Ecumênico, universal; Ecumênico = terra habitada por cristãos) de Trulano, realizado em Constantinopla. Esse Concílio interessou-se pela restauração da teologia e disciplina religiosa influenciada pela invasão dos persas, pela influencia do Islam (620) e pelos debates teológicos. Curioso que Troullos, em grego cúpula é quasesinônimo de Quipá, aquele pequenino chapéu que os judeus usam, e também usam os bispos cristãos, herança dos judeus cristãos do inicio do cristianismo. No cristianismo, esse pequeno gorro chama-se Solidéu (soli- Deo), ou seja, só para Deus, e é designativo da alta dignidade do religioso na Hierarquia eclesiástica, que só “tiram o chapéu”, ou seja, declinam de sua autoridade, diante de Deus, normalmente durante a celebração eucarística, onde, nos ensina o cristianismo, nas espécies de pão e vinho esta a presença real de Jesus Cristo, Deus e Homem. No mais, o bispo permanece coberto.
O ponto de partida concreto da Idade Média é o fim do século VII. As invasões bárbaras abriam uma nova época na vida cultural, política e eclesial no Ocidente, assim como os persas e o Islam pressionavam o Oriente. Foram, portanto as relações com os novos povos (agora não mais submissos aos Romanos) com a Igreja que deram as notas características à Idade Média, ou seja, do período histórico que vai do século VIII (onde já havia certa homogeneidade) ao século XV. No século XV, houve um enfraquecimento dessa homogeneidade, pois foram trazidos à baila, mais uma vez, elementos da cultura Greco Romana, pré-cristãs, que os renascentistas não só queriam estudar, mas assimilar e viver, numa espécie de retorno as origens, dando inicio a um novo período da História, impregnada de conduta e ética cada vez menos cristãs, tendentes ao racionalismo, ao naturalismo, período que vai de 1450 ate 1929 (tratado de Latrão e criação do Estado do Vaticano), agora convencionado idade Moderna da História da Igreja. Como veremos a Idade Média, produziu grandes avanços culturais e teológicos justamente no embate com as novas (antigas) idéias pré-cristãs. A Idade Média forjou ânimos heróicos (cavaleiros e Monges que garantiram, correspondendo a Divina Providência, a sobrevivência do Cristianismo e da Igreja, principalmente no Ocidente. Produziram notáveis estudos especulativos e as Primeiras Universidades, todas, filhas da Igreja. Produziu nas artes o estilo românico e o gótico, progrediu no campo da ciência e da técnica, sobre modo na navegação.
Assim os estudiosos que tem removido e vasculhados os documentos correspondentes a essa fase “cristã de resistência” do Ocidente, tem encontrado e revelado testemunhos que dissipam os preconceitos “renascentistas pré-cristãos” sobre a Idade Media, e põem em relevo as suas melhores características e notas positivas.
O início da Idade Media, no Ocidente como no Oriente, têm em comum com a idade Antiga, da qual já vimos algo em pouco mais de oitenta textos, que em ambos os períodos a Igreja se via diante, em ambos os casos, de um mundo não cristão com o qual ela devia manter relações de sobrevivência e missão. No caso do Ocidente, no início da Idade Antiga era o Império Romano pagão, e no Inicio da Idade Media os povos germânicos que haviam derrubado o Império Romano do Ocidente.
Diz o autor: No inicio da idade Antiga a Igreja era um grãozinho de mostarda (uma das menores sementes) que se encontrava com três culturas muito diversas, a judaica, a romana, a grega.
Continua o autor: No inicio da Idade Media, ao contrario, o grãozinho esta evoluído, articulado em toda a terra conhecida, é um organismo fortalecido que não encontra uma potência que possa lhe fazer frente em termos de cultura. Os germanos, por exemplo, eram culturalmente pobres (fruto de longo isolamento); por outro lado a Igreja que tinha seu centro em Roma representava para todos eles a sede da Cultura, e para todos os povos, Civilização e Roma eram, por assim dizer termos sinônimos até o fim da idade Antiga, como já pudemos ver.
Aconteceu, portanto que os novos povos colocados diante do Cristianismo pelos missionários e monges, na maioria abdicaram de suas crenças, abraçando não só a Fé cristã, mas os valores elevados e a moral mais rigorosa do cristianismo, amalgamando-se em uma civilização mais elevada que lhes propunha e era transmitida pelo Cristianismo. Na idade Antiga a Igreja conseguiu imprimir traços cristãos sobre bases pagãs, na Idade Média, pelo contrário, maior o embate, a Igreja moldou desde os fundamentos o mundo Ocidental, a cultura, os valores e o ambiente conforme os ensinamentos cristãos (donde as calunias e “injurias forçadas” a esse período da História). O curso do ano civil passou a ser designado pelas ocorrências do cristianismo. O fluxo da semana culminava como o Domingo (dia da ressurreição do Senhor); as etapas do dia e jornadas de trabalho eram definidas pelos toques dos sinos; a configuração urbanística das cidades dependia do posicionamento das Igrejas e mosteiros que ficavam sempre no centro do povoado; as leis civis, inspiradas no direito eclesiástico e natural, eram abertas com a profissão no Deus Uno e Trino, conseqüentemente, a cultura européia tornou-se no período unitariamente cristã.
Esta penetração da Igreja na esfera civil se fez mais sentida na esfera da política. O Estado e a Igreja se viam moralmente associados na procura de um modelo ideal, que pela fragilidade humana, como ressalta os Evangelhos, nunca pode ser plenamente realizado. Joio e trigo cresceram lado a lado. O Ideal da Cidade de Deus, vivendo o Evangelho, segundo ensinava Santo Agostinho. Ideal do Sacro Império Romano.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Jornal de Castro: O SONHO DE SER PADRE REALIZADO

Jornal de Castro: O SONHO DE SER PADRE REALIZADO

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domingo, 10 de maio de 2009

Últimas palavras sobre o Islam.


Ultimas palavras sobre o Islam.

Quando em 1093 os reis Católicos retomam Lisboa ,Cintra e Santarém, e foi doada a D, Henriques o condado de Portugal (portanto o povo Português e o reino de Portugal surgem do combate aos mouros), houve um retrocesso com a retomada de Portugal pelos islamitas, porém na batalha de Ourique D. Afonso Henrique, em 1139 os expulsa arrabatand0-lhe boa parte das terras de Portugal. Na retomada de Lisboa foi ajudado pela esquadra da Segunda Cruzada que já ia a caminho combatendo os islamitas. Finalmente D. Afonso III conquistou o Algarves em 1247 liberando definitivamente Portugal das mãos islâmicas.
Todavia o ideal de uma teocracia islâmica persiste ate os nossos dias; preconizam um império terrestre regido pelo poder religioso, bem diferente do império moral do cristianismo.
As leis islâmicas têm em mira os pecados públicos, mais suscetíveis de definição legal. Seria maçante definir aqui os princípios da Teologia Moral Cristã, de modo a que o leitor saiba diferenciar foro intimo de foro externo. O Islamismo, antes do contacto com o cristianismo reconhecia quase que exclusivamente o foro externo ou o comportamento visível da pessoa. O foro interno (intenções) não era levado em conta na avaliação da conduta humana. Esse traço é que em contacto com o cristianismo vai produzir um surto de cultivo da vida mística em ambientes islâmicos. Estudiosos islâmicos, todavia chamam a atenção para que o Profeta Maomé já introduzisse uma mística interior, pois falava em purificação da alma; prevalência da devoção interior sobre os sacrifícios rituais (bem diferente das proposições cristãs, onde a liturgia, de litos, pedra, é a guardiã da fé). Assim para eles o Al Korão era capaz de inspirar não só uma religião formal, mas também uma piedade muito intensa e profunda. Todavia os cristãos insistem que foi o que se deu nos círculos árabes que entraram em contacto com os sistemas religiosos dos povos vizinhos, em particular com o cristianismo; criou-se assim uma autentica mística de inspiração cristã grega embora legitimamente mulçumana, da qual dois grandes expoentes são: Al Hallaj (922) e Al Ghezali (1111).
Especialmente a corrente sufita, em replica, dedicou-se ao cultivo da vida interior. A palavra árabe que corresponde a mística é Tasawwuf, e deriva do termo suf (lã). Significava originariamente “vestir-se de lã” que era originalmente o traje que os antigos ascetas e monges cristãos usavam. Designava, portanto a vida retirada do mundo que o asceta levava. Quem se veste assim no islamismo é chamado “sufi” e deste vocábulo deriva sufismo, o designativo da mística islâmica.
A partir do século XII, já em largo contacto com o cristianismo, foram-se formando comunidades cenobítica assemelhando-se as congregações religiosas do Catolicismo. Cada comunidade contava com um numero pequeno de sufitas que no convento viviam de esmolas, chamados Darwih (do persa= mendigo) e de um numero maior de leigos, que permaneciam no mundo, mas reuniam=se oportunamente para cumprir certas práticas religiosas. Algumas dessas comunidades subsistem ate hoje.
Nos séculos XIII e XIV fizeram-se sentir, agora reprimidos na Europa, as influencias orientais, principalmente do hinduísmo; caracterizando praticas como posições corporais e repetição amiudada e prolongada do nome de Deus como um mantra. O Panteísmo assim se introduziu em vários círculos da mística islâmica, acarretando a transformação original da mesma.

O Império Califado.

O mapa não esta adequado, mas mostra a área que nos referimos.






A expansão do Islamismo e o Império Califado.
Certamente os islamitas terão sua própria versão dos fatos. Meu interesse é a relação do Império Califado com a Igreja. Desse modo tomo por base o clássico livro de História da Igreja de Negromonte, editado na década de 50, do qual retiro os traços gerais desse texto.
O Império Califado foi tão grande ou maior que os maiores impérios da Antiguidade. Na Arábia, ainda no período da vida de Maomé, judeus e cristãos tiveram de deixar os territórios árabes. Com a morte de Maomé os Califas começaram uma serie de expedições conquistadoras e predatório que arrebatou boa parte do Império Romano Bizantino e não se pode esconder ameaçou a cultura helenística.
Também o Cristianismo foi altamente prejudicado pela expansão muçulmana, sobre modo ao Norte da África, onde devemos admitir desde o Egito ate a Mauritânia se desenvolvia um cristianismo tão forte ou superior ao cristianismo europeu que se extinguiu sob a influência maometana. Abu-Bekr e Omar conquistaram a Palestina, a Siria, o Egito e a Pérsia (Hoje Irã), desse modo os patriarcas cristãos de Antioquia (637), Jerusalém e Alexandria no Egito ficaram sob a dominação árabe. O Califa Othmam mandou invadir a Armênia, o Chipre e o Norte da África, especialmente Cartago, que caiu em 698. Os muçulmanos foram avançando para o ocidente pelo Norte da África ate o Marrocos de Hoje, para dali alcançar a Espanha. Por outro lado Constantinopla sofria intenso cerco por parte dos maometanos, mas resistiu.
Negromonte nos diz: “Apoderaram-se de Jerusalém em 658 onde o Califa Omar levanta a mesquita no local do Templo de Salomon. Conquistaram o Egito onde incendiaram a Biblioteca de Alexandria, apoderaram-se da orla africana do Mediterrâneo e invadiram a Espanha. Assim em pouco tempo tinham um império que ia da China ao Atlântico, dos desertos da África aos Pireneus”.
Grupos dissidentes do cristianismo facilitaram a invasão da Espanha. Em poucos anos dominaram toda a região menos as Astúrias, onde Pelágio organizou a resistência num pequeno reino do qual partiu posteriormente a reconquista. Na Espanha os cristãos sofriam perseguições e dificuldades. Considerados inferiores (pelo seu comportamento não belicoso) eram forçados a viverem em bairros afastados, excluídos dos cargos de direção, sobrecarregados de impostos, enquanto os que se convertessem eram tolerados, isentados de impostos, libertavam os escravos que renegassem a Cristo. Nessas numerosas defecções somente a Igreja conseguiu manter-se na Espanha independente, organizada e independente ao governo Mouro. Foi tão grande o numero de mártires que o Concilio de Córdoba proibiu aos cristãos que provocassem o Martírio dando testemunho publico de sua fé diante dos mouros. Nos claustros e no século a santidade se manifestou em abundância.
Pelo contrario quem passasse do Islam ao cristianismo era punido com pena de morte.
Para Negromonte, ao contrario do que apregoam os árabes, eles se tornarão mais civilizados com o advento da civilização moçarabe, pois na África o Islam levou os povos à barbárie, e entre 1055 e 1160 extinguiu-se o cristianismo em Cartago, por Exemplo, (Norte da África). O Moçarabe era o Cristão, e depois o Arabe-Cristão, que vivia na península Ibérica> Para Negromonte foi esse estreito contato de vários séculos que civilizou os árabes e a partir daí, verdadeiramente, o nome árabe passa a fazer parte do cenário civilizado, nas artes, na ciência, na literatura, na química, na medicina, e não antes como querem nos fazer pensar os muçulmanos (cuja era começa em 620 depois de Cristo). A pouca conquista anterior a esse período se deve não ao gênio Árabe, mas como comerciantes, deve-se ao contacto que tiveram com outros povos. Assim Negromonte nos diz: “A Civilização Árabe é mais uma conquista do Cristianismo que os consegue intelectualizar, embora submetidos” Esse amalgama irá influenciar o culto, a língua, a arquitetura, a matemática e os costumes profanos da Europa moçarabe, ou Ibero árabe.
Entusiasmados pelas vitorias esplendorosa os Islamitas transpuseram os Pirineus em direção a Gália (Hoje território da França) Mas Carlos Martelo os venceu na batalha de Poitiers em 732. Essa batalha salva a Europa de passar toda ela para as mãos árabes. Pepino o Breve, filho de Carlos Martelo completou a obra de seu pai libertando por completo a França do domínio islâmico. Finalmente Carlos Magno, o Primeiro a levar a avante um sistema de alfabetização massiva, justamente para proteger o Cristianismo do proselitismo árabe, invade a Espanha em 778, na intenção de libertá-la, mas se complica na batalha de Sarogosa e é obrigado a retirar-se, tendo deixado como conseqüência positiva a liberação de grandes contingentes de civis, que no futuro reforçarão a retomada da Espanha. Assim mesmo, para proteger as fronteiras da Gália, funda o reino de Aquitânia. Vivo Carlos Magno os islamitas não ousaram novas investidas ao coração da Europa, mas morto esse, e enfraquecida a união católica, os Sarracenos chegam às portas de Roma em 846. Diz Negromonte: “ A cristandade estremeceu quando eles acamparam aos pés do Monte Cassino e saquearam as Igrejas de São Pedro (onde está o túmulo do apóstolo Pedro) e a Igreja de São Paulo”.
O Papa Leão III longe e desassistido de Bizâncio viu-se obrigado a organizar a resistência armada. Reparou as muralhas da cidade, elevou torres e fortificou as cidades do interior. Por um motivo nunca explicado os islamitas desistiram de seu projeto sobre a Itália, mas permaneceram em pequenos grupos saqueando e colhendo escravos. Enquanto isso na Espanha os cristãos vão tomando algumas cidades. Oviedo em 791; Leão em 914; e a fundamental retomada de Toledo em 1085, pois aqui estava a Matriz que se tornaria o centro da resistência Cristã.
No século X (décimo) a Europa já tem nova unidade e retoma a ofensiva. A destruição do Santo Sepulcro ordenada pelo Califa Haken em 1009 seguida de uma inegável cruel perseguição aos Lugares Santos acendeu a resistência. Mesmo assim os “mouros” ficaram na península no reino de Granada ate 1228, ate serem definitivamente expulsos pelos reis Católicos em 1492. Em marcha, católicos retomaram Santarém, Cintra e Lisboa. Os cristãos e o Papado retomavam a Europa Cristã.

sábado, 9 de maio de 2009

Em um mundo de Iletrados.

O Islamismo em um mundo de iletrados.
Gosto de voltar sempre a esse tema. Quando dizemos que o Islamismo desenvolveu-se em um mundo de iletrados, não há demérito nenhum, pois o cristianismo também se desenvolveu assim, e assim também se desenvolveu o povo hebreu.
Quando imaginamos as grandes construções egípcias, tendemos a acreditar que se tratava de um povo que dominava a escrita, mas não era assim. Pouquíssimos escribas e alguns sacerdotes escreviam, e raramente isso poderia ser considerado com critério literatura, pois as mais antigas escrituras eram guarda livros assinalando as economias e tesouros. Embora a escrita marque para sempre o inicio da História, ou seja, história e escrita são quase sinônimos, nem gregos, nem romanos tiveram um povo de letrados, e não ouviremos falar de uma tentativa de massificar a escrita antes do século oitavo depois de Cristo. Para se ter uma idéia, o livro mais antigo do Japão foi escrito em 900 depois de Cristo.
A escrita é filha da arte, e os primeiros escritos, não passavam de desenhos, entalhes na pedra, ou esculturas no barro. Os antigos sumerianos e sua escrita cuneiforme, que também não era de domínio publico não passavam de longas listas de comercio. As estrebarias de escribas dos Egito ensinavam os hieróglifos (gravuras sagradas) gravados em pedras. Nessa época, pelos anos 5000 antes de Cristo, os livros como o sumeriano Gilgamesh e a história dos faraós pesavam muitas toneladas cada um. Você não esperava que as crianças levassem para a escola, debaixo dos braços. “A Biblioteca” babilônio-sumeriana encontrada em Tellos continha trinta mil ” escritos” gravados em tijolos e parecem ter 5500 anos de idade. O Mahabharata dos hindus tem 7000 folhas escritas em um tipo de palma. O Zend Avesta dos persas foi escrito em 12 000 couros de vaca. Homero nos conta que os grandes poetas gregos eram cegos, portanto também eles não escreviam. O quadro dos iletrados, e dos poucos letrados, foi de um concretismo aterrador mesmo ao tempo de Cristo, e não foi diferente em 620 no inicio do Islamismo.
As assembléias de leitura (Ecclesiae) eram uma pratica nas sinagogas dos Judeus por esse mesmo motivo, os que liam, liam para os que não liam.
Ninguém carregava debaixo dos braços os muitos rolos de couro de Per gamo (o pergaminho), papiro (espécie de folha de palma), linho ou papel de trapo dos chineses, que continham as “anotações do velho testamento”, manuscritas, muito menos os rolos do Novo Testamento. O Al-Korão, tem hoje cerca de mil paginas, e isso significava um numero enorme de rolos de linho, escrito por poucos, em anos de trabalho, e lido por muito poucos privilegiados, como a história comprova, e a total ausência de eventos que tenham encontrados originais, concorrem para comprovar que as “tiragens” eram mínimas em todas essas religiões. A massificação da leitura só surgirá na história com Carlos Magno num esforço publico de alfabetização de todo um povo cristão.
Isso, essa realidade aterradora e desconcertante, não significava que esses povos eram “burros”, pois faziam cálculos surpreendentes, eram capazes de recitar versos de 600 estrofes, e fazer cálculos mentais de grande complexidade, tinham uma arquitetura primorosa, artes e ourivesaria primorosa, eram estrategistas habilidosos e astrônomos invejáveis. O aspecto pejorativo do analfabetismo é bem recente, e está bem ligada a origem de classes distinguidas pelo domínio da escrita, e não mais pelas artes da guerra, da musica, das artes plásticas, da dança e da magia ou da riqueza material ou poderio militar.
Nesse contexto de iletrados, por volta de 610/11 Maomé efetuou sua conversão. Profundamente impressionado pela desunião dos homens de seu povo, tornava-se cada vez mais introspectivo, meditativo e entregava-se a severas práticas de mortificação retirando-se com freqüência para o isolamento. Certa vez na Noite do Destino, contam-nos que teria tido uma visão onde um estranho personagem lhe ofereceu um rolo de pano coberto com caracteres e sinais e mandando-lhe que lesse. Maomé relutou, pois provavelmente fosse iletrado, mas ao acordar dessa visão estava ele convencido de que o livro descera ao seu coração. Percebia em si uma voz que lhe falava em nome de Deus atribuindo-lhe a missão de retomar as crenças antigas de seu povo e por termo a idolatria e as disputas religiosas de seus irmãos de sangue, indicando a todo o caminho da união. Muito perturbado foi socorrido nesse propósito pela sua esposa Khadija, que auxiliada pelo seu primo Veraka, homem letrado, que interpretou as mensagens do coração de Maomé apresentando-lhe assim: Deus te escolheu o profeta da nova fé. Todavia Maomé tornava-se cada vez mais assustado com as visões que tinha, chegando a pensar no suicídio, pois se julgava perseguido por espíritos, mas foi quando Veraka através de Khadija, lhe explicou que o Arcanjo Gabriel lha anunciava que seria ele Maomé, o apóstolo do Senhor.
Nascia um líder militar. Se você através das Imagens do Google se der ao trabalho de ver desde o espaço o que é a Arábia hoje, compreenderemos o que era a Arábia no passado. Uma atividade pesqueira no entorno do Mar Vermelho, uma atividade pastoril insipiente, uma agricultura em solo árido e difícil, restava aquele povo explorar os segredos do deserto em caravanas comerciais ou guerreiras.
Ao tempo de Maomé, no comando de guerreiros, quando as tropas voltavam pela metade, haveremos de compreender a poligamia, pois os homens precisavam de filhos, a o grande numero de viúvas e órfãos precisavam de sustento. Assim o Islam foi se moldando as necessidades de suas próprias circunstancias. Conta-se que Maomé chegou a possuir seis mulheres, sendo a mais nova com apenas seis anos. Não, Maomé não era pedófilo, e suas mulheres adultas e concubinas certamente lhe satisfaziam qualquer apetite carnal, mas não era esse o significado pratico da poligamia, muitas vezes ela significava a união de tribos inteiras, de famílias tradicionalmente inimigas, às vezes significava o fortalecimento dos rebanhos, dos guerreiros, dos cavalos, das armas e das riquezas. Muitos povos se utilizaram das uniões conjugais para o fortalecimento político ou militar. Também para o crescimento intelectual.