domingo, 10 de maio de 2009

O Império Califado.

O mapa não esta adequado, mas mostra a área que nos referimos.






A expansão do Islamismo e o Império Califado.
Certamente os islamitas terão sua própria versão dos fatos. Meu interesse é a relação do Império Califado com a Igreja. Desse modo tomo por base o clássico livro de História da Igreja de Negromonte, editado na década de 50, do qual retiro os traços gerais desse texto.
O Império Califado foi tão grande ou maior que os maiores impérios da Antiguidade. Na Arábia, ainda no período da vida de Maomé, judeus e cristãos tiveram de deixar os territórios árabes. Com a morte de Maomé os Califas começaram uma serie de expedições conquistadoras e predatório que arrebatou boa parte do Império Romano Bizantino e não se pode esconder ameaçou a cultura helenística.
Também o Cristianismo foi altamente prejudicado pela expansão muçulmana, sobre modo ao Norte da África, onde devemos admitir desde o Egito ate a Mauritânia se desenvolvia um cristianismo tão forte ou superior ao cristianismo europeu que se extinguiu sob a influência maometana. Abu-Bekr e Omar conquistaram a Palestina, a Siria, o Egito e a Pérsia (Hoje Irã), desse modo os patriarcas cristãos de Antioquia (637), Jerusalém e Alexandria no Egito ficaram sob a dominação árabe. O Califa Othmam mandou invadir a Armênia, o Chipre e o Norte da África, especialmente Cartago, que caiu em 698. Os muçulmanos foram avançando para o ocidente pelo Norte da África ate o Marrocos de Hoje, para dali alcançar a Espanha. Por outro lado Constantinopla sofria intenso cerco por parte dos maometanos, mas resistiu.
Negromonte nos diz: “Apoderaram-se de Jerusalém em 658 onde o Califa Omar levanta a mesquita no local do Templo de Salomon. Conquistaram o Egito onde incendiaram a Biblioteca de Alexandria, apoderaram-se da orla africana do Mediterrâneo e invadiram a Espanha. Assim em pouco tempo tinham um império que ia da China ao Atlântico, dos desertos da África aos Pireneus”.
Grupos dissidentes do cristianismo facilitaram a invasão da Espanha. Em poucos anos dominaram toda a região menos as Astúrias, onde Pelágio organizou a resistência num pequeno reino do qual partiu posteriormente a reconquista. Na Espanha os cristãos sofriam perseguições e dificuldades. Considerados inferiores (pelo seu comportamento não belicoso) eram forçados a viverem em bairros afastados, excluídos dos cargos de direção, sobrecarregados de impostos, enquanto os que se convertessem eram tolerados, isentados de impostos, libertavam os escravos que renegassem a Cristo. Nessas numerosas defecções somente a Igreja conseguiu manter-se na Espanha independente, organizada e independente ao governo Mouro. Foi tão grande o numero de mártires que o Concilio de Córdoba proibiu aos cristãos que provocassem o Martírio dando testemunho publico de sua fé diante dos mouros. Nos claustros e no século a santidade se manifestou em abundância.
Pelo contrario quem passasse do Islam ao cristianismo era punido com pena de morte.
Para Negromonte, ao contrario do que apregoam os árabes, eles se tornarão mais civilizados com o advento da civilização moçarabe, pois na África o Islam levou os povos à barbárie, e entre 1055 e 1160 extinguiu-se o cristianismo em Cartago, por Exemplo, (Norte da África). O Moçarabe era o Cristão, e depois o Arabe-Cristão, que vivia na península Ibérica> Para Negromonte foi esse estreito contato de vários séculos que civilizou os árabes e a partir daí, verdadeiramente, o nome árabe passa a fazer parte do cenário civilizado, nas artes, na ciência, na literatura, na química, na medicina, e não antes como querem nos fazer pensar os muçulmanos (cuja era começa em 620 depois de Cristo). A pouca conquista anterior a esse período se deve não ao gênio Árabe, mas como comerciantes, deve-se ao contacto que tiveram com outros povos. Assim Negromonte nos diz: “A Civilização Árabe é mais uma conquista do Cristianismo que os consegue intelectualizar, embora submetidos” Esse amalgama irá influenciar o culto, a língua, a arquitetura, a matemática e os costumes profanos da Europa moçarabe, ou Ibero árabe.
Entusiasmados pelas vitorias esplendorosa os Islamitas transpuseram os Pirineus em direção a Gália (Hoje território da França) Mas Carlos Martelo os venceu na batalha de Poitiers em 732. Essa batalha salva a Europa de passar toda ela para as mãos árabes. Pepino o Breve, filho de Carlos Martelo completou a obra de seu pai libertando por completo a França do domínio islâmico. Finalmente Carlos Magno, o Primeiro a levar a avante um sistema de alfabetização massiva, justamente para proteger o Cristianismo do proselitismo árabe, invade a Espanha em 778, na intenção de libertá-la, mas se complica na batalha de Sarogosa e é obrigado a retirar-se, tendo deixado como conseqüência positiva a liberação de grandes contingentes de civis, que no futuro reforçarão a retomada da Espanha. Assim mesmo, para proteger as fronteiras da Gália, funda o reino de Aquitânia. Vivo Carlos Magno os islamitas não ousaram novas investidas ao coração da Europa, mas morto esse, e enfraquecida a união católica, os Sarracenos chegam às portas de Roma em 846. Diz Negromonte: “ A cristandade estremeceu quando eles acamparam aos pés do Monte Cassino e saquearam as Igrejas de São Pedro (onde está o túmulo do apóstolo Pedro) e a Igreja de São Paulo”.
O Papa Leão III longe e desassistido de Bizâncio viu-se obrigado a organizar a resistência armada. Reparou as muralhas da cidade, elevou torres e fortificou as cidades do interior. Por um motivo nunca explicado os islamitas desistiram de seu projeto sobre a Itália, mas permaneceram em pequenos grupos saqueando e colhendo escravos. Enquanto isso na Espanha os cristãos vão tomando algumas cidades. Oviedo em 791; Leão em 914; e a fundamental retomada de Toledo em 1085, pois aqui estava a Matriz que se tornaria o centro da resistência Cristã.
No século X (décimo) a Europa já tem nova unidade e retoma a ofensiva. A destruição do Santo Sepulcro ordenada pelo Califa Haken em 1009 seguida de uma inegável cruel perseguição aos Lugares Santos acendeu a resistência. Mesmo assim os “mouros” ficaram na península no reino de Granada ate 1228, ate serem definitivamente expulsos pelos reis Católicos em 1492. Em marcha, católicos retomaram Santarém, Cintra e Lisboa. Os cristãos e o Papado retomavam a Europa Cristã.