segunda-feira, 18 de maio de 2009

Avançando aos pouquinhos.


A história, enquanto fatos vividos numa cadeia de fatos sucessivos é obra da Divina Providência. A história enquanto narrativa dos homens, infelizmente é uma construção, quase sempre tendenciosa, e muitas vezes falsa. Se você enquanto individuo, percebesse de imediato os fatos de sua vida, e os narrasse por escrito de imediato, esta seria a história de sua vida, porém, se o fizer depois de longo tempo de vividos os fatos, você construirá a sua história, conforme a ótica do momento em que você escreva. Ora mas a sua história, vivida ou construída não é a história dos indivíduos que contigo viveram os fatos. Os antigos, mais habituados que eu às longas narrativas, num período muito anterior ao uso massivo da escrita, sabiam, disso, muito melhor do que nós. Por isso, o dogma da revelação, vem em socorro dessas deformações individuais dos fatos, pois é Deus contando a sua história aos homens, e como Deus não muda, através de suas revelações, sabemos distinguir a verdade do falso.

Certamente alguém haverá de discordar, mas a Revelação é um ato de Fé.

Quando analisamos a História Universal com isenção, percebemos que tomamos de empréstimo o ponto de vista do narrador, no seu tempo, e segundo os seus valores, o que nos mostra que acabamos fazendo uma falsa idéia dos fatos. Essa intuição levou os homens a negar a história, ou ao menos, atribuir-lhe um valor relativo, e os homens criaram em seu lugar o pragmatismo, a vivência utilitarista do presente, sem o empréstimo de valores do passado. Isso criou a Ética consuetudinária, afastando o homem, da história Divina, e dos valores inscritos no coração do homem. O pensamento, a Razão, para o homem cristão é um Dom gratuito, que pode ser revelado em etapas, ou no caso de manifestações geniais, na mais tenra infância, porém em ambos os casos tem origem Divina. É a tal Imagem e Semelhança de Deus que nos fala a Sagrada Escritura.

Atila, de fato, como seus homens invadiu a Gália destruindo muitas cidades, mas evitou Paris. Visigodos e Francos se uniram em torno do general Écio, romano, que era responsável pelos domínios romanos da Gália e derrotaram Atila na Batalha dos Campos Mauricios. Em 451.
No ano seguinte, nos contam, invadiu a Itália e destruiu a cidade de Aquiléia, cujos habitantes em fuga retiraram-se para uma região pantanosa do Adriático (veja no Mapa) e fundaram Veneza. Sem saquear Roma, Atila depois de um encontro com o Papa São Leão Magno, retira-se da Itália com seus guerreiros em destino da Pamônia, liberando assim os ostrogodos que estavam sob seu domínio, estes liberados se dirigem para a Itália. Assim no ano de 476, Odoacro, dos Hérulos, toma Roma do Imperador Rômulo Augústulo, tornando-se Odoacro Rei Germânico da Itália. Porém, pouco depois os Ostrogodos, chefiados por Teodorico, chegam e expulsaram os hérulos em 489, tornando-se Teodorico rei Germano Ostrogodo da Itália. Depois da morte de Teodorico, Justiniano Imperador do Oriente reconquista a Itália. Os últimos germanos a ocupar a Itália foram os Lombardos, deixando seu nome ligado ao Norte do país, ou seja, a Lombardia. Tendo o rei lombardo Desidério ameaçado tomar Roma, o Papa apelou ao Rei Franco Carlos Magno (muita coisa havia acontecido na Gália dos Francos desde Meroveu, passando por Clovis, ate chegar a Carlos Magno) que atacou os lombardos vencendo o lombardo Desidério e lhe tomando o Reino. Começava a delinear-se o Sacro Império Romano dos Francos. Como você vê o Império Romano do Ocidente já não existia, Roma era governada moralmente pela Igreja, que lhe dava a unidade e importância.
No meio disso tudo, clérigos, monges leigos, e missionários sobreviviam.

Ao norte a ilha da Bretanha, ou depois chamada terra dos Anglos (Angla terra = Inglaterra) era povoada por um povo muito antigo, os Bretões, da mesma raça que os Gauleses. “(que haviam resistido aos Romanos e ao Cristianismo). Como fossem atacados pelos Escotos (habitantes da Escócia de hoje) que viviam ao norte da ilha da Bretanha (Hoje Escócia) os bretões pediram auxilio aos germanos Anglos e Saxões, que habitavam o continente Europeu. Todavia os Anglos e Saxões venceram os Escotos, mas tornaram-se senhores da Ilha da Bretanha. Os Bretões que não quiseram submeter-se passaram assim, para o continente, onde ocuparam a Armória (Norte da Gália, hoje França) que passou a chamar-se Bretanha. Os territórios eram enormes, e os historiadores nunca nos contam o numero dos guerreiros, e os limites das terras ocupadas, justamente porque o conceito de fronteiras era diferente dos nossos.
Os Francos.
Ate o aparecimento de Clóvis, os francos se dividiam em varias pequenas tribos que ocupavam uma região da Gália ao sul da Bélgica de hoje. No resto da Gália (cujos limites não eram claros) viviam quatro povos: Os romanos, ao sul dos francos. Os visigodos nas proximidades dos Pirineus na célebre Aquitânia de tantas guerras. Os Burgúndios viviam no vale do Ródano (reino da Borgonha, e finalmente ao norte da Borgonha os alamanos. Clovis submetendo todos esses povos os unificou em um único reino sob domínio dos francos. Clovis era da dinastia dos Merovíngios, nome derivado do rei Franco Meroveu, rei Franco que combateu Atila ao lado do romano Écio. A segunda dinastia dos francos foi a Carolíngia, porque seu maior soberano foi Carlos Magno. Clovis e os Francos ainda eram pagãos quando venceceram os romanos na Gália. Conta-se que na luta contra os alamanos, Clovis que era franco e, portanto germano, apelou para os deuses do politeísmo germano, não sendo atendido, então em desespero apelou para o Deus de sua mulher Clotilde (cristã) prometendo converter-se ao cristianismo. Vitorioso ele e seus três mil guerreiros se apresentaram em Reims onde foram batizados por São Remígio, bispo. Batizado passou a contar com o apoio dos clérigos e da maior parte da população cristã de origem romana na Gália. Isso facilitou a vitória sobre os visigodos e os burgúndios.
A história Eclesial se interpreta sobre uma infinidade de relatos momentâneos, como se fora um diário.