domingo, 17 de maio de 2009

Comparando aos pouquinhos.


Comparando, esclarecendo, compreendendo.
É possível que você tenha estranhado as datas que delimitam a Idade Media Eclesial. Você esta certo, e em um dos primeiros textos do Blog, tivemos a oportunidade de falar sobre isso. Antonio Borges Hermida, que todos conhecem, assinala o inicio da Idade Média na História Universal em 395, com a divisão do Império Romano em Império Romano do Ocidente e do Oriente. O Império do Ocidente vai cair em 476, e o do Oriente em 1453 tomado pelos turcos muçulmanos sob o sultão Maomé II.
Todavia a Idade Media Eclesial, começa como já vimos em 692 com o Concilio Regional de Trulano, e termina em 1450. Começa mais tarde do que as datas da História Universal, e termina mais cedo de que a Tomada de Constantinopla em 1453.
Outro detalhe que me confundiu muito, e poderá te confundir, é que povos Bárbaros, eram indiscriminadamente chamados todos os povos que estivessem fora do Império Romano, do Oriente e do Ocidente. Assim, persas, árabes , turcos, e hunos era povos bárbaros do Oriente. Se mais íntimos da cultura romana, hindus e chineses também seriam chamados assim. Igualmente os negros das nascentes do Nilo. Judeus, para os romanos eram bárbaros, deixando de sê-lo, depois da conquista daquelas terras pelos Romanos. Na Europa os povos bárbaros de diversas denominações pertenciam a três grandes ramos: Germanos Eslavos e Tártaros. Por exemplo, os germanos formavam os Francos, os Anglos e Saxões. Todavia também eram germanos os Godos divididos em visigodos e ostrogodos; os Lombardos; e os Burgúndios.
O texto que apresento agora ficará incompleto, pois tentarei fazer uma ordenação dos fatos históricos, desde 395 ate 692, e desde 692 ate 1450, e finalmente os fatos históricos de 1450 a 1453, separando os que dizem respeito diretamente à Igreja.
Como aparecerão em cada texto dados significativos, deixarei em aberto o texto, para que nós possamos ir acrescentando os dados em cada oportunidade, e segundo cada assunto estudado. É possível que eu não consiga terminar essa difícil tarefa com precisão, porém seguramente ela, ainda que incompleta, nos auxiliará a muito melhor entender as inúmeras lutas do Cristianismo para sobreviver no Mundo.
395: Sob Teodósio, o Império Romano se divide. (convencionou-se ser essa data o Inicio da Idade Média)
476: Cai, sob Odoacro (bárbaro) o Ultimo Imperador Ocidental do Império Romano Rômulo Augusto, e nas terras desse Império surgirão os Estados Bárbaros germanos, por exemplo: Francos na Gália; os Anglos e Saxões, na Bretanha (também chamada In (angla) terra, ou terra dos Anglos). Nós precisaremos datar esses eventos, pois os eslavos formam a partir do século V a Rússia e a Polônia; os tártaros formam os búlgaros e húngaros, os visigodos a Espanha, os Lombardos a Lombardia no norte da Itália, os Burgúndios a Burgúndia na Gália depois conquistada pelos Francos. Do mesmo modo, o Império do Oriente será conquistado, pelos persas, pelos árabes, e pelos turcos, porém como sua capital Constantinopla não cai, ele dura até 1453, quando cai na mão dos turcos muçulmanos.
No Ocidente, com relação à Igreja os germanos são os mais importantes, pois serão os primeiros a se converterem, viviam na Germânia, atual Alemanha, separados do Império pelos rios Danúbio e Reno. Os estudiosos dizem que os Germanos são povos indo europeus, que viviam em território da Europa de hoje em torno da península da Jutlândia, e que no século IV e V, pressionados pelos hunos (também bárbaros segundo o critério dos Historiadores) invadiram o Império Romano. E como veremos formarão dez das atuais nações européias. Aparentemente os primeiros contactos dos germanos com o império foi pacífico, pois Estilicão por exemplo foi general do Imperador Romano Honório. Esse imperador teve uma irmã casada com o chefe Visigodo Ataulfo, sucessor de Alarico, contraditoriamente foi Alarico o primeiro visigodo a tomar e saquear Roma. Alguns autores dizem que a invasão pacífica dos germanos contribuiu para enfraquecer o Império, foi quando a pressão dos hunos vindos da Ásia, faz com que os germanos, invadam definitivamente a Itália. Alarico morreu em 410 na Calábria, ao sul da Itália, e foi sucedido por Ataulfo. Ataulfo casou-se com Placídia, irmã do Imperador Honório, nos Pirineus a Aquitânia onde iniciou um povo visigodo (nos diz Borges Hermida) seus sucessores avançaram os Pirineus e tomaram a Espanha. Quando Clovis unificou a Gália (França) os visigodos entregaram Aquitânia, mas ficaram na Espanha. Ate que em 711, os muçulmanos vindos do Norte da África, invadiram a Espanha. Este reino será posteriormente o reino de Aquitânia (fundado pelo rei Franco Carlos Magno, na Fronteira da França como a Espanha, para defender a Europa dos muçulmanos). Assim durante toda a Idade Média, os “Espanhóis” visigodos, suevos, alanos e outros povos cristãos, lutaram para expulsar os muçulmanos, mas somente conseguiram expulsa-los no inicio da idade moderna em 1492, quando já governavam a Espanha os reis Católicos Isabel e Fernando.
Pouco antes disso, os alanos, os suevos (da região ao Norte de Portugal de Hoje) os vândalos e os Burgúndios, todos os povos germanos como os Francos, invadiram a região romana da Gália (hoje França) e fundaram o reino de Borgonha, depois conquistado por Clovis o Rei dos Francos, os outros, os suevos, alanos e vândalos invadiram a região romana da Espanha onde sustentaram guerra com os visigodos.
Quando estamos falando em Espanha, não havia ainda Portugal, os suevos se fixam em território do norte da Espanha e alanos se mesclam. Os vândalos ocupam uma região da Espanha que ficou chamada Vandaluzia (hoje Andaluzia), e por mar passam para o Norte da África, onde fundam um reino. No tempo de Genserico, os vândalos re-atravessam o Mediterrâneo e invadem a Itália, tomam e saqueiam Roma. Mas o Reino dos vândalos na África é conquistado pelo Imperador Justiniano, que é considerado o maior Imperador do Império Romano Cristão do Oriente.
De fato, os Hunos, sob o comando de Átila, parte da Pamônia ( hoje Hungria) com seu povo de pele amarela, e invade territórios romanos da Gália ( França). Mas é derrotado pelo general romano Écio.