segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

As perseguições aos cristãos promovidas pelo Império Romano.

As perseguições do Império aos cristãos.

O padre Negromonte, conhecido historiador e professor, divide as vitórias iniciais do cristianismo, em três etapas: vitória sobre o judaísmo; vitória sobre a força; e vitória sobre os erros. Falaremos nesse texto sobre as vitórias sobre a força. Quero que você membro do grupo, pense, ainda que só como hipótese, como teria sido, e os motivos de tantos martírios. Como você já sabe, a palavra martírio tem origem grega e se traduz por testemunho, nos casos narrados, testemunho com a própria vida.
Hoje vou apenas transcrever em resumo bem aproximado do texto original, trecho de um livro escolar de nível médio, ao tempo, bom tempo, em que se ensinava religião católica nas escolas.

“ Não foi difícil a Nero atirar sobre os cristãos a culpa pelo incêndio de Roma em 64. Sob essa desculpa começam as perseguições romanas que embora mais numerosas do que dez sejam, por convenção didática consideradas em número de dez. Elas duram até o século IV ( quarto). Cada imperador dava às suas perseguições uma feição diferente. Nero a partir de 64 queria o número. Domiciano (81-96) preferindo a qualidade das lideranças martirizou seu primo Flavio Clemente e expatriou sua esposa Domitila; Trajano 89-117 volta a declarar “Christianos est non licet”, numa tradução mais popular: Cristãos fora da lei. Marco Aurélio o imperador “filosofo” e poeta 161-180 extinguia os intelectuais como inimigos de sua filosofia divina martirizando São Justino apologista; Santa Cecília da estirpe senatorial de Roma; e parte do povo cristão. Desde Setimo Severo 202-211 as perseguições se voltam contra a Igreja como tal. Impressionado com o crescimento do cristianismo no Império ele proíbe as conversões com a pena de morte. Tendo sido essa uma das mais terríveis perseguições. O próximo imperador, Alexandre Severo, 222-235, dá uma trégua aos cristãos. Todavia Maximino 235-238, três anos, manda destruir o clero e seus templos. ( Lapso de dez anos).
Para restabelecer o prestígio e a unidade do Império, Décio 249-251 decidiu suprimir o cristianismo pela apostasia, morria apenas aquele que não apostatasse. A resistência espantou o imperador, embora as defecções não fossem poucas. Os cristãos chamavam aos apostatas de lapisis (decaídos) e os excluíam da comunidade cristã. Tempos de radicalismo total.
Valeriano 253-260 organizou a caça ao clero, martirizaram os Papas Estevão e Sixto II, e o célebre diácono Lourenço sendo essas as baixas mais famosas. Datam de então as galerias de despistamentos das catacumbas para dificultar as buscas. Galiano 260-269 restitui os templos e cemitérios chegando a considerar o cristianismo religião lícita. Depois de um duro decreto do imperador Aureliano, cuja morte não o deixou executar em 275, só rebentará outra perseguição em 303 que sendo a mais tremenda será, todavia, a última promovida pelo Império. Diocleciano 283-305 ordenou a destruição dos livros sagrados, a cassação de reuniões de cristãos e a morte a todos os cristãos que não abjurassem. Por todo o Império foi tão grande a devastação, que ele mandou erguer monumentos com a inscrição “Nomine chistianorum deleto”, algo no sentido de “cristãos exterminados”.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Escritores antigos, apresentação.

Cristãos, pagãos e judeus escrevem sobre Jesus Cristo.

Se Jesus viveu ate 33 ou 36, ate a morte de São João + ou- em 100, haviam passado apenas 64 anos. Os primeiros escritos, sãos os Evangelhos naturalmente. Entre eles São João o último (esses nós comentaremos à parte). Mas existem curiosidades dignas de serem registradas. O Talmude dos judeus fala de Cristo, embora faça referencias a ele, para desmoralizar o próprio e aos cristãos.
O tratado Sanhedrin 43ª do Talmude da Babilônia (Roma) diz “Na véspera da Páscoa suspenderam a uma haste Jesus de Nazaré”
Em Aboda Zara 40 d Jesus é chamado Ben- Pandara, ou como querem outros Ben-Panthera, ou seja, filho de pantera, essa expressão aramaica parece ser, segundo os estudiosos, uma deformação proposital do grego: Huios (hijo) tes Parthenou (Filho da virgem). O termo parthenos (u), foi transformado em Pantheros ( us) ou Partheros, nome próprio, que o documento atribui ao pai de Jesus. Nesse documento leremos que Maria era casada com Pappos, ou Stada, coisa para os filólogos.
Ainda na coleção de documentos judeus, agora fora da tradição rabínica, temos Flavio José que viveu entre 37 e 95, e que nas suas Antiguidades Judaicas fala de Cristo.
Romanos: O incêndio de Roma em 64 sob Nero, é noticiado pelo historiador Tácito, que escreve em 116, e fala de Cristo que condenado no reinado de Tibério, padeceu o suplício sob Poncio Pilatos ( Anais XV 44).
Suetônio escreverá em 120 sobre o reinado de Claudio ( 41-45) que este expulsou os judeus de Roma, que sob o impulso de Cresto ( Cherestós) ou Christós ( Xistos) que traduz o hebraico Messias ( ungido) se haviam tornado causa freqüente de tumulto ( Vita Claudii XXV).
Em 112 mais ou menos, Plínio o Jovem, governador da Bitinia (Ásia Menor) escreveu ao imperador Trajano que os cristãos cada dia eram em maior numero e cantavam um cântico a Cristo que eles tinham como Deus. ( Cartas, 1.X 96)
Sempre lembrando dos quatro evangelistas, resta-nos ainda os escritores cristãos; São Clemente de Roma, em 96, Santo Inácio de Antioquia que morreu em 107; Clemente de Alexandria que morreu em 215; Santo Irineu de Lião, que morreu entre 180 e 190. O presbítero Gaio em 200; e tantos outros do primeiro e segundo século.
Interessante, que se levanta dúvida aos escritos cristãos, mas nunca se levanta dúvidas aos escritos judeus, cujos mais antigos originais conhecidos são mais recentes do que os mais antigos, originais do cristianismo ( ver Keller). Os críticos ditos racionalistas, jamais duvidaram das escrituras judaicas, nem as colocaram em dúvida, porque tais críticos ou são judeus, ou inspirados por judeus. O ponto central é o ataque ao cristianismo, e ninguém diz isso.

Wallareq@gmail.com, para o G23HI.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Outra linha do Tempo, na história da Vida.




























Os Concílios Ecumênicos.
Você já viu que Pedro, o pescador Judeu presidia o Concilio de Jerusalém em 50. Todavia esse, mesmo sendo o primeiro Concílio Cristão, não é um Concilio Ecumênico. Ecumênico para a Igreja , dizia respeito ao sentido primitivo da palavra grega que dá origem a Ecumênico, ou seja, terra habitada por cristãos. Então ecumênico, não queria dizer dialogo religiosos, como se quer hoje, pois quando a igreja se divide entre Igreja do Oriente e Ocidente, ou quando surgem as correntes de protesto (Ou PROTESTANTES) EM 1450, JÁ HOUVERA UM BOM NÚMERO DE "Concílios Ecumênicos".
A ordem ou lista dos Concílios Ecumênicos, reunindo os Bispos de toda a terra habitada por cristãos, e o estudo dos seus documentos, nos mostra de maneira positiva, todos os desvios da fé, que sofreu a doutrina de Jesus Cristo, e como foram combatidos.
São Vinte e Um ( 21) os Concílios Ecumênicos na história da Igreja:
1) Concilio de Nicéia I em 325,
2) Concilio de Constantinopla I em 381,
3) Concilio de Éfeso em 431,
4) Concilio de Calcedônia em 451;
5) Concilio de Constantinopla II em 553;
6) Concilio de Constantinopla III em 680;
7) Concilio de Nicéia II em 787;
8) Concilio de Constantinopla IV em 869;
9) Concilio de Latrão I em 1123;
10) Concilio de Latrão II em 1139;
11) Concilio de Latrão III em 1179;
12) Concilio de Latrão IV em 1215;
13) Concilio de Lião I em 1245;
14) Concilio de Lião II em 1274;
15) Concilio de Viena em 1311;
16) Concilio de Constança em 1417;
17) Concilio de ferrara em 1438;
18) Concilio de Latrão V em 1512;
19) Concilio de Trento em três etapas 1545-47; 1551-52; 1562-63;
20) Concilio Vaticano I em 1869;
21) Concilio Vaticano II em 1962.

Não há duvida que o estudo desses documentos, eleva o espírito, valoriza a luta silenciosa da Igreja contra todas as heresias, venham ela de que fontes vierem, das igrejas separadas, das ciências naturais, da astronomia, da filosofia, da psicologia, da medicina. A Igreja defende o pensamento e a palavra perene de Cristo, neste 2000 anos e a Moral advinda dos Mandamentos de Deus e do Amor.
Se num mundo onde só interessa o comércio e o fluxo dos capitais, e essa velha e bi milenar instituição fosse comparada a um Shopping, o que ele vende ou venderia? Esperança, caráter, constância, coragem, dignidade humana, Moral, fé, educação e salvação... E o que é mais interessante... Só paga quem pode, ou quem quer e quanto pode, ou quanto quer, porém não como pagamento, mas como um agradecimento dessa luta de mártires e santos para nos preservar através dos séculos a Palavra.

Lista para ser aperfeiçoada dos primeiros papas da Igreja.

Correm por aí varias listas de Papas, cada qual com um determinado tipo de erro proposital, para favorecer esse ou aquele argumento. Ainda não encontrei um documento oficial confiável. Logo que possível estaremos disponibilizando toda a lista.

Lista dos primeiros Papas da Igreja: ( veja, no caso dessa lista, Pedro, o primeiro, que foi instituído Papa pelo próprio Cristo " Pedro tu és a Pedra e sobre ti edificarei a minha Igreja", ao afirmar que governou de 42 em diante, não nos diz que Cristo estaria vivo em 42 o que é improvável, mas que Pedro estivesse lá em Roma em 42, pois lemos em Atos que foi preso em Jerusalém (em 42). ( Contradição?)

Outras listas negarão o primado de Pedro em Roma,( Betsaida, o que em si não é falso, ou Antioquia, o que também não é, pois Pedro era o chefe da Igreja, não dessa ou daquela, maririzado em Roma, faz de Roma a sede e o túmulo daquele a quem Jesus chamou de pedra fundamental, Roma, apesar das dificuldades e perseguições nos anos seguintes, é a pedra fundamental da Igreja Universal ( Catolico, quer dizer aquele que congrega universalmente)) afirmando que ele não era, ou não teria sido o bispo de Roma , e assim, cada qual pretende argumentar em favor de uma dada idéia ou acusação. Aceitem essa, e a documentação que incluo mais abaixo, por enquanto, até que possamos corrigí-la segundo documentos oficiais. ( assim como os senhores e senhoras eu também procuro a informação correta, embora dois mil anos, sejam suficiente testemunho para mim).

São Pedro, 42 - 67; São Lino, 67 - 78; São Cleto, 78 - 91; São Clemente, 91 - 100; Santo Evaristo, 100 - 109; Santo Alexandre I, 109 – 119; São Sixto I, 119- 128; São Telésforo, 128 - 139; Santo Higino, 139 - 142; São Pio I, 142 - 150; Santo Aniceto, 150 - 162; São Sotero, 162 - 170; Santo Eleutério, 170 - 186; ( nesse período ( 180-190) morre Santo Irineu de Lião, que atribui a São Pedro a fundação da comunidade de Roma, e faz a primeira listas dos Bispos de Roma até o seu tempo) São Vitor, 186 - 197; São Zefirino, 197 - 217; São Calisto I, 217 - 222; Santo Urbano I, 222 - 230; São Ponciano, 230 - 235; Santo Antero, 235 - 236; São Fabiano, 236 - 251; São Cornélio, 251 - 252; São Lúcio I, 252 - 254; Santo Estêvão I, 254 - 257; São Sixto II, 257 - 259; São Dionísio, 259 - 269; São Félix, 269 - 275; Santo Eutiquiano, 275 - 283; São Caio, 283 - 295; São Marcelino, 295 - 304; São Marcelo, 304 - 310; Santo Eusébio, 310 - 311; São Melcíades, 311 - 313; São Silvestre I, 313 – 336...

Juntamos mais essa documentação da Associação Santo Tomás de Aquino.

A Fundação da Igreja

"E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos Céus: e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus." (Mt. 16, 18)
Como isso é claro e positivo! Jesus Cristo muda o nome de Simão, em pedra (aramaico: Kephas, significa pedra e pedro, numa única palavra, como em francês Pierre é o nome de uma pessoa e o nome do minério pedra).
Deus fez diversas vezes tais mudanças, para que o nome exprimisse o papel especial que deve representar a pessoa. Assim mudou o nome de Abrão em Abraão (Gn 17, 5), para exprimir que devia ser o pai de muitos povos.
Mudou ainda o nome de Jacob em Israel (Gn 32, 28) para significar a "força contra Deus". Assim Jesus Cristo mudou o nome de Simão em Pedro, sobre a qual estará fundada a Igreja, sendo o seu construtor o próprio Cristo.
Em todo o trecho em que Nosso Senhor confirma S. Pedro como primeiro Papa, fica evidente que Ele se dirige, exclusivamente, a S. Pedro, sem um mínimo desvio: "Eu te digo... Tu és Pedro... Sobre esta pedra edificarei... Eu te darei... O que desatares..."
S. Pedro é a pessoa a quem tudo é dirigido ... é ele o centro de todo este texto.
Esse ponto é muito importante, pois a interpretação truncada dos protestantes quer admitir o absurdo de que Nosso Senhor não sabia se exprimir corretamente. Eles dizem que Cristo queria dizer: "Simão, tu és pedra, mas não edificarei sobre ti a minha Igreja, por que não és pedra, senão sobre mim." Ora, é uma contradição, pois Nosso Senhor alterou o nome de Simão para "Kephas", deixando claro quem seria a "pedra" visível de Sua Igreja.

A primazia de S. Pedro comprovada nas Sagradas Escrituras e na Tradição
"Eu te darei as chaves do Reino dos Céus" [a S. Pedro] - (Mt. 16, 17-19) - Primazia de jurisdição sobre todos, pois é a ele que a sentença é dita.
O primado de S. Pedro sobre os outros fica claramente expresso quando ele: 1) preside e dirige a escolha de Matias para o lugar de Judas (At 1,1-25); 2) É o primeiro a anunciar o evangelho no dia de Pentecostes (At 2, 14); 3) Testemunha, diante do Sinédrio, a mensagem de Cristo (At 10, 1); 4) Acolhe na Igreja o primeiro Pagão (At 10,1); 5) Fala primeiro no Concílio dos Apóstolos, em Jerusalém, e decide sobre a questão da circuncisão: "Então toda a assembléia silenciou"(At 15, 7-12), etc.
Todos os sucessores dos apóstolos atestam o primado de Pedro e dos seus sucessores, como, por exemplo: 1) Tertuliano: "A Igreja foi construída sobre Pedro"; 2) S. Cipriano: "Sobre um só foi construída a Igreja: Pedro"; Santo Ambrósio: "Onde há Pedro, aí há a Igreja de Jesus Cristo".
S. Mateus enumerando os apóstolos, confirma o primado de S. Pedro: "O primeiro, Simão, que se chama Pedro"(Mt 10, 2).
No século I, o Bispo de Roma, Clemente, escrevendo aos Coríntios, para chamar à ordem os que injustamente tinham demitido os presbíteros, declara-lhes que serão réus de falta grave se não lhe obedecerem. O procedimento de Clemente de Roma tem maior importância, se considerarmos que nessa época ainda vivia o apóstolo S. João que não deixaria de intervir se o Bispo de Roma estivesse no mesmo plano dos outros bispos.
No princípio do sec. II, Santo Inácio escreve aos romanos que a Igreja de Roma preside a todas as demais.
S. Irineu diz ser a Igreja Romana a "máxima" e fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo (Heres. 3. 3. 2). Traz mais a lista dos dirigentes da Igreja Romana desde S. Pedro ate o Papa reinante no tempo dele, que era S. Eleuterio. Ao todo eram só dozes. Eis a lista de modo ascencional: Eleuterio; Sotero; Aniceto; Pio; Higino; Telesfor; Xisto; Alexandre; Evaristo; Clemente; Anacleto; Lino; Pedro. (veja que S. Irineu deve ter vivido no entre o ano 100 e 200 DC). S. Jeronimo escrevendo a S. Dâmaso, Papa, diz: "Eu me estreito a Vossa Santidade que equivale a Cátedra de Pedro. E esta a pedra sobre a qual Jesus Cristo fundou a sua Igreja. Seguro em vossa cátedra eu sigo a Jesus Cristo". Fala nisto direta ou indiretamente diversos santos e cristãos dos primeiros séculos, formando a mais universal das tradições, a mais firme convicção histórica. Só para citar alguns: S. Epifanio, Osorio Pedro de Alexandria, Dionisio de Corinto, S. João Crisóstomo, Papias, etc.
Nosso Senhor: "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu com instância para vos joeirar como trigo; mas eu roguei por ti, para que não desfaleça a tua fé; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos" (Luc. 22, 31-32). Ou seja, é S. Pedro que tem a missão, dada pelo próprio messias, de 'confirmar' seus irmãos. Essa missão supõe, evidentemente, o primado de jurisdição.
S. Pedro é nomeado pastor das ovelhas de Cristo. Após a Ressurreição, Nosso Senhor confia a Pedro a guarda de seu rebanho, isto é, confia-lhe o cuidado de toda a cristandade, dos cordeiros e das ovelhas: "Apascenta os meus cordeiros", repete-lhe duas vezes; e à terceira: "apascenta as minhas ovelhas" (Jo. 21, 15-17). Ora, conforme o uso corrente das línguas orientais, a palavra apascentar significa "governar". Apascentar os cordeiros e as ovelhas é, portanto, governar com autoridade soberana a Igreja de Cristo; é ser o chefe supremo; é ter o primado. Além do que a imagem de "pastor" designa, na Sagrada Escritura, o Messias e sua obra (cf. Mq 2,13; 4,6s; Sf 3,18s, Jr 23,3; 31,19; Is 30,11; 49,9s). Ora, confiando a S. Pedro a missão de pastor, Nosso Senhor o constituiu seu representante visível na Terra.
No catálogo dos apóstolos (Mt 10, 2-4; Mc 3, 16-19; Lc 6, 13-16; At 1, 13), S. Pedro sempre é colocado em primeiro lugar. Em Mt. 10, 2 lê-se explicitamente que Pedro é o primeiro ("Prótos"). Ora, "prótos" tanto quer dizer o primeiro numericamente como o primeiro em dignidade e honra (v. Mt 20, 27; Mc 12, 28,31; At 13, 50; 28,17).
Em Mt. 17, 24-27, curiosamente, Nosso Senhor mandou pagar o tributo ao templo em nome Dele e de S. Pedro, demonstrando a importância daquele que seria o seu representante visível. Ele não manda que se pague em nome dos outros apóstolos, apenas de S. Pedro.

S. Pedro esteve em Roma, foi o primeiro Bispo de Roma e foi martirizado em Roma
A estadia de S. Pedro em Roma é incontestável historicamente. Sobre ela atestam Orígenes (ano 254), Clemente de Alexandria (215), Tertuliano (222), S. Irineu (202), Dionísio (171). Do século primeiro, convém destacar S. Inácio (107) e Clemente Romano (101). Esses historiadores e testemunhas são reconhecidos, pela crítica moderna, como autoridades dignas de fé.
Existe uma série ininterrupta de testemunhos do Século III até aos apóstolos e isso sem uma voz discorde.
Em Cartago e em Corinto, em Alexandria e Roma, na Gália como na África, no Oriente como no Ocidente, a viagem de S. Pedro a Roma é afirmada unanimemente, como fato sobre o qual não pairou nunca a mínima dúvida.
Orígenes (+ 254) diz: "S. Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve fosse crucificado de cabeça para baixo" (Com. in Genes., t. 3).
Clemente de Alexandria ( + 215) diz: "Marcos escreveu o seu Evangelho a pedido dos Romanos que oviram a pregação de Pedro" (Hist. Ecl. VI, 14).
Tertuliano (+ c. 222), por sua vez, diz: "Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz" (Scorp. c. 15).
No século II abundam igualmente provas.
Santo Irineu (+ 202) escreve na sua grande obra "contra as heresias": "Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja" (L. 3, c. 1, n. 1, v. 4).
Dionísio (+ 171) escreve ao papa Sotero: "S. Pedro e S. Paulo foram à Itália, onde doutrinaram e sofreram o martírio no mesmo tempo" (Evas. Hist. Eccl. II 25).
Do século I convém destacar:
Santo Inácio (+ 107), Bispo de Antioquia, que conviveu longos anos com os apóstolos. Condenado por Trajano, fez viagem para Roma, onde foi supliciado, tendo escrito antes uma carta aos Romanos onde diz: "Tudo isso eu não vos ordeno como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, e eu sou um condenado" (ad Rom., c IV).
Clemente Romano (+101), 3o sucessor de S. Pedro, conheceu-o pessoalmente em Roma. É, por isso, autoridade de valor excepcional. Eis o que escreve: "Ponhamos diante dos olhos os bons apóstolos Pedro e Paulo. Pedro que, pelo ódio iníquo, sofreu; e depois do martírio, foi-se para a mansão da glória. A estes santos varões, que ensinavam a santidade, associou-se grande multidão de eleitos, que, supliciados pelo ódio, foram entre nós de ótimo exemplo".
Note que só estão citados autores do início do cristianismo, para que não fique dúvida acerca da idoneidade dos testemunhos, que poderiam ser objeto de dúvida dos protestantes... É bom revelar que nenhum protestante imparcial teve a ousadia de contestar esses historiadores.
É, portanto, um fato certo que S. Pedro esteve em Roma e foi ali martirizado sob o reinado de Nero. Nenhum historiador, até os protestantes, isto é, durante 1500 anos, o contesta; ao contrário: para todos eles é um fato notório e público.
Vamos agora provar que S. Pedro foi o primeiro Bispo de Roma:
Poderíamos citar muitas longas passagens de S. Irineu, Caio, S. Cipriano, S. Agostinho, S. Optato, S. Jerônimo, Sulpício Severo, que atestam "unânimes" o episcopado romano do príncipe dos apóstolos. Limitemo-nos a umas curtas citações:
Caio: falando de S. Vitor, Papa, diz: "Desde Pedro ele foi o décimo terceiro Bispo de Roma"(ad Euseb. 128)
S. Jerônimo: "Simão Pedro foi a Roma e aí ocupou a cátedra sacerdotal durante 25 anos" (De Viris Ill. 1, 1).
S. Agostinho: "S. Lino sucedeu a S. Pedro" (Epist. 53)
Sulpício Severo, falando do tempo de Nero, diz: "Neste tempo, Pedro exercia em Roma a função de Bispo" (His. Sacr., n. 28)
S. Ireneu: "Os apóstolos Pedro e Paulo fundaram a Igreja, e o primeiro remeteu o episcopado a Lino, a quem sucedeu Anacleto e depois Clemente".
Convém notar ainda que todos os catálogos dos Bispos de Roma, organizados segundo os documentos primitivos, pelos antigos escritores, colocam invariavelmente o nome de Pedro à frente de todos.

A Sucessão Apostólica
Agora veremos como o Papa é sucessor direto de S. Pedro, primeiro Bispo de Roma:
Primeiramente, os protestantes deveriam provar que o Papa não é sucessor de S. Pedro, todavia, como eles não tem nenhum texto histórico ou religioso que prove, eles pedem uma prova dos católicos. Eles só negam, nada podem afirmar.
Vamos analisar as Sagradas Escrituras. Lá existe não só a investidura de S. Pedro como chefe visível da Igreja, mas a investidura perpétua dos apóstolos, para serem os "enviados" de Cristo (Mt. 28, 18 - 20): "É me dado todo o poder no céu e na terra; ide pois e ensinai a todos os povos e eis que estou convosco todos os dias até a consumação do mundo".
Que quer dizer isso?
1 - Cristo tem todo poder, é a primeira parte
2 - Cristo transmite este poder, é a segunda parte (Lembremo-nos, no mesmo sentido, da frase: "tudo que ligares na terra será ligado no céu e tudo o que desligares na terra será desligado no céu")
3 - A quem Ele transmite? Aos apóstolos.
4 - Até quando? Até a consumação do mundo
Ora, Cristo transmitiu este poder unicamente aos apóstolos presentes? Não pode ser, pois os apóstolos deviam morrer um dia, como todos os homens morrem. Ele diz: "estarei convosco até à consumação do mundo".
Se Ele promete estar com os apóstolos até o fim do mundo, é claro que ele não está se dirigindo aos apóstolos como pessoas físicas, mas como um "corpo moral", que deve perpetuar-se nos seus sucessores, e hão de durar atá o fim dos tempos.
Eis uma prova evidente que o bispo de Roma, que é o Papa, é o sucessor de S. Pedro e de sua "jurisdição".
A sucessão também é observada nos primeiros cristãos, que nomeavam diáconos e bispos, transmitindo-lhes as obrigações de seus antecessores.
Jesus Cristo, fundando uma sociedade religiosa visível, que devia durar até ao fim do mundo, devia necessariamente nomear um chefe, com sucessão, para perpetuar a mesma autoridade: "Quem vos escuta, escuta a mim" (Mt 28, 18). Se assim não fosse, Nosso Senhor não teria podido dizer: "Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo"; devia ter dito que estaria apenas com S. Pedro até o fim de sua vida. Dessa forma, cumpre-se o que manda a Bíblia: "Um só senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef. 4, 5)
(Vide o Sacramento da Ordem, onde Deus escolhe os seus sacerdotes)

OBS: essa lista atribuida a Santo Irineu de Lião ( Leão) morto em 190, listas papas ate o ano 333 com S. Silvestre, o que nos faz novamente fazer aquela ressalva sobre a data, embora instituido por Cristo, Pedro tenha sido preso, em Jerusalém em 42 necessariamente, não impede que tenha assumido Roma, em 42-43.

A lista dos primeiros Papas da Igreja
S. Pedro, 42 - 67
S. Lino, 67 - 78
S. Cleto, 78 - 91
S. Clemente, 91 - 100
Santo Evaristo, 100 - 109
Santo Alexandre I, 109 - 119
S. Sixto I, 119- 128
S. Telésforo, 128 - 139
Santo Higino, 139 - 142
S. Pio I, 142 - 150
Santo Aniceto, 150 - 162
S. soter, 162 - 170
Santo Eleutério, 170 - 186
S. Vitor, 186 - 197
S. Zefirino, 197 - 217
S. Calisto I, 217 - 222
Santo Urbano I, 222 - 230
S. Ponciano, 230 - 235
Santo Antero, 235 - 236
S. Fabiano, 236 - 251
S. Cornélio, 251 - 252
S. Lúcio I, 252 - 254
Santo Estêvão I, 254 - 257
S. Sixto II, 257 - 259
S. Dionísio, 259 - 269
S. Félix, 269 - 275
Santo Eutiquiano, 275 - 283
S. Caio, 283 - 295
S. Marcelino, 295 - 304
S. Marcelo, 304 - 310
Santo Eusébio, 310 - 311
S. Melcíades, 311 - 313
S. Silvestre I, 313 - 336
S. Silvestre batizou o imperador Constantino Magno.

O Governo da Igreja (Bispos e Fiéis)
"Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho, sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus a qual santificou pelo seu próprio sangue" (At 20, 28)
"Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza; e quem me despreza, despreza aquele que me enviou". (LC 10, 16)
A Bíblia diz claramente que Jesus Cristo fundou uma Igreja sobre Pedro (Mt 16, 18), diz que estaria com ele até o fim do mundo (Mt 28, 13-20), que lhe dava as chaves do reino do céu (Mt 16, 19), que esta Igreja seria coluna e firmamento da verdade (1 Tim 3, 15), que é preciso escutar esta Igreja sob pena de ser tratado como um pagão (Mt 18, 17).
Mesmo em relação à autoridade dos Fariseus e Escribas, apesar de viciados em seus erros, por serem a autoridade legítima, disse Nosso Senhor: "Sobre a cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus; observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem; mas não imiteis as suas ações" (Mt 23, 2).
Nosso Senhor escolheu, entre seus inúmeros discípulos, apenas doze Apóstolos, (Mt. 10, 2-4). Instruiu-os duma maneira particular, desvendou-lhes o sentido das parábolas que as turbas não compreendiam (Mt. 13, 2) e associou-os à sua obra mandando-lhes que pregassem o reino de Deus aos filhos de Israel (Mt. 10, 5, 42).
Poucos dias antes da Ascenção, Cristo confiou aos doze Apóstolos o poder que antes lhes tinha prometido: "Todo o poder me foi dado no céu e na terra; ide, pois, e ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que eu vos tenho ordenado, e estai certos de que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt. 28, 19-20). Portanto, conclui Boulenger, Jesus Cristo comunicou aos Apóstolos o poder - 1) de ensinar: "ide e ensinai todos os povos", 2) de santificar, pelos ritos instituídos para este fim e, em particular, pelo batismo, 3) de governar, uma vez que os Apóstolos hão de ensinar o mundo a "observar" tudo o que Ele mandou.
A Hierarquia reconhecida na história:
1) Testemunho de Santo Irineu, argumentando contra os hereges, apresenta o caráter hierárquico da Igreja, como um 'fato notório' que ninguém pode negar, como uma fundação de Cristo e dos Apóstolos. Ora, como podia reivindicar para a Igreja cristão a origem apostólica, se os seus adversários pudessem apresentar provas da fundação recente da hierarquia?
2) Testemunho de S. Policarpo, em meados do sec. II, designa os pastores como "chefes da hierarquia e guardas da fé"
3) No mesmo século ainda podemos citar os testemunhos: a) o de Hegesipo que mostra as Igreja governadas pelos Bispos, sucessores dos apóstolos; b) o de Dionísio de Corinto, que escreve na sua carta à Igreja romana que a Igreja de Corinto guarda fielmente as admoestações recebidas outrora do Papa Clemente.
4) No ano 110, Santo Inácio de Antioquia, em sua Epístola aos Romanos, da Igreja de Roma como do centro da cristandade: "Tu (Igreja de Roma) ensinastes as outras. E eu quero que permaneçam firmes as coisas que tu prescreves pelo teu ensino" (Rom, IV, 1).
5) Cerca do ano de 96, S. Clemente Romano, discípulo imediato de S. Pedro e de S. Paulo, escreveu uma carta aos Coríntios, na qual nos dá da Igreja noção equivalente à de S. Ireneu, apresentando a hierarquia como a "guarda da tradição" e a Igreja de Roma com a primazia universal sobre todas as Igrejas locais.
6) Deste modo, chegamos, de geração em geração, aos tempos apostólicos. Desde o primeiro alvorecer do cristianismo, os Apóstolos desempenharam a dupla função de dirigentes e pregadores. Escolheram Matias para ocupar o lugar de Judas (At 1, 12, 26). Instituíram diáconos nos quais delegaram parte dos seus poderes (At. 6, 1, 6).
Na prática da Igreja também fica claro o poder de governo sobre todos os cristãos. Os Apóstolos exerceram este tríplice poder: a) Poder legislativo: No Concílio de Jerusalém, impõem aos recém-convertidos "que se abstenham das carnes oferecidas aos ídolos, das viandas sufocadas e da impureza" (At 15, 29); b) poder judiciário: S. Paulo entrega a Satanás "Himeneu e Alexandre, para aprenderem a não blasfemar" (I Tim 1, 20); c) poder penal: S. Paulo escreve aos coríntios: "Portanto, eu vos escrevo estas coisas, estando ainda longe de vós, de modo que, quando eu chegar aí, não tenha de castigar, segundo o poder a mim confiado por Deus para edificar, não para destruir" (II Cor 13, 10).

A infalibilidade Papal
Vimos que Jesus Cristo fundou uma Igreja hierárquica, conferindo aos Apóstolos e aos Bispos, seus sucessores, os poderes de ensinar, de santificar e de governar. Demonstraremos agora que Jesus ligou ao poder de ensinar o privilégio da "infalibilidade".
Conceito: A infalibilidade é a garantia de preservação de todo erro doutrinal pela assistência do Espírito Santo. Não é simples inerrância de fato, mas de direito. Portanto, não se deve confundir a infalibilidade com a "inspiração", que consiste no impulso divino que leva os escritores sagrados a escreverem o que Deus quer; e nem com a "revelação", que supõe a manifestação duma verdade antes ignorada. O privilégio da Infalibilidade não faz com que a Igreja descubra verdades novas; garante-lhe somente que, devido à assistência divina, não pode errar nem, por conseqüência, induzir em erro, no que respeita a questões de Fé ou moral.
Todavia, não se confunde a "infalibilidade" com a "impecabilidade". A Igreja nunca defendeu a tese de que o Papa não pudesse cometer pecados. O Papa é infalível quando segue as normas da infalibilidade, falando à toda a Igreja, como sucessor de S. Pedro, em matéria de Fé e Moral, definindo (implícita ou explicitamente) uma verdade que deve ser acatada por todos. Em sua vida privada - ou quando não utilizando a fórmula da infalibilidade -, o Papa pode cometer erros e até pecados.
A Existência da Infalibilidade segundo a Razão, a Revelação e a Tradição.
Argumento de razão: Não se justifica que Deus possa ter deixado os homens à sua própria sorte no tocante à doutrina. O "livre exame" protestante gera o subjetivismo e as divisões, condenadas pela Sagrada Escritura. A autoridade de um corpo de apóstolos é necessária, racionalmente, para a realização dos planos de Deus na terra, sob pena de aceitarmos a tese de que Deus não guia seu povo.
Argumento histórico:
Somos chegados ao campo positivo da história. Afinal, o que Jesus devia fazer, segundo a razão, tê-lo-ia feito? Terá instituído uma autoridade viva e infalível encarregada de guardar e ensinar a sua doutrina?
O primeiro ponto, de que Nosso Senhor instituiu uma Igreja hierárquica, com chefes a quem concedeu o poder de ensinar, já está demonstrado anteriormente. Resta agora examinar o segundo ponto, no qual provaremos que o poder de ensinar comporta o privilégio da "infalibilidade".
a) Nos textos da Escritura:
A S. Pedro, em especial, prometeu Jesus Cristo que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Igreja)" (Mat. 16, 18); e a todos os Apóstolos prometeu, por duas vezes, enviar-lhes o Espírito de Verdade (Jo. 14, 15; 15, 26) e ficar com eles até ao fim do mundo (Mat 28, 20). Estas promessas significam claramente que a Igreja é indefectível, que os apóstolos e os seus sucessores não poderão errar quando ensinarem a doutrina de Jesus; porque a assistência de Cristo não pode ser em vão, nem o erro estar onde se encontra o Espírito de verdade;
b) No modo de proceder dos Apóstolos:
Do seu ensino se depreende que tinham consciência de ser assistidos pelo Espírito Santo. O decreto do Concílio de Jerusalém termina com estas palavras: "Assim pareceu ao Espírito Santo e a nós" (At. 15, 28). Os Apóstolos pregam a doutrina evangélica "não como palavra de homens, mas como palavra de Deus, que na verdade o é" (1Tes 2, 13), a que é necessário dar pleno assentimento (II Cor 10, 5) e cujo depósito convém guardar cuidadosamente (1 Tim 6, 20). Além disso, confirmam a verdade de sua doutrina com muitos milagres (At 2, 43 etc): prova evidente de que eram intérpretes infalíveis da doutrina de Cristo, de outro modo Deus não a confirmaria com o seu poder;
c) Na crença da antigüidade cristã:
Concedem os nossos adversários que a crença na existência dum magistério vivo e infalível existia já no século III. Basta, portanto, aduzir testemunhos anteriores.
Na primeira metade do século III, Orígenes, aos hereges que alegam as Escrituras, responde que é necessário atender à tradição eclesiástica e crer no que fio transmitido pela sucessão da Igreja de Deus. Tertuliano, no tratado "Da prescrição", opõe aos hereges o "argumento da prescrição" (condenando o que contraria o ensinado pelos apóstolos) e afirma que a regra de fé é a doutrina que a Igreja recebeu dos Apóstolos.
Nos fins do século II, S. Irineu, na carta a Florino e no "Tratado contra as heresias", apresenta a Tradição apostólica como a sã doutrina, como uma tradição que "não é meramente humana". Donde se segue que não há motivo para discutir com os hereses e que estão condenados pelo fato de discordarem desta tradição.
Pelo ano de 160, Hegesipo apresenta, como critério da Fé ortodoxa, a conformidade com a "doutrina" dos Apóstolos "transmitida" por meio dos Bispos, e por esse motivo redige a lista dos Bispos. Na primeira metade do século II, Policarpo e Papias apresentam a doutrina dos Apóstolos como a única verdadeira, como uma regra segura de Fé. Nos princípios do mesmo século, temos o testemunho de Santo Inácio. Afirma este santo que a Igreja é "infalível" e que a incorporação nela é necessária a quem se quer salvar.
Conclusão: tanto através da razão como da história, provamos que o poder de ensinar, conferido por Nosso Senhor Jesus Cristo à Igreja docente, traz consigo o privilégio da "infalibilidade", isto é, que a Igreja não pode errar quando expõe a doutrina de Jesus Cristo.
Agora devemos analisar sobre quem recai a "infalibilidade"
Pelo exposto, fica claro que a "infalibilidade" é privilégio daqueles a quem compete "ensinar", isto é, os Apóstolos e, de modo especial, a S. Pedro e seus sucessores.
A infalibilidade do colégio apostólico provém, portanto: a) da missão conferida a "todos os apóstolos" de "ensinar todas as nações" (Mat 28, 20); b) da "promessa de estar com eles" "até à consumação dos séculos" (Mat 28, 20) e de lhes "enviar o consolador, o Espírito Santo que lhes há de ensinar toda a verdade" (Jo, 14, 26). Estas passagens mostram com evidência que o privilégio da "infalibilidade" foi concedido ao "corpo docente" tomado coletivamente.
A sucessão desse poder deve ser entendida no sentido de que o colégio apostólicos, atualmente composto pelos bispos, é 'infalível' não individualmente em cada bispo, mas no conjunto deles.
No caso de S. Pedro e seus sucessores, a infalibilidade é pessoal. Provaremos isso com argumentos tirados dos textos evangélicos e da história.
O argumento escriturístico deriva dos mesmo textos que demonstram o primado de S. Pedro: "Tu és Pedro...", pois é incontestável que a estabilidade do edifício lhe vem dos alicerces. Se. S. Pedro, que deve sustentar o edifício cristão, pudesse ensinar o erro, a Igreja estaria construída sobre um fundamento inseguro e já se não poderia dizer "as portas do inferno não prevalecerão contra ela".
Depois, com o "Confirma fratres" ("confirma os irmãos"), Nosso Senhor assegurou a Pedro que pedira de modo especial por ele, "para que sua fé não desfaleça" (Luc 22, 32). É evidente que esta prece feita em circunstâncias tão solenes e tão graves (o momento da paixão de Nosso Senhor) não pode ser frustrada.
Finalmente, com o "Pasce Oves" (apascenta as minhas ovelhas), foi confiada a Pedro a guarda, o governo, de todo o rebanho. Ora, não se pode supor que Jesus Cristo tenha entregue o cuidado do seu rebanho, colocando S. Pedro como Pastor, a um pastor que pudesse desencaminhar as ovelhas eternamente, ensinando o erro.
O Argumento histórico da infalibilidade de S. Pedro:
A crença da Igreja não se manifestou da mesma forma em todos os séculos. Houve, na verdade, certo desenvolvimento na exposição do dogma e até no uso da infalibilidade pontifícia; mas nem por isso o dogma deixa de remontar aos primeiros tempos, e de fato já o encontramos em germe na Tradição mais afastada, como se demonstra pelo sentir dos Padres da Igreja e dos concílios, e pelos fatos:
No século II, S. Irineu afirmava que todas as Igrejas se devem conformar com a de Roma, pois só ela possui a verdade integral.
S. Cipriano dizia que os Romanos estão "garantidos na sua fé pela pregação do Apóstolo e são inacessíveis à perfídia do erro" (o apóstolo dos romanos é S. Pedro).
S. Jerônimo, para pôr termo às controvérsias que afligiam o Oriente, escreveu ao Papa S. Dâmaso nos seguintes termos: "Julguei que devia consultar a este respeito a cadeira de Pedro e a fé apostólica, pois só em vós está ao abrigo da corrupção o legado dos nossos pais".
S. Agostinho diz a propósito do pelagianismo: "Os decretos de dois concílios relativos ao assunto foram submetidos à Sé apostólica; já chegou a resposta, a causa está julgada", "Roma locuta est, causa finita est".
O testemunho de S. Pedro Crisólogo não é menos explícito: "Exortamo-vos, veneráveis irmãos, a receber com docilidade os escritos do santo Papa da cidade de Roma, porque S. Pedro, sempre presente na sua sede, oferece a fé verdadeira aos que a procuram".
O que fica dito anteriormente acerca do primado do Bispo de Roma, aplica-se com a mesma propriedade ao reconhecimento de sua infalibilidade.
No século II, o papa Victor excomungou Teódoto que negava a divindade de Cristo, com uma sentença tida por todos como definitiva. Zeferino condenou os Montanistas, Calisto os Sabelianos, e, a partir destas condenações, foram considerados como hereges. Em 417, o papa Inocêncio I proscreveu o pelagianismo, e a Igreja reconheceu o decreto como definitivo. Em 430, o papa Celestino condenou a doutrina de Nestório, e os Padres do Concílio de Éfeso seguiram a sua opinião.
O concílio de Calcedónia (451) recebeu solenemente a célebre carta dogmática do Papa Leão I a Flaviano, que condenou a heresia de Eutiques, proclamando unanimemente: "Pedro falou pela boca de Leão". Do mesmo modo os Padres do III Concílio de Constantinopla (680) aclamaram o decreto do Papa Agatão que condenava o monotelitismo, dizendo: "Pedro falou pela boca de Agatão".
Como se vê, desde os primeiros séculos a Igreja romana é reconhecida como o "centro da fé" e como a "norma segura da ortodoxia". Quanto mais avançamos, tanto mais explícitos são os termos que nos manifestam a universalidade desta crença, proclamada como dogma no I Concílio Vaticano.
Finalmente, podemos afirmar que nunca um Papa, na história da Igreja, proclamou, segundo a fórmula da infalibilidade, um erro doutrinário.

Unidade da mesma Igreja
Apenas com um chefe visível, infalível, se pode cumprir a unidade do "corpo místico de cristo".
Em relação à doutrina:
1) "Quem não está comigo é contra mim"(Mt 12,30)
2) "Um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos" (Ef 4, 3-6)
3) "Não rogo apenas por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste"(Jo 17,20-21).
4) "Recomendo-vos, irmãos, que tomeis cuidado com os que produzem divisões contra a doutrina que aprendestes. Afastai-vos deles" (Rm 16, 17).
5) "Se alguém vos anunciar um evangelho diferente, seja execrado, isto é, seja excomungado"(G. 1,7-9).
Em relação ao culto:
1) "Porque há um só pão, um só corpo somos nós, embora muitos, visto participarmos todos do único pão" (1Cor 10,17)
2) "A multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma"(At 4, 32)
3) "Esforçai-vos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Ef. 4,3).
Em relação à unidade de Governo:
1) "Irmãos, conjuro-vos que sejais sempre perfeitamente unidos num só sentimento e num mesmo pensar" (1 Cor 1,10)
2) "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Estas tenho de reunir, e elas ouvirão a minha voz. E então haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo. 10,16; Mt 16, 15-16).
O próprio fato de S. Paulo ter procurado a unidade na questão da circuncisão deixa patente a existência de uma Igreja una. No concílio que decidiu essa questão, em Jerusalém, foi S. Pedro quem falou primeiro e quem deu a última palavra sobre a questão: "Então toda a assembléia silenciou"(At 15, 7-12), obedecendo ao Chefe do Colégio Apostólico.
Nas Sagradas Escrituras, é só folhear os Atos dos Apóstolos e verificar o crescimento da Igreja (a mesma e una) desde o início até os dias de hoje.
A Igreja cresceu rápida, veloz, ao ponto que S. Paulo pôde compará-la com "um edifício vastíssimo, tendo os apóstolos por alicerce e Cristo como pedra angular." (Ef. 2, 20)
Tertuliano se atrevia a escrever no seu Apologético, dirigido ao imperador romano: "Somos de ontem, e já enchemos as cidades, as ilhas, os castelos, os acampamentos, as aldeias e os campos; só deixamos vazios os vossos templos. Se nos retirássem, o império ficaria deserto".
A Igreja de Cristo vai crescendo e se espalhando, "multitudo ingens", diz Tácito, falando do tempo de Nero (Anais 15, 44), formando uma "imensa multidão", até que, afinal, dominando e vencendo a tirania dos imperadores pagãos, logre o reconhecimento oficial, com o reinado de Constantino Magno, primeiro imperador cristão.
Foi nesse tempo, em 325, que se reuniu o primeiro concílio dos bispos católicos, em Nicéia, ao qual compareceram 318 bispos, sob a presidência de Ósio, bispo de Córdova, assistido de dois legados do Papa (de Roma), S. Sivestre.
Portanto, a história e a bíblia são claros ao narrar a expansão da mesma Igreja, fundada por Nosso Senhor sobre S. Pedro, em unidade.

Para não criar confusão.















Para não criar confusão.
Li nesses dias os dez textos disponibilizados, notei erros de ortografia que serão corrigidos, e duas idéias que podem gerar confusão; a idéia de Oriente e Ocidente na história da Igreja, e a noção de Império Romano.
Considere a historia do Brasil para fazer um paralelo. Nossa história tem 500 anos. Tudo que se construiu no Brasil, aconteceu nesses 500 anos. Bem, comparando, do inicio do cristianismo nas comunidades étnicas do judaísmo, ate a conversão de Constantino, imperador de Roma, e a declaração do cristianismo como religião oficial do Império passaram-se 300 anos. Muitas cidades apareceram, muitos templos construídos, muitas idéias surgiram. Assim a Igreja, enquanto unidade era UNA, sob o primado de Pedro, príncipe dos apóstolos, ainda que você encontre expressões como as igrejas da Ásia, etc. Com a conversão de Constantino e posteriormente com a divisão do Império, por motivos políticos, a unidade geopolítica do império, separou os povos formadores de império do Oriente dos povos do Ocidente, ai, por força da geopolítica a Igreja, se isola, em dois núcleos separados pela enorme distância, e por interesse mundanos, tendo então, uma quebra de unidade, como um chefe para o Oriente, e outro para o Ocidente.
O Império Romano “herdará” territórios e cultura grega. Os Romanos falavam o latim, a língua do Lácio, e os gregos o grego; Antes do crescimento do Império Romano, Alexandre o Grande, expande o chamado Império de Alexandre entre 333 e 323 antes de Cristo. Ora, são apenas dez anos de caminhadas e conquistas, portanto, quando vemos um desenho geopolítico desse império, fazemos uma falsa idéia da integração, dos povos (densidade demográfica) e domínio dos povos. Todavia o Império de Alexandre marca regiões desde a Grécia e Macedônia indo no sentido oriental passando pela Frigia, Mesopotâmia e Armênia, Media e a Pérsia, ate a Índia. Deixam marcas, construções templos. Em apenas dez anos com Alexandre.
Já o Império Romano, merece um estudo mais apurado, por fazer “fronteira com a história do Cristianismo. Iniciando em 200 antes de Cristo, ao tempo de Cristo, dominava uma região geográfica no entorno do Mediterrâneo, não se aprofundando, como era de se esperar, para o Oriente como o de Alexandre. Essa extensão no entorno do Mediterrâneo, aprofundava-se apenas no Egito e na Arábia, às margens do Mar Vermelho e não chegava ao primeiro terço dos rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia. Mas nós racionalmente, dada a densidade demográfica de então, não podemos acredita numa “massa” Imperial populacional e militar, podemos sim acreditar numa tênue malha de relações militares, e comunidades estratégicas. Na verdade se considerava território conquistado o do reino capitulado, embora isso não significasse adesão. Nos próximos 400 anos a partir de Cristo, o Império crescerá como soldados e cultura nos territórios do Oriente, ao mesmo tempo em que é invadido nas suas fronteiras do ocidente pelos chamados povos bárbaros, portanto o Império Romano, jamais dominou sobre toda a Europa. Nem mesmo sobre toda a Ásia ou África. Em 395 depois de Cristo, com a morte de Teodósio (Constantino ficou lá no Passado) o império é dividido em dois, um com capital em Roma, e outro com capital em Constantinopla na fronteira física entre a Europa e a Ásia. Todavia em 476 dC Roma cai sob o domínio do bárbaro Odoacro, e o Império Romano do Oriente, sobrevive ainda 1000 anos. Essa metade do Império, separada de Roma será chamada de Estado Bizantino, sob influencia e língua grega, portanto helenizado, tornando-se aos poucos um estado semi-oriental, ate ser tomado pelos muslim (muçulmanos) em 1453 sob o reinado de Maomé II. O cristianismo dessas regiões seria perseguido e ate subjugado pelos mulçumanos. Enquanto que 1000 anos antes, o cristianismo romano do ocidente, combatia os bárbaros e suas crenças. Nunca houve verdadeira paz para o cristianismo.
Voltando a História do Brasil, de apenas 500 anos, nós constatamos as dificuldades de ordenação dos fatos, e de estabelecimento de uma malha fina do tecido historico, nos fazendo supor que nossa história não é mais do que uma renda de “bilros”, muito mais difícil e complexa é a história do Império Romano, seja pela sua antiguidade, seja pela documentação e datação.
Assim, o estudo da Igreja documental, é um suporte para a compreensão dos valores daquela antiguidade, talvez mais importante do que, a documentação pagã.
Desse modo nós leremos em São Paulo que Jesus Cristo nasceu na "Plenitude dos Tempos" (Gl. 4,4; Ef. 1,10). Leremos também que o intenso comércio por mar e terra, entre as muitas províncias do Império, não de uma maneira compacta, mas diríamos do Danúbio ao Nilo, e da Síria (Antioquia) a Espanha. Sob a mesma língua grega, o mesmo sistema jurídico e administrativo suscitava uma tênue unidade entre os diversos povos (digo tênue, pois basta ver a questão dos Hebreus e sua resistência ao Império, e não devia ser diferente nas demais) tornando possível a divulgação de idéias. O Imperador Otavio Augusto (30ac- 14dC) pode-se dizer instaurou a “Pax Romana”, características que por certo haveriam de no mínimo facilitar a divulgação do Evangelho (embora as Sagradas escrituras falem no dom das línguas), memos assim uma língua base comum, facilitaria a comunicação entre os povos. Assim os apóstolos se utilizaram dessas facilidades, numa visão puramente humana, e Deus fez o que quis numa visão divina. ( ver Atos 16, 35-39; 22,25-29; 25,10-12). Em conseqüência o cristão Orígenes escreverá em 248 (século II) “Deus preparou os povos e fez o Império Romano dominasse... porque a existência de muitos reinos teria sido um obstáculo a propagação da doutrina de Deus sobre a terra (Contra Celsus II 30). No entanto os judeus, nômades quase sempre, falavam basicamente o Aramaico e o Grego. A Terra Santa estava sobre Domínio dos Romanos desde 63 antes de Cristo, mas estivera sobre outros domínios ( Grego por exemplo) e outras culturas em tempos anteriores. Quando Jesus nasce, Herodes o Grande, rei idumeu (Iduméia região entre a Terra Santa e o Egito) vassalo dos romanos governava. Assim a Judéia foi incorporada a Síria Romana ( ano 6) habitada por pagãos e judeus. Jesus era judeu.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Perseguidos e fortalecidos.



Perseguidos e fortalecidos.

Nossas gerações ficam deslumbradas com os movimentos universitários de protesto, mas não imaginam o que foi a perseguição aos judeus cristãos no início da Igreja. Perseguidos pelos Judeus não cristãos, e pelos romanos, o número de martírios era enorme. Morte, não como a de um Che Guevara, morte as centenas, com requintes de crueldade, não que a do Che também não os tivesse. Os Padres Nedermaut e Negromonte, nos dizem: O cristianismo crescia rapidamente. No grupo de convertidos de Pentecoste, que havia atraído judeus dispersos em todos os territórios do Império Romano, havia, portanto judeus de diversas partes que voltavam para as provincias anunciando a Boa Nova, as novas notícias. A perseguição em Jerusalém, já citada dispersou os judeus conversos, facilitando ainda mais a divulgação dos acontecimentos recentes. São Paulo e suas viagens levaram o Evangelho a muitas cidades ( ele foi martirizado), assim como as viagens de Pedro ( também martirizado*), de Roma para Jerusalém, e de Jerusalém para Roma (vocês já viram a distância?). Em breve, ainda que em pequenas comunidades o Evangelho já houvesse chegado as Gálias, à Bretanha, a Germânia, a toda a Itália atual. Comprovando que mais do que obra humana, o sopro de Deus espalhava as sementes. No Egito Alexandria desde muito, pelo grande número de judeus que possuía tornou-se centro de divulgação do cristianismo. O mesmo acontecia com Antioquia na Síria. A Ásia menor, por obra de São João apóstolo havia um rosário de comunidades cristãs a partir de Éfeso, hoje Turquia. São Justino (século II) nos diz: não há povo bárbaro, ou grego, no meio do qual não se ofereçam ações de graça ao Pai em nome de Jesus Cristo Crucificado. Ele dava assim suporte às palavras de Paulo, pois a cruz é o ato máximo de humildade do Senhor.
Santo Inácio de Antioquia nos dirá que a Igreja já se estendia aos extremos do Império (que era considerado o mundo). O número de mártires do primeiro século (incluindo os apóstolos, e Jesus) nos mostra qual a força, a impertinência, a profundidade da luta e vontade dos Cristãos; Tertuliano, morto em 222, dirá: “o sangue dos mártires é semente de cristãos”. Poucas pessoas se dão ao trabalho de pensar o porquê de os cristãos darem as suas vidas, não entendem o sentido da luta, quando muito a entendem como um conflito sócio político, jamais pensam que havia ali uma convicção religiosa, e uma maoral combatida de todos os lados, essa convicção revia todo o comportamento dos homens daquele século. O que nunca se pensa e se diz era o interesse de Deus, na divulgação da doutrina de seu Filho Único. Para isso é preciso fé, e hoje poucos a professam.
A resistência vinha de um choque de valores entre as paixões pagãs e o asceticismo moral cristão.
(1) As exigências morais do cristianismo espantavam aos pagãos.
(2) A Doutrina do Cristianismo era inteiramente contraria a mentalidade pagã, e desbancava a hierarquia judia.
3) O povo estava acostumado ao culto dos ídolos ( os divinos Césares, astros, adivinhações, divindades do mundo pagão, bois, amuletos, etc. e tal)
4) O cristianismo contrariava os interesses dos sacerdotes pagãos e judeus ( que perdiam seu prestígio) e dos mercadores de ídolos ( que perdiam seu negócio) Ver Atos dos Apóstolos (At.19.25)
5) Os poderosos e cultos Gregos e Romanos não admitiam ouvir ensinamentos de homens humildes saídos dos execrados judeus cristãos.
6) Impediam ou dificultavam ao cristianismo os seus passos as acusações, dos judeus, e dos romanos. (Nero por exemplo os acusou pelo incêndio de Roma)
a) Inimigos do Império por não seguirem a religião oficial do Imperador Divino. Inimigos do Sinédrio por seguirem o homem que se disse rei dos judeus e Filho de Deus. (costuma-se dizer em defesa que o Sinédrio era um tribunal civil, porém no judaísmo a lei civil, é a lei religiosa, e Jesus foi condenado pelos judeus, por ter curado no sábado, violando a lei do Shabat).
b) Inimigos do Gênero humano, responsáveis pelas impiedades contra César e contra o Sinédrio.
c) Inimigos das leis, porque organizavam reuniões próprias, secretas, e se negavam a participar dos cultos pagãos.

* Viagens de Pedro: Sabe-se que São Pedro foi constituído fundamento visível da Igreja como lemos em Mt 16,16-19; Jo 21,15-17. Os Atos dos Apóstolos mostram que esse apóstolo em particular tomava a dianteira logo nos primeiros tempos da Igreja. Lemos sobre isso em Pentecostes( At 4,8-12), no portico de Salomão ( At
3,12- 26), diante do tribunal judeu ( At 4,8-12) , no caso de Ananaias e Safira ( At 5,1-11), ao receber o primeiro pagão ( At 10,1-48) e ao pregar em Samaria (At 9,32-43). Sendo essa liderença instituída pelo próprio Cristo, ele haveria de ter responsabilidade pelas demais comunidades nascentes, e provavelmente viajava para atender suas comunidades.Sabemos que no ano 42 foi preso em Jerusalém. Mas lemos em At 12-17 que uma vez solto retira-se para outro lugar. Escritores antigos, narram que Pedro viveu 25 anos em Roma (Tertuliano, Eusébio), ou seja de 42 a 67, todavia Pedro é tido como fundador da Sé Episcopal de Antioquia na Siria, como lemos em At 15,7-11; esteve presente no Concílio de Jerusalém em 49 e pouco depois leremos que novamente estava em Antioquia em Gl 2,11-14) esse dados nos levam a acreditar que se Pedro viveu em Roma 25 anos, lá não esteve ininterruptamente, constituindo essas as viagens de Pedro. Pedro foi martirizado em Roma em 67. Em 1Pd 5,13 lemos que Pedro fala em nome dos cristãos de Babilonia, onde reside. Babilônia é a Roma pagã do primeiro século como conferimos em Ap 18,2s. São Clemente de Roma ( Papa) dirá em 96 refere-se a Pedro e Paulo que deram testemunho diante dos poderosos ( pode-se supor que São Clemente de Roma se referisse aos poderosos de Roma, de onde escrevia). Não existe carta de Pedro aos Romanos, o que mostra que ele se comunicava verbalmente como sua comunidade. Santo Inácio de Antioquia, falecido em 107, escreve aos romanos dizendo " Eu vos ordeno, não como Pedro e Paulo" ora Pedro e Paulo já haviam sido martirizados, e o texto afirma claramente "eu vos ordeno não como Pedro e Paulo, vos ordenavam em Roma. São Clemente de Alexandria morto em 215 narra que São Marcos Evangelista redigiu por escrito as pregações de Pedro a pedido de seus ouvintes romanos. Santo Irineu de Lião por volta de 180-190 apresenta um catalogo de Bispos de Roma desde Pedro ate sua época ( Conta as Heresias II 15; VI 14) O presbitero romanos Gaio, em 200 atesta que em sua época ainda se podia visitar os túmulos de Pedro e Paulo, um na colina do Vaticano e outro na via Ostiniense ( como podemos ler em Eusébio II) Constantino construiu um catedral sobre esse túmulo em 324, todavia sabe-se que sob o Imperador Valeriano em 258, antes portanto da construção de Constantino, esse imperador, pribiu que cristão visitassem os túmulo para celebrar a memória dos martires, por consequência, os cristãos levaram as reliquias de Pedro para as catacumbas de São Sebastião na via Apia, e um vez passada as perseguições trouxeran-na de volta para a colina do Vaticano, onde Constantino construiu a catedral.


Abaixo um dos escapes das catacumbas.(túmulos subterrâneos de Roma)


Wallacereq@gmail.com, para o G23HI

Esquina da História


































Oi Pai!... Oi! Papa.
Presunção nossa ou humildade? Se você pesquisar na Web estes assuntos sobre a Igreja que tratamos aqui, verá que há coisa muito melhor, muito mais bem feita, em todas as línguas. Mas você não lerá o que escrevemos aqui. É o nosso estilo, direto simples, sincero.

Um espertalhão já perguntou se estávamos assumindo o nosso nazismo? Creio que é porque introduzimos um Zeppelin na página de rosto de nosso Blog. Nada tem uma coisa com outra. O Zeppelin foi de fato usado como propaganda do nazismo, mas nós nada temos com o nazismo, nem com o judaísmo. Eu sou um incircunciso e não sou ariano.Essa briga não é nossa Nós não voamos o grande Hinderburg propagando o nazismo, nem o explodimos covardemente em New York matando civis, só para defender a nossa causa (antes o tivessem proibido de voar nos EUA).

Nós do G 23 escolhemos o Zeppelin, porque ele navega no ar vagarosamente, silenciosamente, contemplando a História Universal. Nada mais. Ele é o único aparelho que voa que nos lembra que somos como peixes em um aquário, unidos por circunstâncias semelhantes e pelo ar vital que nos envolve e penetra. Temos um destino comum enquanto seres vivos, e um destino eterno, que nos irmana.

Oi! Papa. Nós te saudamos com respeito. Papa Bento XVI, cardeal Ratizinger. Ele é o atual pai da Igreja. Os Papas, como nós os chamamos carinhosamente desde os tempos apostólicos, são a cabeça visível da Igreja. Se você entra no Palácio do Governo do Paraná, encontrará uma sala com os quadros dos ex-governadores. É bonito, ela, a sala, dá um testemunho da linha do tempo. É possível que algum país tenha uma galeria maior, algo em torno de 1000 anos, e ate mais. Mas em termos de religião, que eu conheça; somente a Igreja cultuou a seqüência ininterrupta de Papas. De chefes, de gerentes. Perguntem na sua família: quantas gerações vocês se lembram? A Igreja, pelo contrário coleciona documentos de todos os seus períodos, e de todas as suas gerações de Papas, alguns mais precisos e ricos, outros mais fragmentados e empobrecidos, mas só ela apresenta um conhecimento de geração pós geração por um período de 2000 anos. Isso a faz uma testemunha da História Universal. É mole ou quer mais? Considere isso, pense nisso.
A seqüência de Papas é uma das formas de ordenar positivamente a História da Igreja.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Igreja Ocidental.

Nas criptas, em Roma, no subsolo, onde estão enterrados varios Papas, o túmulo de Pedro Apóstolo, o pescador judeu.( a catedral construída em 324 por Constantino foi substituida séculos depois pela Basílica de São Pedro).

























O Estabelecimento da Igreja em Roma.

Até aqui nós já vimos que a Igreja (assembléia dos judeus cristãos) crescia em pequenas comunidades, na Turquia, na Síria, na Armênia, na Índia, na Mesopotâmia, no Egito.
Todavia foi com alegria que os judeus residentes em Roma, foram batizados por Pedro no dia de Pentecostes, quando o Apóstolo, liberado da prisão de Herodes foi se fixar em Roma sede do Império no ano de 42. Santo Irineu nos diz que ele foi o fundador da Igreja de Roma. Tertuliano nos dirá que lá ele morreu. Morando entre judeus tornou a cristandade romana conhecida no mundo todo (Romanos 1.8). Quando Cláudio (em 48) expulsou de Roma os Judeus, muitos judeus cristãos tiveram que abandonar a cidade. O romano não fazia distinção de tipos de Judeus. Em 50, um ano depois, encontramos Pedro em Jerusalém presidindo o Concílio que resolveu a sobre entrada dos pagãos na Igreja sem qualquer dependência ao judaísmo (At.cap. 15). Quando Nero relaxou a proibição de Cláudio, volta Pedro a Roma em 56, embora lá não permaneça. De 61 a 63, o judeu Paulo está em Roma e não se fala da presença do judeu Pedro. Mas é de Roma que Pedro escreve como Chefe da Igreja sua primeira epístola (versículos 5.13) e lá foi encerrado na célebre prisão Mamertina e padeceu o martírio no ano 67, sendo crucificado de cabeça para baixo. Seu corpo foi sepultado na colina do Vaticano, onde posteriormente Constantino mandou edificar a basílica de São Pedro substituída pela atual no século XVI. Pouco se sabe dos detalhes desse cristianismo em Roma.( fato que se explica pelas perseguições frequentes e mortais) que relataremos. Sabe-se que os judeus cristãos reuniam se nas catacumbas, que Suetônio, historiador pagão nos diz que no fim do Império de Claudio já existia o cristianismo em Roma como seita do judaismo. Os escritos de toda a antiguidade cristã fazem referencia a Pedro em Roma, por exemplo, Clemente de Roma, em 96, escrevendo em Roma para os coríntios fala de Pedro e Paulo que foram entre nós (de Roma) de ótimo exemplo. Santo Inácio de Antioquia (na Síria) escreve aos romanos no século II, eu vos ordeno como Pedro e Paulo. O historiador Eusébio, pai da História Eclesiástica, escrevendo no século IV cita São Clemente de Alexandria e Pápias, ambos do segundo século que dão testemunho da pregação de Pedro em Roma, assim como Tertuliano e Santo Irineu. Nas catacumbas romanas há inscrições alusivas a Pedro e Paulo, e imagens de Maria. São Jerônimo, o tradutor da Bíblia, nos diz que Pedro presidiu em Roma a Igreja por vinte e cinco anos. Ali esta o túmulo de Pedro.

Wallace Requião para o G23HI.

A conversão dos primeiros Goim.



Ilha de Patmos, a escrivaninha de Saõ Paulo.

A conversão dos primeiros gentios (Goi ou Goim = Góes, segundo Houais, goim ou gói diz respeito aos povo ou individuo não judeu) e a expansão do cristianismo no mundo ORIENTAL.
A abertura pelo pensamento cristão no seio das comunidades judias cristãs quebrava os “guetos sectários” e os aproximava dos gentios. Todavia repugnava a mentalidade quase bi milenar dos judeus, trazê-los diretamente ao Batismo sem passarem pela sinagoga e suas tradições. ( lembrem-se São João Batista batisava judeus, incluindo Cristo). Pretendiam conservar as práticas judaicas (Johnson) impondo-as aos gentios (que até então eram considerados como gado, rês, coisa- ha quem discorde) que se convertessem. Por outro lado essas novidades colocavam em cheque a origem divina dos Césares.
Ora, parece ter sumido da consciência das gentes, que o judaísmo e o cristianismo nascente eram religiões orientais. Orientais em duplo sentido: porque vinham do oriente, ( não faziam parte das tradições greco romanas) e porque orientavam. Você dirá, mas que bobagem! Não, quando os povos antigos migravam, como foi o caso da saída de Ur, e tantas outras migrações que a história registra como a de Alexandre, por exemplo, os povos e exércitos, não seguiam estradas, nem sinalizações, eles antes, muito antes da descoberta do Norte, e do magnetismo, se orientavam pelas estrelas, e entre elas e principalmente o Sol. Assim a palavra orienta+ação tem origem na noção de “Oriente” onde nascia o Sol, do “Poente” onde se punha e se opunha ao Sol. Essa linha imaginária era a base de onde partiam todas as orientações, rumos, direções e sentidos. O judaísmo e o cristianismo eram ORIENTAIS.
Seguira as tradições judaicas ou não segui-las, isso parece nos nossos dias uma questão absurda, mas não era na Igreja nascente. Seria a Igreja uma mera seita do judaísmo, dependente dele, ou uma realidade autônoma, advinda do nascimento do Messias, suprema e universal?
A Ordem do Messias era clara: “Pregai o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16.15). O próprio Deus mostrará ao pescador judeu Pedro a sua vontade nesse sentido, e numa visão mostra que os pagãos devam ser diretamente batizados. E ele batiza, sendo esse o primeiro não judeu cristianizado, o Centurião Cornélio e toda a sua família. Há um escândalo, o fato causa estranheza entre os judeus cristãos, que se apaziguam quando sabem de Pedro que agira por ordem divina.
Mas logo se espantam ao saber que assim se estava procedendo também em Antioquia e que os discípulos de origem judia estavam ali tão independentes do judaísmo que até já se designavam pelo neologismo de Cristãos, seguidores de Cristo o Rei dos Judeus.
Mandado pela comunidade, Barnabé, a investigar os acontecimentos, ele, inspirado pelo Espírito Santo, aprovou-o e se fez ajudar das opiniões de Paulo (o ex- fariseu) a que foi em busca em Tarso. Opunham-se assim, esses, a todos aqueles que queriam o cristianismo nascente vinculados ao judaísmo, e que não poderiam se salvar, diziam, sem as praticas do judaísmo. Levou então a questão à assembléia dos apóstolos. O Concilio de Jerusalém no ano 50, presidido pelo Pescador Judeu Pedro, decidiu a favor do batismo, porém ficou, com a inércia das tradições judaicas uma triste fofoca, que deu a Igreja seu primeiro cisma.
Dividida no seu início, e com o martírio de Pedro e Paulo, Tiago Menor e Maior, e com a perseguição de Herodes os apóstolos se dispersam (segunda diáspora cristã). A tradição fala em Tomé na Índia (posição mais oriental); Bartolomeu na Armênia, ao Norte e ao Oriente; Mateus no Egito, ao Sul e mais a Ocidente; Tadeu na Mesopotâmia (ao Oriente).
Com maior segurança histórica há os relatos de São João, em Éfeso,( Ásia Menor) cidade escolhida pelos apóstolos como ponto de encontro, entre o mundo Oriental e Ocidental. Tornou-se centro de grande movimento. Com João importantes cristandades floresceram e por ele foram dirigidas, ou ORIENTADAS. Notável também a influência que exerceram Santo Ignácio de Antioquia e São Policarpo, e outros discípulos do apóstolo João, que se tornaram chefes da Igreja na Ásia, depois da morte de São Paulo. João na segunda perseguição foi levado a ROMA e metido em uma caldeira de óleo fervente, sobreviveu ileso. Desterrado então, para a ilha de Patmos ai escreveu o Apocalipse. Morto Domiciano em 96, João torna a Éfeso combatendo as heresias das correntes dissidentes e interpretativas do pensamento de Cristo. João é o último dos apóstolos a morrer (depois do ano 100).
Novamente contemplamos que perseguida a Igreja cresce. Libera-se do sectarismo racial, e tornam-se base de combate as correntes que negam Deus e o Messias Jesus Cristo, fora e dentro do judaísmo. O Cristianismo Orientava no Oriente. O gado gentil, agora se tornava gente, filhos adotivos de Deus pelo batismo, co partícipes da história salvitica. O Povo de Deus perdia assim o seu privilégio sectário e racial.
Éfeso, campo de apostolado de São João era a mais antiga província romana da Ásia Menor, hoje Turquia, veja abaixo uma imagem de Éfeso.


Wallace Requião de Mello e Silva para o G23 HI

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

DIVISÃO DA HISTÓRIA DA IGREJA.





Como dividimos a história da Igreja?

No período histórico após a Idade Media século XV e XVI,estudiosos dividiram a História Universal em Antiga, Medieval e Moderna. A Igreja, no século IXX, também dividiu a sua História em: Idade Antiga; Idade Média; Idade Moderna e Idade Contemporânea.

1) A história Antiga da Igreja compreende de Jesus Cristo até 692. Dividimos esse período em dois sub períodos: ate 313 e de 313 ate 692. No primeiro sub período a Igreja foi duramente perseguida. Com o edito de Milão em 313 concedendo a “pax” aos cristãos dois fenômenos são marcantes: as invasões dos bárbaros, e a sistematização da evangelização.

2) Historia Medieval da Igreja; 692 até 1450 distinguem-se três subfases:

a) este período se caracteriza pela reconstrução após as invasões; o poder civil pratica as investiduras e interfere na vida eclesial, nomeando os Bispos, todavia a Igreja influencia decisivamente com sua doutrina e cultura formando a sociedade medieval (européia).

b) Alta Idade Media: 1054-1294 período onde a Igreja mais se projeta no foro religioso e civil atinge seu auge com o pontificado de Inocêncio III.

c) Idade Media decadente, a Igreja vai perdendo influência no foro civil, ao mesmo tempo em que se dá o empobrecimento da teologia e da piedade.

3) História da Igreja na Idade Moderna, 1450 até 1920. Subdivide-se em duas etapas:

(a)1450 até 1798 com a Revolução Francesa; novas idéias racionalistas vão-se difundindo, o que obriga a Igreja a dar uma resposta, o século XVII é dito o Século dos Santos.

b) 1798 até 1920 período em que o “Racionalismo” e o materialismo se fazem sentir num ataque frontal ao cristianismo, enquanto a Fé se propaga em territórios de missão, ou seja, perseguida a Igreja se espalha.

4) História da Igreja Contemporânea de 1920 ate hoje: contrapondo-se ao materialismo, e ao racionalismo, a Igreja empenha-se na estruturação bíblica-litúrgica-eclesiologica voltando as suas raízes conceituais.

E ele caiu do cavalo, como muitos depois dele.




A conversão do judeu Paulo.
Segundo Holzner, Saulo era um judeu dos mais zelosos de suas tradições, da casta dos fariseus, rigoroso e instruído, discípulo do Rabino Gamaliel, tinha do poder "Judeu" uma carta que lhe dava poderes de perseguir os judeus cristãos, prender e lapidar (matar a pedradas) essa nova seita do judaísmo oficial.( éra a inquisição judia). Saulo estava presente à lapidação do protomartir da assembléia dos cristãos. O termo embora elogioso diminua de algum modo o martírio do Próprio Cristo da Casa de David, por isso se diz protomartir da Igreja.E a Cristo se diz Redentor.
Em perseguição aos seguidores de Cristo, Saulo de Tarso vai a Damasco. Ai, “cai do cavalo”, cuja expressão dá origem ao cai do cavalo que usamos hoje, quando uma pessoa se dá mal, no caso essa queda é o início da conversão desse judeu de espinha dura. Perde a visão temporariamente, e tem um diálogo com Cristo Glorioso.
Imensas transformações produzem esse diálogo. O antigo perseguidor apresenta-se nas sinagogas de Damasco, surpreendentemente pára anunciar o nome de Jesus. Retira-se três anos em um deserto, cheio de culpa, e volta a pregar em Damasco. Depois vai a Jerusalém e apresenta-se a Pedro (o pescador Judeu), indo depois para Tarso sua cidade Natal.
Fantástico.
Paulo, o antigo Saulo, judeu da dispersão, vivendo entre os pagãos de Tarso, seria facilmente o apóstolo dos Gentios. Quando os judeus de Antioquia ( Siria) viram o progresso que Paulo fazia divulgando o cristianismo entre os judeus, habitantes daquela cidade, o expulsaram dali, então nos conta a Sagrada Escritura ele disse: Nós nos voltaremos para os Gentios (pagãos-goim) (At. 13.46) Essa declaração do antigo perseguidor de cristãos facilitou muito a propagação do Evangelho. Estava na prática iniciada a obra Universalista de Cristo: “Ide, pois a todos os povos”. (ou melhor: pregai o Evangelho a todas as criaturas) (Marcos 16.15).
O baixinho desenvolve intensa atividade, opondo-se aos perseguidores pagãos e judeus, funda cristandades (como a nossa do G 23, apenas mais santas) escrevendo 14 epístolas que sobreviveram. Três grandes viagens marcaram sua caminhada apostólica antes de ser martirizado em Roma. A primeira para a Ázia Menor. A segunda para a Europa pregando na Grécia (Tessalônica; Filipos, Atenas e Corintos) é mole? Depois na terceira volta para visitar as comunidades fundadas. A base de todas elas, ao que parece, eram comunidades originalmente judias.
Em, 42 Tiago Menor é martirizado. Em 58, Paulo volta à Jerusalém onde escapa mais uma vez à morte. Levado a presença de Felix, governador Romano de Cesárea, apela, para César, e vai para Roma, escoltado onde passa de 61 a 63, escrevendo e pregando aos (Secretamente Reunidos) judeus e cristãos de Roma. Libertado volta a pregar abertamente, preso em 66, é novamente enviado para Roma onde espera para ser decapitado, dizem, que ao mesmo dia do Martírio de Pedro. Pequeno, enfermiço, combativo e enérgico sua produção literária em profundidade teológica é um patrimônio da Igreja. Sua erudição é um tesouro do cristianismo.

OBS Tiago Maior é martirizado em 63 ( a turma queria mesmo acabar com o cristianismo).

A primeira diáspora.

A primeira dispersão (diáspora cristã) dos fieis.
Era um reboliço e os judeus cristãos estavam virando o jogo. Só judeus experimentados nas escrituras podiam compreender que o Messias prometido havia nascido, crucificado, morto e ressuscitado. Era uma fofoca danada. Estevão um dos sete diáconos, homem cheio de virtudes, um show humano, pregador viril, eloqüente e corajoso se distinguia pelo ardor apostólico: os grupos se formavam, os cristãos ou simpatizantes de um lado, e a resistência do poder estabelecido do outro. Estevão tornou-se insuportável, pelos milagres que fazia e pelos argumentos que usava. Então a resistência o apedrejou ate a morte, entre eles, na ala dos resistentes, estava o Fariseu Saulo, futuro apóstolo Paulo.

No poder, passaram a perseguir e prender os discípulos. Eles se dispersaram em fuga. Você já espremeu um pedaço de barro nas mãos, ele vaza pelos vãos dos dedos. Você já comprimiu areia com as mãos, ela se espalha saindo pelo vão dos dedos. Assim sob pressão os discípulos sofrem a primeira diáspora, espalha-se e divulgam o cristianismo em outras regiões habitadas por judeus, e o fermento leveda a massa e o judeu cristianismo cresce cada vez mais. Deus se servia do erro de seus perseguidores para difundir rapidamente o Evangelho.



Uma capela em honra a Santo Estevão.

Um olho por fora e um olho por dentro.

Uma visão de Dentro e uma visão de Fora.
Daremos aqui, como introdução, algumas informações preciosas. Tácito Públio Cornélio viveu entre 55 e 120 dC, ele era um historiador Latino, e nos dará alguns testemunhos de uma visão de fora da Igreja nascente. Não vamos discutir, na véspera do Natal, a existência ou não de Jesus Histórico, para nós esta suficientemente comprovada a sua existência. Jesus era Judeu, e a Igreja começa no seio de Judeus na Terra Santa, e também no seio de comunidades de Judeus em Roma.

Em sua vida pública Jesus Cristo não perde de vista a Igreja. Anuncia que vai fundá-la em (Mat. 16.18); que ela começará pequenina, mas se estenderá por toda a terra (Mat. 13, 31-32).

Cuida de sua organização, reunindo discípulos, escolhendo apóstolos a quem confere poderes espirituais, nomeando um chefe supremo na pessoa de Pedro, o pescador Judeu. (Mat. 16,18-19 e Jo. 21,15-18)

Deixa bem claro que é uma instituição permanente (até o fim do mundo: Mat. 28,20) e perfeita, com autoridade, fim, doutrina, culto e hierarquia (Mat.18.17) No dia da ascensão manda os discípulos esperarem em Jerusalém (hoje Israel) a vinda do Espírito Santo.

Em Pentecostes: No Cenáculo, cerca de 120 pessoas, incluindo Maria mãe de Jesus, se reúnem em oração esperando o cumprimento da promessa ( em assembleia). Ali, como nos conta os “Atos dos Apóstolos”. Pedro, o judeu, preside a eleição de um substituto para Judas o traidor (judeu) que será substituído por Matias (AT. 1.12-26). No dia de pentecostes tomados pelo Espírito Santo os reunidos ( em assembleia) são inspirados a saírem corajosamente e iniciam o apostolado entre judeus da Terra Santa. Estava iniciada a Igreja Missionária.( Ecclesia, é palavra que se traduz por assembléia, pode-se dizer portanto: estava iniciada a Assembleia Missionaria). Pedro faz o primeiro sermão público e converte 3000 judeus. Prega o segundo sermão, e eleva para 5000 o número dos judeus convertidos (Ver At. Capítulos 2 e 3).

A Igreja nascente e o mundo Judaico.






A imagem que você vê é o túmulo do Apóstolo Pedro em Roma, o maior e mais belo monumento eregido e dedicado a um pescador Judeu existente em todo o planeta, Pedro o homem da fé chamado o apóstolo dos judeus, coluna da Igreja, o príncipe dos apóstolos, o primeiro Papa.


Pedro, o pescador Judeu, e o jovem judeu João, foram ao Templo de Salomon, sim o templo máximo do judaismo pregar. As autoridades judaicas, indignadas, mandaram prender esse dois judeus elouquecidos de amor pela causa do universalismo cristão: prenderam-nos por apenas um dia, e os soltaram proibindo-os de pregarem em nome de Jesus. Não podemos deixar de falar responderam esses circuncisados. Esse "non possumus", na boca de Pedro o principe dos apóstolos (chamado pai, pater, Papa) torna-se a barreira intransponível que Papas e Bispos opôem à prepotência dos perseguidores até os dias de hoje. Todavia, continuavam os apóstolos a pregar, aumentando a cada dia o número dos neofitos, crentes, conversos. Os "Atos dos Apostolos" nos falam de milagres e prodígios que se espalhavam pela boca do povo. Das pequenas cidades vizinhas vinham " multidões" confirmar as novidades. ( num mundo onde as pessoas andavam à pé, um punhado de pessoas haveria de ser considerada multidão) e uma caminhada de cem quilômetros carregando um doente, se você já experimentou, é um verdadeiro prodígio. Doentes eram curados, as ruas se enchiam de enfermos judeus. Por inveja o sacerdotes judeus, lançaram os apóstolos ( judeus cristãos) na cadeia, e mandaram açoitá-los. Não acabaram com eles pelo voto do rabino Gamaliel, esse lúcido homem, mestre do futuro apóstolo Paulo, que no Conselho dos Judeus, disse: " Deixai-os: se esse empreendimento vem dos homens, se destruirá; mas se vem de Deus, não podereis destruí-lo" At. 5.38-38.
Show de bola Rabino, é isso ai.

Um Blog para contar um pouco da História Universal.





















São João de Latrão, Igreja mãe, com mais ou menos 1700 anos de idade, é mole? Foi abalada pelo terremoto dos anos 850-900.

O G 23 HI vem suprir uma lacuna de informação que sofriam todos os membros do Grupo 23 de Outubro. Nós o colocaremos a disposição de todos como um Blog aberto para consulta de quem quer que seja. Faremos um esboço sucinto da História da Igreja, contrapondo-a a pequenas pinceladas da História Universal. É um Blog pessoal, não oficial, portanto em momento algum deverá ser tomado com posição oficial da Igreja, embora, nosso intúito é estar na máxima perfeição possível em comunhão com o pensamento oficial da Igreja, e baseando nossos textos em documentos oficiais. O Blog é de nossa inteira responsabilidade, e visa informar a juventude, e adultos,e membros do G23 algo sobre essa belíssima e multissecular instituição universal. Falaremos de seu alcance, de sua influência, de seu papel na História da Humanidade. A Igreja é uma instituição viva, seja no sentido institucional, seja no sentido religioso e místico, portanto, é testemunha viva da Historia Universal, e nós, homens, se queremos bem conhecer a história de nosso passado, por prudência, e por sabedoria, pois cremos na sua origem divina, devemos, e deveríamos recorrer sempre e nos reportar a ela, seus arquivos, seus testemunho vivo, sua LUZ.
Hoje, 23 de Dezembro de 2008, antevéspera de Natal, nós oferecemos como um presente Natalino aos nossos membros esse trabalho, que fará aniversário nessa data.
Wallace Requião de Mello e Silva para o G23HI.