sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Para não criar confusão.















Para não criar confusão.
Li nesses dias os dez textos disponibilizados, notei erros de ortografia que serão corrigidos, e duas idéias que podem gerar confusão; a idéia de Oriente e Ocidente na história da Igreja, e a noção de Império Romano.
Considere a historia do Brasil para fazer um paralelo. Nossa história tem 500 anos. Tudo que se construiu no Brasil, aconteceu nesses 500 anos. Bem, comparando, do inicio do cristianismo nas comunidades étnicas do judaísmo, ate a conversão de Constantino, imperador de Roma, e a declaração do cristianismo como religião oficial do Império passaram-se 300 anos. Muitas cidades apareceram, muitos templos construídos, muitas idéias surgiram. Assim a Igreja, enquanto unidade era UNA, sob o primado de Pedro, príncipe dos apóstolos, ainda que você encontre expressões como as igrejas da Ásia, etc. Com a conversão de Constantino e posteriormente com a divisão do Império, por motivos políticos, a unidade geopolítica do império, separou os povos formadores de império do Oriente dos povos do Ocidente, ai, por força da geopolítica a Igreja, se isola, em dois núcleos separados pela enorme distância, e por interesse mundanos, tendo então, uma quebra de unidade, como um chefe para o Oriente, e outro para o Ocidente.
O Império Romano “herdará” territórios e cultura grega. Os Romanos falavam o latim, a língua do Lácio, e os gregos o grego; Antes do crescimento do Império Romano, Alexandre o Grande, expande o chamado Império de Alexandre entre 333 e 323 antes de Cristo. Ora, são apenas dez anos de caminhadas e conquistas, portanto, quando vemos um desenho geopolítico desse império, fazemos uma falsa idéia da integração, dos povos (densidade demográfica) e domínio dos povos. Todavia o Império de Alexandre marca regiões desde a Grécia e Macedônia indo no sentido oriental passando pela Frigia, Mesopotâmia e Armênia, Media e a Pérsia, ate a Índia. Deixam marcas, construções templos. Em apenas dez anos com Alexandre.
Já o Império Romano, merece um estudo mais apurado, por fazer “fronteira com a história do Cristianismo. Iniciando em 200 antes de Cristo, ao tempo de Cristo, dominava uma região geográfica no entorno do Mediterrâneo, não se aprofundando, como era de se esperar, para o Oriente como o de Alexandre. Essa extensão no entorno do Mediterrâneo, aprofundava-se apenas no Egito e na Arábia, às margens do Mar Vermelho e não chegava ao primeiro terço dos rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia. Mas nós racionalmente, dada a densidade demográfica de então, não podemos acredita numa “massa” Imperial populacional e militar, podemos sim acreditar numa tênue malha de relações militares, e comunidades estratégicas. Na verdade se considerava território conquistado o do reino capitulado, embora isso não significasse adesão. Nos próximos 400 anos a partir de Cristo, o Império crescerá como soldados e cultura nos territórios do Oriente, ao mesmo tempo em que é invadido nas suas fronteiras do ocidente pelos chamados povos bárbaros, portanto o Império Romano, jamais dominou sobre toda a Europa. Nem mesmo sobre toda a Ásia ou África. Em 395 depois de Cristo, com a morte de Teodósio (Constantino ficou lá no Passado) o império é dividido em dois, um com capital em Roma, e outro com capital em Constantinopla na fronteira física entre a Europa e a Ásia. Todavia em 476 dC Roma cai sob o domínio do bárbaro Odoacro, e o Império Romano do Oriente, sobrevive ainda 1000 anos. Essa metade do Império, separada de Roma será chamada de Estado Bizantino, sob influencia e língua grega, portanto helenizado, tornando-se aos poucos um estado semi-oriental, ate ser tomado pelos muslim (muçulmanos) em 1453 sob o reinado de Maomé II. O cristianismo dessas regiões seria perseguido e ate subjugado pelos mulçumanos. Enquanto que 1000 anos antes, o cristianismo romano do ocidente, combatia os bárbaros e suas crenças. Nunca houve verdadeira paz para o cristianismo.
Voltando a História do Brasil, de apenas 500 anos, nós constatamos as dificuldades de ordenação dos fatos, e de estabelecimento de uma malha fina do tecido historico, nos fazendo supor que nossa história não é mais do que uma renda de “bilros”, muito mais difícil e complexa é a história do Império Romano, seja pela sua antiguidade, seja pela documentação e datação.
Assim, o estudo da Igreja documental, é um suporte para a compreensão dos valores daquela antiguidade, talvez mais importante do que, a documentação pagã.
Desse modo nós leremos em São Paulo que Jesus Cristo nasceu na "Plenitude dos Tempos" (Gl. 4,4; Ef. 1,10). Leremos também que o intenso comércio por mar e terra, entre as muitas províncias do Império, não de uma maneira compacta, mas diríamos do Danúbio ao Nilo, e da Síria (Antioquia) a Espanha. Sob a mesma língua grega, o mesmo sistema jurídico e administrativo suscitava uma tênue unidade entre os diversos povos (digo tênue, pois basta ver a questão dos Hebreus e sua resistência ao Império, e não devia ser diferente nas demais) tornando possível a divulgação de idéias. O Imperador Otavio Augusto (30ac- 14dC) pode-se dizer instaurou a “Pax Romana”, características que por certo haveriam de no mínimo facilitar a divulgação do Evangelho (embora as Sagradas escrituras falem no dom das línguas), memos assim uma língua base comum, facilitaria a comunicação entre os povos. Assim os apóstolos se utilizaram dessas facilidades, numa visão puramente humana, e Deus fez o que quis numa visão divina. ( ver Atos 16, 35-39; 22,25-29; 25,10-12). Em conseqüência o cristão Orígenes escreverá em 248 (século II) “Deus preparou os povos e fez o Império Romano dominasse... porque a existência de muitos reinos teria sido um obstáculo a propagação da doutrina de Deus sobre a terra (Contra Celsus II 30). No entanto os judeus, nômades quase sempre, falavam basicamente o Aramaico e o Grego. A Terra Santa estava sobre Domínio dos Romanos desde 63 antes de Cristo, mas estivera sobre outros domínios ( Grego por exemplo) e outras culturas em tempos anteriores. Quando Jesus nasce, Herodes o Grande, rei idumeu (Iduméia região entre a Terra Santa e o Egito) vassalo dos romanos governava. Assim a Judéia foi incorporada a Síria Romana ( ano 6) habitada por pagãos e judeus. Jesus era judeu.