As perseguições do Império aos cristãos.
O padre Negromonte, conhecido historiador e professor, divide as vitórias iniciais do cristianismo, em três etapas: vitória sobre o judaísmo; vitória sobre a força; e vitória sobre os erros. Falaremos nesse texto sobre as vitórias sobre a força. Quero que você membro do grupo, pense, ainda que só como hipótese, como teria sido, e os motivos de tantos martírios. Como você já sabe, a palavra martírio tem origem grega e se traduz por testemunho, nos casos narrados, testemunho com a própria vida.
Hoje vou apenas transcrever em resumo bem aproximado do texto original, trecho de um livro escolar de nível médio, ao tempo, bom tempo, em que se ensinava religião católica nas escolas.
“ Não foi difícil a Nero atirar sobre os cristãos a culpa pelo incêndio de Roma em 64. Sob essa desculpa começam as perseguições romanas que embora mais numerosas do que dez sejam, por convenção didática consideradas em número de dez. Elas duram até o século IV ( quarto). Cada imperador dava às suas perseguições uma feição diferente. Nero a partir de 64 queria o número. Domiciano (81-96) preferindo a qualidade das lideranças martirizou seu primo Flavio Clemente e expatriou sua esposa Domitila; Trajano 89-117 volta a declarar “Christianos est non licet”, numa tradução mais popular: Cristãos fora da lei. Marco Aurélio o imperador “filosofo” e poeta 161-180 extinguia os intelectuais como inimigos de sua filosofia divina martirizando São Justino apologista; Santa Cecília da estirpe senatorial de Roma; e parte do povo cristão. Desde Setimo Severo 202-211 as perseguições se voltam contra a Igreja como tal. Impressionado com o crescimento do cristianismo no Império ele proíbe as conversões com a pena de morte. Tendo sido essa uma das mais terríveis perseguições. O próximo imperador, Alexandre Severo, 222-235, dá uma trégua aos cristãos. Todavia Maximino 235-238, três anos, manda destruir o clero e seus templos. ( Lapso de dez anos).
Para restabelecer o prestígio e a unidade do Império, Décio 249-251 decidiu suprimir o cristianismo pela apostasia, morria apenas aquele que não apostatasse. A resistência espantou o imperador, embora as defecções não fossem poucas. Os cristãos chamavam aos apostatas de lapisis (decaídos) e os excluíam da comunidade cristã. Tempos de radicalismo total.
Valeriano 253-260 organizou a caça ao clero, martirizaram os Papas Estevão e Sixto II, e o célebre diácono Lourenço sendo essas as baixas mais famosas. Datam de então as galerias de despistamentos das catacumbas para dificultar as buscas. Galiano 260-269 restitui os templos e cemitérios chegando a considerar o cristianismo religião lícita. Depois de um duro decreto do imperador Aureliano, cuja morte não o deixou executar em 275, só rebentará outra perseguição em 303 que sendo a mais tremenda será, todavia, a última promovida pelo Império. Diocleciano 283-305 ordenou a destruição dos livros sagrados, a cassação de reuniões de cristãos e a morte a todos os cristãos que não abjurassem. Por todo o Império foi tão grande a devastação, que ele mandou erguer monumentos com a inscrição “Nomine chistianorum deleto”, algo no sentido de “cristãos exterminados”.