Heresias VIII.
O Caso dos Três Capítulos.
Confesso a vocês que estou com grande dificuldade de pegar o fio da meada desse difícil texto. Mesmo os textos base que uso, não lhe dão um desfecho adequado e final. Portanto ao ler a solução que dou aqui, seja prudente, e procure estudar o caso, pois dele depende a Futura União das Igrejas Orientais (separadas) com a Igreja Romana.
Todos nós nos lembramos desde os bancos escolares, a figura de Justiniano, Imperador Romano, tido como autor do Código de Justiniano, base do Direito Romano, e comparado a Licurgo e Hamurabi como legislador. O caso que narramos aqui envolve o Papa Virgilio e o grande Imperador e legislador.
Justiniano (527-565) tencionava dar ao Império um período de fausto (fartura) o que lhe denunciava grande senso social e ideal, porém torna-se nas querelas religiosas o mais radicais cesaropapista do Oriente. Mas o caso que narramos, nos mostra a importância da assinatura papal em documento imperial para dar legitimidade diante dos cristãos, as intenções do Imperador Romano.
O que era um Capítulo?
Para a Igreja um capitulo era uma assembléia geral de religiosos que visava discutir problemas de interesse comum. ( dicionário Enciclopédico das Religiões).
Teodoro Asquida de Cesárea, bispo, sugeriu ao imperador que condenasse três nomes de autores antioqueno (Siria) tidos como inspiradores do nestorianismo; alegava que se o imperador o fizesse, essa medida, traria paz para os cristãos, que como vemos já eram considerados maioria absoluta do Império. Esses três nomes constituem-se no que os Historiadores da Igreja chamam de “Os Três Capítulos”. Eram eles: O capitulo (assembléia e resoluções) de Teodoro de Mopsuéstia (morto em 428); os escritos de Teodoreto de Ciro (morto em 458) contra São Cirilo e o Concilio de Éfeso; a carta do bispo Ibas de Edessa (morto em 435) ao bispo Mári de Arbashir em defesa de Teodoro de Mopsuéstia e contra os anatematismos de Cirilo (já estudado).
O imperador consentiu na sugestão e publicou um Edito que anatematizava os Três Capítulos” em 543. Ao invés da paz esperada houve acirramento das discussões. O imperador obrigou então os bispos orientais a assinar os documentos assim como o Patriarca Menos. E exigiu que o papa Virgilio assinasse o documento, e esse se recusou. Então o Imperador mandou buscá-lo de Roma para Constantinopla. Um ano após sua chegada, estudado o caso, Virgilio em 548 escreveu o Ludicatum, em que condenava os Três Capítulos desde que respeitadas às decisões do Concilio de Calcedônia ( como já vimos). O gesto do Papa foi tomado pelos ocidentais como uma ingerência do Império sobre o Papado, e para esclarecer, ou amainar os ânimos, o Papa e o Imperador convocam um Concilio Ecumênico ( Ecumênico, como já vimos, deriva de Oikós, casa, lar, habitação em grego, portanto no seu sentido inicial ou original, quer dizer, Ecumênico = Terra Habitada por Cristãos, no caso representado por seus bispos, reunidos em Constantinopla II) que nenhuma inovação praticou quanto às decisões tomadas anteriormente. Todavia em 551 Justiniano repetiu o anátema sobre os Três Capítulos, o que provocou a ruptura do Papa Virgilio com o Imperador. O papa Virgilio, fora de Roma, teve que procurar asilo ( pois foi perseguido) em igrejas de Constantinopla e Calcedônia. A respeito do Concilio, o Papa e o Imperador não concordavam, então o Imperador convocou outro Concilio, por sua própria iniciativa reunindo-o sobre a direção de Eustíqueo, novo patriarca de Bizâncio e renovou, em comum com ele, a condenação dos “Três Capítulos” em junho de 553.
Como não fui capaz de fazer uma síntese adequada da questão, que não esta clara para mim trago um resumo do pensamento de cada autor considerado anátema: Teodoro de Mopsuéstia; Teodoreto de Ciro e Ibas de Edessa.
Teodoro de Mopsuéstia (352-428) Teodoro foi ordenado presbítero em Antioquia e em 392 consagrado Bispo de Mopsuéstia na Cilícia, onde faleceu. Ele foi o maior exegeta das Sagradas escrituras da escola Antioquena. A Igreja Nestoriana o considerava o comentarista Bíblico por excelência. Depois de sua morte, como a questão de Nestório, que foi seu discípulo foi acusado de herético em cristologia, motivo pelo qual suas obras desaparecerem, algo se conhece hoje pelas Cartas de São Cirilo de Alexandria contra posições dele. O quinto Concilio (de Constantinopla II) de 553 o condenou. Ultimamente tem aparecido na Igreja Oriental (versões de sua Obra em siríaco, que comprovam (diz o comentarista) que sua cristologia pecava pelo uso de palavras imprecisas e dadas a dupla interpretação
Teodoreto de Ciro (393-466) Historiador Grego nasceu em Antioquia (Siria) e recebeu sua educação nos mosteiros (como de resto todos os outros, pois eram as únicas escolas) em 423 tornou-se (a contragosto; ingerência civil na Igreja) bispo de Ciro. Atacou em dois escritos a São Cirilo de Alexandria (Egito) em defesa de Nestório e as decisões do Concilio de Éfeso. Posteriormente abandonou Nestório e aderiu à heresia Eutiques, resultando na sua deposição em Éfeso (pelo concilio ilegítimo). Apelou para o Papa Leão I, e pode participar do Concilio de Calcedônia, mas foi finalmente Condenado pelo Concilio de Constantinopla II. Deixou três obras Históricas de valor para a compreensão dos debates de então: História Eclesiástica; História dos Monges de Ciro e Antioquia; e História das Heresias que descreve a Heresia de Eutiques (hereticarum fabularum compendium)
Ibas de Edessa (457) Cristão sírio, bispo de Edessa escreveu em 433 uma carta “cristológica”, conservada quase inteira, em grego, dirigida ao Bispo persa Maris que motivou a sua deposição em Éfeso. O concilio de Calcedônia o reconciliou em 451, mas em 553 foi condenado nos Três Capítulos (553). A tradução que teria feito da obra de Teodorico de Mopsuéstia a e a tradução de Aristóteles perderam-se, bem como seus hinos.
Com isso, chamo atenção, da importância documental, na História da Igreja e do Cristianismo, sem o que, perdemos enorme tempo discutindo sobre “interpretações” de escritos desconhecidos no original pelos cronistas. Como as Igrejas ditas de protesto, surgiram 1000 anos depois, ainda na boa vontade, por falta de documentação, erram ou mal interpretam fatos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
sábado, 21 de fevereiro de 2009
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Gestos de Amor
Gestos de amor.
Encontrei meu dentista em seu gabinete com os olhos marejados e um bordado na mão.
Meu dentista é um homem comum-incomum. Como assim? Você dirá!
Trabalha oito a dez horas por dia, num trabalho que exige muita atenção, riscos, e por vezes, odores bem desagradáveis... Isso faz dele um homem comum. Foi campeão paranaense de provas de regularidade na terra, é mergulhador, casou-se tardiamente, como uma linda mulher, hoje cirurgiã dentista que tomou gosto pela profissão quando era ainda sua secretaria e auxiliar. Esculpe dentes, é um artista cirurgião. Mirnei Franzolozzo foi veterinário antes de ser dentista, de onde lhe veio o gosto pelas estradas vicinais, a velocidade e a regularidade. Isso faz dele um homem incomum.
Sentei-me sem perguntar... E ele não resistindo me contou detalhes deste gesto de amor. Que eu transcrevo como interpretei.
Trouxeram-lhe uma mulher de 46 anos, gravemente comprometida, que hoverá vivido toda uma vida em uma cadeira de rodas em um quarto escuro. Décima primeira filha de um casal de italianos foi temporã, diante de seus dez irmãos sadios, ela foi à chave final de uma vida conjugal fértil e laboriosa.
Ele a atendeu... Um atendimento difícil... Entrecortado por mordidas, e movimentos espasmódicos, de uma mulher rígida, sem controle nenhum dos movimentos, e sem fala. Tomada , possivelmente, como um ser “quase” vegetativo e sem reações que lembrasse algo de comunicativo, ela tinha o que o ritmo da vida lhe pudera dar.
O estado dentário era precário, e não haveria de ser resolvido em uma única seção.
O quadro tocou o dentista, que se emocionou, com o drama vivido pela mulher, incapaz de reclamar de dor, ou pedir claramente ajuda e fazer a higiene de seus dentes, prisioneira de si mesmo, por 46 longos anos de penumbra.
Disse o Mirnei à acompanhante: Não irei cobrar... Bem, doutor obrigado. Nós vamos voltar? Sim respondeu o dentista.
Em casa, longe da vista do dentista, a mulher cadeirista, agarrou-se como pode a uma caixa de chocolates, comum em sua casa, pois seus familiares são representantes atacadistas de chocolate. Agarrou-se e não os comeu. Passou o primeiro dia, o segundo, o terceiro e a cadeirista dormia e acordava com o chocolate, numa caixinha já bem amarrotada, que ela não largava por nada desse mundo, presa nos antebraços, ou como podia.
Chegou o dia da nova consulta.
Deu uma arrumada na moça, um capricho, mas a caixa de chocolates ninguém tirou dela. O que fazer? ... vai a cadeirista com chocolates amassados e semi derretidos para o dentista.
Lá chegando, com uma atitude inesperada, entre gritos e sorrisos, saltos e balanços a cadeirista num esforço desajeitado, entrega a caixinha de chocolates para o dentista, caixinha que ela protegera como se fosse sua vida durante a semana inteira, destinada ao dentista. A moça, mulher, tinha sentimentos, e o que é mais espantoso, sentimentos de gratidão.
Com esse gesto de amor, a família, percebeu que haviam outras possibilidades a explorar, e com o dentista, conversando, decidiram por colocá-la em uma escola especial... Onde esta desabrochando, dentro de estreitos limites... 46 anos...
O longo tratamento esta no fim...
Então, quando eu cheguei, meu dentista tinha os olhos marejados de lagrimas, e segurava um bonito bordado na mão. Um bordado de amor.
E, eu?... Eu então me lembrei que havia cruzado com uma “cadeirista”, e outra moça, ao portão.
Wallace Req
Testemunhos de gestos de amor.
Encontrei meu dentista em seu gabinete com os olhos marejados e um bordado na mão.
Meu dentista é um homem comum-incomum. Como assim? Você dirá!
Trabalha oito a dez horas por dia, num trabalho que exige muita atenção, riscos, e por vezes, odores bem desagradáveis... Isso faz dele um homem comum. Foi campeão paranaense de provas de regularidade na terra, é mergulhador, casou-se tardiamente, como uma linda mulher, hoje cirurgiã dentista que tomou gosto pela profissão quando era ainda sua secretaria e auxiliar. Esculpe dentes, é um artista cirurgião. Mirnei Franzolozzo foi veterinário antes de ser dentista, de onde lhe veio o gosto pelas estradas vicinais, a velocidade e a regularidade. Isso faz dele um homem incomum.
Sentei-me sem perguntar... E ele não resistindo me contou detalhes deste gesto de amor. Que eu transcrevo como interpretei.
Trouxeram-lhe uma mulher de 46 anos, gravemente comprometida, que hoverá vivido toda uma vida em uma cadeira de rodas em um quarto escuro. Décima primeira filha de um casal de italianos foi temporã, diante de seus dez irmãos sadios, ela foi à chave final de uma vida conjugal fértil e laboriosa.
Ele a atendeu... Um atendimento difícil... Entrecortado por mordidas, e movimentos espasmódicos, de uma mulher rígida, sem controle nenhum dos movimentos, e sem fala. Tomada , possivelmente, como um ser “quase” vegetativo e sem reações que lembrasse algo de comunicativo, ela tinha o que o ritmo da vida lhe pudera dar.
O estado dentário era precário, e não haveria de ser resolvido em uma única seção.
O quadro tocou o dentista, que se emocionou, com o drama vivido pela mulher, incapaz de reclamar de dor, ou pedir claramente ajuda e fazer a higiene de seus dentes, prisioneira de si mesmo, por 46 longos anos de penumbra.
Disse o Mirnei à acompanhante: Não irei cobrar... Bem, doutor obrigado. Nós vamos voltar? Sim respondeu o dentista.
Em casa, longe da vista do dentista, a mulher cadeirista, agarrou-se como pode a uma caixa de chocolates, comum em sua casa, pois seus familiares são representantes atacadistas de chocolate. Agarrou-se e não os comeu. Passou o primeiro dia, o segundo, o terceiro e a cadeirista dormia e acordava com o chocolate, numa caixinha já bem amarrotada, que ela não largava por nada desse mundo, presa nos antebraços, ou como podia.
Chegou o dia da nova consulta.
Deu uma arrumada na moça, um capricho, mas a caixa de chocolates ninguém tirou dela. O que fazer? ... vai a cadeirista com chocolates amassados e semi derretidos para o dentista.
Lá chegando, com uma atitude inesperada, entre gritos e sorrisos, saltos e balanços a cadeirista num esforço desajeitado, entrega a caixinha de chocolates para o dentista, caixinha que ela protegera como se fosse sua vida durante a semana inteira, destinada ao dentista. A moça, mulher, tinha sentimentos, e o que é mais espantoso, sentimentos de gratidão.
Com esse gesto de amor, a família, percebeu que haviam outras possibilidades a explorar, e com o dentista, conversando, decidiram por colocá-la em uma escola especial... Onde esta desabrochando, dentro de estreitos limites... 46 anos...
O longo tratamento esta no fim...
Então, quando eu cheguei, meu dentista tinha os olhos marejados de lagrimas, e segurava um bonito bordado na mão. Um bordado de amor.
E, eu?... Eu então me lembrei que havia cruzado com uma “cadeirista”, e outra moça, ao portão.
Wallace Req
Testemunhos de gestos de amor.
Heresias VII
Hágia Sofia ( Santa Sabedoria) Istambul, antiga Constantinopla.
Os minaretes, foram acrescentados depois do domínio muçulmano.
Heresias VII
Henotikón e o Teopasquismo.
(texto Base ME).
Vinte e cinco anos após as decisões do Concilio de Calcedônia em 476, deu-se nova investida dos monofisistas contra a reta fé. O patriarca Pedro Mongo de Alexandria (Egito) e Acácio de Constantinopla, sede do Império do Oriente, ambos adeptos do monofisismo (já estudado em outro texto) redigiram por conta própria um novo Símbolo Monofisista, onde, provavelmente para atrair a simpatia do conjunto da Igreja condenava-se tanto Nestório como Eutiques; rejeitava o Concilio de Calcedônia e defendia o símbolo Niceno-constantinopolitano e as definições do Concílio de Éfeso (431), para atrair a simpatia dos “antigos” porém em seu novo Símbolo tais formulas poderiam ser interpretadas de diversas maneiras. (olha a esperteza).
O imperador Zenão promulgou esse símbolo de fé monofisita (veja como o Cesaropapismo atingia muito mais o Império Romano do Oriente do que o do Ocidente) chamado Henotikón que quer dizer em grego Edito de União. Tal Edito veio revestido de poder legal imperial. Aparentemente Zenão procurava a união dos cristãos dentro do Império. Todavia a ambigüidade do novo Edito, em vez de unir, separou mais ainda os católicos (universalistas) dos monofisistas.
Lá no Ocidente, ao saber das manobras teológicas do Imperador Zenão, o Papa Felix terceiro, enviou legados a Constantinopla a fim de demover o Imperador e o Patriarca Acácio, exigindo fidelidade ao Concilio de Calcedônia legitimo (houve dois Concílios, você deve lembrar, houve um Monofisista). Tal missão era das mais graves, pois caso desobedecida resultaria em uma ruptura dos cristãos do Ocidente com os monofisistas do Oriente. O papa, todavia foi firme, e a ruptura durou trinta e cinco anos (484-519) e foi chamada “cisma acaciano”.
Zenão morreu em 491. Teve como sucessor o imperador Anastásio, também monofisista, que continuou a resistir ao Papa.
A situação se tornou ainda mais difícil (ver História Geral) e mais sombria em termos teológicos com o surgimento dos teopasquita. A palavra grega Hágios (santo), era usada na liturgia grega assim: Triságion (três vezes Santo) desta forma: “Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós”. Vejam os detalhes que davam importância aos textos na antiguidade: Então Pedro Furlão de Antioquia acrescentou a essa liturgia as palavras –que foste pregado na cruz por nós- O imperador gostou e mandou recitar a formula ampliada por Pedro Furlão e isso suscitou uma discutição enorme. Diziam os monges que uma das pessoas da Santíssima Trindade padeceu na Cruz; eles foram chamados Téopasquitas de Theo ( Deus) e páscho ( sofrer origem da palavra paixão de PásKó=páscho, páscoa, passagem). Ora a frase podia ser entendida segundo a reta fé , ou seja a Segunda Pessoa, tendo-se feito homem, padeceu na carne de Jesus...( ?)... Mas como eram monges monofisistas, os ditos ortodóxicos (retos) seguidores da reta doutrina desconfiaram deles. (trecho um pouco nebuloso que deve ser mais bem estudado).
Morto o imperador Anastásio, sucedeu-lhe Justino (estamos sempre falando do império do Oriente, onde o Poder Civil, leigo, tomou conta ou teve ingerência sobre a Sé de Constantinopla e outras, o mesmo não acontecendo com Roma). Justino governou de 518 -527, e se empenhou em estabelecer a comunhão do império com a Sé de Roma. O Papa Hormisdas (514-523) acolheu as intenções de Bizâncio (Constantinopla) e mandou prelados (representantes) a aquela cidade com uma carta (encíclica) chamada Livro de Fé do Papa Hormisdas: este proclamava o Símbolo de Fé Calcedonense, que estava em comunhão com os anteriores, e à base que era o Símbolo dos Apóstolos, eram fiéis as cartas do Papa São Leão Magno (que já vimos) e renovava os anátemas (erros cometidos) por Nestório, Eutiques, Dióscoro, Acácio e outros lideres monofisistas, além disso, declarava que conforme Cristo tinha dito a Pedro em Mt 16,16-19, a fé católica se conservava intacta na Sé Romana (por obra da Providência não pelo mérito dos homens); por isso os fieis deviam obediência as decisão tomadas por Roma, sob o Tumulo dos Apóstolos Pedro e Paulo ( catedra, trono) . Era assim, mais uma vez professado em um documento Papal o Primado do Papa, representante de Pedro, a Pedro sobre o qual Deus quis erguer sua Igreja conforme as escrituras (esse documento é datado de 515).
Então o Patriarca João II de Constantinopla, os bispos e os monges presentes nessa cidade na ocasião assinaram (selaram) a tal formula. Estava terminado o cisma, porém os monofisistas enfraquecidos continuaram as suas controvérsias e provocações, assunto de outro texto complementar.
OBS: Teopasquita: Fórmula teológica que traduzida do grego quer dizer “Deus Sofredor”, adotada pelos monges de Cítia entre 519-533 no Oriente.
Algumas pessoas teimam em negar o papel do Papado nesse período da história. Esquecemos, que nesse período, Roma estava sitiada pelos Bárbaros, e o Papado resistia, convertia os povos, socorria moralmente os monarcas, definia na ordem temporal e espiritual, a ponto de a História Universal ter sido obrigada a confessar: O Papado à frente da Europa era o Arbitro do Mundo Civilizado. Esse poder irá crescendo em face da chagada daquele período que se convencionou chamar Idade Média, período que por esse motivo é caluniado, não que tenha sido um período negro, nem um período de perseguições, mas porque o - grande prestigio- da Igreja tem que ser demolido pelos historiadores. Cristãos aos milhares mortos e perseguidos nos circos e templos romanos, nada disso tem importância, importância para os historiadores, tem a perseguição da Igreja nas “inquisições”, sempre mal contadas, mal interpretadas, e deslocadas no tempo. Bispos (hoje oitenta) condenado à prisão perpetua na China, não significam nada, significado, para os comentadores, tem o fato de o Papa ter reconciliado os Bispos Tradicionalistas com a Igreja, e pedido que a igreja volte ao latim, como unidade e símbolo de sua universalidade ( ah! Se ele tivesse pedido para fazer uso do inglês), os judeus podem tentar ressuscitar o hebraico extinto e perdido, a igreja não pode fazer uso dessa língua considerada morta, o latim. O que se quer impedir, não é o uso do latim, mas a unidade documental da Igreja, a sua unidade doutrinal.
Os minaretes, foram acrescentados depois do domínio muçulmano.
Heresias VII
Henotikón e o Teopasquismo.
(texto Base ME).
Vinte e cinco anos após as decisões do Concilio de Calcedônia em 476, deu-se nova investida dos monofisistas contra a reta fé. O patriarca Pedro Mongo de Alexandria (Egito) e Acácio de Constantinopla, sede do Império do Oriente, ambos adeptos do monofisismo (já estudado em outro texto) redigiram por conta própria um novo Símbolo Monofisista, onde, provavelmente para atrair a simpatia do conjunto da Igreja condenava-se tanto Nestório como Eutiques; rejeitava o Concilio de Calcedônia e defendia o símbolo Niceno-constantinopolitano e as definições do Concílio de Éfeso (431), para atrair a simpatia dos “antigos” porém em seu novo Símbolo tais formulas poderiam ser interpretadas de diversas maneiras. (olha a esperteza).
O imperador Zenão promulgou esse símbolo de fé monofisita (veja como o Cesaropapismo atingia muito mais o Império Romano do Oriente do que o do Ocidente) chamado Henotikón que quer dizer em grego Edito de União. Tal Edito veio revestido de poder legal imperial. Aparentemente Zenão procurava a união dos cristãos dentro do Império. Todavia a ambigüidade do novo Edito, em vez de unir, separou mais ainda os católicos (universalistas) dos monofisistas.
Lá no Ocidente, ao saber das manobras teológicas do Imperador Zenão, o Papa Felix terceiro, enviou legados a Constantinopla a fim de demover o Imperador e o Patriarca Acácio, exigindo fidelidade ao Concilio de Calcedônia legitimo (houve dois Concílios, você deve lembrar, houve um Monofisista). Tal missão era das mais graves, pois caso desobedecida resultaria em uma ruptura dos cristãos do Ocidente com os monofisistas do Oriente. O papa, todavia foi firme, e a ruptura durou trinta e cinco anos (484-519) e foi chamada “cisma acaciano”.
Zenão morreu em 491. Teve como sucessor o imperador Anastásio, também monofisista, que continuou a resistir ao Papa.
A situação se tornou ainda mais difícil (ver História Geral) e mais sombria em termos teológicos com o surgimento dos teopasquita. A palavra grega Hágios (santo), era usada na liturgia grega assim: Triságion (três vezes Santo) desta forma: “Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós”. Vejam os detalhes que davam importância aos textos na antiguidade: Então Pedro Furlão de Antioquia acrescentou a essa liturgia as palavras –que foste pregado na cruz por nós- O imperador gostou e mandou recitar a formula ampliada por Pedro Furlão e isso suscitou uma discutição enorme. Diziam os monges que uma das pessoas da Santíssima Trindade padeceu na Cruz; eles foram chamados Téopasquitas de Theo ( Deus) e páscho ( sofrer origem da palavra paixão de PásKó=páscho, páscoa, passagem). Ora a frase podia ser entendida segundo a reta fé , ou seja a Segunda Pessoa, tendo-se feito homem, padeceu na carne de Jesus...( ?)... Mas como eram monges monofisistas, os ditos ortodóxicos (retos) seguidores da reta doutrina desconfiaram deles. (trecho um pouco nebuloso que deve ser mais bem estudado).
Morto o imperador Anastásio, sucedeu-lhe Justino (estamos sempre falando do império do Oriente, onde o Poder Civil, leigo, tomou conta ou teve ingerência sobre a Sé de Constantinopla e outras, o mesmo não acontecendo com Roma). Justino governou de 518 -527, e se empenhou em estabelecer a comunhão do império com a Sé de Roma. O Papa Hormisdas (514-523) acolheu as intenções de Bizâncio (Constantinopla) e mandou prelados (representantes) a aquela cidade com uma carta (encíclica) chamada Livro de Fé do Papa Hormisdas: este proclamava o Símbolo de Fé Calcedonense, que estava em comunhão com os anteriores, e à base que era o Símbolo dos Apóstolos, eram fiéis as cartas do Papa São Leão Magno (que já vimos) e renovava os anátemas (erros cometidos) por Nestório, Eutiques, Dióscoro, Acácio e outros lideres monofisistas, além disso, declarava que conforme Cristo tinha dito a Pedro em Mt 16,16-19, a fé católica se conservava intacta na Sé Romana (por obra da Providência não pelo mérito dos homens); por isso os fieis deviam obediência as decisão tomadas por Roma, sob o Tumulo dos Apóstolos Pedro e Paulo ( catedra, trono) . Era assim, mais uma vez professado em um documento Papal o Primado do Papa, representante de Pedro, a Pedro sobre o qual Deus quis erguer sua Igreja conforme as escrituras (esse documento é datado de 515).
Então o Patriarca João II de Constantinopla, os bispos e os monges presentes nessa cidade na ocasião assinaram (selaram) a tal formula. Estava terminado o cisma, porém os monofisistas enfraquecidos continuaram as suas controvérsias e provocações, assunto de outro texto complementar.
OBS: Teopasquita: Fórmula teológica que traduzida do grego quer dizer “Deus Sofredor”, adotada pelos monges de Cítia entre 519-533 no Oriente.
Algumas pessoas teimam em negar o papel do Papado nesse período da história. Esquecemos, que nesse período, Roma estava sitiada pelos Bárbaros, e o Papado resistia, convertia os povos, socorria moralmente os monarcas, definia na ordem temporal e espiritual, a ponto de a História Universal ter sido obrigada a confessar: O Papado à frente da Europa era o Arbitro do Mundo Civilizado. Esse poder irá crescendo em face da chagada daquele período que se convencionou chamar Idade Média, período que por esse motivo é caluniado, não que tenha sido um período negro, nem um período de perseguições, mas porque o - grande prestigio- da Igreja tem que ser demolido pelos historiadores. Cristãos aos milhares mortos e perseguidos nos circos e templos romanos, nada disso tem importância, importância para os historiadores, tem a perseguição da Igreja nas “inquisições”, sempre mal contadas, mal interpretadas, e deslocadas no tempo. Bispos (hoje oitenta) condenado à prisão perpetua na China, não significam nada, significado, para os comentadores, tem o fato de o Papa ter reconciliado os Bispos Tradicionalistas com a Igreja, e pedido que a igreja volte ao latim, como unidade e símbolo de sua universalidade ( ah! Se ele tivesse pedido para fazer uso do inglês), os judeus podem tentar ressuscitar o hebraico extinto e perdido, a igreja não pode fazer uso dessa língua considerada morta, o latim. O que se quer impedir, não é o uso do latim, mas a unidade documental da Igreja, a sua unidade doutrinal.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Heresias VI.
Heresias VI
O Monofisismo.
Dentre as correntes de pesadores cristãos que se opunham contra Nestório, como regra geral, houve excessos, um deles deu origem ao Monofisismo. O Monofisismo, também chamado de monofisitismo, é o oposto da tese de Nestório, e como a de Nestório foi condenada como herética. A nova tese, também encontrada em algumas igrejas separadas diz que: “em Jesus há uma só natureza e uma só pessoa: a divina”. O primeiro a defender essa tese foi Eutiques de Constantinopla. Ele reconhecia, em defesa da ortodoxia (da reta fé) contra Nestório, que Jesus tinha duas naturezas; a divina e a humana. Mas afirmava que a natureza divina absorveu a humana, divinizando-a, donde só se poderia falar em uma natureza em Jesus; a Divina. Esta tese tornou-se a heresia mais conhecida e mais popular na Igreja Oriental.
Eutiques foi condenado como herege pelo Sínodo de Constantinopla em 448 (Sínodo não Concilia). Todavia não cedeu e conseguiu o apoio da Corte.
O Patriarca Dióscoro de Alexandria, partidário de Eutiques, solicitou ao Imperador Teodósio II, convocou um novo Concilio Ecumênico para Éfeso, em 449 (o outro em Éfeso ocorrera em 431). Dióscoro tendo aberto o Concilio, negou a presidência ao representante do Papa (a Hierarquia entre as Igrejas e Episcopados ficara definida muitos anos, anteriormente) e não permitiu que fosse lida a carta doutrinal do Papa (Santo) Leão Magno que propunha a reta doutrina: as duas naturezas de Cristo não se misturam nem se confundem, mas cada qual exerce a sua natureza própria em comunhão com a outra”. Todavia esse Concílio, irregular, na Hierarquia, na democracia interna, proclamou a razão a Eutiques; depôs o Flaviano Patriarca de Constantinopla, e outros Bispos contrários a tese monofisista. Todavia imediatamente os Bispos de diversas regiões do mundo cristão começaram a repudiar as decisões desse “concilio” que rejeitou os prelados (representantes papais) e o repudiaram como ilegítimo, sem mesmo discutir suas decisões. O Papa São Leão Magno se referia a ele como o latrocínio de Éfeso; todos pediam um novo concilio, dizem os cronistas, que de fato foi convocado, agora pelo Imperador Marcião, que se casara com a Irmã (Imperatriz Pulquéria) de Teodósio II, já falecido. O Concilio foi então convocado em 451 para a cidade de Calcedônia, diante de Constantinopla e foi o mais concorrido, diz o cronista da antiguidade, como mais de 600 Bispos, e três legados papais. A Ecclesiae (assembléia) rejeitou o Concilio anterior, e proclamou a carta dogmática de São Leão Magno dirigida a Flaviano, que serviu para a base das definições, que definiria Jesus Cristo como uma só pessoa Divina (a Segunda da Santíssima Trindade), e duas naturezas. Havia, pois uma só pessoa em Jesus Cristo (um só Eu), que além de dispor da natureza divina desde toda a eternidade, assumiu a natureza humana no sei de Maria Virgem e viveu na terra agindo ora como Deus, ora como homem, mas sempre e somente com o seu Eu divino.
Todavia, com as definições do Concilio, o Imperador Marciano manda exilar Dióscoro e Eutiques, todavia aos poucos esses ocuparam sedes episcopais; inclusive em Jerusalém (temporariamente) No século sétimo, a coisa se agravou, pois os muçulmanos ocuparam a Palestina, a Siria, o Egito, impedindo a ação doutrinaria de Bizâncio.
Existem igrejas monofisistas na Armênia, Siria, Egito, Etiópia. No Egito os monofisistas tomaram o nome de coptas, nome que guarda as três consoantes da palavra grega Aigyptos (K, P, T) ou Kopta, e são os antigos egípcios. Os que guardaram a doutrina do Concilio de Calcedônia, se chamam melquitas ( de melek= imperador) embora professando a mesma fé que Roma e a Ecclesiae Universalis, aderiram à cisma de 1054, que os separou de Roma, todavia muitos voltaram à comunhão com Roma. Coptas também se reuniram a Roma em 1742. Na Siria os monofisistas são chamados Jacobinos, nome derivado de um de seus primeiros lideres, Jacó Baradai, que foi Bispo de Edessa em 541-578. Essa heresia foi a responsável pela cisma de Antioquia.
Existe importante texto Católico sobre as Igrejas Orientais ( documentos Pontifícios 151, Vozes, titulado: Decreto “Orientalium Ecclesiarium” sobre as relações das Igrejas Católicas e as Igrejas Separadas Orientais, sobre modo as monofisistas.
As igrejas Monofisistas (pré-calcedônias) ou não-Calcedonianas, como também são chamadas, rejeitam os três primeiros Concílios Ecumênicos, e estão hoje, na sua maioria de fieis, restritas ao Oriente Médio, embora estejam presentes em outras partes do Mundo como a Etiópia e a Índia. O que se discute hoje, é a validade da ordenação sob o ponto de vista da sucessão apostólica, em algumas, e noutras a doutrina monofisista é apenas nominal, estando prontas para reconciliação universal. Entre as não-calcedonianas estão também igrejas Nestoriana e algumas igrejas Nacionais, de origem monofisista.
Ver para aprofundamento, Dicionário Enciclopédico das Religiões, da Editora Vozes.
No próximo texto, na intenção esclarecedora, veremos o edito do imperador Zenão, 26 anos depois do Concilio, chamado Henotikón (Edito de União), com o qual o Imperador procurou em reta intenção a união, resultando, pela ambígua “verdade” em nova “cisma” com a deposição do Patriarca de Constantinopla Acácio monofisista. Essa ruptura que ficou conhecida como “cisma acaciano” durou 35 anos (484-519). Embora o zelo do Papa Felix III em preservar a reta doutrina, esta separação permitiu que o monofisismo se propagasse no Oriente. Com a morte de Zenão, imperador monofisista, assumiu Anastásio, também monofisista, tornado as determinações papais sobre a cátedra de Pedro, de algum modo, infrutíferas no Oriente naquele século.
Para aprofundamento ler: Bilmeyer-Tuchle História da Igreja;
Rogier-Aubert-Knowles. História da Igreja.
O Monofisismo.
Dentre as correntes de pesadores cristãos que se opunham contra Nestório, como regra geral, houve excessos, um deles deu origem ao Monofisismo. O Monofisismo, também chamado de monofisitismo, é o oposto da tese de Nestório, e como a de Nestório foi condenada como herética. A nova tese, também encontrada em algumas igrejas separadas diz que: “em Jesus há uma só natureza e uma só pessoa: a divina”. O primeiro a defender essa tese foi Eutiques de Constantinopla. Ele reconhecia, em defesa da ortodoxia (da reta fé) contra Nestório, que Jesus tinha duas naturezas; a divina e a humana. Mas afirmava que a natureza divina absorveu a humana, divinizando-a, donde só se poderia falar em uma natureza em Jesus; a Divina. Esta tese tornou-se a heresia mais conhecida e mais popular na Igreja Oriental.
Eutiques foi condenado como herege pelo Sínodo de Constantinopla em 448 (Sínodo não Concilia). Todavia não cedeu e conseguiu o apoio da Corte.
O Patriarca Dióscoro de Alexandria, partidário de Eutiques, solicitou ao Imperador Teodósio II, convocou um novo Concilio Ecumênico para Éfeso, em 449 (o outro em Éfeso ocorrera em 431). Dióscoro tendo aberto o Concilio, negou a presidência ao representante do Papa (a Hierarquia entre as Igrejas e Episcopados ficara definida muitos anos, anteriormente) e não permitiu que fosse lida a carta doutrinal do Papa (Santo) Leão Magno que propunha a reta doutrina: as duas naturezas de Cristo não se misturam nem se confundem, mas cada qual exerce a sua natureza própria em comunhão com a outra”. Todavia esse Concílio, irregular, na Hierarquia, na democracia interna, proclamou a razão a Eutiques; depôs o Flaviano Patriarca de Constantinopla, e outros Bispos contrários a tese monofisista. Todavia imediatamente os Bispos de diversas regiões do mundo cristão começaram a repudiar as decisões desse “concilio” que rejeitou os prelados (representantes papais) e o repudiaram como ilegítimo, sem mesmo discutir suas decisões. O Papa São Leão Magno se referia a ele como o latrocínio de Éfeso; todos pediam um novo concilio, dizem os cronistas, que de fato foi convocado, agora pelo Imperador Marcião, que se casara com a Irmã (Imperatriz Pulquéria) de Teodósio II, já falecido. O Concilio foi então convocado em 451 para a cidade de Calcedônia, diante de Constantinopla e foi o mais concorrido, diz o cronista da antiguidade, como mais de 600 Bispos, e três legados papais. A Ecclesiae (assembléia) rejeitou o Concilio anterior, e proclamou a carta dogmática de São Leão Magno dirigida a Flaviano, que serviu para a base das definições, que definiria Jesus Cristo como uma só pessoa Divina (a Segunda da Santíssima Trindade), e duas naturezas. Havia, pois uma só pessoa em Jesus Cristo (um só Eu), que além de dispor da natureza divina desde toda a eternidade, assumiu a natureza humana no sei de Maria Virgem e viveu na terra agindo ora como Deus, ora como homem, mas sempre e somente com o seu Eu divino.
Todavia, com as definições do Concilio, o Imperador Marciano manda exilar Dióscoro e Eutiques, todavia aos poucos esses ocuparam sedes episcopais; inclusive em Jerusalém (temporariamente) No século sétimo, a coisa se agravou, pois os muçulmanos ocuparam a Palestina, a Siria, o Egito, impedindo a ação doutrinaria de Bizâncio.
Existem igrejas monofisistas na Armênia, Siria, Egito, Etiópia. No Egito os monofisistas tomaram o nome de coptas, nome que guarda as três consoantes da palavra grega Aigyptos (K, P, T) ou Kopta, e são os antigos egípcios. Os que guardaram a doutrina do Concilio de Calcedônia, se chamam melquitas ( de melek= imperador) embora professando a mesma fé que Roma e a Ecclesiae Universalis, aderiram à cisma de 1054, que os separou de Roma, todavia muitos voltaram à comunhão com Roma. Coptas também se reuniram a Roma em 1742. Na Siria os monofisistas são chamados Jacobinos, nome derivado de um de seus primeiros lideres, Jacó Baradai, que foi Bispo de Edessa em 541-578. Essa heresia foi a responsável pela cisma de Antioquia.
Existe importante texto Católico sobre as Igrejas Orientais ( documentos Pontifícios 151, Vozes, titulado: Decreto “Orientalium Ecclesiarium” sobre as relações das Igrejas Católicas e as Igrejas Separadas Orientais, sobre modo as monofisistas.
As igrejas Monofisistas (pré-calcedônias) ou não-Calcedonianas, como também são chamadas, rejeitam os três primeiros Concílios Ecumênicos, e estão hoje, na sua maioria de fieis, restritas ao Oriente Médio, embora estejam presentes em outras partes do Mundo como a Etiópia e a Índia. O que se discute hoje, é a validade da ordenação sob o ponto de vista da sucessão apostólica, em algumas, e noutras a doutrina monofisista é apenas nominal, estando prontas para reconciliação universal. Entre as não-calcedonianas estão também igrejas Nestoriana e algumas igrejas Nacionais, de origem monofisista.
Ver para aprofundamento, Dicionário Enciclopédico das Religiões, da Editora Vozes.
No próximo texto, na intenção esclarecedora, veremos o edito do imperador Zenão, 26 anos depois do Concilio, chamado Henotikón (Edito de União), com o qual o Imperador procurou em reta intenção a união, resultando, pela ambígua “verdade” em nova “cisma” com a deposição do Patriarca de Constantinopla Acácio monofisista. Essa ruptura que ficou conhecida como “cisma acaciano” durou 35 anos (484-519). Embora o zelo do Papa Felix III em preservar a reta doutrina, esta separação permitiu que o monofisismo se propagasse no Oriente. Com a morte de Zenão, imperador monofisista, assumiu Anastásio, também monofisista, tornado as determinações papais sobre a cátedra de Pedro, de algum modo, infrutíferas no Oriente naquele século.
Para aprofundamento ler: Bilmeyer-Tuchle História da Igreja;
Rogier-Aubert-Knowles. História da Igreja.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Heresias V ( Nestório)
Heresias V.
O nestorianismo.
Reconhecida a natureza humana completa em Jesus Cristo, como muito bem afirmava o novo Testamento, Surge Nestório, monge, discípulo de Teodoro de Mopsuéstia (condenado pós morte como herético em cristologia). Nestório monge de origem Persa, (viveu entre 380 e 451) eloqüente e versado na ciência jurídica, assim foi elevado pelo Imperador Teodósio (veja sempre o que é a interferência do Poder civil na Igreja, ainda quando bem intencionado) à cátedra episcopal de Constantinopla em 428. Nestório afirmava que o Verbo habitava na humanidade de Jesus como um homem habita um templo, ou veste uma roupa; haveria duas pessoas em Jesus, uma humana, e outra divina. Unidas entre si, tão somente por um vinculo afetivo ou moral. Por conseguinte Maria não seria a mãe de Deus (Jesus Cristo é Verdadeiro Deus como já vimos) em grego Theotokós, mas apenas a mãe de Cristo, em grego Christokós; para Nestório ela teria gerado apenas Jesus Homem, ao qual se uniu a segunda pessoa da Santíssima Trindade com a sua divindade. Isso nega, não só as palavras de Gabriel, como a mística do nascimento de Deus Feito Carne.
Em publico Nestório propunha suas idéias ao publico, onde substituía o nome Mãe de Deus, por mãe de Cristo. Imediatamente os cristãos se revoltaram contra suas idéias, não só em Constantinopla onde era o epíscopo, mas também em outros rincões do mundo cristão, sobremodo Alexandria, onde era Bispo São Cirilo de Alexandria. Este escreve em 429 uma carta destinada aos monges e Bispo de todo o Egito (Alexandria estava no Egito) condenado a tese de Nestório. Estabelecem um discutição entre a Igreja Cristã no Egito, e o grupo nestoriano de Constantinopla (Turquia). As duas correntes apelam a Papa Celestino I, que convocando um sínodo rejeitou a tese de Nestório em 430. Deu ordem para São Cirilo para que aconselhasse a Nestório a retirar suas teses num prazo de Dez dias, e Cirilo então enviou ao Patriarca de Constantinopla os doze anatematismo (anátema,= erro) da tese de Nestório. Nestório, que como vimos tinha o apoio do Imperador Teodósio, não quis se dobrar, e contava com o apoio de um dos Bispos de Antioquia seu colega de mosteiro (João de Antioquia).
O Imperador Teodósio II, querendo resolver o Impasse convocou (se assim foi vejam a presença do Cesaropapismo, ingerência do poder civil na Igreja) o Concilio Ecumênico de Éfeso, no qual representou o Papa Celestino I, o próprio São Cirilo. A Assembléia (Ecclesiae) contou com a participação de 158 Bispos. Logo na primeira seção foram apresentados os argumentos demolidores a favor do nome Theotokós (Mãe de Deus) que acabou proclamado oficialmente (Como no caso de Issac Newton, que definia uma verdade preexistente); Daí se seguia que em Jesus havia uma só pessoa a Divina (por isso ele não conheceu o pecado); Maria se tornara Mãe de Deus, pelo fato de que Deus quisera assumir a encarnação em seu seio. Assim decidindo, eis que em 26 / 6 / 431, rebeldes às decisões, chegam a Éfeso 43 Bispos capitaneados por João de Antioquia, e fazem um “conciliabo” = (concilio pequeno), negando a autoridade de São Cirilo para decidir como representante do Papa. Todavia o Imperador e protetor de Nestório, que foi quem convocou o Concilio Ecumênico de Éfeso, para ajudá-lo, acabou tomando o Partido da Reta doutrina, e exilou Nestório, todavia o grupo antioqueno não se entregou, e passou a caluniar o Concilio de Éfeso de arianismo e apoliniarismo ( como já vimos). Todavia após dois anos de discutição, aderiram a formula de fé de Éfeso, um só Cristo, Deus de Deus, e um só nome para Maria (Theotokós= Mãe de Deus). Mas se estes se reconciliaram com o Papado, outros exilados do Império Bizantino Por Teodósio II, floresceram na China e na Índia Meridional. Todavia a partir do século XIV (quatorze), foram sendo massacrados pelos mongóis, e quase desapareceu, hoje, na quase totalidade voltaram à comunhão da Igreja, e são os Cristãos de São Tome (Sul da índia) e os Cristãos da caldeia (Iraque e Irã, com língua síria-malabar).
A decisão do Concilio de Éfeso (431 não inventaram nada, decidiram a Verdade pré existente), foi à seguinte: “Cristo é o mesmo Verbo Eterno, Deus de Deus, que, como Filho, é desde sempre gerado pelo Pai (ver símbolo Atanasiano já citado em outro texto) e segundo a carne, no tempo, nasceu da Virgem Maria. Por isso, sendo Cristo um único ser divina Maria tem o pleno direito de gozar do Titulo de Mãe de Deus (Theotokós)”.
Maria Mãe de Deus: Is,7,14; Mt 1,20-25; 2,13; 16,13; Lc1,26s; 34-38; 2,4s; Jo 1,1-3;2,3; 10;30;Rm1,3; Gl 4,4.
Imaculada Conceição: Gn 3,1s; Est 15,13; Sl 93,5;Pr 8,24;Ct 2,2; 4,7; 6,9; Lc 1,28,30; Ap 12,1.
Sempre Virgem: Ct 2,2.16; 4,12; 6,2; Is 7,14; Mt 1,20; Lc 1,34.
Nestório Morreu no Egito em 451. Seus escritos originais ou autografado são desconhecidos, conhece-se apenas fragmentos que foram recolhidos por F. Loofs são fragmentos de 15 cartas e 30 sermões. Destas as mais significativas como teor dogmático são as cartas ao Papa Celestino I, e a São Cirilo. Nestório teria escrito duas apologias, das quais um se conhece fragmentos mínimo (Tragoédia) e recentemente foi encontrada uma versão (1910) siríaca, embora bastante entremeadas de “interlocuções” de tempos imprecisos. “Esta última obra encontrada chamar-se-ia ‘ Liber Heráclidis”, em defesa de outro heresiárca que ainda veremos. E pelos escritos de São Cirilo. Condenadas as obras de Nestório, não é difícil compreender que tenham desaparecido. Mesmo obras de Reta Doutrina, como os originais do NT desapareceram, daí a importância, desde o inicio, do magistério, e da Tradição, oral ou escrita, seja por comentários, documentos históricos, e discutições teológicas, enviadas aos Papas através dos séculos.
Esses temas devem ser estudados em outras fontes, mas sobre modo nas Sagradas Escrituras, nos seus textos mais antigos, quase todos em poder da Igreja Católica Romana. Nestório de origem persa foi um ferrenho perseguidor dos judeus não cristãos que viviam no Império Bizantino. (para se entender ver na História Geral).
Wallace G 23.
O nestorianismo.
Reconhecida a natureza humana completa em Jesus Cristo, como muito bem afirmava o novo Testamento, Surge Nestório, monge, discípulo de Teodoro de Mopsuéstia (condenado pós morte como herético em cristologia). Nestório monge de origem Persa, (viveu entre 380 e 451) eloqüente e versado na ciência jurídica, assim foi elevado pelo Imperador Teodósio (veja sempre o que é a interferência do Poder civil na Igreja, ainda quando bem intencionado) à cátedra episcopal de Constantinopla em 428. Nestório afirmava que o Verbo habitava na humanidade de Jesus como um homem habita um templo, ou veste uma roupa; haveria duas pessoas em Jesus, uma humana, e outra divina. Unidas entre si, tão somente por um vinculo afetivo ou moral. Por conseguinte Maria não seria a mãe de Deus (Jesus Cristo é Verdadeiro Deus como já vimos) em grego Theotokós, mas apenas a mãe de Cristo, em grego Christokós; para Nestório ela teria gerado apenas Jesus Homem, ao qual se uniu a segunda pessoa da Santíssima Trindade com a sua divindade. Isso nega, não só as palavras de Gabriel, como a mística do nascimento de Deus Feito Carne.
Em publico Nestório propunha suas idéias ao publico, onde substituía o nome Mãe de Deus, por mãe de Cristo. Imediatamente os cristãos se revoltaram contra suas idéias, não só em Constantinopla onde era o epíscopo, mas também em outros rincões do mundo cristão, sobremodo Alexandria, onde era Bispo São Cirilo de Alexandria. Este escreve em 429 uma carta destinada aos monges e Bispo de todo o Egito (Alexandria estava no Egito) condenado a tese de Nestório. Estabelecem um discutição entre a Igreja Cristã no Egito, e o grupo nestoriano de Constantinopla (Turquia). As duas correntes apelam a Papa Celestino I, que convocando um sínodo rejeitou a tese de Nestório em 430. Deu ordem para São Cirilo para que aconselhasse a Nestório a retirar suas teses num prazo de Dez dias, e Cirilo então enviou ao Patriarca de Constantinopla os doze anatematismo (anátema,= erro) da tese de Nestório. Nestório, que como vimos tinha o apoio do Imperador Teodósio, não quis se dobrar, e contava com o apoio de um dos Bispos de Antioquia seu colega de mosteiro (João de Antioquia).
O Imperador Teodósio II, querendo resolver o Impasse convocou (se assim foi vejam a presença do Cesaropapismo, ingerência do poder civil na Igreja) o Concilio Ecumênico de Éfeso, no qual representou o Papa Celestino I, o próprio São Cirilo. A Assembléia (Ecclesiae) contou com a participação de 158 Bispos. Logo na primeira seção foram apresentados os argumentos demolidores a favor do nome Theotokós (Mãe de Deus) que acabou proclamado oficialmente (Como no caso de Issac Newton, que definia uma verdade preexistente); Daí se seguia que em Jesus havia uma só pessoa a Divina (por isso ele não conheceu o pecado); Maria se tornara Mãe de Deus, pelo fato de que Deus quisera assumir a encarnação em seu seio. Assim decidindo, eis que em 26 / 6 / 431, rebeldes às decisões, chegam a Éfeso 43 Bispos capitaneados por João de Antioquia, e fazem um “conciliabo” = (concilio pequeno), negando a autoridade de São Cirilo para decidir como representante do Papa. Todavia o Imperador e protetor de Nestório, que foi quem convocou o Concilio Ecumênico de Éfeso, para ajudá-lo, acabou tomando o Partido da Reta doutrina, e exilou Nestório, todavia o grupo antioqueno não se entregou, e passou a caluniar o Concilio de Éfeso de arianismo e apoliniarismo ( como já vimos). Todavia após dois anos de discutição, aderiram a formula de fé de Éfeso, um só Cristo, Deus de Deus, e um só nome para Maria (Theotokós= Mãe de Deus). Mas se estes se reconciliaram com o Papado, outros exilados do Império Bizantino Por Teodósio II, floresceram na China e na Índia Meridional. Todavia a partir do século XIV (quatorze), foram sendo massacrados pelos mongóis, e quase desapareceu, hoje, na quase totalidade voltaram à comunhão da Igreja, e são os Cristãos de São Tome (Sul da índia) e os Cristãos da caldeia (Iraque e Irã, com língua síria-malabar).
A decisão do Concilio de Éfeso (431 não inventaram nada, decidiram a Verdade pré existente), foi à seguinte: “Cristo é o mesmo Verbo Eterno, Deus de Deus, que, como Filho, é desde sempre gerado pelo Pai (ver símbolo Atanasiano já citado em outro texto) e segundo a carne, no tempo, nasceu da Virgem Maria. Por isso, sendo Cristo um único ser divina Maria tem o pleno direito de gozar do Titulo de Mãe de Deus (Theotokós)”.
Maria Mãe de Deus: Is,7,14; Mt 1,20-25; 2,13; 16,13; Lc1,26s; 34-38; 2,4s; Jo 1,1-3;2,3; 10;30;Rm1,3; Gl 4,4.
Imaculada Conceição: Gn 3,1s; Est 15,13; Sl 93,5;Pr 8,24;Ct 2,2; 4,7; 6,9; Lc 1,28,30; Ap 12,1.
Sempre Virgem: Ct 2,2.16; 4,12; 6,2; Is 7,14; Mt 1,20; Lc 1,34.
Nestório Morreu no Egito em 451. Seus escritos originais ou autografado são desconhecidos, conhece-se apenas fragmentos que foram recolhidos por F. Loofs são fragmentos de 15 cartas e 30 sermões. Destas as mais significativas como teor dogmático são as cartas ao Papa Celestino I, e a São Cirilo. Nestório teria escrito duas apologias, das quais um se conhece fragmentos mínimo (Tragoédia) e recentemente foi encontrada uma versão (1910) siríaca, embora bastante entremeadas de “interlocuções” de tempos imprecisos. “Esta última obra encontrada chamar-se-ia ‘ Liber Heráclidis”, em defesa de outro heresiárca que ainda veremos. E pelos escritos de São Cirilo. Condenadas as obras de Nestório, não é difícil compreender que tenham desaparecido. Mesmo obras de Reta Doutrina, como os originais do NT desapareceram, daí a importância, desde o inicio, do magistério, e da Tradição, oral ou escrita, seja por comentários, documentos históricos, e discutições teológicas, enviadas aos Papas através dos séculos.
Esses temas devem ser estudados em outras fontes, mas sobre modo nas Sagradas Escrituras, nos seus textos mais antigos, quase todos em poder da Igreja Católica Romana. Nestório de origem persa foi um ferrenho perseguidor dos judeus não cristãos que viviam no Império Bizantino. (para se entender ver na História Geral).
Wallace G 23.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Heresias IV
Heresias IV.
O Apolinarísmo. (Texto base Escola M. Ecclesiae)
Vejam vocês como todos nós estamos sujeitos a graves erros, mesmo quando estamos cheios das melhores intenções. (Foi esse o Caso de Apolinário de Leodicéia (na Siria) Bispo entre 310-390). Em plena resistência ao arianismo, já visto em texto anterior, Apolinário toma o partido dos padres Conciliares de Nicéia contra os arianos, mas em sua zelosa defesa acaba afirmando que em Cristo, a natureza humana carecia de alma humana (vejam mais uma vez, que no século, os pensadores estabeleciam clara diferenciação entre espírito e alma espiritual). Apolinário tomava ao pé da letra as palavras de São João 1,14: O Logos se fez Carne (Espírito de Deus se fez Carne). Entendia Apolinário que carne era ou deveria ser entendida no seu sentido restrito com a exclusão da alma humana. Assim o Logos de Deus (Vontade e Inteligência de Deus) faria às vezes de alma humana assumida pelo Logos. Os seus argumentos em favor dessa tese eram os seguintes: Duas naturezas completas (divindade e humanidade) não podem tornar-se um ser único; se Jesus as tivesse, Ele teria duas pessoas ou dois Eu (vejam que interessante esse tema para os Psicólogos) o que seria monstruoso (dupla personalidade). Além disso, dizia Apolinário, onde há um homem completo, há também o pecado; o pecado, dizia Apolinário tem origem na Vontade (então o Logos que é Vontade e Inteligência de Deus, pecaria?); por conseguinte, Jesus não podia ter vontade humana, nem alma espiritual, que é a sede da vontade (e para Apolinário, origem do Pecado).
Apolinário expôs suas idéias no Livro “Encarnação do Verbo de Deus” que ele, ao invés de apresentar ao Papado (veja o desejo de fama) apresentou ao imperador Joviano, e que posteriormente seus discípulos difundiram. Ou seja, na defesa da Igreja, caiu em erro, coisa a qual todos estamos sujeitos.
Suas idéias foram condenadas pelo Sínodo (não Concilio) de Alexandria em 362. (vejam o que é a documentação, ou memória histórica da Igreja, e a importância disso); e depois pelo papa S Damaso (percebam que os sínodos submetiam suas conclusões ao Papado) em 377 e 382, e especialmente, e definitivamente pelo Concilio de Constantinopla I em 381. Apolinário recuou, e passou como foi moda à época esconder-se na tradução e uso de palavras eruditas de sentido dúbio, técnica que seria usada séculos depois pelos enciclopedistas (para corromper conceitos usuais). Assim Apolinário depois de corrigido negava “apenas” a mente humana de Cristo “ noous” (noos)( donde provêm a palavra Noologia como sinônimo de Psicologia). Então sutil e maliciosamente Apolinário negava a mente humana em Jesus Cristo.
São Gregório de Nissa, morto em 395, respondeu a Apolinário, com o seguinte e demolidor princípio: “O que não foi assumido pelo Verbo (logos), não foi redimido”. O que quer dizer isso? Deus quer santificar e salvar a natureza humana pelo próprio mistério da encarnação, ou pela união da Divindade com a humanidade de Cristo; se, pois a humanidade estava mutilada em Jesus, ela não foi inteiramente salva, e os homens não foram redimidos.
Embora condenados, e talvez por isso (sempre há uma mesma força nos bastidores da História contra o cristianismo) em Antioquia, fundou-se uma comunidade apolianista tendo à frente (um bispo fora da Hierarquia) chamado Vital (não confundir com Dom Vital, o Bispo que lutou contra a maçonaria no Brasil). Por volta de 420 foi absorvida pela Igreja ( cesaropapista , talvez por esse motivo tenha entregado seus escritos ao Imperador Joviano) obediente ao César, grega). Todavia, e por isso mesmo, nem todos os seus membros abandonaram o erro, pois a igreja Grega ansiava por libertar-se da autoridade do Papado constituído sobre o Martírio de São Pedro e São Paulo ( apóstolo dos judeus e apóstolo dos gentios) em Roma. O Apolinarísmo reviveu, ou sobreviveu, tempos depois, na heresia de Eutiques.
Outros atores, sempre mais preocupados em mostrar erudição do que iluminar a nossa vida de cristão leva a tese de Apolinário a detalhes, sem duvida interessantes, principalmente para os psicólogos, pois, Apolinário negou a perfeita natureza humana de Cristo, e também sua perfeita natureza divina, dize apoiado na “Tricotomia” platônica, não queria negar a função Redentora de Cristo, então não negou a “Psiqué álogos” (alma não lógica), porém não lhe reconheceu a alma racional “Noous Psiqué logiké”, segundo o qual Cristo não é homem perfeito nem só Deus, mas um misto de Deus e Homem. Quando Juliano (Imperador Apóstata) proibiu o ensino Cristão, Apolinário tentou criar uma literatura leiga de inspiração bíblica, e conseguiu versificar parte do Velho Testamento, o que mostra sua orientação de bastidores. (cf. Humberto Porto dicionário enciclopédico das Religiões) .
Em seguida nos veremos a heresia Nestoriana, a Monofisista, e a Monotelista, o Teopasquismo, o Monogertismo e Monotelitismo (diferente da Monotelista) sendo essas as principais heresias cristológicas. (há outras).
Como curiosidade, e ilustração, sugerem a leitura de Mateus 16-18; e Lucas 22, 31 e seguintes, sobre a infalibilidade do Apóstolo Pedro e sua sucessão quando ensina oficialmente.
Jesus Cristo Deus ( Is 7,14; 9,6; 25,9; 35,4s; 40,3; Jô 1,1; 20,28; Rm 9,5; Cl 2,9; At 2,13)
Jesus filho de Deus (Sl 2,7; Mt 8,29; 16,16; 26,63; Jô 1,34; 14,2; Gl 4,4)
Jesus eterno (Jo 8,58; Ap 21,6)
Jesus onipotente (Mt 28,18; Jo1, três; Cl 1,15s)
Jesus onisciente (Mt 9,4; Mc 14,13; Jo1, 48; 13 19)
Jesus sem pecados (Jo 8, 46; 2Cor 5,21; Hb 4,15; 7,26; 1Pd 2,21s; 1Jo 3,5)
É lhe devida à adoração (Sl 72,10; Fl2, 9-11; Hb 1,6)
Por ele tudo foi criado ( Jo 1,3; Cl 1,16 )
Dá poderes divinos ( Mt 19,8; Lc 5,20, 7,48-50)
Testemunho dos apóstolos ( Mt 16,16; Jo 1,34; 6,70; Hb 1,2)
Jesus teve corpo humano ( Mt 4,2; 8,24; 21,18; Lc 19,41; Jo 1,14; 11, 35; Fl 2,7; 1Tm 2,5; 1Jo 4,2).
Jesus Cristo Redentor (Lc 1,79; Jo1,9; 3,19; 9,12; 12,46)
Autor da ressurreição ( Jo 5,21; 6,39s; 1Cor 15,21s)
Ressurgiu dos mortos ( Mt 28,2-6; Mc 16,6; Lc24,2-6)
Na esperança que o texto tenha ficado bem claro
Wallace Req.
O Apolinarísmo. (Texto base Escola M. Ecclesiae)
Vejam vocês como todos nós estamos sujeitos a graves erros, mesmo quando estamos cheios das melhores intenções. (Foi esse o Caso de Apolinário de Leodicéia (na Siria) Bispo entre 310-390). Em plena resistência ao arianismo, já visto em texto anterior, Apolinário toma o partido dos padres Conciliares de Nicéia contra os arianos, mas em sua zelosa defesa acaba afirmando que em Cristo, a natureza humana carecia de alma humana (vejam mais uma vez, que no século, os pensadores estabeleciam clara diferenciação entre espírito e alma espiritual). Apolinário tomava ao pé da letra as palavras de São João 1,14: O Logos se fez Carne (Espírito de Deus se fez Carne). Entendia Apolinário que carne era ou deveria ser entendida no seu sentido restrito com a exclusão da alma humana. Assim o Logos de Deus (Vontade e Inteligência de Deus) faria às vezes de alma humana assumida pelo Logos. Os seus argumentos em favor dessa tese eram os seguintes: Duas naturezas completas (divindade e humanidade) não podem tornar-se um ser único; se Jesus as tivesse, Ele teria duas pessoas ou dois Eu (vejam que interessante esse tema para os Psicólogos) o que seria monstruoso (dupla personalidade). Além disso, dizia Apolinário, onde há um homem completo, há também o pecado; o pecado, dizia Apolinário tem origem na Vontade (então o Logos que é Vontade e Inteligência de Deus, pecaria?); por conseguinte, Jesus não podia ter vontade humana, nem alma espiritual, que é a sede da vontade (e para Apolinário, origem do Pecado).
Apolinário expôs suas idéias no Livro “Encarnação do Verbo de Deus” que ele, ao invés de apresentar ao Papado (veja o desejo de fama) apresentou ao imperador Joviano, e que posteriormente seus discípulos difundiram. Ou seja, na defesa da Igreja, caiu em erro, coisa a qual todos estamos sujeitos.
Suas idéias foram condenadas pelo Sínodo (não Concilio) de Alexandria em 362. (vejam o que é a documentação, ou memória histórica da Igreja, e a importância disso); e depois pelo papa S Damaso (percebam que os sínodos submetiam suas conclusões ao Papado) em 377 e 382, e especialmente, e definitivamente pelo Concilio de Constantinopla I em 381. Apolinário recuou, e passou como foi moda à época esconder-se na tradução e uso de palavras eruditas de sentido dúbio, técnica que seria usada séculos depois pelos enciclopedistas (para corromper conceitos usuais). Assim Apolinário depois de corrigido negava “apenas” a mente humana de Cristo “ noous” (noos)( donde provêm a palavra Noologia como sinônimo de Psicologia). Então sutil e maliciosamente Apolinário negava a mente humana em Jesus Cristo.
São Gregório de Nissa, morto em 395, respondeu a Apolinário, com o seguinte e demolidor princípio: “O que não foi assumido pelo Verbo (logos), não foi redimido”. O que quer dizer isso? Deus quer santificar e salvar a natureza humana pelo próprio mistério da encarnação, ou pela união da Divindade com a humanidade de Cristo; se, pois a humanidade estava mutilada em Jesus, ela não foi inteiramente salva, e os homens não foram redimidos.
Embora condenados, e talvez por isso (sempre há uma mesma força nos bastidores da História contra o cristianismo) em Antioquia, fundou-se uma comunidade apolianista tendo à frente (um bispo fora da Hierarquia) chamado Vital (não confundir com Dom Vital, o Bispo que lutou contra a maçonaria no Brasil). Por volta de 420 foi absorvida pela Igreja ( cesaropapista , talvez por esse motivo tenha entregado seus escritos ao Imperador Joviano) obediente ao César, grega). Todavia, e por isso mesmo, nem todos os seus membros abandonaram o erro, pois a igreja Grega ansiava por libertar-se da autoridade do Papado constituído sobre o Martírio de São Pedro e São Paulo ( apóstolo dos judeus e apóstolo dos gentios) em Roma. O Apolinarísmo reviveu, ou sobreviveu, tempos depois, na heresia de Eutiques.
Outros atores, sempre mais preocupados em mostrar erudição do que iluminar a nossa vida de cristão leva a tese de Apolinário a detalhes, sem duvida interessantes, principalmente para os psicólogos, pois, Apolinário negou a perfeita natureza humana de Cristo, e também sua perfeita natureza divina, dize apoiado na “Tricotomia” platônica, não queria negar a função Redentora de Cristo, então não negou a “Psiqué álogos” (alma não lógica), porém não lhe reconheceu a alma racional “Noous Psiqué logiké”, segundo o qual Cristo não é homem perfeito nem só Deus, mas um misto de Deus e Homem. Quando Juliano (Imperador Apóstata) proibiu o ensino Cristão, Apolinário tentou criar uma literatura leiga de inspiração bíblica, e conseguiu versificar parte do Velho Testamento, o que mostra sua orientação de bastidores. (cf. Humberto Porto dicionário enciclopédico das Religiões) .
Em seguida nos veremos a heresia Nestoriana, a Monofisista, e a Monotelista, o Teopasquismo, o Monogertismo e Monotelitismo (diferente da Monotelista) sendo essas as principais heresias cristológicas. (há outras).
Como curiosidade, e ilustração, sugerem a leitura de Mateus 16-18; e Lucas 22, 31 e seguintes, sobre a infalibilidade do Apóstolo Pedro e sua sucessão quando ensina oficialmente.
Jesus Cristo Deus ( Is 7,14; 9,6; 25,9; 35,4s; 40,3; Jô 1,1; 20,28; Rm 9,5; Cl 2,9; At 2,13)
Jesus filho de Deus (Sl 2,7; Mt 8,29; 16,16; 26,63; Jô 1,34; 14,2; Gl 4,4)
Jesus eterno (Jo 8,58; Ap 21,6)
Jesus onipotente (Mt 28,18; Jo1, três; Cl 1,15s)
Jesus onisciente (Mt 9,4; Mc 14,13; Jo1, 48; 13 19)
Jesus sem pecados (Jo 8, 46; 2Cor 5,21; Hb 4,15; 7,26; 1Pd 2,21s; 1Jo 3,5)
É lhe devida à adoração (Sl 72,10; Fl2, 9-11; Hb 1,6)
Por ele tudo foi criado ( Jo 1,3; Cl 1,16 )
Dá poderes divinos ( Mt 19,8; Lc 5,20, 7,48-50)
Testemunho dos apóstolos ( Mt 16,16; Jo 1,34; 6,70; Hb 1,2)
Jesus teve corpo humano ( Mt 4,2; 8,24; 21,18; Lc 19,41; Jo 1,14; 11, 35; Fl 2,7; 1Tm 2,5; 1Jo 4,2).
Jesus Cristo Redentor (Lc 1,79; Jo1,9; 3,19; 9,12; 12,46)
Autor da ressurreição ( Jo 5,21; 6,39s; 1Cor 15,21s)
Ressurgiu dos mortos ( Mt 28,2-6; Mc 16,6; Lc24,2-6)
Na esperança que o texto tenha ficado bem claro
Wallace Req.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Heresias III
Heresias III
O Espírito Santo.
Isaac Newton e a física, e os teólogos e historiadores da Igreja e a doutrina.
Quando Newton formulou a lei universal da atração dos corpos na ciência física, ele não inventava nada, ele apenas formulava uma lei matemática da gravidade com aplicação universal, porém a gravidade, e a atração dos corpos já estavam lá. Não foi o Isaac que a inventou.
Os historiadores da Igreja, e teólogos, costumam deixar a falsa idéia de que a doutrina cristã foi sendo construída com o tempo. Ora, fosse assim, para que teria nascido Cristo? Qualquer grupelho de homens, reunidos em nome de Jesus, estariam construindo a doutrina. Mas não é assim, a doutrina esta lá como Verdade Universal, aplicável há todos os tempos, tal qual a lei de Isaac Newton. O que os concílios fazem é definir, como fez Isaac, um dado detalhe que possa ser, ou estar sendo mal interpretado.
A discutição sobre o Valor do Espírito Santo, como também as outras, vinham justamente dos poucos recursos escrituristicos (poucos textos bíblicos a disposição do povo) e do grande numero de analfabetos. Quando aparecia um “carismático” que interpretava novidades com alguma convicção, pronto lá iam seguidores sedentos de informação e novidades.
Foi assim que surgiu o Macedonianismo. Macedônio era bispo ariano de Constantinopla em 360 e era ferrenho adversário da divindade do Espírito Santo. Claramente gnóstico nas suas teses sobre os eones ( seres espirituais) os macedonianos também eram chamados pneumatômacos ( pneuma = espírito; e máchomai= combater). Vários sínodos foram realizados para combater os pneumatômacos, assim, foi combatido pelos grandes padres da Capadócia, mas foi o Concilio de Constantinopla I que realmente definiu os erros de Macedônio, e as verdades da fé. Diga-se sempre, e entenda-se bem, que eles não inventaram nada, como tentarei citar os trechos da Sagrada Escritura, que desde sempre definiam o Espírito Santo.
Em hebraico e em grego a palavra espírito significa ar em movimento, hálito ou vento. Por isso e sinal ou principio da Vida ( Gn 6,7; 7,15; 37, 10-14) e força vital (Jr 10,14; 51,17) é a sede dos pensamentos, decisões e vontades ( Ex. 35,21; Is 19,3; Jr 51,11; ex 11,19) O espírito aparece na sagrada escritura como oposição à carne e também a alma, como lemos em Hebreus, ou seja é aquilo que da vigor ao homem, é poderoso e imperecível ( Jó 10, 4s; Jr 17,5-8; Os 14,4) Deus é que dá o Espírito e age no Homem Pelo Espírito de Deus( Gn 6,3; Ez 2,2 e notas).
No Novo Testamento fala-se em bons e maus espíritos (Hb 1,14; Ap 4,5; Marcos 1,23-26; At 5, 16) O espírito Santo é uma pessoa distinta do Pai e do Filho (Jo 14,18). O Espírito Santo foi dado a cada cristão; donde mais uma vez se entende separado da alma, que foi dada a todos os homens cristãos e não cristãos e é o principio da vida espiritual (batismo) e garantia de ressurreição (romanos 8,2-11) É também chamado Paráclito (Guia).
Assim, para a doutrina herética de Macedônio o Filho (Logos) era inferior ao Pai (quantas igrejas separadas apregoam isso nos dias de hoje?) e o Espírito Santo carecia de Divindade (era um mensageiro) e carecia da divindade, dignidade e substância do Pai. Portanto a tese de Macedônio de Constantinopla é um ramo do arianismo.
A Igreja do Oriente, justamente pela separação da infalibilidade Papal ( temporaria nesse seculo), chegou a uma definição, similar, mais pela interpretação da tradução e uso das palavras do que em diferenças fundadas na doutrina, ou nas Escrituras. Assim, parte da Igreja Oriental, professava que o Espírito emanava do Pai através do Filho, ao passo que a Igreja Latina, sede do Papado, definiu pelas escrituras que o Espírito Santo é incriado, consubstancial ao Pai e ao Filho e procede do Pai e do Filho. Algumas igrejas do Oriente se recusaram a aceitar essa definição, discutição que se estendeu aos séculos nono e décimo primeiro.
Assim, o Símbolo dos Apóstolos (documento do primeiro século) já professava: “Creio no Espírito Santo”. O documento definido em Nicéia e Constantinopla aprofunda o texto: “Creio no Espírito Santo (que também é) Senhor da Vida, o qual procede do Pai e do Filho. O qual com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado (e) foi quem Falou pelos Profetas”. E o Símbolo Atanasiano, aprofunda ainda mais a definição: “Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma é a divindade, igual a gloria, coeterna a majestade do Pai e do Filho e do Espírito Santo; imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo; eterno é o Pai, eterno é o Filho, eterno é o Espírito Santo; e, no entanto não há três eternos, mas um só eterno; não há três incriados e três imensos, mas apenas um só incriado e um só imenso; assim também o Pai é onipotente, o Filho é Onipotente, e o Espírito é onipotente; e, no entanto não há três onipotentes, mas um só onipotente. Como o Pai é Deus, assim o Filho é Deus, (e) o Espírito Santo; e, no entanto, não há três deuses, mas um só Deus. Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor, e, no entanto não há três Senhores, mas um só Senhor (...). O Pai não foi feito por ninguém, nem criado nem gerado. O Filho é só do Pai; não feito, não criado, mas gerado; O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, não criado, não gerado. Há, pois um só Pai, não três Pais; um só Filho, não três Filhos; um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nessa trindade, nada existe de anterior e posterior, nada de maior ou menor; mas todas as três pessoas são coeternas e iguais, de modo que em tudo que ficou dito deve-se a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade (...)”
Jesus Cristo é Deus e Homem.
O Espírito Santo.
Isaac Newton e a física, e os teólogos e historiadores da Igreja e a doutrina.
Quando Newton formulou a lei universal da atração dos corpos na ciência física, ele não inventava nada, ele apenas formulava uma lei matemática da gravidade com aplicação universal, porém a gravidade, e a atração dos corpos já estavam lá. Não foi o Isaac que a inventou.
Os historiadores da Igreja, e teólogos, costumam deixar a falsa idéia de que a doutrina cristã foi sendo construída com o tempo. Ora, fosse assim, para que teria nascido Cristo? Qualquer grupelho de homens, reunidos em nome de Jesus, estariam construindo a doutrina. Mas não é assim, a doutrina esta lá como Verdade Universal, aplicável há todos os tempos, tal qual a lei de Isaac Newton. O que os concílios fazem é definir, como fez Isaac, um dado detalhe que possa ser, ou estar sendo mal interpretado.
A discutição sobre o Valor do Espírito Santo, como também as outras, vinham justamente dos poucos recursos escrituristicos (poucos textos bíblicos a disposição do povo) e do grande numero de analfabetos. Quando aparecia um “carismático” que interpretava novidades com alguma convicção, pronto lá iam seguidores sedentos de informação e novidades.
Foi assim que surgiu o Macedonianismo. Macedônio era bispo ariano de Constantinopla em 360 e era ferrenho adversário da divindade do Espírito Santo. Claramente gnóstico nas suas teses sobre os eones ( seres espirituais) os macedonianos também eram chamados pneumatômacos ( pneuma = espírito; e máchomai= combater). Vários sínodos foram realizados para combater os pneumatômacos, assim, foi combatido pelos grandes padres da Capadócia, mas foi o Concilio de Constantinopla I que realmente definiu os erros de Macedônio, e as verdades da fé. Diga-se sempre, e entenda-se bem, que eles não inventaram nada, como tentarei citar os trechos da Sagrada Escritura, que desde sempre definiam o Espírito Santo.
Em hebraico e em grego a palavra espírito significa ar em movimento, hálito ou vento. Por isso e sinal ou principio da Vida ( Gn 6,7; 7,15; 37, 10-14) e força vital (Jr 10,14; 51,17) é a sede dos pensamentos, decisões e vontades ( Ex. 35,21; Is 19,3; Jr 51,11; ex 11,19) O espírito aparece na sagrada escritura como oposição à carne e também a alma, como lemos em Hebreus, ou seja é aquilo que da vigor ao homem, é poderoso e imperecível ( Jó 10, 4s; Jr 17,5-8; Os 14,4) Deus é que dá o Espírito e age no Homem Pelo Espírito de Deus( Gn 6,3; Ez 2,2 e notas).
No Novo Testamento fala-se em bons e maus espíritos (Hb 1,14; Ap 4,5; Marcos 1,23-26; At 5, 16) O espírito Santo é uma pessoa distinta do Pai e do Filho (Jo 14,18). O Espírito Santo foi dado a cada cristão; donde mais uma vez se entende separado da alma, que foi dada a todos os homens cristãos e não cristãos e é o principio da vida espiritual (batismo) e garantia de ressurreição (romanos 8,2-11) É também chamado Paráclito (Guia).
Assim, para a doutrina herética de Macedônio o Filho (Logos) era inferior ao Pai (quantas igrejas separadas apregoam isso nos dias de hoje?) e o Espírito Santo carecia de Divindade (era um mensageiro) e carecia da divindade, dignidade e substância do Pai. Portanto a tese de Macedônio de Constantinopla é um ramo do arianismo.
A Igreja do Oriente, justamente pela separação da infalibilidade Papal ( temporaria nesse seculo), chegou a uma definição, similar, mais pela interpretação da tradução e uso das palavras do que em diferenças fundadas na doutrina, ou nas Escrituras. Assim, parte da Igreja Oriental, professava que o Espírito emanava do Pai através do Filho, ao passo que a Igreja Latina, sede do Papado, definiu pelas escrituras que o Espírito Santo é incriado, consubstancial ao Pai e ao Filho e procede do Pai e do Filho. Algumas igrejas do Oriente se recusaram a aceitar essa definição, discutição que se estendeu aos séculos nono e décimo primeiro.
Assim, o Símbolo dos Apóstolos (documento do primeiro século) já professava: “Creio no Espírito Santo”. O documento definido em Nicéia e Constantinopla aprofunda o texto: “Creio no Espírito Santo (que também é) Senhor da Vida, o qual procede do Pai e do Filho. O qual com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado (e) foi quem Falou pelos Profetas”. E o Símbolo Atanasiano, aprofunda ainda mais a definição: “Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma é a divindade, igual a gloria, coeterna a majestade do Pai e do Filho e do Espírito Santo; imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo; eterno é o Pai, eterno é o Filho, eterno é o Espírito Santo; e, no entanto não há três eternos, mas um só eterno; não há três incriados e três imensos, mas apenas um só incriado e um só imenso; assim também o Pai é onipotente, o Filho é Onipotente, e o Espírito é onipotente; e, no entanto não há três onipotentes, mas um só onipotente. Como o Pai é Deus, assim o Filho é Deus, (e) o Espírito Santo; e, no entanto, não há três deuses, mas um só Deus. Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor, e, no entanto não há três Senhores, mas um só Senhor (...). O Pai não foi feito por ninguém, nem criado nem gerado. O Filho é só do Pai; não feito, não criado, mas gerado; O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, não criado, não gerado. Há, pois um só Pai, não três Pais; um só Filho, não três Filhos; um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nessa trindade, nada existe de anterior e posterior, nada de maior ou menor; mas todas as três pessoas são coeternas e iguais, de modo que em tudo que ficou dito deve-se a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade (...)”
Jesus Cristo é Deus e Homem.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Heresias.
Heresias II
Arianismo e Semi-arianismo.
Condenado o monarquianismo, como vimos, tanto na sua forma dinamista ou modalista, comprovando mais uma vez a importância dos Concílios e da infalibilidade Papal em Fé e Moral, vamos então ao subordinacionismo, que teve em Ario de Alexandria (Egito) seu principal arauto.
Arianismo.
O presbítero Ário de Alexandria foi mais ousado que os heresiarcas anteriores: afirmava que o filho é criatura do Pai, a primeira e mais digna de todas, destinada a ser instrumento para a criação de outros seres. Em virtude de sua perfeição, para Ário, o Filho ou Logos, poderia se chamado “Filho de Deus”, Ario, portanto não acreditava em Jesus Verdadeiro Deus.
O Bispo Alexandre de Alexandria (Egito) reuniu um sínodo local (não um Concilio) contando cerca de uma centena de bispos que condenaram a doutrina de Ário e dos seus seguidores em 318. A decisão foi comunicada ao Papa São Silvestre.
Ario, porém conseguiu novos defensores para sua causa o que tornou mais árdua a controvérsia. Diante dos fatos, da desobediência de Ario ao Magistério do Papa Silvestre, o imperador Constantino, que em 324 vencera Licinio, imperador do Oriente, tornando-se o único senhor de todo o Império, resolveu intervir. Tomando como conselheiro o Bispo de Òsio de Córdoba (Espanha) que Constantino enviou a Alexandria com a missão de reconciliar Ario com a Igreja, porém a missão fracassou. Então Constantino, em comunhão com o Papa Silvestre resolveu convocar um concilio Ecumênico, sendo esse o primeiro da História, sendo que Ecumênico quer dizer Universal em duplo sentido, reunião de todos os bispos da Igreja, e de todos os povos cristãos, pois onde há bispos há cristãos. A palavra vem de Oikós (do grego casa). No mesmo sentido em que os Hebreus usavam “Casa” de David, como Povo de David. Assim em Nicéia na Ásia Menor (Turquia) em 325 compareceram cerca de três centenas de Bispos provenientes de todas as partes do mundo cristão. Ali foi redigido o símbolo da fé, sobre o símbolo dos apóstolos (Credo) com definições mais precisas que evitassem os erros de ai em diante, o que dizia o símbolo do Concilio de Nicéia, nenhuma novidade, Deus de Deus, Luz da Luz Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai; por ele foram feitas todas as coisas.
A palavra grega Homoousious (consubstancial), ou seja, Cristo tem a mesma natureza do Pai, não foi criado como as criaturas, mas desde a eternidade foi gerado sem dividir em nada a natureza divina.
Terminado o Concilio de Nicéia o Imperador Constantino tomou a si a responsabilidade de fazer cumprir as decisões do Concílio, (no que exagerou) e mandou exilar Ario e outros Quatro Bispos seus aliados. Dizem que condenou às chamas os escritos de Ario, o que é difícil de crer, pois o arianismo tomaria conta de todo o século. Esse período da História da Igreja merece estudos mais apurados, pois um dos Imperadores que sucederam Constantino, Constancia, exilou o Papa Libério. Houve uma má interpretação dos demais cristãos sobre as resoluções, e os arianos, os judeus, e os interesses políticos que não eram poucos, fomentavam a discórdia entre os cristãos. Desconfiados da Ingerência do Imperador Constantino nas decisões do concilio, uns achavam que o Concilio de Nicéia havia sido sibelianista ( sibelianismo que já vimos no texto anterior) ou modalismo. ( mais ou menos o que aconteceu com a Vaticano II). Por isso mais tarde, bispos arianos e monges passaram a combater o concilio apoiados pelos sucessores de Constantino: Constancio e Valente. A defesa do Concilio era feita por Santo Atanásio Bispo de Alexandria desde 328, e posteriormente pelo papa Libério que ao retornar a Roma, combateu eficazmente o arianismo.
Os antinicenos, como eram chamados os que discordavam do Concilio de Nicéia, com o apoio dos imperadores que sucederam a Constantino, depuseram bispos, reuniram concílios Regionais e convocaram um Concilio “Ecumênico Herético” em Nike (palavra que quer dizer Vitória) para confundir ainda mais o mundo cristão, pois o Concilio Ecumênico do Papa Silvestre fora em Nikaia, donde Nicéia, em 325.
Finalmente, após mais de cinqüenta anos de disputas, por obra de três doutores da Capadócia (Ásia Menor): São Basílio de Cesárea (395); São Gregório Nazianzeno (390) e São Gregório de Nissa (394) fizeram valer a doutrina dos apóstolos, “três pessoas e um essência”, formula que definia que só há uma divindade que se afirma três vezes em três pessoas. Teodósio o Grande, imperador Romano em 379-395 foi também ardoroso defensor convidando a todos os habitantes do Império que professassem a Fé de Roma do Papa Damaso e de Atanásio em Alexandria, fazendo referencia ao mundo cristão do Ocidente e do Oriente, mandou também entregar as igrejas aos católicos, pois haviam sido tomadas pelos arianos. Em seu reinado foi convocado o Concilio Ecumênico de Constantinopla I (em 381) que haveria de consolidar a posição da Igreja contra o arianismo. Todavia a tal heresia não se extinguiu; pois as tribos germânicas, que tiveram contacto com o cristianismo pelo viés ariano, abraçaram o arianismo como religião Nacional.
No próximo texto iremos estudar como foram às discutições sobre o Espírito Santo (Jo 14,16) que embora referenciado nas Sagradas Escrituras, com as declarações do Concilio de Constantinopla, voltou a ser centro das atenções, pois opa sara “esquecida” durante todo o século IV. Santo Atanásio ao combater o arianismo defendia a divindade e substancialidade do Espírito Santo. Por isso um sínodo de Alexandria reuniu se em 362, em plena discutição ariana, e declarou oficialmente a opinião da Igreja sobre o Espírito Santo. Mas Macedônio bispo ariano faz-se ferrenho adversário da divindade do Espírito Santo, pecando contra o Espírito de Deus, não será apenas condenado pela Igreja, mas será condenado pelo pecado sem perdão, o pecado contra o Espírito Santo. O concilio de Constantinopla além de excomungar 38 bispos seguidores de Macedônio, afirmou o Símbolo, no seu artigo 3º “Creio no Espírito Santo, que falou pelos profetas (Jo. 15,16) e procede do Pai e do Filho (Filioque). Assim decisões dos Concílios de Nicéia e Constantinopla definiram.
Arianismo e Semi-arianismo.
Condenado o monarquianismo, como vimos, tanto na sua forma dinamista ou modalista, comprovando mais uma vez a importância dos Concílios e da infalibilidade Papal em Fé e Moral, vamos então ao subordinacionismo, que teve em Ario de Alexandria (Egito) seu principal arauto.
Arianismo.
O presbítero Ário de Alexandria foi mais ousado que os heresiarcas anteriores: afirmava que o filho é criatura do Pai, a primeira e mais digna de todas, destinada a ser instrumento para a criação de outros seres. Em virtude de sua perfeição, para Ário, o Filho ou Logos, poderia se chamado “Filho de Deus”, Ario, portanto não acreditava em Jesus Verdadeiro Deus.
O Bispo Alexandre de Alexandria (Egito) reuniu um sínodo local (não um Concilio) contando cerca de uma centena de bispos que condenaram a doutrina de Ário e dos seus seguidores em 318. A decisão foi comunicada ao Papa São Silvestre.
Ario, porém conseguiu novos defensores para sua causa o que tornou mais árdua a controvérsia. Diante dos fatos, da desobediência de Ario ao Magistério do Papa Silvestre, o imperador Constantino, que em 324 vencera Licinio, imperador do Oriente, tornando-se o único senhor de todo o Império, resolveu intervir. Tomando como conselheiro o Bispo de Òsio de Córdoba (Espanha) que Constantino enviou a Alexandria com a missão de reconciliar Ario com a Igreja, porém a missão fracassou. Então Constantino, em comunhão com o Papa Silvestre resolveu convocar um concilio Ecumênico, sendo esse o primeiro da História, sendo que Ecumênico quer dizer Universal em duplo sentido, reunião de todos os bispos da Igreja, e de todos os povos cristãos, pois onde há bispos há cristãos. A palavra vem de Oikós (do grego casa). No mesmo sentido em que os Hebreus usavam “Casa” de David, como Povo de David. Assim em Nicéia na Ásia Menor (Turquia) em 325 compareceram cerca de três centenas de Bispos provenientes de todas as partes do mundo cristão. Ali foi redigido o símbolo da fé, sobre o símbolo dos apóstolos (Credo) com definições mais precisas que evitassem os erros de ai em diante, o que dizia o símbolo do Concilio de Nicéia, nenhuma novidade, Deus de Deus, Luz da Luz Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai; por ele foram feitas todas as coisas.
A palavra grega Homoousious (consubstancial), ou seja, Cristo tem a mesma natureza do Pai, não foi criado como as criaturas, mas desde a eternidade foi gerado sem dividir em nada a natureza divina.
Terminado o Concilio de Nicéia o Imperador Constantino tomou a si a responsabilidade de fazer cumprir as decisões do Concílio, (no que exagerou) e mandou exilar Ario e outros Quatro Bispos seus aliados. Dizem que condenou às chamas os escritos de Ario, o que é difícil de crer, pois o arianismo tomaria conta de todo o século. Esse período da História da Igreja merece estudos mais apurados, pois um dos Imperadores que sucederam Constantino, Constancia, exilou o Papa Libério. Houve uma má interpretação dos demais cristãos sobre as resoluções, e os arianos, os judeus, e os interesses políticos que não eram poucos, fomentavam a discórdia entre os cristãos. Desconfiados da Ingerência do Imperador Constantino nas decisões do concilio, uns achavam que o Concilio de Nicéia havia sido sibelianista ( sibelianismo que já vimos no texto anterior) ou modalismo. ( mais ou menos o que aconteceu com a Vaticano II). Por isso mais tarde, bispos arianos e monges passaram a combater o concilio apoiados pelos sucessores de Constantino: Constancio e Valente. A defesa do Concilio era feita por Santo Atanásio Bispo de Alexandria desde 328, e posteriormente pelo papa Libério que ao retornar a Roma, combateu eficazmente o arianismo.
Os antinicenos, como eram chamados os que discordavam do Concilio de Nicéia, com o apoio dos imperadores que sucederam a Constantino, depuseram bispos, reuniram concílios Regionais e convocaram um Concilio “Ecumênico Herético” em Nike (palavra que quer dizer Vitória) para confundir ainda mais o mundo cristão, pois o Concilio Ecumênico do Papa Silvestre fora em Nikaia, donde Nicéia, em 325.
Finalmente, após mais de cinqüenta anos de disputas, por obra de três doutores da Capadócia (Ásia Menor): São Basílio de Cesárea (395); São Gregório Nazianzeno (390) e São Gregório de Nissa (394) fizeram valer a doutrina dos apóstolos, “três pessoas e um essência”, formula que definia que só há uma divindade que se afirma três vezes em três pessoas. Teodósio o Grande, imperador Romano em 379-395 foi também ardoroso defensor convidando a todos os habitantes do Império que professassem a Fé de Roma do Papa Damaso e de Atanásio em Alexandria, fazendo referencia ao mundo cristão do Ocidente e do Oriente, mandou também entregar as igrejas aos católicos, pois haviam sido tomadas pelos arianos. Em seu reinado foi convocado o Concilio Ecumênico de Constantinopla I (em 381) que haveria de consolidar a posição da Igreja contra o arianismo. Todavia a tal heresia não se extinguiu; pois as tribos germânicas, que tiveram contacto com o cristianismo pelo viés ariano, abraçaram o arianismo como religião Nacional.
No próximo texto iremos estudar como foram às discutições sobre o Espírito Santo (Jo 14,16) que embora referenciado nas Sagradas Escrituras, com as declarações do Concilio de Constantinopla, voltou a ser centro das atenções, pois opa sara “esquecida” durante todo o século IV. Santo Atanásio ao combater o arianismo defendia a divindade e substancialidade do Espírito Santo. Por isso um sínodo de Alexandria reuniu se em 362, em plena discutição ariana, e declarou oficialmente a opinião da Igreja sobre o Espírito Santo. Mas Macedônio bispo ariano faz-se ferrenho adversário da divindade do Espírito Santo, pecando contra o Espírito de Deus, não será apenas condenado pela Igreja, mas será condenado pelo pecado sem perdão, o pecado contra o Espírito Santo. O concilio de Constantinopla além de excomungar 38 bispos seguidores de Macedônio, afirmou o Símbolo, no seu artigo 3º “Creio no Espírito Santo, que falou pelos profetas (Jo. 15,16) e procede do Pai e do Filho (Filioque). Assim decisões dos Concílios de Nicéia e Constantinopla definiram.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
As Heresias.
Uma introdução as heresias dos quatro primeiros séculos.
Em outro texto já falamos do primeiro cisma, e das primeiras heresias. Nesse texto começamos a aprofundar aquelas heresias, mais elaboradas ou sutis, que acabariam por desmontar todo o corpo de doutrina do cristianismo. Começaremos com uma descrição das Heresias trinarias. Esse tipo de interpretação da natureza de Deus, não diz respeito apenas ao cristianismo, portanto o tema é interessante também para os não cristãos.
Assim já tendo estudado a expansão do cristianismo ate o século IV, e vendo a indispensável ajuda dos romanos, passaremos a historiados ataques à doutrina da fé durante a antiguidade.
Um dos mais sérios problemas que se puseram ao Papado e a Igreja foi a conciliação da Unidade de Deus (firmemente professada no Antigo Testamento, tradição judeu mesopotâmico) com a Trindade de pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo conforme foi revelada em e por Cristo, no novo Testamento). A inteligrencia dos cristãos, cheia de judaísmo, como já vimos de gnosticismos, como também já vimos, criava interpretações variadas que só foram definidas no concilio de Nicéia I(325) e terminada no Concilio de Constantinopla em 381. È a história dessa longa resistência doutrinaria que nos vamos estudar.
O Monarquianismo.
No segundo e terceiros séculos, alguns escritores cristãos (vejam a importância dos Concílios) julgavam que o verbo (O Logos) ou o Filho de Deus só se tornara uma pessoa no tempo, em vista da criação do mundo; o pai o teria gerado ou emitido; assim o Logus vinha a constituir-se a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Esta concepção negava a eternidade do Filho de Deus e o subordinava ao Pai (muitos hoje em dia pensam assim) Todavia esses escritores “Cristãos” já não se importavam com o magistério da Igreja, e iam colaborando, como faço eu, sem saber se suas conclusões levariam a graves erros. Passaram despercebidos por muito tempo, porque ao lado dessa primeira afirmação, defendiam a Divindade do Filho, de modo que não suscitaram grandes polemica à sua época.
Essa corrente conciliadora, ou divisora, chamou-se monarquianismo, expressão derivada das palavras latinas Monarquiam Tenemus (Conservamos a Monarquia) como se pode ler e Tertuliano (que também foi um heresiarcas).
Assim eram duas as formas. O Monarquianismo dinamista ou adopcionista, e
O Monarquianismo modalista ou patripassiano.
O Dinamista: O monarquianismo dinamista professou que Jesus era mero homem (muitas Igrejas evangélicas de hoje professam esse erro doutrinário), o qual no momento do batismo terá sido revestido de poder (dynamis= curioso que essa palavra para os gregos significava os espíritos caseiros) divino, foi, portanto um homem adotado por Deus como filho, com intensidade especial. O fundador dessa “doutrina”, que na verdade é a instrumentalização das verdades cristãs, foi Teódoto de Bizâncio, cristão de notável cultura grega que o Papa São Victor excomungou em 190. Os seus principais discípulos Asclepiodoto e Teódoto o Jovem, quiseram organizar uma comunidade própria, para a qual, desrespeitando a Hierarquia apostólica, nomear um bispo, chamado Natal; este foi o primeiro anti papa, o qual um vez excomungado, arrependeu-se e voltou ao seio da Igreja.
Tal corrente teve novo representante (nos conta o Curso de Teologia M.E.) na Pessoa de Paulo de Samosata. Este via em Jesus um mero homem, no qual teria habitado como num templo o Logos ou a Sabedoria de Deus, que em escala menor já habitara em Moises e nos profetas (esvaziava Cristo de sua divindade, e, portanto esvaziava seus ensinamentos. Um Concílio regional, reunido em Antioquia excomungou Paulo de Samosata em 268, mas os numerosos adeptos desse (livres para interpretar as escrituras) continuaram a publicar as suas teses, ate que o Concilio de Nicéia teve que condenar a escola dos Paulanos em 325.
Monarquianismo modalista: Esta corrente ensinava que o filho era o próprio Deus Pai, ou uma modalidade pelo qual o Pai se manifesta; por conseguinte o Pai padeceu na Cruz ( donde o nome, patri de pater, e passionismo, de passus, padecimento, ou seja patripassionismo, ou modalismo.
Tal doutrina devida a Noeto de Esmirna foi levada para Roma e Cartago (África) dando origem ao partido cristão patripassiano, que muita confusão trouxe a comunidade cristã de Roma. Imediatamente o Papa Zeferino (198- 217) numa declaração oficial, afirmou a divindade de Cristo e a unidade de essência em Deus, sem, porém, negar, como faziam os patripassianos a diversidade de pessoas do Deus Pai, e Deus Filho.
Assim, Sabelio em Roma, entendeu o modalismo (patripassionismo) ao Espírito Santo. Esse pregador livre pregava três modalidades de revelação de Deus: uma como Pai, outra Como Filho e Outra como Espírito Santo. Designava cada uma dessas “ manifestações” como prósopon, palavra que originariamente significava originariamente “ Mascara ou papel de ator de teatro” = per+ sona que soa através ( persona). Assim prósopon também significou pessoa. A tese de Sabelio tornou-se ambígua que de bóia Fe atraiu muitos adeptos que não queriam negar a trindade de pessoas em Deus. Como você vê, confundia-se a Trindade de pessoas, como o triteísmo (três deuses) doutrina já politeísta.
A controvérsia haveria de sobreviver durante todo o século quarto, envolvendo todas as camadas da população cristã desde os Imperadores ate os mais simples fieis: assim a ingerência dói poder imperial, que desde 313 era simpático ao cristianismo, contribuiu para tornar difíceis e penosas essas decepções teológicas, que eram feitas à revelia da Igreja Institucional, e elas assumiram, não raras vezes um caráter político. O combate suscitou à Igreja o concurso de vários santos e doutores, por isso o período áureo da literatura cristã esta ligada a esse período de disputas teológicas.
Assim, rejeitando o monarquianismo modalista e dinamista, a Igreja afirmava sua fé em Cristo Pessoa divina distinta do Pai, todavia sobre essa definição da Igreja, muitos aceitaram a doutrina, porém, o presbítero Ario de Alexandria iniciou a tese da subordinação do Filho ao Pai cuja tese chamou-se subordinacionismo, origem e fonte da heresia ariana, tão divulgada pelo Império Romano, cujos argumentos veremos em próximo texto.
Em outro texto já falamos do primeiro cisma, e das primeiras heresias. Nesse texto começamos a aprofundar aquelas heresias, mais elaboradas ou sutis, que acabariam por desmontar todo o corpo de doutrina do cristianismo. Começaremos com uma descrição das Heresias trinarias. Esse tipo de interpretação da natureza de Deus, não diz respeito apenas ao cristianismo, portanto o tema é interessante também para os não cristãos.
Assim já tendo estudado a expansão do cristianismo ate o século IV, e vendo a indispensável ajuda dos romanos, passaremos a historiados ataques à doutrina da fé durante a antiguidade.
Um dos mais sérios problemas que se puseram ao Papado e a Igreja foi a conciliação da Unidade de Deus (firmemente professada no Antigo Testamento, tradição judeu mesopotâmico) com a Trindade de pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo conforme foi revelada em e por Cristo, no novo Testamento). A inteligrencia dos cristãos, cheia de judaísmo, como já vimos de gnosticismos, como também já vimos, criava interpretações variadas que só foram definidas no concilio de Nicéia I(325) e terminada no Concilio de Constantinopla em 381. È a história dessa longa resistência doutrinaria que nos vamos estudar.
O Monarquianismo.
No segundo e terceiros séculos, alguns escritores cristãos (vejam a importância dos Concílios) julgavam que o verbo (O Logos) ou o Filho de Deus só se tornara uma pessoa no tempo, em vista da criação do mundo; o pai o teria gerado ou emitido; assim o Logus vinha a constituir-se a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Esta concepção negava a eternidade do Filho de Deus e o subordinava ao Pai (muitos hoje em dia pensam assim) Todavia esses escritores “Cristãos” já não se importavam com o magistério da Igreja, e iam colaborando, como faço eu, sem saber se suas conclusões levariam a graves erros. Passaram despercebidos por muito tempo, porque ao lado dessa primeira afirmação, defendiam a Divindade do Filho, de modo que não suscitaram grandes polemica à sua época.
Essa corrente conciliadora, ou divisora, chamou-se monarquianismo, expressão derivada das palavras latinas Monarquiam Tenemus (Conservamos a Monarquia) como se pode ler e Tertuliano (que também foi um heresiarcas).
Assim eram duas as formas. O Monarquianismo dinamista ou adopcionista, e
O Monarquianismo modalista ou patripassiano.
O Dinamista: O monarquianismo dinamista professou que Jesus era mero homem (muitas Igrejas evangélicas de hoje professam esse erro doutrinário), o qual no momento do batismo terá sido revestido de poder (dynamis= curioso que essa palavra para os gregos significava os espíritos caseiros) divino, foi, portanto um homem adotado por Deus como filho, com intensidade especial. O fundador dessa “doutrina”, que na verdade é a instrumentalização das verdades cristãs, foi Teódoto de Bizâncio, cristão de notável cultura grega que o Papa São Victor excomungou em 190. Os seus principais discípulos Asclepiodoto e Teódoto o Jovem, quiseram organizar uma comunidade própria, para a qual, desrespeitando a Hierarquia apostólica, nomear um bispo, chamado Natal; este foi o primeiro anti papa, o qual um vez excomungado, arrependeu-se e voltou ao seio da Igreja.
Tal corrente teve novo representante (nos conta o Curso de Teologia M.E.) na Pessoa de Paulo de Samosata. Este via em Jesus um mero homem, no qual teria habitado como num templo o Logos ou a Sabedoria de Deus, que em escala menor já habitara em Moises e nos profetas (esvaziava Cristo de sua divindade, e, portanto esvaziava seus ensinamentos. Um Concílio regional, reunido em Antioquia excomungou Paulo de Samosata em 268, mas os numerosos adeptos desse (livres para interpretar as escrituras) continuaram a publicar as suas teses, ate que o Concilio de Nicéia teve que condenar a escola dos Paulanos em 325.
Monarquianismo modalista: Esta corrente ensinava que o filho era o próprio Deus Pai, ou uma modalidade pelo qual o Pai se manifesta; por conseguinte o Pai padeceu na Cruz ( donde o nome, patri de pater, e passionismo, de passus, padecimento, ou seja patripassionismo, ou modalismo.
Tal doutrina devida a Noeto de Esmirna foi levada para Roma e Cartago (África) dando origem ao partido cristão patripassiano, que muita confusão trouxe a comunidade cristã de Roma. Imediatamente o Papa Zeferino (198- 217) numa declaração oficial, afirmou a divindade de Cristo e a unidade de essência em Deus, sem, porém, negar, como faziam os patripassianos a diversidade de pessoas do Deus Pai, e Deus Filho.
Assim, Sabelio em Roma, entendeu o modalismo (patripassionismo) ao Espírito Santo. Esse pregador livre pregava três modalidades de revelação de Deus: uma como Pai, outra Como Filho e Outra como Espírito Santo. Designava cada uma dessas “ manifestações” como prósopon, palavra que originariamente significava originariamente “ Mascara ou papel de ator de teatro” = per+ sona que soa através ( persona). Assim prósopon também significou pessoa. A tese de Sabelio tornou-se ambígua que de bóia Fe atraiu muitos adeptos que não queriam negar a trindade de pessoas em Deus. Como você vê, confundia-se a Trindade de pessoas, como o triteísmo (três deuses) doutrina já politeísta.
A controvérsia haveria de sobreviver durante todo o século quarto, envolvendo todas as camadas da população cristã desde os Imperadores ate os mais simples fieis: assim a ingerência dói poder imperial, que desde 313 era simpático ao cristianismo, contribuiu para tornar difíceis e penosas essas decepções teológicas, que eram feitas à revelia da Igreja Institucional, e elas assumiram, não raras vezes um caráter político. O combate suscitou à Igreja o concurso de vários santos e doutores, por isso o período áureo da literatura cristã esta ligada a esse período de disputas teológicas.
Assim, rejeitando o monarquianismo modalista e dinamista, a Igreja afirmava sua fé em Cristo Pessoa divina distinta do Pai, todavia sobre essa definição da Igreja, muitos aceitaram a doutrina, porém, o presbítero Ario de Alexandria iniciou a tese da subordinação do Filho ao Pai cuja tese chamou-se subordinacionismo, origem e fonte da heresia ariana, tão divulgada pelo Império Romano, cujos argumentos veremos em próximo texto.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Os sucessores de Juliano o apóstata.
Os sucessores de Juliano Apostata ate os fins do século IV.
Certamente você já formou uma idéia da extensão do Império Romano. Essa idéia geográfica da extensão do Império é importante para imaginarmos os focos de povos cristãos, e o desenvolvimento institucional da Igreja. Muitos erros de interpretação sobre a vida cristã e seu relacionamento com o império, nos cometemos, induzidos pela má idéia que fazemos das relações políticas existentes entre os imperadores, o império como organização política, os diversos povos e as muitas línguas que o constituíam e o cristianismo.
Assim, após Juliano o apostata, devolvendo ao Império a religião pagã (entendida sempre como não cristã) sucederam Joviano e Valentiano I no Ocidente (Europa Antiga) e Valente no Oriente (Eurásia próxima: Turquia, Síria, Armênia, Palestina, e Egito e demais regiões do norte da África). Na seqüência, Graciano e Valentiano II no Ocidente, substituindo os primeiros já citados, e Teodósio o Grande no Oriente.
Essa seqüência de imperadores restabeleceu o cristianismo sob o ponto de vista da “licitude publica” e legal, assim facilitariam a restauração da vivencia do cristianismo e das instituições cristãs principalmente em regiões onde fora interrompida. Principalmente nas grandes cidades a Fe cristã foi se implantando, nos diz um autor, enquanto em aldeias ou Pagi (em latim) ainda se encontravam redutos da antiga religião pagã dos romanos, e a religião de outros povos formadores do império. Isso se deu de tal modo que os adeptos dessas religiões ficaram sendo chamados pagani (aldeões; habitantes das aldeias), daí se originando a palavra portuguesa Pagão para designar o não cristão. Foi em uma lei Romana de 370 que pela primeira vez na história ocorreu o termo paganus para designar o não cristão, antes disso, aos pagãos outros nomes se aplicavam. (os próprios cristãos foram chamados de não crentes).
Veja a sutileza, o Imperador Graciano ( 375-383) no Ocidente, recusou-se a receber o titulo de Pontifix Maximum ( Pontífice Maximo) do paganismo. Sim do paganismo helenístico, posto que se tornasse cristão. Sendo assim, mandou suspender as contribuições do estado para o culto pagão, do qual alguns Imperadores foram Pontífices Máximos (nada tendo isso como a estrutura hierárquica da Igreja Cristã sobre o Martírio de Pedro e Paulo em Roma) e afastou do Senado o altar da deusa Victória (382), é preciso que se diga que esse altar de sacrifícios, e essa Deusa nada têm com Maria Santíssima mãe de Jesus, nem com a mesa da partilha cristã. Essas medidas ousadas de Graciano causaram fortes reflexos na vida civil do Patriciado (elite romana), que enviando ao Palácio do Imperador em Milão (vejam que já não era a sedo do império do Ocidente a velha Roma) uma delegação chefiada pelo celebre senador Simaco a fim de restaurar o altar dos sacrifícios ao seu lugar no Senado. Graciano porem recusou-se a recebê-los.
O Graciano sucedeu o seu irmão Valentiano II com apenas 13 anos de idade. A facção pagã da sociedade Imperial repetiu seu apelo, desta vez por escrito de modo que existe oi registro da história. Os conselheiros do jovem imperador estavam por estes a conceder, quando Santo Ambrosio, Bispo de Milão em atitude enérgica dissuadiu ao jovem imperador de aceitar a restauração de Ara Vitória, e o próprio Ambrosio em uma de suas cartas (epistolas 17, 9, 10) afirmava que em 384 já a maioria dos senadores romanos eram cristãos.
Sobe Teodósio I (375-395) que reinou no Oriente do Império (Bizâncio) registram-se acontecimentos muito importantes para a historia do cristianismo. Em 380, mais precisamente em 28 de Fevereiro de 380, Teodósio assinou um decreto Imperial no Oriente que tornava oficial em todo o Império a fé católica (universal) “transmitida aos romanos pelo apostolo Pedro, professada pelo Pontífice (cristão) Damaso em Roma e pelo Bispo de Alexandria”, ou seja, com essa atitude e palavras Teodósio abraçava para si e para o império o Credo, que proveniente dos apóstolos, era professado pelo Papa São Damaso (366-384) e pelo Bispo santo Atanásio de Alexandria, grande defensor da fé contra os arianos. Assim o cristianismo que Constantino I tornara licito em 313, tornava-se religião Oficial.
Teodósio deu continuidade à extirpação do paganismo, mandando fechar números templos; em Alexandria foi destruído o famoso Serapion (391); o povo e os monges cristãos tomam parte ativa nessa destruição segundo a mentalidade do tempo. Os romanos haviam derrubado o Templo de Jerusalém, em nome do paganismo, em 70, e esse habito de derrubar, era o modo operacional dos povos. Em 395 Teodósio de mais um passo um decreto imperial equiparava os sacrifícios de (animais e humanos), pois a entrega de cristão as feras, ou os relatos bíblicos de entrega ao fogo, á caldeirão de óleo, a decapitação e a crucificação, eram sim sacrifícios humanos aos “deuses”. Condenava também o aurispicio (exame das vísceras para adivinhar o futuro (pratica também encontrada na America do Sul) como alta traição, e o punia com o confisco dos bens.
No Ocidente, como o assassinato de Valentiano II(392) por parte do general bárbaro Franco, Argobasto, e a ascensão do usurpador Eugênio (392-94) deu-se ocasião a um breve surto de retorno ao paganismo e a Ara Victoriae foi devolvida ao Senado. Teodósio Imperador do Oriente interviu em Izonzo, perto de Aquiléia, em 394 e pôs fim as expressões do paganismo, que doravante já não terá dentro das fronteiras do Estado Romano, força de enfrentar e assumir a sua posição de outrora.
Ao morrer em 395, Teodósio deixava a Igreja consolidada neste mundo imperial, tanto em relação ao paganismo, que perseguiu o cristianismo duramente, assim como em relação à heresia ariana, nascido no seio do cristianismo, que encheu o século quarto por inteiro e que o Imperador contribuiu para afastar, aderindo incondicionalmente às resoluções do Concilio de Constantinopla I (381), por isso é sempre bom lembrar com já houvera dito Santo Ambrosio Bispo de Milão e contemporâneo: “O imperador esta dentro da igreja, e não acima dela”
Teodósio deixou o Império para seus dois filhos: Acádio (395 - 408) no Oriente e Honório ( 395-423) no Ocidente.
Certamente você já formou uma idéia da extensão do Império Romano. Essa idéia geográfica da extensão do Império é importante para imaginarmos os focos de povos cristãos, e o desenvolvimento institucional da Igreja. Muitos erros de interpretação sobre a vida cristã e seu relacionamento com o império, nos cometemos, induzidos pela má idéia que fazemos das relações políticas existentes entre os imperadores, o império como organização política, os diversos povos e as muitas línguas que o constituíam e o cristianismo.
Assim, após Juliano o apostata, devolvendo ao Império a religião pagã (entendida sempre como não cristã) sucederam Joviano e Valentiano I no Ocidente (Europa Antiga) e Valente no Oriente (Eurásia próxima: Turquia, Síria, Armênia, Palestina, e Egito e demais regiões do norte da África). Na seqüência, Graciano e Valentiano II no Ocidente, substituindo os primeiros já citados, e Teodósio o Grande no Oriente.
Essa seqüência de imperadores restabeleceu o cristianismo sob o ponto de vista da “licitude publica” e legal, assim facilitariam a restauração da vivencia do cristianismo e das instituições cristãs principalmente em regiões onde fora interrompida. Principalmente nas grandes cidades a Fe cristã foi se implantando, nos diz um autor, enquanto em aldeias ou Pagi (em latim) ainda se encontravam redutos da antiga religião pagã dos romanos, e a religião de outros povos formadores do império. Isso se deu de tal modo que os adeptos dessas religiões ficaram sendo chamados pagani (aldeões; habitantes das aldeias), daí se originando a palavra portuguesa Pagão para designar o não cristão. Foi em uma lei Romana de 370 que pela primeira vez na história ocorreu o termo paganus para designar o não cristão, antes disso, aos pagãos outros nomes se aplicavam. (os próprios cristãos foram chamados de não crentes).
Veja a sutileza, o Imperador Graciano ( 375-383) no Ocidente, recusou-se a receber o titulo de Pontifix Maximum ( Pontífice Maximo) do paganismo. Sim do paganismo helenístico, posto que se tornasse cristão. Sendo assim, mandou suspender as contribuições do estado para o culto pagão, do qual alguns Imperadores foram Pontífices Máximos (nada tendo isso como a estrutura hierárquica da Igreja Cristã sobre o Martírio de Pedro e Paulo em Roma) e afastou do Senado o altar da deusa Victória (382), é preciso que se diga que esse altar de sacrifícios, e essa Deusa nada têm com Maria Santíssima mãe de Jesus, nem com a mesa da partilha cristã. Essas medidas ousadas de Graciano causaram fortes reflexos na vida civil do Patriciado (elite romana), que enviando ao Palácio do Imperador em Milão (vejam que já não era a sedo do império do Ocidente a velha Roma) uma delegação chefiada pelo celebre senador Simaco a fim de restaurar o altar dos sacrifícios ao seu lugar no Senado. Graciano porem recusou-se a recebê-los.
O Graciano sucedeu o seu irmão Valentiano II com apenas 13 anos de idade. A facção pagã da sociedade Imperial repetiu seu apelo, desta vez por escrito de modo que existe oi registro da história. Os conselheiros do jovem imperador estavam por estes a conceder, quando Santo Ambrosio, Bispo de Milão em atitude enérgica dissuadiu ao jovem imperador de aceitar a restauração de Ara Vitória, e o próprio Ambrosio em uma de suas cartas (epistolas 17, 9, 10) afirmava que em 384 já a maioria dos senadores romanos eram cristãos.
Sobe Teodósio I (375-395) que reinou no Oriente do Império (Bizâncio) registram-se acontecimentos muito importantes para a historia do cristianismo. Em 380, mais precisamente em 28 de Fevereiro de 380, Teodósio assinou um decreto Imperial no Oriente que tornava oficial em todo o Império a fé católica (universal) “transmitida aos romanos pelo apostolo Pedro, professada pelo Pontífice (cristão) Damaso em Roma e pelo Bispo de Alexandria”, ou seja, com essa atitude e palavras Teodósio abraçava para si e para o império o Credo, que proveniente dos apóstolos, era professado pelo Papa São Damaso (366-384) e pelo Bispo santo Atanásio de Alexandria, grande defensor da fé contra os arianos. Assim o cristianismo que Constantino I tornara licito em 313, tornava-se religião Oficial.
Teodósio deu continuidade à extirpação do paganismo, mandando fechar números templos; em Alexandria foi destruído o famoso Serapion (391); o povo e os monges cristãos tomam parte ativa nessa destruição segundo a mentalidade do tempo. Os romanos haviam derrubado o Templo de Jerusalém, em nome do paganismo, em 70, e esse habito de derrubar, era o modo operacional dos povos. Em 395 Teodósio de mais um passo um decreto imperial equiparava os sacrifícios de (animais e humanos), pois a entrega de cristão as feras, ou os relatos bíblicos de entrega ao fogo, á caldeirão de óleo, a decapitação e a crucificação, eram sim sacrifícios humanos aos “deuses”. Condenava também o aurispicio (exame das vísceras para adivinhar o futuro (pratica também encontrada na America do Sul) como alta traição, e o punia com o confisco dos bens.
No Ocidente, como o assassinato de Valentiano II(392) por parte do general bárbaro Franco, Argobasto, e a ascensão do usurpador Eugênio (392-94) deu-se ocasião a um breve surto de retorno ao paganismo e a Ara Victoriae foi devolvida ao Senado. Teodósio Imperador do Oriente interviu em Izonzo, perto de Aquiléia, em 394 e pôs fim as expressões do paganismo, que doravante já não terá dentro das fronteiras do Estado Romano, força de enfrentar e assumir a sua posição de outrora.
Ao morrer em 395, Teodósio deixava a Igreja consolidada neste mundo imperial, tanto em relação ao paganismo, que perseguiu o cristianismo duramente, assim como em relação à heresia ariana, nascido no seio do cristianismo, que encheu o século quarto por inteiro e que o Imperador contribuiu para afastar, aderindo incondicionalmente às resoluções do Concilio de Constantinopla I (381), por isso é sempre bom lembrar com já houvera dito Santo Ambrosio Bispo de Milão e contemporâneo: “O imperador esta dentro da igreja, e não acima dela”
Teodósio deixou o Império para seus dois filhos: Acádio (395 - 408) no Oriente e Honório ( 395-423) no Ocidente.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
O Cáucaso e sua montanhas.
O Cáucaso.
Não quero que você leia esse texto como uma verdade histórica ou antropológica. Quero que você leia e deixe sua imaginação navegar.
É interessante como os homens procuram suas origens comuns, todavia e ao mesmo tempo, estão paralelamente procurando diferenças de origem, de modo a encontrara um identidade, familiar, grupal, racial.
Todavia se você faz notar que a História de um Dilúvio Universal faz parte das tradições de povos nos cinco continentes, você imediatamente emburra, e diz: é mito. Meia hora depois você discute e briga pela origem semita de tal e tal (origem no dilúvio). No final da tarde, você discute se os romanos eram ou não indo-europeus, tudo isso para que? O homem teve diversas origens sobre o planeta? Teve apenas uma que se expandiu? O que queremos com essas explicações e questões? Determinar quais de nós são os melhores? Quais devem dominar sobre os outros? Que origem é superior a qual?
Na minha infância foi Monteiro Lobato o primeiro a me fazer ver, que se você voltasse ao passado, em Atenas, por exemplo, e chamasse alguém de grego, ele não saberia do que você estava falando. Ou se você tivesse estudado o grego, e voltasse ao passado, para ensinar grego, ninguém saberia do que você estava falando, posto que grego fosse o nome que os Romanos deram ao povo Heleno, e a sua língua, mas os gregos jamais se chamaram assim na Antiguidade. Estudamos um Império Grego, que nunca foi grego, mas sim helenístico, lemos sobre Hércules, que jamais foi chamado assim. Seu nome era Heracles.
Considerado o mundo geográfico como é hoje, se você partisse por terra, da Índia para a Europa, ou vice versa, teríamos que passar ou pelo Iraque, Palestina e Siria, ate a Turquia, ou pelo Cáucaso, vindo do Irã. Os helenos eram povos indo europeus como os romanos, e também os bárbaros e iranianos. Ninguém sabe de fato se isso é verdadeiro, pois isso não passa de uma tese sobre a origem das palavras, que levam a esses grupos antigos a terem radicais comuns. Repetimos isso, e dividimos os povos como se essa divisão justificasse alguma coisa em termos de origem.
Imaginem uma mãe que teve dez filhos. Todos tiveram origem na mesma mãe terra. Uns nasceram antes, outros depois, alguns como no caso de gêmeos, simultaneamente, alguns nasceram na mesma (cidade) local, outros noutros locais, mas a origem é comum. A explicação é diversa.
O Cáucaso é uma barreira natural, de montanhas altíssimas e nevadas, separando a Armênia, Geórgia e Rússia. Ela corre em orientação levemente inclinada para noroeste, no sentido leste oeste, ligando o Mar Negro ao Cáspio. Um dos seus maiores vulcões chega a atingir 5.000 metros de altura. Digo com isso que essa barreira natural, ou fixou povos migrantes, no seu entorno, ou deu-lhes trabalho para vencer os obstáculos. Vulcões todos sabem, são usinas de fundição natural, derretendo rochas e minerais metálicos ou não em ligas variadas. Os povos que viveram nas proximidades de vulcões rapidamente deixaram a idade da pedra, para a idade dos metais e o uso do fogo. Isso os avantajava diante de outros povos que não conheciam a fundição, nem as águas termais, nem tinham por fantasia as profundezas da terra.
Assim o Cáucaso, é tido como origem de muitos povos, incluindo os Helenos e Romanos em um dos seus ramos formadores.
Diz o bom senso, que os homens, salvo uma teimosia absoluta, e orgulho aventureiro, procuram dar solução aos problemas pelos caminhos mais fáceis. Ora contornar o Cáucaso, é de bom senso fazê-lo pelas águas do Mar, fosse pelo Mar Negro, fosse pelo Cáspio. Então esses povos, além de terem a experiência da metalurgia natural, teriam tido da navegação. Mas antes de navegar, como toda a história da humanidade comprova, eles seguiam os leitos dos rios, e as margens dos mares, portanto, podemos supor que esses povos através dos séculos, circundaram tanto as margens do Mar Cáspio (mar interior) como tentaram a volta no entorno do Negro (mar aberto) Isso significa acreditar que esses povos conheceram as estepes da Rússia, a Armênia de hoje, a Geórgia, a Siria, a Turquia, e cruzaram o estreito do Egeu, para adentra-se na Europa, se esse era o sentido de sua migração, ou da Europa vieram pelos mesmos caminhos para chegar à longínqua Índia.
Você acha impossível, dada a questão do semitismo a meio caminho, mas não acha impossível que essas populações do Cáucaso, ou de mais orientais paragens tenham atravessado o estreito de Bering para popular as Américas. E se foi ao contrário?
Monteiro Lobato nos diz que eles eram de grande estatura, brancos, e belos, e foram sem duvida formadores dos Helenos. Eu não vou discutir.
Mas apenas como curiosidade, existe um livro do pós Guerra, que nos conta que um aviador Russo, teria visto algo parecido com a estrutura de um navio, no topo de uma das montanhas dos montes Urais. Essa cordilheira, mais extensa do que o Cáucaso, corta a Rússia em dois, de norte a Sul, dividindo-a em duas regiões geograficamente bem definidas. O Piloto fotografou aquilo que lhe pareceu um enorme barco. Voltou ao lugar da descoberta, voado, mas o gelo já havia acobertado aquilo que ele acreditou ser a Arca de Noé. Vou dizer que o fato seja verdadeiro, mas não se pode negar a possibilidade, posto que, se assim fosse, os povos todos haveriam ter descido as montanhas da Cordilheira Asiática conhecida como Montes Urais. Todavia esse Dilúvio Universal, nunca foi comprovado pela geomorfologia, o que não nega, mas levanta suspeita quanto a sua possibilidade histórica. Todavia outras pistas narradas na Sagrada Escritura, também foram negadas pela ciência, e hoje são fatos incontestáveis, como testemunhos arqueológicos indiscutíveis.
Origem na África, na Europa, na Ásia, na América, na Oceania, que diferença faz? Origem comum em Adão, nos filhos de Noé após o Dilúvio, ou na filiação sobrenatural em Jesus Cristo, o apelo é o mesmo, somos povos sim, com territórios sim, mas somos irmãos na Espécie Humana.
Não quero que você leia esse texto como uma verdade histórica ou antropológica. Quero que você leia e deixe sua imaginação navegar.
É interessante como os homens procuram suas origens comuns, todavia e ao mesmo tempo, estão paralelamente procurando diferenças de origem, de modo a encontrara um identidade, familiar, grupal, racial.
Todavia se você faz notar que a História de um Dilúvio Universal faz parte das tradições de povos nos cinco continentes, você imediatamente emburra, e diz: é mito. Meia hora depois você discute e briga pela origem semita de tal e tal (origem no dilúvio). No final da tarde, você discute se os romanos eram ou não indo-europeus, tudo isso para que? O homem teve diversas origens sobre o planeta? Teve apenas uma que se expandiu? O que queremos com essas explicações e questões? Determinar quais de nós são os melhores? Quais devem dominar sobre os outros? Que origem é superior a qual?
Na minha infância foi Monteiro Lobato o primeiro a me fazer ver, que se você voltasse ao passado, em Atenas, por exemplo, e chamasse alguém de grego, ele não saberia do que você estava falando. Ou se você tivesse estudado o grego, e voltasse ao passado, para ensinar grego, ninguém saberia do que você estava falando, posto que grego fosse o nome que os Romanos deram ao povo Heleno, e a sua língua, mas os gregos jamais se chamaram assim na Antiguidade. Estudamos um Império Grego, que nunca foi grego, mas sim helenístico, lemos sobre Hércules, que jamais foi chamado assim. Seu nome era Heracles.
Considerado o mundo geográfico como é hoje, se você partisse por terra, da Índia para a Europa, ou vice versa, teríamos que passar ou pelo Iraque, Palestina e Siria, ate a Turquia, ou pelo Cáucaso, vindo do Irã. Os helenos eram povos indo europeus como os romanos, e também os bárbaros e iranianos. Ninguém sabe de fato se isso é verdadeiro, pois isso não passa de uma tese sobre a origem das palavras, que levam a esses grupos antigos a terem radicais comuns. Repetimos isso, e dividimos os povos como se essa divisão justificasse alguma coisa em termos de origem.
Imaginem uma mãe que teve dez filhos. Todos tiveram origem na mesma mãe terra. Uns nasceram antes, outros depois, alguns como no caso de gêmeos, simultaneamente, alguns nasceram na mesma (cidade) local, outros noutros locais, mas a origem é comum. A explicação é diversa.
O Cáucaso é uma barreira natural, de montanhas altíssimas e nevadas, separando a Armênia, Geórgia e Rússia. Ela corre em orientação levemente inclinada para noroeste, no sentido leste oeste, ligando o Mar Negro ao Cáspio. Um dos seus maiores vulcões chega a atingir 5.000 metros de altura. Digo com isso que essa barreira natural, ou fixou povos migrantes, no seu entorno, ou deu-lhes trabalho para vencer os obstáculos. Vulcões todos sabem, são usinas de fundição natural, derretendo rochas e minerais metálicos ou não em ligas variadas. Os povos que viveram nas proximidades de vulcões rapidamente deixaram a idade da pedra, para a idade dos metais e o uso do fogo. Isso os avantajava diante de outros povos que não conheciam a fundição, nem as águas termais, nem tinham por fantasia as profundezas da terra.
Assim o Cáucaso, é tido como origem de muitos povos, incluindo os Helenos e Romanos em um dos seus ramos formadores.
Diz o bom senso, que os homens, salvo uma teimosia absoluta, e orgulho aventureiro, procuram dar solução aos problemas pelos caminhos mais fáceis. Ora contornar o Cáucaso, é de bom senso fazê-lo pelas águas do Mar, fosse pelo Mar Negro, fosse pelo Cáspio. Então esses povos, além de terem a experiência da metalurgia natural, teriam tido da navegação. Mas antes de navegar, como toda a história da humanidade comprova, eles seguiam os leitos dos rios, e as margens dos mares, portanto, podemos supor que esses povos através dos séculos, circundaram tanto as margens do Mar Cáspio (mar interior) como tentaram a volta no entorno do Negro (mar aberto) Isso significa acreditar que esses povos conheceram as estepes da Rússia, a Armênia de hoje, a Geórgia, a Siria, a Turquia, e cruzaram o estreito do Egeu, para adentra-se na Europa, se esse era o sentido de sua migração, ou da Europa vieram pelos mesmos caminhos para chegar à longínqua Índia.
Você acha impossível, dada a questão do semitismo a meio caminho, mas não acha impossível que essas populações do Cáucaso, ou de mais orientais paragens tenham atravessado o estreito de Bering para popular as Américas. E se foi ao contrário?
Monteiro Lobato nos diz que eles eram de grande estatura, brancos, e belos, e foram sem duvida formadores dos Helenos. Eu não vou discutir.
Mas apenas como curiosidade, existe um livro do pós Guerra, que nos conta que um aviador Russo, teria visto algo parecido com a estrutura de um navio, no topo de uma das montanhas dos montes Urais. Essa cordilheira, mais extensa do que o Cáucaso, corta a Rússia em dois, de norte a Sul, dividindo-a em duas regiões geograficamente bem definidas. O Piloto fotografou aquilo que lhe pareceu um enorme barco. Voltou ao lugar da descoberta, voado, mas o gelo já havia acobertado aquilo que ele acreditou ser a Arca de Noé. Vou dizer que o fato seja verdadeiro, mas não se pode negar a possibilidade, posto que, se assim fosse, os povos todos haveriam ter descido as montanhas da Cordilheira Asiática conhecida como Montes Urais. Todavia esse Dilúvio Universal, nunca foi comprovado pela geomorfologia, o que não nega, mas levanta suspeita quanto a sua possibilidade histórica. Todavia outras pistas narradas na Sagrada Escritura, também foram negadas pela ciência, e hoje são fatos incontestáveis, como testemunhos arqueológicos indiscutíveis.
Origem na África, na Europa, na Ásia, na América, na Oceania, que diferença faz? Origem comum em Adão, nos filhos de Noé após o Dilúvio, ou na filiação sobrenatural em Jesus Cristo, o apelo é o mesmo, somos povos sim, com territórios sim, mas somos irmãos na Espécie Humana.
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