quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Heresias III

Heresias III
O Espírito Santo.
Isaac Newton e a física, e os teólogos e historiadores da Igreja e a doutrina.
Quando Newton formulou a lei universal da atração dos corpos na ciência física, ele não inventava nada, ele apenas formulava uma lei matemática da gravidade com aplicação universal, porém a gravidade, e a atração dos corpos já estavam lá. Não foi o Isaac que a inventou.
Os historiadores da Igreja, e teólogos, costumam deixar a falsa idéia de que a doutrina cristã foi sendo construída com o tempo. Ora, fosse assim, para que teria nascido Cristo? Qualquer grupelho de homens, reunidos em nome de Jesus, estariam construindo a doutrina. Mas não é assim, a doutrina esta lá como Verdade Universal, aplicável há todos os tempos, tal qual a lei de Isaac Newton. O que os concílios fazem é definir, como fez Isaac, um dado detalhe que possa ser, ou estar sendo mal interpretado.
A discutição sobre o Valor do Espírito Santo, como também as outras, vinham justamente dos poucos recursos escrituristicos (poucos textos bíblicos a disposição do povo) e do grande numero de analfabetos. Quando aparecia um “carismático” que interpretava novidades com alguma convicção, pronto lá iam seguidores sedentos de informação e novidades.
Foi assim que surgiu o Macedonianismo. Macedônio era bispo ariano de Constantinopla em 360 e era ferrenho adversário da divindade do Espírito Santo. Claramente gnóstico nas suas teses sobre os eones ( seres espirituais) os macedonianos também eram chamados pneumatômacos ( pneuma = espírito; e máchomai= combater). Vários sínodos foram realizados para combater os pneumatômacos, assim, foi combatido pelos grandes padres da Capadócia, mas foi o Concilio de Constantinopla I que realmente definiu os erros de Macedônio, e as verdades da fé. Diga-se sempre, e entenda-se bem, que eles não inventaram nada, como tentarei citar os trechos da Sagrada Escritura, que desde sempre definiam o Espírito Santo.
Em hebraico e em grego a palavra espírito significa ar em movimento, hálito ou vento. Por isso e sinal ou principio da Vida ( Gn 6,7; 7,15; 37, 10-14) e força vital (Jr 10,14; 51,17) é a sede dos pensamentos, decisões e vontades ( Ex. 35,21; Is 19,3; Jr 51,11; ex 11,19) O espírito aparece na sagrada escritura como oposição à carne e também a alma, como lemos em Hebreus, ou seja é aquilo que da vigor ao homem, é poderoso e imperecível ( Jó 10, 4s; Jr 17,5-8; Os 14,4) Deus é que dá o Espírito e age no Homem Pelo Espírito de Deus( Gn 6,3; Ez 2,2 e notas).
No Novo Testamento fala-se em bons e maus espíritos (Hb 1,14; Ap 4,5; Marcos 1,23-26; At 5, 16) O espírito Santo é uma pessoa distinta do Pai e do Filho (Jo 14,18). O Espírito Santo foi dado a cada cristão; donde mais uma vez se entende separado da alma, que foi dada a todos os homens cristãos e não cristãos e é o principio da vida espiritual (batismo) e garantia de ressurreição (romanos 8,2-11) É também chamado Paráclito (Guia).
Assim, para a doutrina herética de Macedônio o Filho (Logos) era inferior ao Pai (quantas igrejas separadas apregoam isso nos dias de hoje?) e o Espírito Santo carecia de Divindade (era um mensageiro) e carecia da divindade, dignidade e substância do Pai. Portanto a tese de Macedônio de Constantinopla é um ramo do arianismo.
A Igreja do Oriente, justamente pela separação da infalibilidade Papal ( temporaria nesse seculo), chegou a uma definição, similar, mais pela interpretação da tradução e uso das palavras do que em diferenças fundadas na doutrina, ou nas Escrituras. Assim, parte da Igreja Oriental, professava que o Espírito emanava do Pai através do Filho, ao passo que a Igreja Latina, sede do Papado, definiu pelas escrituras que o Espírito Santo é incriado, consubstancial ao Pai e ao Filho e procede do Pai e do Filho. Algumas igrejas do Oriente se recusaram a aceitar essa definição, discutição que se estendeu aos séculos nono e décimo primeiro.
Assim, o Símbolo dos Apóstolos (documento do primeiro século) já professava: “Creio no Espírito Santo”. O documento definido em Nicéia e Constantinopla aprofunda o texto: “Creio no Espírito Santo (que também é) Senhor da Vida, o qual procede do Pai e do Filho. O qual com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado (e) foi quem Falou pelos Profetas”. E o Símbolo Atanasiano, aprofunda ainda mais a definição: “Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma é a divindade, igual a gloria, coeterna a majestade do Pai e do Filho e do Espírito Santo; imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo; eterno é o Pai, eterno é o Filho, eterno é o Espírito Santo; e, no entanto não há três eternos, mas um só eterno; não há três incriados e três imensos, mas apenas um só incriado e um só imenso; assim também o Pai é onipotente, o Filho é Onipotente, e o Espírito é onipotente; e, no entanto não há três onipotentes, mas um só onipotente. Como o Pai é Deus, assim o Filho é Deus, (e) o Espírito Santo; e, no entanto, não há três deuses, mas um só Deus. Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor, e, no entanto não há três Senhores, mas um só Senhor (...). O Pai não foi feito por ninguém, nem criado nem gerado. O Filho é só do Pai; não feito, não criado, mas gerado; O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, não criado, não gerado. Há, pois um só Pai, não três Pais; um só Filho, não três Filhos; um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nessa trindade, nada existe de anterior e posterior, nada de maior ou menor; mas todas as três pessoas são coeternas e iguais, de modo que em tudo que ficou dito deve-se a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade (...)”
Jesus Cristo é Deus e Homem.