sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Heresias V ( Nestório)





Heresias V.
O nestorianismo.
Reconhecida a natureza humana completa em Jesus Cristo, como muito bem afirmava o novo Testamento, Surge Nestório, monge, discípulo de Teodoro de Mopsuéstia (condenado pós morte como herético em cristologia). Nestório monge de origem Persa, (viveu entre 380 e 451) eloqüente e versado na ciência jurídica, assim foi elevado pelo Imperador Teodósio (veja sempre o que é a interferência do Poder civil na Igreja, ainda quando bem intencionado) à cátedra episcopal de Constantinopla em 428. Nestório afirmava que o Verbo habitava na humanidade de Jesus como um homem habita um templo, ou veste uma roupa; haveria duas pessoas em Jesus, uma humana, e outra divina. Unidas entre si, tão somente por um vinculo afetivo ou moral. Por conseguinte Maria não seria a mãe de Deus (Jesus Cristo é Verdadeiro Deus como já vimos) em grego Theotokós, mas apenas a mãe de Cristo, em grego Christokós; para Nestório ela teria gerado apenas Jesus Homem, ao qual se uniu a segunda pessoa da Santíssima Trindade com a sua divindade. Isso nega, não só as palavras de Gabriel, como a mística do nascimento de Deus Feito Carne.
Em publico Nestório propunha suas idéias ao publico, onde substituía o nome Mãe de Deus, por mãe de Cristo. Imediatamente os cristãos se revoltaram contra suas idéias, não só em Constantinopla onde era o epíscopo, mas também em outros rincões do mundo cristão, sobremodo Alexandria, onde era Bispo São Cirilo de Alexandria. Este escreve em 429 uma carta destinada aos monges e Bispo de todo o Egito (Alexandria estava no Egito) condenado a tese de Nestório. Estabelecem um discutição entre a Igreja Cristã no Egito, e o grupo nestoriano de Constantinopla (Turquia). As duas correntes apelam a Papa Celestino I, que convocando um sínodo rejeitou a tese de Nestório em 430. Deu ordem para São Cirilo para que aconselhasse a Nestório a retirar suas teses num prazo de Dez dias, e Cirilo então enviou ao Patriarca de Constantinopla os doze anatematismo (anátema,= erro) da tese de Nestório. Nestório, que como vimos tinha o apoio do Imperador Teodósio, não quis se dobrar, e contava com o apoio de um dos Bispos de Antioquia seu colega de mosteiro (João de Antioquia).
O Imperador Teodósio II, querendo resolver o Impasse convocou (se assim foi vejam a presença do Cesaropapismo, ingerência do poder civil na Igreja) o Concilio Ecumênico de Éfeso, no qual representou o Papa Celestino I, o próprio São Cirilo. A Assembléia (Ecclesiae) contou com a participação de 158 Bispos. Logo na primeira seção foram apresentados os argumentos demolidores a favor do nome Theotokós (Mãe de Deus) que acabou proclamado oficialmente (Como no caso de Issac Newton, que definia uma verdade preexistente); Daí se seguia que em Jesus havia uma só pessoa a Divina (por isso ele não conheceu o pecado); Maria se tornara Mãe de Deus, pelo fato de que Deus quisera assumir a encarnação em seu seio. Assim decidindo, eis que em 26 / 6 / 431, rebeldes às decisões, chegam a Éfeso 43 Bispos capitaneados por João de Antioquia, e fazem um “conciliabo” = (concilio pequeno), negando a autoridade de São Cirilo para decidir como representante do Papa. Todavia o Imperador e protetor de Nestório, que foi quem convocou o Concilio Ecumênico de Éfeso, para ajudá-lo, acabou tomando o Partido da Reta doutrina, e exilou Nestório, todavia o grupo antioqueno não se entregou, e passou a caluniar o Concilio de Éfeso de arianismo e apoliniarismo ( como já vimos). Todavia após dois anos de discutição, aderiram a formula de fé de Éfeso, um só Cristo, Deus de Deus, e um só nome para Maria (Theotokós= Mãe de Deus). Mas se estes se reconciliaram com o Papado, outros exilados do Império Bizantino Por Teodósio II, floresceram na China e na Índia Meridional. Todavia a partir do século XIV (quatorze), foram sendo massacrados pelos mongóis, e quase desapareceu, hoje, na quase totalidade voltaram à comunhão da Igreja, e são os Cristãos de São Tome (Sul da índia) e os Cristãos da caldeia (Iraque e Irã, com língua síria-malabar).
A decisão do Concilio de Éfeso (431 não inventaram nada, decidiram a Verdade pré existente), foi à seguinte: “Cristo é o mesmo Verbo Eterno, Deus de Deus, que, como Filho, é desde sempre gerado pelo Pai (ver símbolo Atanasiano já citado em outro texto) e segundo a carne, no tempo, nasceu da Virgem Maria. Por isso, sendo Cristo um único ser divina Maria tem o pleno direito de gozar do Titulo de Mãe de Deus (Theotokós)”.
Maria Mãe de Deus: Is,7,14; Mt 1,20-25; 2,13; 16,13; Lc1,26s; 34-38; 2,4s; Jo 1,1-3;2,3; 10;30;Rm1,3; Gl 4,4.
Imaculada Conceição: Gn 3,1s; Est 15,13; Sl 93,5;Pr 8,24;Ct 2,2; 4,7; 6,9; Lc 1,28,30; Ap 12,1.
Sempre Virgem: Ct 2,2.16; 4,12; 6,2; Is 7,14; Mt 1,20; Lc 1,34.
Nestório Morreu no Egito em 451. Seus escritos originais ou autografado são desconhecidos, conhece-se apenas fragmentos que foram recolhidos por F. Loofs são fragmentos de 15 cartas e 30 sermões. Destas as mais significativas como teor dogmático são as cartas ao Papa Celestino I, e a São Cirilo. Nestório teria escrito duas apologias, das quais um se conhece fragmentos mínimo (Tragoédia) e recentemente foi encontrada uma versão (1910) siríaca, embora bastante entremeadas de “interlocuções” de tempos imprecisos. “Esta última obra encontrada chamar-se-ia ‘ Liber Heráclidis”, em defesa de outro heresiárca que ainda veremos. E pelos escritos de São Cirilo. Condenadas as obras de Nestório, não é difícil compreender que tenham desaparecido. Mesmo obras de Reta Doutrina, como os originais do NT desapareceram, daí a importância, desde o inicio, do magistério, e da Tradição, oral ou escrita, seja por comentários, documentos históricos, e discutições teológicas, enviadas aos Papas através dos séculos.
Esses temas devem ser estudados em outras fontes, mas sobre modo nas Sagradas Escrituras, nos seus textos mais antigos, quase todos em poder da Igreja Católica Romana. Nestório de origem persa foi um ferrenho perseguidor dos judeus não cristãos que viviam no Império Bizantino. (para se entender ver na História Geral).
Wallace G 23.