Hágia Sofia ( Santa Sabedoria) Istambul, antiga Constantinopla.
Os minaretes, foram acrescentados depois do domínio muçulmano.
Heresias VII
Henotikón e o Teopasquismo.
(texto Base ME).
Vinte e cinco anos após as decisões do Concilio de Calcedônia em 476, deu-se nova investida dos monofisistas contra a reta fé. O patriarca Pedro Mongo de Alexandria (Egito) e Acácio de Constantinopla, sede do Império do Oriente, ambos adeptos do monofisismo (já estudado em outro texto) redigiram por conta própria um novo Símbolo Monofisista, onde, provavelmente para atrair a simpatia do conjunto da Igreja condenava-se tanto Nestório como Eutiques; rejeitava o Concilio de Calcedônia e defendia o símbolo Niceno-constantinopolitano e as definições do Concílio de Éfeso (431), para atrair a simpatia dos “antigos” porém em seu novo Símbolo tais formulas poderiam ser interpretadas de diversas maneiras. (olha a esperteza).
O imperador Zenão promulgou esse símbolo de fé monofisita (veja como o Cesaropapismo atingia muito mais o Império Romano do Oriente do que o do Ocidente) chamado Henotikón que quer dizer em grego Edito de União. Tal Edito veio revestido de poder legal imperial. Aparentemente Zenão procurava a união dos cristãos dentro do Império. Todavia a ambigüidade do novo Edito, em vez de unir, separou mais ainda os católicos (universalistas) dos monofisistas.
Lá no Ocidente, ao saber das manobras teológicas do Imperador Zenão, o Papa Felix terceiro, enviou legados a Constantinopla a fim de demover o Imperador e o Patriarca Acácio, exigindo fidelidade ao Concilio de Calcedônia legitimo (houve dois Concílios, você deve lembrar, houve um Monofisista). Tal missão era das mais graves, pois caso desobedecida resultaria em uma ruptura dos cristãos do Ocidente com os monofisistas do Oriente. O papa, todavia foi firme, e a ruptura durou trinta e cinco anos (484-519) e foi chamada “cisma acaciano”.
Zenão morreu em 491. Teve como sucessor o imperador Anastásio, também monofisista, que continuou a resistir ao Papa.
A situação se tornou ainda mais difícil (ver História Geral) e mais sombria em termos teológicos com o surgimento dos teopasquita. A palavra grega Hágios (santo), era usada na liturgia grega assim: Triságion (três vezes Santo) desta forma: “Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós”. Vejam os detalhes que davam importância aos textos na antiguidade: Então Pedro Furlão de Antioquia acrescentou a essa liturgia as palavras –que foste pregado na cruz por nós- O imperador gostou e mandou recitar a formula ampliada por Pedro Furlão e isso suscitou uma discutição enorme. Diziam os monges que uma das pessoas da Santíssima Trindade padeceu na Cruz; eles foram chamados Téopasquitas de Theo ( Deus) e páscho ( sofrer origem da palavra paixão de PásKó=páscho, páscoa, passagem). Ora a frase podia ser entendida segundo a reta fé , ou seja a Segunda Pessoa, tendo-se feito homem, padeceu na carne de Jesus...( ?)... Mas como eram monges monofisistas, os ditos ortodóxicos (retos) seguidores da reta doutrina desconfiaram deles. (trecho um pouco nebuloso que deve ser mais bem estudado).
Morto o imperador Anastásio, sucedeu-lhe Justino (estamos sempre falando do império do Oriente, onde o Poder Civil, leigo, tomou conta ou teve ingerência sobre a Sé de Constantinopla e outras, o mesmo não acontecendo com Roma). Justino governou de 518 -527, e se empenhou em estabelecer a comunhão do império com a Sé de Roma. O Papa Hormisdas (514-523) acolheu as intenções de Bizâncio (Constantinopla) e mandou prelados (representantes) a aquela cidade com uma carta (encíclica) chamada Livro de Fé do Papa Hormisdas: este proclamava o Símbolo de Fé Calcedonense, que estava em comunhão com os anteriores, e à base que era o Símbolo dos Apóstolos, eram fiéis as cartas do Papa São Leão Magno (que já vimos) e renovava os anátemas (erros cometidos) por Nestório, Eutiques, Dióscoro, Acácio e outros lideres monofisistas, além disso, declarava que conforme Cristo tinha dito a Pedro em Mt 16,16-19, a fé católica se conservava intacta na Sé Romana (por obra da Providência não pelo mérito dos homens); por isso os fieis deviam obediência as decisão tomadas por Roma, sob o Tumulo dos Apóstolos Pedro e Paulo ( catedra, trono) . Era assim, mais uma vez professado em um documento Papal o Primado do Papa, representante de Pedro, a Pedro sobre o qual Deus quis erguer sua Igreja conforme as escrituras (esse documento é datado de 515).
Então o Patriarca João II de Constantinopla, os bispos e os monges presentes nessa cidade na ocasião assinaram (selaram) a tal formula. Estava terminado o cisma, porém os monofisistas enfraquecidos continuaram as suas controvérsias e provocações, assunto de outro texto complementar.
OBS: Teopasquita: Fórmula teológica que traduzida do grego quer dizer “Deus Sofredor”, adotada pelos monges de Cítia entre 519-533 no Oriente.
Algumas pessoas teimam em negar o papel do Papado nesse período da história. Esquecemos, que nesse período, Roma estava sitiada pelos Bárbaros, e o Papado resistia, convertia os povos, socorria moralmente os monarcas, definia na ordem temporal e espiritual, a ponto de a História Universal ter sido obrigada a confessar: O Papado à frente da Europa era o Arbitro do Mundo Civilizado. Esse poder irá crescendo em face da chagada daquele período que se convencionou chamar Idade Média, período que por esse motivo é caluniado, não que tenha sido um período negro, nem um período de perseguições, mas porque o - grande prestigio- da Igreja tem que ser demolido pelos historiadores. Cristãos aos milhares mortos e perseguidos nos circos e templos romanos, nada disso tem importância, importância para os historiadores, tem a perseguição da Igreja nas “inquisições”, sempre mal contadas, mal interpretadas, e deslocadas no tempo. Bispos (hoje oitenta) condenado à prisão perpetua na China, não significam nada, significado, para os comentadores, tem o fato de o Papa ter reconciliado os Bispos Tradicionalistas com a Igreja, e pedido que a igreja volte ao latim, como unidade e símbolo de sua universalidade ( ah! Se ele tivesse pedido para fazer uso do inglês), os judeus podem tentar ressuscitar o hebraico extinto e perdido, a igreja não pode fazer uso dessa língua considerada morta, o latim. O que se quer impedir, não é o uso do latim, mas a unidade documental da Igreja, a sua unidade doutrinal.