domingo, 4 de janeiro de 2009

Aprofundando II

Aprofundando II.

"No caminho da sabedoria te ensinei, e pelas carreiras direitas te fiz andar"; Proverbios.

Os aspectos negativos das perseguições.
Enumeramos as cinco seguintes:
Já São Paulo notava que a mensagem da Cruz é “escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1Cor 1,23) O cristianismo exigia e exige renuncia a vida devassa e a morte ao velho homem para possibilitar a formação de uma nova conduta numa nova criatura em cada individuo; cf. Ef 4,22.
O politeísmo era o culto oficial do Império; parecia ameaçado (no conjunto de valores que davam suporte a autoridade do Estado) pelo monoteísmo cristão, que parecia ate mesmo ateísmo. Os cristãos pareciam infensos aos homens e ao Estado, pois estavam solapando as bases destes. Notemos, todavia que os romanos eram tolerantes para com as religiões dos povos conquistados colocavam os deuses deste (conquistados) no Panteon em Roma; teriam feito isso também com Jesus Cristo, mas o cristão de modo nenhum aceitava compactuar com o politeísmo. Verdade também que o judaísmo era estritamente monoteísta, não obstante conseguia (rabi= mestre= hábil) bom relacionamento com as autoridades do Império como podemos ler Mc 14,16-24. Acontece, porém, que o Judaísmo era uma religião nacional, racial, de pouco proselitismo, ao passo que o cristianismo tinha destinação universal, voltada para todos os homens. Desse Universalismo empresta o nome Católico, ou seja, catodo, aquele que atrai a si, que congrega a todos, Universal ao pé da letra.
Em particular, o culto do Imperador divinizado foi se difundindo desde os fins do primeiro século. Veio a ser a pedra de toque da lealdade civil e do patriotismo, quem o recusasse era acusado de traição ao Império.
Toda a vida civil, em família e na sociedade, era impregnada do espírito e das expressões do paganismo; assim as festas do lar comemoravam os deuses domésticos, os dimanes; os espetáculos públicos, os torneios esportivos, as feiras de comercio, o regime militar deixavam transparecer sua inspiração Politeísta. Os cristãos eram fieis aos seus deveres de cidadãos (daí a César o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus, disse Jesus. (MT 22,21;Rm 13,1; 1Pd 2,13-17) mas não podiam participar ou abonar manifestações que, direta ou indiretamente, professassem o Politeísmo.
O modo de vida singular dos cristãos (ontem e hoje) provocou-lhes, da parte dos pagãos e judeus, calunias fantasiosas e duras. Eram acusados a três títulos principais:
Ateísmo, o que seria também anti-patriotismo e misantropia (ódio ao gênero humano).
Banquetes de Orgia: nos quais comiam carne de crianças, pois assim se entendia a Eucaristia, a carne e o sangue do Menino Jesus, por vezes celebradas as ocultas nos momentos de perseguição. O culto cristão se dirigia a um asno crucificado (tal era o mal entendido que a crucificação redentora, que era entendida como burrice. Os cristãos eram acusados de serem causa de calamidades publicas, como peste, inundações, fome, invasões de bárbaros... era m tidos como castigo dos deuses que o cristão irritava com seu ateísmo, acusação que persistiu até o século quinto, mesmo enquanto as outras queixas iam cessando. Os cristãos pareciam inimigos do gênero humano, facção que foge a luz (Lucifuga natio). Recrutada nas classes mais desprezíveis da sociedade por isso mesmo desprezado. Magos, artistas, adivinhos, astrólogos, e comerciantes de escravos os hostilizavam, pois prejudicavam suas atividades. Compreende-se que tal clima tenha suscitado violentas perseguições que ocorreram, grosso modo de 64 a 313.