sábado, 3 de janeiro de 2009

Os primeiros escritores combatentes.

Os primeiros combates.
Diz São João Evangelista: Não rogo que os tire do mundo, mas que os guardes do maligno (Jô.17-15).
Assim sendo, com a ajuda de Deus, esse primeiro grupo de cristãos, introduzidos, mesmo sendo étnicos na Israel celeste pelo batismo, (Jesus, Paulo e Pedro todos judeus foram batizados, abandonando a Israel raça, ou racial) iluminados pelo Espírito Santo e fortalecidos pela Eucaristia, haveriam de enfrentar seus primeiros embates.
Todos sabem que qualquer grupo de homens reunidos sistematicamente elege seus lideres de maneira formal ou informal, e esses movidos pela vaidade, às vezes por presunção, iniciam suas particulares “leituras” onde iniciam os desvios do Norte, dos objetivos principais, a Igreja já não era de Cristo e dos Apóstolos, mas de tal ou fulano e seus liderados.
Donde se conclui pela necessidade da Infalibilidade do Magistério, sob pena do Evangelho ser instrumentalizado por grupos de “Leitores muito particulares” das realidades bíblicas, risco que também nós que escrevemos esse texto corremos, por isso, se você leitor tem dúvida sobre algo aqui dito, recorra a Igreja. O que passamos a contar comprova exatamente isso. Os escritos que comprovam esse combate, é o que se chama por convenção de Apologetas, são eles São Justino ( judeu da Palestina) morto em 165; Tertuliano advogado e converso tardio morto em 220; Minúcio Felix no século III; e o autor anônimo da Epistola a Diagoneto. O estudioso, muito lucrará com a leitura de dois livros espetaculares: Antologia dos Santos Padres de D. Cirilo Folch Gomes, e Os Padres da Igreja de A. Hermman.
Mas o que combatiam esses guerreiros da pena?
Além dos judeus, que se negavam a aceitar o Messias, pois; O Messias, não trouxera a Gloria da Israel Terrestre, havia ainda os pagãos, que não eram incultos nem inábeis, e os cristãos que se desviavam, em grupinhos de interpretação própria, desenvolvendo um cristianismo de gaveta, donde se conclui que a sobrevivência da Igreja, e da doutrina de Jesus Cristo, é por assim dizer, um milagre histórico. Como um grupo de judeus aderentes a Cristo, humildes, simplórios pastores, sobreviveram e galgaram tão manifesta influência na conduta da comunidade Universal? Um verdadeiro Milagre Sociológico, se assim podemos dizer.
A acusação dos pagãos: Como vemos, ou vimos, entre o inicio do cristianismo, a conversão do Imperador Constantino, passaram-se 313 anos, todavia ate o Império tornar o cristianismo religião Oficial de Estado (380) levamos mais quase 70 anos. Entrávamos no quarto século da era cristã. Nesse período cabe mais de dois terços da Historia do Brasil. Espantosamente os cristãos eram tidos pelos pagãos como ateus, ou seja, não cultuavam os deuses do Império, nem reconheciam a César como um deus; eram escarnecidos por “Adorarem uma cabeça de Asno”, pois achava verdadeira burrice a cruz, verdadeira loucura, as reuniões oculta dos cristãos onde comiam a carne e bebiam o sangue do menino Jesus, portanto comiam crianças, com pão, e escondiam-se pelas orgias que faziam. Tudo de ruim, como hoje muitos católicos e evangélicos fazem com outras seitas, era atribuído aos cristãos. Os intelectuais não podiam aceitar que aquela gentinha que desconhecia os mitos, a mitologia romana e grega e sua intricada simbologia, alguma até apresentando deuses de família (os dimanes), gentinha recrutada entre os mais humildes da sociedade e da população só poderiam ser ingênuos. Todavia, hoje a Igreja está em Pé, vigorosa e viva, e aquelas escolas se não desapareceram impiamente, sobrevivem na escuridão das seitas de trevas. Outras vezes as críticas eram muito bem fundadas e advinham de correntes existentes dentro do cristianismo, como, por exemplo, o “montanismo” e as correntes “gnósticas”, sendo que nem os pagãos nem os Judeus distinguiam a Igreja dos Apóstolos dos grupelhos desviados, pois era preciso ser cristão para entender a dinâmica da fé.

O Gnosticismo: A Gnose é palavra traduzível por conhecimento. Tratava de um sincretismo religioso que procurava fundir a Filosofia Greco Romana, com religiões de mistério Orientais, como o Cristianismo, a mística Grega, e a revelação judaico cristã, portanto em sua base, diminuía de saída a Pessoa de Jesus Cristo ( Deus e Homem). Por isso já em 1Tm 6-20 há uma advertência as contradições de uma falsa gnose ( Pseudonymos Gnosis). A epistola de Pseudo Barnabé, já citada vinha por essa linha. Atraia com a promessa de um conhecimento superior, acima do dos cristãos, que daria uma resposta cabal a origem do mundo, a redenção e a felicidade definitiva dos homens. Esbarrava na moral, que deveria ser superada. O criador do mundo era um EON inferior, que era identificado com o Deus do Antigo Testamento.

O Montanismo era uma rigorosa seita cristã do século II, de seguidores de Montano (nome próprio do líder do movimento), que se dizia interprete do Espírito Santo. Conhecedor do Espírito se julgava liberto para fazer suas interpretações.
Os bispos se uniram para enfrentar os desvios da fé. Assim lemos em Contra as Heresias III, 3, 1-3: “É com essa Igreja (de Roma) em razão da sua mais poderosa autoridade de fundação, que deve concordar toda a Igreja, isto é, devem concordar os fieis procedentes de qualquer parte; nela sempre se conservou toda a tradição que vem dos apóstolos.”

Wallacereq@gmail.com para o G23 HI.