terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Juliano o Imperador Apóstata.

Juliano o apostata (361- 363)
Os descendentes e herdeiros do Império, Constantino II (337-340) e Constâncio (337-361) continuaram a obra de cristianização iniciada por Constantino, o que veremos com mais detalhe à frente quando escrevermos sobre as primeiras heresias. Todavia em 361 assume o Império, Juliano, filho de um meio irmão de Constantino Magno (I), embora aparentemente educado no cristianismo, recebeu influencia do neoplatonico Maximo de Éfeso, de modo que sob a aparência de católico logo ao tomar posse declarou-se adepto da religião helenista antiga, ato que lhe valeu entre os cristãos o cognome de Apostata (desertor). Praticava o culto ao sol, como seus sacrifícios (diferentes do dos hebreus ( ver o episódio do bode expiatório), mas em tese igual a todos os outros encontrados na história das Religiões) e a magia.
Curioso, e não podemos deixar de registrar, que o sacrifício de Cristo, filho Único de Deus, acabava de uma vez por todas com os sacrifícios humanos, pois não haveria nada de superior a oferecer, do que o próprio Filho de Deus. Os sacrifícios de animais desenvolviam-se sempre para os sacrifícios humanos... Com o sacrifício de Cristo, não havia nada de melhor a oferecer. Esse foi um grande e decisivo passo para civilizar o culto religioso praticado por todas as religiões em todos os tempos. Embora não fosse esse o sentido do Sacrifício Cristão, pois esse foi instituído pelo próprio Cristo (fazei isso em memória de mim) na sua ultima ceia, havia no ato uma mensagem cabal a todos os homens (parem com essa loucura).
Voltando a Juliano, ele quis promover a restauração cultural pagã transferindo os direitos conquistados pela Igreja aos templos pagãos. Os Galileus, como eram chamados o cristão nos diz a Mater Ecclesiae, deveriam deixar os cargos públicos de elevada hierarquia. ( deve-se dizer, que os espetáculos publicos de sacrificio de cristãos, não era só um espetáculo de circo como afirmam, mas era sem dúvida um sacrificio humano aos deuses).
Juliano tentou então criar a Igreja de Estado Neoplatônica, copiando, como fez o comunismo na Rússia, os moldes da Igreja Católica, pois essa era a única existente.
No intuito de prejudicar os Galileus e sua Igreja, favoreceu as heresias e cisões entre os cristãos. Para demonstrar que Cristo havia se enganado (MT 24,2) permitiu aos judeus que voltassem a Terra Santa para reconstruir o Templo de Jerusalém, mas curiosamente estes não conseguiram o reerguer. O próprio Imperador combateu por escrito ao cristianismo, numa obra conhecida como “Contra os Galileus”, dos quais não se conhece original, apenas se conhece fragmento na obra de contestação escrita por São Cirilo de Alexandria.
Juliano não quis matar aos Galileus, pois dizia que o sangue dos mártires seria como mel para as abelhas, e que os Galileus correriam aos milhares para eles. Todavia houve em seu reinado derramamento de sangue cristão.
Curioso, Juliano morreu em uma missão militar contra os persas, aos 32 anos, tendo governado apenas três anos, diz uma lenda, nunca comprovada historicamente, que em seu leito de morte, teria dito “venceste Galileu”. O que se sabe é que o escritor cristão Santo Atanásio o comparou a uma “nuvem pequena que se dissolveu rapidamente”.
Obs: o Neoplatonismo teve origem em Alexandria no Egito no século terceiro depois de Cristo, surgia como uma fusão de crenças dos persas dos egípcios e dos judeus. Não era e não é uma filosofia, mas era e é um culto religioso e místico, velado, que incluía a “teurgia” (arte de fazer deus descer em uma alma em êxtase).