terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Os grandes sacerdotes da Igreja Cristã.

Os grandes Padres da Igreja Cristã.

Platão disse algo assim: "Podemos perdoar uma criança por ter medo do escuro, mas não podemos perdoar os homens, pelo seu medo da luz"

"O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos" Salmo 146-148.


Antes de entrarmos nos próximos séculos, vamos escrever algo sobre os Santos Padres, como eram chamados, esses grandes escritores e doutores da fé. No sentido lato, nos diz o cronista o século IV (quarto) e considerado o século de ouro da doutrina Universal de Jesus Cristo (também chamada católica, palavra grega que quer dizer aquela que congrega universalmente). Contribuíram para esse esplendor:
a) A paz entre a Igreja dos cristãos e o Império.
b) As grandes heresias (arianismo, nestorianismo, pelagianismo) e sua controvérsia que exigiram um radical aprofundamento da doutrina cristã;
c) A reunião sistemática de inúmeros Concílios (regionais e Oicumenos, ou seja, de toda a terra habitada por cristãos) que congregou os grandes teólogos.
d) O aparecimento de tantos gênios como nunca se vira em toda a história da Igreja.
No Império do Oriente (que compreendia a Ásia Menor, toda a Terra Santa, a Síria, o Egito até Cartago no Norte da África.

Ali, em Alexandria no Egito, Àfrica, a escola de Alexandria como era chamada ganha brilho universal com Santo Atanásio, São Basílio, São Gregório de Nissa e São Gregório Nazianzeno.

Em Antioquia (* Ásia Menor) dedicam-se entre outros São Crisóstomo, com rigorismo racionalista, que infelizmente gerará duas heresias terríveis: O arianismo, do Bispo Ário que contaminou o império e o imperador, e o nestorianismo, do Bispo Nestório.
Atanásio nascido em 295- 376 (portanto morreu com 86 anos) simples cônego foi à figura principal do Concilio de Nicéia. Combateu o arianismo com coragem, o que lhe valeu o exílio por cinco vezes, tendo ficado 17 anos escondido nos velhos túmulos do Egito onde produziu números escritos de defesa da Igreja.

Basílio nasceu em 330-379 (viveu 49 anos); também enfrentou o imperador ariano. Regulamentou a função dos clérigos e desenvolveu os estudos eclesiásticos, com ele na Capadocia começam as escolas de oficio para a juventude, os albergues para peregrinos, os leprosários, as casas de retiro para doentes. Seus livros mais famosos são Hexameron, e Homilias.

Gregório de Nazianzo viveu entre 330 e 390, portanto por sessenta anos, foi amigo de São Basílio e Bispo de Constantinopla, capital do Império do Oriente, ai combateu o arianismo. Foi mestre de São Jerônimo o tradutor da Bíblia, e de São Gregório de Nissa.

Gregório de Nissa era irmão de Basílio, era eloqüente brilhando no Concilio de Constantinopla, era considerada Coluna da Ortodoxia (retidão) e foi quem redigiu o símbolo Constantinopolitano, completando o símbolo de Nicéia, que por sua vez tinha como corpo o Símbolo dos Apóstolos escrito entre 49 (Concilio de Jerusalém presidido por São Pedro), e 100 com São João.

São João Crisóstomo viveu entre 344-407, é considerado o maior de todos os Santos Padres de língua grega, teve formação erudita e vivia nas cavernas da Antioquia, tinha sido sacerdote, mas só descia das cavernas para pregar em publico em Constantinopla. Foi o maior orador da antiguidade cristã, por isso chamado de Crisóstomo (boca de ouro).

No império do Ocidente, já se desenvolvia o uso do latim, para os ofícios e documentos da Igreja. Assim os historiadores se chamavam aqueles, de os quatro grandes doutores da língua grega, chamaram a esses,os quatro grandes doutores da língua latina. Santo Ambrosio, São Jerônimo que traduziu a Bíblia em Jerusalém, Santo Agostinho (Africano) e Leão Magno Papa. Para que não fiquem confusões, Agostinho, por exemplo, era nascido no norte da África, no Império do Oriente, mas por ter pregado e escrito em latim, é considerado um dos grandes do ocidente.
Ambrosio viveu entre 333 e 397, portanto 64 anos. Foi bispo de Milão. Foi ele que deteve o arianismo no império do Ocidente, pois pregava diariamente e escrevia muito, foi conselheiro de três imperadores, e converteu Santo Agostinho, é o doutor da independência da Igreja do Estado Imperial.

Jerônimo estudou em Roma, tornou-se monge em Aquileia, foi mais para o oriente para aprender o grego e o aramaico a fim de entender a Bíblia no Original conhecido, estudou exegese com Nazianzeno. Assim o papa Damasceno, incumbido de traduzir a Bíblia, para afastar ou dificultar os erros e a fraude. Assim em Belém (da Judéia) em 382, sua tradução hoje chamada Vulgata se tornou de uso corrente em toda a Igreja.( sempre considerando que não havia imprensa, e que essa vulgarização era relativa, e destinava-se ao uso dos sacerdotes ( padres, clerigos). Foi considerado o mais sábios dos padres antigos, o próprio Santo Agostinho o consultava, Jerônimo penitenciava-se no deserto.

Agostinho viveu entre 354_430, portanto 76 anos. Sua mãe era cristã, fez sua formação em Cartago, antiga colônia semita da África, passando á Itália no outro lado do Mediterrâneo, fixou-se em Milão. Abraçou o maniqueísmo, que não o satisfez na sua busca pela verdade. Conheceu Santo Ambrosio por quem foi batizado na páscoa de 387 depois volta a Tagaste na África onde nasceu, e torna-se monge. Foi ordenado sacerdote em 391 dedicou-se a combater o maniqueísmo na África, que fora sua crença, e tornou-se Bispo de Hipona, na África.
Morreu em 430 quando os Vândalos invadiram Hipona, ( eu não sabia disso) Ele é considerado por alguns autores o maior doutor da Igreja em todos os tempos. Deixou varias obras escritas em latim, Confissões e De Civitate Dei (a Cidade de Deus) são as mais conhecidas.

São Leão Magno, Papa, em data um pouco posterior 461 deixou inúmeros escritos que são considerados monumentos da ciência eclesiástica, porém, sua fama vem de sua notável atuação como Papa como ainda veremos adiante.