sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quando acabarão as perguntas?

Quando terminarão as perguntas?
Se você prestou a atenção nos últimos textos, percebeu que caminhávamos sobre cascas de ovos. Santos que foram hereges, imperadores que instrumentalizaram a fé, irmãos na fé separados pelo carisma de um ou outro líder, campo minado.
Então eu me pergunto em meu coração? Quando terminarão as perguntas? Nunca? Quando morrermos? Ou quando abraçamos a fé? Chego a sentir calafrios.
Então nesses momentos difíceis, onde duvidamos de nós mesmos, eu abro a janela e olho o céu. Quanto desconhecido, quanta pergunta a ser feita e quantas respostas a serem dadas. Então fecho os olhos e imagino a extensão e a profundidade do micro cosmo, e me perturba a alma tantas as questões.
É obvio que um homem possa perturbar-se diante de uma encruzilhada com muitos caminhos desconhecidos. Mas uma vez tomada à decisão, como se diz por ai, seja o que Deus quiser, vamos que vamos.
Se no campo das coisas, as perguntas se acumulam à medida que avançamos nas respostas, nas coisas da alma, a Fé nos trás uma tranqüilidade, um sossego, um hálito de paz, pois ela resolve questões básicas da existência humana. A diferença da fé com uma encruzilhada são duas, numa encruzilhada fazemos uma opção, a fé, pelo contrario nos é dada, principalmente se a pedimos. A opção pelo caminho, nos leva passo a passo ao desconhecido, que é via de regra, parecido com o conhecido. Na Fé, ganhamos uma luz, que antecede os fatos, e ilumina o desconhecido pela confiança, Deus vai a nossa frente, e nos espera no termino da caminhada, posto que sua obra esta pronta, desde muito, e o desconhecido para ele não existe. Prestaram a atenção: A OBRA DE DEUS ESTA PRONTA, ao sexto dia Deus terminou sua obra, e descansou. O homem sim, decaído da perfeição, caminha esse difícil retorno à paz de Deus. Privilegio que os anjos decaídos não mais terão. Nós os homens ainda temos um tempo, um tempo para pedir, um tempo para crer... E no mais é caminhar com prudência pelos labirintos de perguntas que a nós se impõe. Intencionalidade e dúvida características do que é humano.
O assunto que trazemos hoje é dificílimo para mim. Pensem o seguinte: de mais ou menos 1960, os padres deixaram o uso do Latim, passados quase cinquenta anos, os novos padres, os padres das gerações do inter-meio, e os da velha geração que sobreviveram, já não sabem o latim, e dele muito pouco podem tirar, digamos, num conjunto estatístico com qualidades universais. São só cinqüenta anos, e temos na estrutura dos documentos oficiais da Igreja, uma radical mudança do padrão de qualidade. Quando estudamos, em livros a História da Igreja, fatos ocorridos, dezenas de centenas de anos atrás, não nos damos conta dessas mudanças, e tendemos a ver e entender os acontecimentos como lineares, e como se, nossa geração fosse a síntese disso tudo, portanto obrigada e apta para tudo muito bem entender.
É possível que isso seja certo, mas em igual medida é possível que não.

Nada mais difícil do que avaliar como eram as comunidades cristãs do inicio da Igreja. Se considerarmos Ecclesiae com assembléia dos cristãos, imediatamente surge em nossa mente, que indivíduos reunidos com freqüência, tentam construir, ou melhorar o seu local de encontro e culto, portanto haveria de nascer uma “Casa” de Deus, um templo, um culto, e um ou mais responsáveis pela “casa”. Embora Deus falando aos judeus na velha Aliança, tenha chamado a atenção da presunção daqueles que queriam construir uma casa para o criador de tudo, nos veremos na nova Aliança, um elogio para os que têm Zelo pela casa do Senhor. Imediatamente, surgirá alguém, para dizer que Casa, para os hebreus diz respeito à tribo, raça, clã, e o zelo deve-se à Tribo dos escolhidos, ora, mas os escolhidos rejeitaram o Filho de Deus, o herdeiro da Casa em qualquer dos sentidos, e ficaram sem a casa (templo) e sem a proteção (herança) que foi dada, pelo Filho a outros povos e outras Casas. Todavia se olharmos com desassombro, os apóstolos eram as colunas dessa assembléia e desse edifício de reunião dos homens e do culto “fazei isso em memória de mim”. As Assembléias tinham seu templo, sua construção de reunião, e os zeladores, não do templo, mas da assembléia e do culto, eram, como não podiam deixar de ser, escolhidos, a partir de Pedro, a pedra fundamental, numa hierarquia, na profissão da fé, e na retidão da celebração da eucaristia (fração do pão) que pelas palavras de Cristo se tornam sangue e carne dele, para a salvação de todos (nesse ponto esta sendo chamada a razão todos os cultos e religiões de sacrifícios de toda a história da Humanidade). Venham para meu sangue e carne, presunçosos chantagistas e negociantes da vontade do Pai, parece dizer o Filho, porque a Vontade do Pai deve ser cumprida ate o fim, pois ela se estende para além das cadeias da morte. A vontade do Pai impera na eternidade. Ou vocês amam a Deus e o honram, ou são seus inimigos.

Assim, como lá ninguém estava, exceto Cristo, costuma-se avaliar as comunidades cristãs primitivas no século primeiro através dos escritos chamados neotestamentários, as epistolas de São Paulo, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse. Irradiando-se da Palestina tomou o sentido Norte Oeste, ou seja, da Síria para o Ocidente, em direção a Roma. No litoral norte da África havia duas principais, Alexandria, no Egito, e Cirene (cidade de Simão o Cireneu, que, portanto era africano, o homem que ajudou Jesus a carregar a cruz) na Pentápolis. No território da Palestina (Terra Santa) formaram-se as Igrejas de Jerusalém, Lidia (que eu pensava ser na (África), Jope, Pela, Samaria. Ptolomeida, Cafarnaum, Tiro (antiga capital dos fenícios) e Sidon. Na Siria (o território sírio era maior do que é hoje), mais ao norte, floresceram as igrejas de Damasco, Trípolis e Antioquia.

Havia na ilha de Chipre ( ver mapa) a de Salamis e Pafos. Edessa uma das mais veneradas igrejas e comunidade no norte da Mesopotâmia. Ao longo da Ásia Menor merecem destaque as igrejas de Tarso (cidade origem de São Paulo) Selêucida, Derbe, Icônio, Listra, Atália, Perge, Antioquia da Pisídia, Colossos, Laodiceia, Filadélfia, Mileto, Éfeso, Tiatira, Esmirna, Pérgamo (a cidade dos pergaminhos), e Troade.

Na Grécia (incluindo a Macedônia, parte continental norte) Filipos na Macedônia; Tessalonica, Apolônia, Atenas, Égira e Corinto, Patras e Nicópolis. Na Itália, desde os primórdios, como podemos ler nos documentos cristãos, houve a de Roma e a de Putéoli. A implantação mais números e fecunda deu-se na parte ocidental da Ásia Menor. Ela coincide com o campo de atuação missionária de São Paulo, tanto nas demais regiões da Europa como na África foram escassas as comunidades cristãs nesse primeiro século, 49-100. Quando haviam estavam localizadas nos grandes centros ou nos portos marítimos