segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Aprofundando IV.


Aprofundando IV.
A segunda fase dos anos sangrentos.
Estamos omitindo as lutas dos Judeus em suas terras, pois nosso objetivo é o cristianismo, que nascendo de judeus, se propaga entre eles, nas muitas localidades do Império onde havia e habitavam judeus da Diáspora (Europa, Ásia e África), e depois se desenvolveu entre pagãos, soldados e escravos primeiramente.
Desde Décio 249-251 ate Constantino (313).
Como vemos estamos nos limiares do terceiro século. Decio decide restaurar a gloria do Império vivida em anos anteriores consolidando-o contra inimigos externos e internos, ora num Império “Teocrático”, para tanto haveria de reforçar a religião oficial do Império, visando combater principalmente os cristãos, que ele considerava como os inimigos mais perigosos do Estado. Assim em 250 decretou que todo cidadão (é preciso verificar aqui, qual era o conceitos de cidadania romana à época) do Império deveriam manifestar publicamente e expressamente sua adesão a religião de Estado e para isso deveriam oferecer um sacrifício propiciatório; quem o fizesse receberia do Império uma carta, um certificado chamado "Libelus" de dever cumprido, quem resistisse seria submetido a penas (cárcere, confisco de bens, exílio, trabalhos forçados... e até a pena de morte). A Igreja já havia crescido no mundo visível, já não se reunia apenas nas catacumbas. Assim os Bispos estavam na mira do Imperador, o que fariam? O Imperador Decio dizia que era mais fácil tolera um inimigo do Império do que o Bispo Cristão de Roma. Os cristãos colhidos de surpresa pelo decreto em todo o Império fraquejaram em parte, quarenta anos de paz amoleceram os vínculos de sangue com os mártires do passado. Mas houve nesse período mártires de ambos os sexos.
Após dois anos de paz sob o Imperador Gaio (251-253), Valeriano (253-260) vendo o Estado em grande miséria quis remediar-lhe mediante novo golpe contra os cristãos. Visou então enfraquecer a organização das comunidades cristãs atacando os Bispos, sacerdotes e diáconos, que era como se organizava o cristianismo de então, e mandou-os oferecer sacrifícios aos deuses sob pena de exílio. A vista aos cemitérios dos santos (homens exemplares e mártires da fé) foi proibida, e as reuniões de culto cristão eram punidas com a morte. Naquela época, a exemplo dos judeus, já havia muitos cristãos exercendo funções junto ao Palácio Imperial; foram condenados, todavia a trabalhos forçados e a condição de escravos, porém em seguida Valeriano foi preso na guerra persa (259) e a tormenta foi se amainando.
Diocleciano (284-305) assumiu o governo imperial muito abalado por diversos tipos de desordens internas, promoveu então uma reforma de estado, e como não podia deixar de ser, isso implicava em uma nova tentativa de restabelecer a religião de Estado que lhe dava unidade. O cristianismo estava muito difundido, contando já com sete a dez milhões de fieis ( isso era muito diante da densidade populacional dos fins do século segundo que era em todo o império de 50 milhões.. ( vejam que o Lula governa um Império, em extensão territorial e populacional muito maior do que foi o Império Romano). Aqui existe um duvida histórica, que atribui a Prisca esposa de Diocleciano, e sua filha Valéria, que seriam favoráveis ao cristianismo, alem de altos oficiais do exercito e da Corte. Na verdade desencadeou-se nesse período a ultima e mais grave perseguição aos cristãos e sua Igreja, foram destruídos os templos, queimados os livros Sagrados cristãos. Em 304 um decreto de Diocleciano obrigava a todos os cristão a sacrificar aos ídolos ( politeístas) o que provocou execuções em massa.
Todo esse esforço perseguidor haveria de ser em vão; o Estado haveria de capitular diante da tenacidade dos discípulos de Cristo. Assim Constantino, um dos sucessores de Diocleciano houve por bem publicar o Edito de Milão em 313 que concedia aos habitantes do império, e principalmente aos cristos a liberdade religiosa e de culto. Às comunidades cristãs se faria a restituição de bens, de templos e das terras confiscadas durante as perseguições. Assim dissolvia-se pela raiz o vinculo do Império Romano com o culto pagão; abria-se um novo tempo na política religiosa do Estado, e inaugurava-se na África, Ásia, e Europa um novo segmento da História do Cristianismo.